Vamos começar nosso texto falando um pouco sobre a diferença entre
ORAÇÃO, PRECES E REZAS.


ORAÇÃO – O verbo orar vem do latim orare (que significa simplesmente “falar”). Ou seja, oramos quando fazemos nosso discurso de forma espontânea, falada ou pensada, sem lermos nada. Nossas orações devem ser feitas em recolhimento, de forma espontânea (fale a Olorum, aos Orixás, aos Guias o que vem em seu coração, e não palavras decoradas), devem ser feitas com serenidade, por serem espontâneas é normal que carreguem simplicidade em suas colocações e não há nada de errado nisso, e principalmente, oração é um momento individual. Aos que acham que orar é exposição, é gritar, deveriam ler Mateus 6:5-6. Orar é sentir.
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PRECES – As preces podem ser feitas em momentos coletivos ou mesmo individual, as preces podem se fazer presentes em rito-liturgias, as preces podem ser lidas, decoradas ou de forma espontânea. O principal ao fazer uma prece é ter entendimento real de seu significado.

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REZAS – Do latim recitare (“recitar”). Rezas são coletivas, Rezar é repetir palavras segundo formulas determinadas (textos), as rezas fazem parte de nossos ritos e liturgias, podem ser lidas ou decoradas. Embora não seja o real significado da palavra, mas normalmente usamos o termo rezas para nomear as orações feitas pelos guias em seus trabalhos, ou mesmo as palavras proferidas por benzedeiras no momento do benzimento.

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Frequentemente recebemos aqui na página mensagens de irmãos que nos pedem para que lhes passemos preces/orações dos Orixás, pedem sempre que postemos ou lhes enviemos preces boas para isso ou aquilo, e nossa resposta neste momento é unanime:
- O Orixá não espera ouvir de você palavras decoradas, espera ouvir o que vem em seu coração.
Antes que pensem que desacreditamos do poder das preces/rezas (formulas/ textos prontos) , saibam que não, não estamos desmerecendo do poder das preces, pelo contrário, compreendemos que toda palavra dita tem poder, e preces/rezas são textos extremamente bem estruturados, são formulas que nos servem como direcionamento, facilitando que posamos fazer com êxito pedidos, direcionamentos e agradecimentos, tarefa está que muitos irmãos ao tentar fazer de forma livre encontram dificuldades.
A questão que precisa ser compreendida é que há momentos em que devemos orar, e momentos em que devemos usar de preces/rezas que são formulas capazes de atender com êxito determinações que precisam ser atendidas de uma forma muito especifica.
Por Exemplo:
Abertura dos trabalho no terreiro - O ideal é que usemos preces, pois serão textos que todos conheceram, formando assim um coro e dando maior potência ao que está sendo pedido/dito na prece.
Momentos de aflição, necessidade de pedir ou agradecer - Nesse momento é a hora de deixar de lado textos prontos, é hora de orar, e com espontaneidade falar sem ter vergonha tudo o que sente vontade de dizer.
Entendido a diferença entre preces, rezas e orações, agora vamos falar um pouco da postura que devemos nos colocar para realizarmos nossas orações/preces/rezas.
Sim existe uma postura correta para rezarmos, e mais do que uma postura que demostre respeito, nosso posicionamento corporal interferirá diretamente na recepção das energias que nos imantarão no momento de uma oração/prece/reza.

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As mãos dadas só são possível em coletivo, atitude está muito usada na Umbanda, que representa a união e um ato de troca de energia, é a representatividade viva do que simboliza os elos de uma corrente, onde cada irmãos é um elo. As mãos devem ser dadas de forma ordenada, mão direita voltada para baixo (mão que recebe), e a mão esquerda voltada para cima (mão que doa), estando todos com a posição correta das mãos é possível realizar uma troca energética intensificada das energias.
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A Umbanda considera a existência dos CHAKRAS, logo, teremos no topo de nossa cabeça o Chacra coronário, ou Sahashara, de uma forma bem resumida, a função deste Chakra é impulsionada pela consciência e por nos conectar com o divino, e é através deste chacka que recebemos as imantações divinas no momento em que estamos realizando nossas preces, e é ai que entra a importância do posicionamento correto da cabeça, que deve estar em leve reverência, sem exageros, não precisa colar o queixo no peito; levando em consideração que nossa cabeça reta esteja em um ângulo de 90º, faremos uma leve angulação para frente, algo para atingir de 60º a 50º é mais do que o suficiente, pois ao contrário do que imaginamos, saibam que as vibrações/irradiações divinas não descem até nós em um ângulo reto (90º) elas são irradiadas com uma angulação, e para que possamos ver nosso crakra coronário (principal canal de recepção energética) imantado com as energias divinas é preciso essa leve reverência com a cabeça. O mais interessante é ver que mesmo muitos não detendo deste conhecimento, essa explicação sobre a questão energética envolvida neste simples gesto, ainda assim a cabeça pende ao ângulo correto de uma forma quase que natural.
Para alguns, muito do que trouxemos na postagem de hoje parece exagero, afinal de contas é só uma prece né?! Muitos creem não se fazer necessário haver tanta ordenação para realizar um simples ato, mas não podemos nos esquecer que a Umbanda é uma religião ritualística, onde seu ritual é formando por um conjunto de gestos, palavras, e sim, de certa forma formalidades; então para uma pratica cada vez mais consciente, é sim preciso entender os porquês dessa religião maravilhosa. E convido a todos que leram a postagem de hoje e acharam um exagero o cuidado com o posicionamento das mãos e da cabeça, a deixar o ceticismo de lado e se permitir viver e usar o conhecimento transmitido; verão que a potência energética sentida é muito boa.
Axé



