HISTÓRIA DA MARIA PADILHA DO CEMITÉRIO.
Assim é contada a lenda desta história!
Nasci em uma cidade pequena, em uma familia católica...
Mas o meu destino estava traçado desde o nascimento...
Para minha familia eu era uma estranha!
Pois desde muito cedo eu via e conversava com os mortos...
Minha familia me julgava!
E me escondia dentro de casa para que ninguém descobrisse a verdade...
Os espiritos eram a minha única companhia!
E fui crescendo naquela prisão e descobrindo outros dons...
Um certo dia um espirito me chamou do lado de fora, mesmo com medo eu fui...
Ele me levou ao cemitério que ficava próximo da minha casa...
Um cemitério muito antigo, onde minha bizavó estava enterrada...
Ela era feiticeira!
Me sentei no tumulo dela e comecei a chorar!
Não sabia porque minha familia me maltratava tanto...
Logo ela apareceu e se sentou do meu lado!
E me falou que eu era herdeira de todos os seus dons...
E me deu vários conselhos!
Daquele dia em diante sempre que pudia eu fugia daquela casa e ia pro cemitério...
Os espiritos de lá e minha vó fizeram de mim a guardiã dos seus segredos...
Aprendi feitiços, simpatias, bruxarias e magias!
Eu tinha sede de saber, aprendia tudo que podia e até o que não podia!
Desenterrei do tumulo de minha vó um livro muito antigo com magias poderosas...
E levei pra casa, minha familia ao reconhecer o livro me indagou...
Porque estava fazendo aquilo?
Me humilharam, disseram que eu era um demônio e me jogaram na rua!
Em uma casa abandonada próximo do cemitério eu fiz a minha morada...
Os espiritos me auxiliavam em tudo, e por um tempo fui feliz naquele casarão abandonado!
Durante as madrugadas eu me dirigia até o cemitério para praticar as mágias...
Magias as quais eu já dominava!
Até que um dia minha vó apareceu, e disse que meu tempo estava terminando...
Eu pude ver na minha frente como seria a minha partida!
O tempo foi passando e eu sabia que estava próximo...
Até que um dia um padre novo que havia chegado na cidade bateu na porta do casarão..
Eu já sabia que ele teria ido pra cidade para me matar...
Pois ninguém daquele lugar teria coragem!
Abri a porta e ele ficou paralisado com a minha beleza...
Em seus pensamentos passaram cenas impuras...
E eu logo cortei aquele delirio dele perguntando!
Como um padre poderia ter pensamentos tão impuros com uma jovem como eu?
Os olhos do padre fervilharam de ódio, ele começou a gritar que eu era uma bruxa maldita!
Eu ria da situação!
Pois enquanto eles me amarravam todos tinham pensamentos impuros!
E eu lia todos!
Antes de chegar a praça eu perguntei ao padre se podia lhe fazer um pedido?
E ele prontamente me antendeu!
Pois no fundo ele estava encantado!
Eu pedi pra não ser queimada!
Chegamos na praça e algumas pessoas já paravam pra olhar...
A minha sina se cumpria e eu não estava nem um pouco preocupada...
Pois sabia que a morte não era o fim!
Fui degolada em praça pública, de longe olhava as pessoas olhando aquela cena...
E dizendo "Tão jovem, tão linda, que triste fim"!
Enquanto outras jogavam pedras e falavam palavrões!
Em pouco tempo o céu escureceu, e a chuva caiu...
Naquele dia todos jamais esqueceu a chuva negra que caiu...
Então o padre atendeu meu último pedido!
Que os pedaços do meu corpo fossem enterrados no cemitério...
Ao lado de minha amada vó!
E assim se cumpriu a minha sina e eu voltei pro meu lugar!
Sou Maria Padilha do cemitério, caso precise é só me chamar!
(Laroyê Maria Padilha)
Saravá Fraterno, Axé Filhos de Umbanda!
Pai Jonathas de Ogum.'.