"Eu tinha 17 anos, moça de uma familia muito tradicional, estava de casamento marcado mas não queria me casar, não com aquele velho mal educado e grosso!
ROSA VERMELHA
"Eu tinha 17 anos, moça de uma familia muito tradicional, estava de casamento marcado mas não queria me casar, não com aquele velho mal educado e grosso!
Naquela época os casamentos eram escolhidos pelos pais, e minha familia praticamente estava me vendendo pois o velho babão tinha muito dinheiro e o meu casamento seria a salvação da familia!
Quando ele ia me visitar eu tinha nojo, não deixava ele nem que se quer chegar perto...
Meu coração era de outro!
Toda semana eu ia a missa e me encontrava com o meu amor, era ele que eu queria, era por ele que meu coração batia mais forte, mas como ele vinha de uma familia simples meu pai jamais deixaria que o nosso romance virasse um casamento!
Toda semana nós dois nos encontravamos as escondidas depois da missa, eu desabafava com ele sobre o meu sofrimento, foi quando então ele começou a trabalhar e me pediu um tempo para juntar dinheiro e me levar embora dali...
Era o que eu mais queria!
Em um dos nossos encontros as escondidas eu me entreguei de corpo e alma, deixei de ser moça!
Se fosse pra me entregar que fosse para o amor da minha vida, e não para aquele monstro!
Naquele dia ele me deu uma carta, na onde ele tinha deixado detalhes da nossa futura fuga, muitos segredos nossos revelados...
Por obra do destino meu pai achou a bendita carta, naquele dia eu tomei a surra que jamais havia tomado!
Doia, doia a alma!
Meu pai inventou uma desculpa para o meu pretendente e o casamento foi adiantado, o meu ódio na igreja era notável, não fiz questão nenhuma de fingir que estava feliz!
Minha familia se aproveitava da festa e da comida sem se preocupar com meu futuro, eu me sentia um objeto!
Na noite de núpcias depois que a festa acabou eu me negava a deitar do lado dele, chorava o tempo inteiro e gritava que tinha nojo dele!
Foi quando ele me pegou a força, me jogou na cama e ao tentar ter relações percebeu que eu já não era mais moça, quando percebi já estava apanhando!
Ele me xingava de nomes horriveis e me batia com tanta força que por alguns momentos eu perdi a consciência, eu pedia pra morrer, eu não aguentava mais!
Estava desacordada quando levei as facadas, não senti nada, mas minha alma já havia se desprendido e eu assisti o meu triste fim!
Aquele homem horrivel ainda levou meu corpo até a minha familia, jogando meu resto no chão em baixo de uma roseira vermelha que havia na minha casa!
"Toma a imunda da tua filha, essa vagabunda"
Meu sangue escorreu pelo chão, e pela roseira e naquele momento as rosas vermelhas cairam sobre mim, tampando os machucados e a dor profunda que eu sentia na alma!
No meu velório eu recebi muitas rosas vermelhas, pois todos sabiam que eu amava rosas vermelhas!
No astral fui muito bem acolhida e recebi um nome muito lindo, que todos me chamam...
ROSA VERMELHA ."
Laroyê Dona Rosa Vermelha