domingo, 1 de abril de 2018

O SINAL DA CRUZ NA MAGIA




Nas minhas visitas a Terreiros de Umbanda e Candomblé, vi diversos médiuns não fazerem o sinla da cruz por “acharem “ que só os católicos e que faziam este Sinal. Isso me intrigava, e nas minhas constantes pesquisas encontrei o que eu procurava e passo a vocês, caros Irmãos e Irmãs o resultado de minha pesquisa:
Estudos feitos por célebres Ocultistas, como os de Helena Blavatsky, revelam que o Sinal da Cruz tem sido usado em todo o mundo já antes de Cristo. Na verdade, ele tem origem cabalística e possui um significado amplo, filosófico, desatado de crenças ou religiões. 

“O sinal da cruz adotado pelos cristãos não pertence exclusivamente a eles. Ele é cabalístico e representa as oposições e o equilíbrio quaternário dos elementos. O sinal da cruz cabalístico aciona quatro fatores, e tem relação direta com os quatro elementos (fogo, água, terra e ar). Ele também se refere à Tetraktis ou Tétrade sagrada dos pitagóricos; aos quatro pontos cardeais; e ao Tetragrammaton, o nome de quatro letras da divindade na tradição mística judaico-cristã (IHVH). 

A dimensão geométrica e o significado interior do sinal da cruz têm fortes correlações com a filosofia maçônica e a sabedoria salomônica. O templo de Salomão, esotericamente, simboliza o corpo humano. 

Para a filosofia antiga e teosófica, como para o cristianismo autêntico, o corpo humano é o grande templo, e os templos físicos são apenas símbolos externos dele. O corpo é a casa do Espírito: “o Espírito está dentro de nós”. Em I Coríntios 3:16, o Novo Testamento afirma: “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” E em II Coríntios 16, lemos: “Porque vós sois o templo vivo de Deus”. 

Segundo a tradição, o templo de Salomão está voltado para o Leste e possui duas colunas, chamadas de “Boaz” e “Jachim”. Idealmente, ao fazer o sinal da cruz, o estudante de sabedoria divina não só se reconhece como um templo vivo, mas também está voltado fisicamente para o Leste, o Nascente. Seus ombros e braços correspondem às colunas. O termo “Boaz”, que corresponde ao ombro esquerdo ou coluna Norte, significa “na força” ou “em fortaleza”. O termo “Jachin”, que corresponde ao ombro direito ou coluna Sul, combina uma abreviatura de “Jeová” (Divindade) com um termo que significa “Estabelecer”.
Portanto, O Sinal da Cruz é um gesto mágico. É realizado desenhando-se no ar uma cruz, sobre si mesmo, ou sobre outras pessoas e objetos que se deseje abençoar.

O sinal da cruz se faz da seguinte maneira: estendendo unidos os três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio – simbolizando a Santíssima Trindade) e apoiando os outros dois sobre a palma da mão (anular e mínimo – simbolizando as duas naturezas – humana e divina de Cristo em uma só pessoa), levamos a mão assim formada, da fronte (1) para o peito (2) e depois, do ombro direito (3) para o esquerdo (4), dizendo: Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Que Assim Seja! 
Finalmente, ao unir as duas mãos enquanto pronuncia as palavras AMÉM , o devoto fecha o círculo harmonizando simbolicamente os dois hemisférios cerebrais, os dois nadis e as correntes yang e yin em sua natureza interior.
Esta visão esotérica do sinal da cruz vai além de mostrar a relação viva que há entre o corpo e alma, ou e templo e o espírito. A prática original do sinal da cruz é, também, um modo ativo e consciente de expressar o compromisso do indivíduo atento com a consciência universal. 

Através do verdadeiro sinal de cruz, que nada tem a ver com superstições, o indivíduo se estabelece simbolicamente na consciência divina. Ele assume por mérito próprio “o poder que o faz parecer nada aos olhos dos outros”. Ele assume o poder de estar em união fraterna com a Lei Universal e com todos os seres.


FONTE: A Teosofia do Sinal da Cruz - O Significado Universal de um Velho Símbolo Cristão - por Carlos Cardoso Aveline