O tráfico de escravizados africanos ao Brasil fez com que homens, mulheres e crianças, pertencentes a reinos, nações, clãs, linhagens, aliados e inimigos, caçadores, sacerdotes, guerreiros, príncipes e princesas, mães e pais de famílias se encontrassem e redimensionassem as suas tradições culturais, sociais, familiares e religiosas. Essa era a única maneira de confrontar a opressão religiosa católica que se fez acompanhar não apenas dos grilhões de ferro que aprisionavam os corpos dos negros, mas também do “aspergir” da água benta, do nome novo marcado a ferro em brasa nas regiões corporais, onde a carne não fosse comprometida e perdesse seu valor de compra e venda de mercadoria e ainda na permissividade e omissão diante dos desmandos e das ações dos senhores (algozes) cristãos no novo mundo.Religião, catequese e escravidão andavam juntas desde os embarques nos navios negreiros, quando eram batizados, até nos troncos, quando os africanos e seus descendentes, que nem eram vistos como humanos, aos olhos da teologia da época, eram levados sem que houvesse, por parte da igreja nenhuma manifestação contra aquela situação desumana.Todos os valores que os africanos traziam, fossem religiosos ou culturais eram banidos ou rotulados como coisas do demônio, magia pagã ou feitiçaria.Mas, por muitos meios e artifícios os africanos e seus descendentes se apropriaram dos valores dos seus escravizadores ou usaram sua estrutura para se organizarem em irmandades, onde o branco cristão europeu não participava, como é o exemplo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e da Boa Morte. Estas irmandades funcionavam até como agremiação para angariar fundos para pagar a alforria de seus “irmãos”, além de servir de um intercâmbio de africanos, e das suas tradições culturais, lingüística e religiosas, sendo um dos primeiros berços para a resistência e para a manutenção das crenças dos seus antepassados africanos na terra que tinha lhe recebido com o chicote na mão.A religião nativa dos africanos foi interpretada à luz da teologia católica que se considerava superior, deferindo títulos de pagãs, idólatras, satânicas,animistas e politeístas, gerando, senão no africano que aqui chegava, que tinha o conhecimento de seus antepassados, mas a partir de seus descendente uma inferiorização da fé e crença trazidas na alma de seus pais.Na maioria dos casos, na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. As divindades iorubás eram cultuadas em suas cidades: Xangô, em Oió; Oxossi, em Ketu; Oxum, em Ipondá, e assim por diante. Bem como divindades de origen Bantu como Nzazi, Mutakalambô, Ndandalunda eram cultuadas por grupos próprios, embora os bantu tivessem uma idéia de transcendência de seus cultos e buscasse esta ou aquela divindade como intermediária entre ele e Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso), de acordo com a situação real e a área de atuação de cada energia.Com a vinda ao Brasil e a separação ardilosa das famílias, das nações, das etnias, essa estrutura religiosa não pode se repetir e se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade e puderam partilhar e comungar os cultos e os conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu a forma acabada do que se chama hoje candomblé.O vernáculo Candomblé, não mantém sob sua sombra uma unicidade e sim uma diversidade religiosa e cultural, que talvez até hoje não tenhamos a verdadeira dimensão de sua abrangência, em termos de origem étnica, clã, reinos, povos e organizações sociais e religiosas africanas que foram trazidas para o Brasil.Reúne, sob o mesmo título a idéia genérica para os diversos troncos religiosos na experiência dos muitos povos trazidos do continente africano para as terras brasileiras. Na sua etimologia advém do étimo bantu ndombele para a variação kandombele, e, portanto, vem a denotar um equivalente próximo ao verbo “adorar” “falar” (existem outras interpretações para o termo, mas preferimos esta).Os aqui chegados, vindo da longínqua terra dos seus antepassados e submetidos ao regime de escravatura de produção comercial de bens e riquezas, não tiveram tempo de trazer seus objetos rituais e sagrados, visto terem sido forçados a abandonar seu espaço de origem, além de muitos povos terem perdido o vínculo com os seus sacerdotes. Porém, não houve como impedir que transportassem suas crenças, cultos, ritos, mitos e cosmogonias em suas almas, fazendo retumbar em seus corações o som dos ngomas/atabaques ancestrais de seus povos.Então, como antes tinha se organizado sob o manto das irmandades cristãs, agora, no momento próprio se irmanam sob o manto da nova identidade, que viria a ser conhecida como Candomblé.Os africanos de maioria bantu (durante os dois primeiros séculos do tráfico dos negros), largamente assentados na região nordeste do Brasil (Alagoas, Pernambuco, Maranhão), no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, utilizados na lavoura e pastoreio, pois já na África eram grandes criadores e cultivadores do solo, além de serem mestres na fundição de metais, influenciaram em todas as áreas a cultura do país nascente, que nascia sob o fertilizado solo regado pelo suor da pele negra, e sob a riqueza gerada pelos músculos africanos. Alguns historiadores defendem que os africanos que desembarcaram na Bahia eram da África sudanesa (Yorubás, dahomeanos, malês…), e que em muitas lutas de resistência se refugiavam em quilombos baianos. O que se tem certeza é que os primeiros a chegarem por aqui, quando a escravidão era mais desumana, foram os bantu.Na religião não foi diferente. Influenciaram e foram influenciados. Ou conscientes, ou por aproximação de cultos e tradições, ou por necessidade de recriar seu universo mítico, se amalgamaram às novas experiências e resistiram aos valores religiosos dos escravizadores.A própria concepção de Nzambi ou Nzambi-Mpungo para os bantu, a quem se chama, no Ocidente, Deus – Nzambi: o que fala; Nzambi-Mpungo (ou ainda Zambiapungo):aquele que, por excelência, fala (Mpungu é uma ave que voa muito alto, fornecendo, deste modo, a derivação semântica de “maior”, “eminente”, “excelente”) Os bantos (bantu) são povos que habitam a África do Sul Equatorial. Falam dialetos diferentes (a língua é igual) e pertencem a etnias diferentes. Cerca de 274 dialetos e línguas são falados. A influência dos bantos invadiu a cultura brasileira, trazendo sua mitologia, culinária, religião além de elementos folclóricos como a congada, recordando a rainha Ginga de Angola; o maracatu de Cambinda Velha; a capoeira e o primitivo samba (semba).Claro que muitas coisa tidas hoje como folclóricas, são na verdade uma tentativa de reformular nas novas terras uma dinastia desfeita pela escravização como é o caso da formação da corte do Congo (congadas).Hoje o candomblé abriga em suas lides várias tradições religiosas conhecidas como Nações.A nação Ketu, que tomou o nome de um dos povos yorubanos, onde a familia Arô reinava, quando da escravização e do tráfico para o Brasil, e que cultua Orixás de várias origens daquele povo, além de diversas divindade de povos que eram seus vizinhos na África e se influenciaram mutuamente tanto na sua terra natal, quando na diáspora. De forte expressão na Bahia e em Pernambuco, através do Xangô do Recife, uma variação religiosa correspondente ao candomblé.A Naçaõ Jêje, que tomou o nome de um “apelido” que lhe era dado pelos yorubanos. São de origem Ewe Fon, de povos do antigo Daomé, que cultua Voduns, além de divindades comuns com a nação ketu. Teve sua grande expressão na Bahia, através de casas antigas e no Maranhão através do Tambor de Mina, uma organização religiosa corresponde ao candomblé.A nação chamada Candomblé de Caboclo, que se originou do intercâmbio de ritos fundamentalmente de origem bantu com os ritos e mitos dos nativos brasileiros.Nação hoje quase extinta, devido ao forte movimento de re-africanização que as religiões afro-brasileiras sofreram a partir da década de 80.—Entre os grupos que se identificam nas “Nações” acima, temos as variantes que trafegam entre uma e outra, como, por exemplo, os que se identificam como “Nagô-Vodum”.E a nação Angola/Angola-Congo ou Muxicongo, que tem como base lingüística o kimbundo e cultua Nkisi/Mukixi. Esta com seus ritos fundamentados nas tradições e cosmogonias mantidas a duras penas pelos antepassados bantu, vindos de muitos povos distintos como ngola, cambinda, lunda, makuá, kassange, essange, munjolo, rebolo, angico, e povos menores originários da contra-costa, além, é claro, da influencia de outros povos africanos, como os yorubás e ewe fom, formando assim tradições diferente, dentro do prórpio grupo conhecido como Candomblé de Angola, como Tumba Nsi, Tumba Junsara. Bate-Folha, Angolão, Angola Paketá, Kassange, Angola da Mariquinha e Goméia (que apesar de forte influencia yorubana, se identificava como angoleiro e seu fundador, o Sr. Joazinho da Goméia, foi considerado por muitos como o Rei do Candomblé no Rio de Janeiro).Ainda temos o Omolocô, uma tradição afro-brasileira antiga e respeitada, que em muitas casas está mais próximo das tradições yorubanas/daomeanas e em outras das tradições de origem bantuDevemos entender estas “nações” em momentos históricos próprios e que todas se influenciaram entre si. Em alguns lugares, como no Maranhão, temos casas que foram fundadas por africanas canbindas e daomeanas, embora, por algum motivo prevaleceram as tradições daomeanas e em outros casos as tradições yorubanas, embora, em qualquer “Nação”, sempre exista elementos, deste ou daquele povo, que em muitos casos são mantidos por tradição e respeito aos antepassados, embora se conheça as diferentes origens. E, em alguns casos, os seus praticantes não têm o mínimo de consciência das origens diversificadas, identificando somente como tradições africana, fazendo assim uma leitura “unificada e unificadora” de um continente tão diverso, como o Africano.Pelos registros temos como o primeiro sacerdote iniciado no Brasil, de origem bantu, que mais tarde seria conhecida como Nação Angola-Congo, o Sr. Roberto Barros Reis, que foi o Iniciador da Sra. Maria Genoveva do Bonfim, conhecida como Maria Neném. A Sra. Maria Neném tinha o nome iniciático de Twenda Nzambi e Fundou uma casa de candomblé que chefiou até 1945.De suas mãos saíram Manoel Ciriaco de Jesus, Tata Nludiamugongo, que teve casa de candomblé no Engenho Velho e depois assumiu a terreno da Ladeira da Vila América (ou Alto do Corrupio), que era do Sr. Manoel Kambambi, filho do Nkisi Nkosi. Foi Tata Ciriaco que formou a grande família hoje conhecida como Tumba Junsara, deixando a casa nas mãos de sua filha de santo e sobrinha de Tata Manoel Kambambi, Mam’etu Deré Lubdi, grande sacerdotisa. Hoje a casa é chefiada pela Nengua ria Nkisi/Mukixi Sra. Iraildes Maria de Jesus, filha do Nkisi Kindembo (Tempo), onde se celabra uma grande festa todos os anos no final de semana mais próximo ao dia 10 de agosto. Da raiz Tumba Junsara se espalharam várias casas em todo Brasil e no exterior.Também das mãos de sacerdotisa Twenda Nzambi (Maria Neném) saiu o Sr. Manoel Bernardino, fundador da casa de Angola-Congo Bate Folha, na Mata escura, que também gerou um enormidade de filhos e casas que seguem esta tradição em todo o país e em vários país estrangeiros.Além, é claro, de várias outras casas e famílias, que de acordo com os estudos e com os mais velhos são todos descendentes da sacerdotisa Maria Neném, pois foi ela que fundou a primeira casa de Candomblé de Angola – Muxicongo.Embora, cada família se identifique como Angola-Congo, Angola Muxicongo, etc., existem tradições diferenciadas. Algumas cultuam um nkisi/mukixi que não é cultuado por outras. Algumas tem festas que não são realizadas por outras, mas a essência é a mesma: Nzambi Mpungu ou Suka Kalunga (um dos seus muitos nomes), que mora na Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de Deus)/Duilo (céu), é o Deus Supremo e criador de todas as coisas. Quando do seu movimento de expansão e de criação, gerou o universo e consequentemente o planeta terra, que foi gerado pela energia e criação dos Nkisis/Mukixis que se manifestam nas diferentes partes da natureza e também regem a natureza humana. Através do culto aos Nkisi/Mukisi, já que Nzambi, está acima de qualquer forma existencial e de qualquer representação e culto, pois é completo em si mesmo, o ser humano consegue o equilíbrio e ascende espiritualmente como iniciado, até que chegue o momento de ir morar nas Aldeias dos Antepassados, onde se mantém vivo. Onde os campos são verdes e os rebanhos fartos. Onde são felizes e mantém o intercâmbio com os mundo dos humanos, que é sua continuidade. Os antepassados, também, são respeitados e invocados como intercessores e intermediários entre os seres humanos e Nzambi. A eles são devidos todo o respeito e todo ação de culto dentro de uma nzo (casa), que deve sempre iniciar com a invocação e homenagens aos antepassados.
Hierarquia
Cargos da Casa (Kijingu)
Funções e Cargos no Candomblé de Angola e Kongo
Acrescento aqui informações que tenho em mãos, vindas de livros e apostilas que ganhei de minha finada Nengüa Namboazaze, juntamente com informações orais de dentro do próprio barracão que fui criada, de pesquisas que apurei, discussões em congressos e da própria internet, as quais não me responsabilizo por comportar várias contradições dialéticas.
Tentarei colocar da melhor forma possível no intuito de melhor entendimento, principalmente para os leigos e simpatizantes de nossa Raiz.
Seguimos então com os termos utilizados dos Cargos Máximos e reconhecidos, dos “mais velhos para os mais novos”:
- Nengüa – Sacerdotisa (Kongo) /Mãe de Santo velha
- Nganga – Sacerdote (Kongo) /Pai de Santo velho
- Kimbanda – Feiticeiro
- Mama – Mãe (Kimbundu)
- Tata – Pai (Kimbundu)
- Mam’etu Ria Mukixi – Sacerdotisa no Angola/Bantu
- Mama Mukixi/ Mam’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Minha ou nossa Mãe de Santo
- Tat’etu Ria Mukixi – Sacerdote no Angola/Bantu
- Tata Mukixi/ Tat’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Meu ou nosso Pai de Santo
Cargos principais utilizados e concedidos pelos cargos acima:
- Pai feiticeiroTata Nganga –
- Kutala – Herdeiro da casa
- Tata ou Tat’etu Ndenge – Pai pequeno
- Mama ou Mam’etu Ndenge – Mãe pequena
- Tata Kambondo/Kambono/Kambundu – Título consagrado aos “homens” que não incorporam, não entra em transe e são responsáveis por várias funções de alta confiabilidade divididos em cargos com
- Tata Nganga Lumbitu/Lumbido – Guardião das chaves do Inzó Nzó (Casa de Santo)
- Tata Utala – Responsável pelo altar
- Tata Pokó – Consagrado para sacrifícios ou imolações ao Nkisi Nkosi
- Tata Kivonda/Kivanda – Consagrado para sacrifícios ou imolações a outras divindades
- Tata Msaba (Umsaba)/ Kisaba – Consagrado a todas as funções ligadas as folhas
- Tata Kanzumbi/Nzó Vumbi – Responsável pelo Mukondo (Ritual fúnebre), guardião dos antepassados cultuados no Inzó/Nzó (Casa de Santo/Barracão), carregos e despachos de ebós
- Tata Ngimbi/Njimbidi – Cantador
- Tata Kuxika ia Ngombe – Tocador (Kongo)
- Tata Muxiki – Tocador (Angola)
- Tata Mulonji – Especialmente os filhos do Nkisi Katendê é o responsável pelo encantamento das folhas e cabaças
- Kambondo Mabaia – Responsável pelo barracão
- Tata Mavambu – Filho de Santo, homem, que cuida da casa de Exu. É importante frisar que deve ser pessoa de extrema confiança, e a mulher só deverá cuidar deste espaço sagrado, após menstruar e já esteja na menopausa.
- Mama ou Mam’etu Mukamba – Mulher com mais idade, responsável em cozinhar no barracão, e que de preferência não menstrue mais.
- Mam’etu Ndemburu – Mãe criadeira da casa
- Mama ou Mam’etu Kusasa – Mãe criadeira
- Kota – Mulher que não entra em transe de incorporação. Em outras nações conhecida também como Ekedi (Ekeji).
- Kota Mbakisi – Responsável pelas divindades
- Hongolo Matona – Especialista nas pinturas corporais
- Kota Ambelai – Cuida e atende os iniciados
- Kota Kididii – Toma conta de tudo e mantém a paz
- Kota Rifula – Responsável em preparar as comidas sagradas
- Kota Mutintá – Responsável pelo preparo das tintas sagradas
- Mosoioio – Os (As) mais antigos (as).
- Kota Maganza – Título das pessoas acima de 21 anos de obrigações.
- Munzenza ou Muzenza – Iniciados
- Mona Nkisi – Filho (a) de Santo
- Mona Muhato wá Nkisi – Filha de Santo (Mulher)
- Mona Diala wá Nkisi – Filho de Santo (Homem)
- Uandumba – Pessoa em sua fase iniciatória
- Ndumbe – Pessoa não iniciada
Ordem do Barco
(Dizungu Nlungu)
- Kamoxi Rianga ( Kadianga)01º Munzenza:
- 02º Munzenza: Kaiai Kairi
- 03º Munzenza: Katatu Kairi
- 04º Munzenza: Kakuãna Kauanã
- 05º Munzenza: Katanu
- 06º Munzenza: Lusamanu
- 07º Munzenza: Kasambuadi
- 08º Munzenza: Kanaké
- 09º Munzenza: Kavua
- 10º Munzenza: Kakuinhi
Candomblé Bantu
Princípios Básicos
A palavra Bantu compreende Angola e Congo, é uma das maiores nações do Candomblé, uma religiãoAfro-Brasileira. Desenvolveu-se entre escravos que falavam língua kimbundo e língua kikongo.
Principais Nkisis
- Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila, Nzila, Bombogira, Mujilo, Mavambo, Vangira, Njila, Maviletanga : – Intermediário entre os seres humanos e o outros Nkisis (cf. Exú Orixá). Na sua manifestação feminina, é chamada de Pombagira por algumas casas, muitas aceitam o uso desse nome.
- Nkosi, , Panzuá, Xauê, tawan: – Nkisi de guerra e Senhor das estradas de terra., , qualidades ou caminhos desse Nkisi.Roxo MukumbeMucumbeBiolêBuré
- Ngunzu, Terecompenso: – Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
- Kabila : – O caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
- Mutalambô, : - Caçador, vive em florestas e montanhas, Nkisi de comida abundante.Lembaranguange
- Gongobira, Gongofila, Congobira, Mukongo Mbila, ou : – Caçador jovem e pescador.Gongobila
- Mutakalambô: – Tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
- Katendê, Mene Panzu: – Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
- Nzazi, Zaze, , Barangange : – São o próprio raio, entrega justiça aos seres humanos.Loango
- Kaviungo ou , ou , Cafunã, , : – Nkisi da varíola, das doenças de pele, da saúde e da morte.KavungoKafungêKafunjêKingongoKafundeji
- Nsumbu, Sumbo – Senhor da terra, também chamado de pelo povo de Congo e moçambiqueNtoto
- Hangolo ou (masculino) ou Hangolo e Angoroméa (feminino): – Auxilia na comunicação entre os seres humanos e as divindades (representado por uma cobra).Angorô
- Kindembu, Kitempu ou : – Rei de Angola. Senhor do tempo e das estações. É representado, nas casas Angola e Congo, por um mastro com uma bandeira branca, chamada de .Nkisi TempoBandeira de Tempo
- Caiango,Radialonga : – É o Nkisi do tempo e tempestades.
- Matamba, Mina Nganje, , : – Qualidades ou caminhos de Katambo. guerreira, comanda os mortos(Nvumbe).BamborucendaNunvurucemavula
- Kisembi, Kiximbi,, Mina lugando : – A grande mãe; Nkisi de lagos e rios.Samba Nkisi
- Ndanda Lunda, Dandalunga, : – Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
- Kaitumba, Mikaia, Caiala, Iara, , Cuiganga: – Nkisi do Oceano, do Mar (Kalunga Grande), muito cultuada em moxico em angola.Koketo
- Nzumbarandá, Zumbá, Zunganaranga, Karamoxe: – A mais velha das Nkisi, conectada para morte.
- Wunji, Vunge, Nwunji: – O mais jovem do Nkisi, Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
- Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Nkasuté Lembá, Gangaiobanda, Malembá: – Conectado à energia que rege a fertilidade.
O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades da Mitologia Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orixás da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.
Ritual
Na Angola, os sacramentos são:
- 1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
- 2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.
- 3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
- 4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.
- 5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
- 6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
- 7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).
- As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
- Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
- Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo forte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser forte.
- Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura (tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.
Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola
1º – Rianga, 2º – kaiadi, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – katanu, 6º – Kassamanu, 7º – Kassambà.
Hierarquia
Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsábilidade são: é mais frequente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher)
A “nação” Angola, de origem Banto, adotou o panteão dos orixás iorubás (embora os chame pelos nomes de seus esquecidos inkisis, divindades bantos, assim como incorporou muitas das práticas iniciáticas da nação queto. Sua linguagem ritual, também intraduzível, originou-se predominantemente das línguas quimbundo e quicongo. Nesta “nação”, tem fundamental importância o culto dos caboclos, que são espíritos de índios, considerados pelos antigos africanos como sendo os verdadeiros ancestrais brasileiros, portanto os que são dignos de culto no novo território a que foram confinados pela escravidão. O candomblé de caboclo é uma modalidade da nação angola, centrado no culto exclusivo dos antepassados indígenas. Foram provavelmente o candomblé angola e o de caboclo que deram origem à umbanda. Há outras nações menores de origem banto, como a congo e a cambinda, hoje quase inteiramente absorvidas pela nação angola.
O Deus supremo e Criador é Nzambi ou Nzambi Mpungu; abaixo dele estão os Jinkisi/Minkisi, divindades do Panteão Bantu. Essas divindades se assemelham a Olorun e Orishas da Mitologia Yoruba, e Olorum e Orixá do Candomblé Ketu.
Os principais Minkisi são:
Aluvaiá, Bombo Njila, Pambu Njila: intermediário entre os seres humanos e o outros Jinkice (cf. Exú (orixá)).
Nkosi: Senhor dos Caminhos, das estradas de terra
Mukumbe, Biolê, Buré: qualidades ou caminhos desse nkise
Ngunzu: engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.
Kabila: o caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta.
Mutalambô, Lembaranguange: caçador, vive em florestas e montanhas; deus de comida abundante.
Gongobira: caçador jovem e pescador.
Mutakalambô: tem o domínio das partes mais profundas e densas das florestas, onde o Sol não alcança o solo por não penetrar pela copa das árvores.
Katende: Senhor das Jinsaba (folhas). Conhece os segredos das ervas medicinais.
Nzazi, Loango: São o próprio raio.
Kavungo, Kafungê, Kingongo: deus de saúde e morte.
Nsumbu – Senhor da terra, também chamado de Ntoto pelo povo de Kongo.
Hongolo ou Angorô: auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades.
Kitembo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações.
Kaiangu: têm o domínio sobre o fogo.
Matamba, Bamburussenda, Nunvurucemavula: qualidades ou caminhos de Kaiangu
Kisimbi, Samba_Nkice: a grande mãe; deusa de lagos e rios.
Ndanda Lunda: Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi.
Kaitumbá, Mikaiá, Kokueto: deusa do oceano.
Nzumbarandá: a mais velha das Nkisi
Nwunji: Senhora da justiça. Representa a felicidade de juventude e toma conta dos filhos recolhidos.
Lembá Dilê, Lembarenganga, Jakatamba, Kassuté Lembá, Gangaiobanda: conectado à criação do mundo.
Ritual
Na Angola, os sacramentos são:
1 – Massangá: Ritual de batismo de água doce (menha), na cabeça (mutue), do iniciado (ndumbi), usando-se ainda o kezu (Obi).
2 – Nkudiá Mutuè: (Bori)- ritual de colocação de forças (Kalla ou Ngunzu(Angola)= Asé(Axé) = Muki(Congo)), através do sangue (menga) de pequenos animais.
3 – Nguecè Benguè Kamutué: ritual de raspagem, vulgarmente chamado de feitura de santo.
4 – Nguecè Kamuxi Muvu: Ritual de obrigação de 1 ano.
5 – Nguecè Katàtu Muvu: Ritual de obrigação de 3 anos (Nguece = obrigação), nessa obrigação, faz-se o ritual de mudança de grau de santo.
6 – Nguecè Katuno Muvu: Ritual de obrigação de 5 anos, preparação quase que identica a de um ano, só que acompanhada de muitas frutas.
7 – Nguecè Kassambá Muvu:ritual de obrigação de 7 anos, quando o iniciado receberá seu cargo, passado na vista do público, sendo elevado ao grau de Tata Nkisi (Zelador) ou Mametu Nkisi (Zeladora).
As obrigações, são de praxe para os rodantes, porque Kota (ekedi) e Kambondo (ogã), ja recebem seus cargos na feitura, portanto já nascem com suas ferramentas de trabalho, dão suas obrigações para aprimorar seus conhecimentos.
Em Angola, quem passa cargo são os enredos de Dandalunda. Isto é, não é preciso ser filho de Dandalunda, mas é ela quem autoriza aquela pessoa a receber o cargo.
Após 7 anos de obrigações, se renovarão a cada ano com rito de obi ou borí, conforme o caso, repetindo-se as obrigações maiores de 7 em 7 anos para renovar e conservar o indivíduo fortte, transformando-o em Kukala Ni Nguzu- Um ser fotte.
Kunha Kele: Sacramento realizado 3 meses e 21 dias após a feitura ( tirada de kele), quando o santo soltará a Kuzuela = Ilá.
Ordem de barco (sequência das pessoas recolhidas juntas para iniciação) na Angola
1º – Kamoxi, 2º – kaiari, 3º – katatu, 4º – Kakuanam, 5º – kakatuno, 6º – Kassagulu, 7º – Kassambà.
Na hierarquia de Angola o cargo de maior importância e responsábilidade são: é mais frequente se dizer Tata Nkisi (homem) ou Mametu Nkisi (mulher)
Anexo: Hierarquia do candomblé
Hierarquia no Culto de Ifá
- Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações (“Mãos”), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro – igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Awófakans (Aqueles que receberam a “primeira mão”)são chamados também de Olwós. Às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de buzios chamados Ekuró. As omoIfas também usam. Os BabaIfas, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.
Hierarquia no Culto aos Egungun
Masculinos:
- Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
- Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
- Ojê (iniciado com ritos completos),
- Ojê agbá (ojê ancião),
- Atokun (ojê que guia de Egum),
- Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
- Alagbê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos:
- Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
- Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
- Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
- Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
- Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
- Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
- Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.
Hierarquia no candomblé Ketu
- Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
- Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
- Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
- Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
- Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
- Iyamorô: ou BabamorôResponsável pelo Ipadê de Exu.
- Iyaefun ou : Responsável pela pintura branca das Iaôs.Babaefun
- Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
- Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
- Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
- Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
- Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de “cantar folhas.
- Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
- Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
- Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
- Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
- Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
- Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
- Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar. (não entram em transe).
- Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axéchegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
- Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
- Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
- Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de “Iyárobá” e na Angola, é chamada de “makota de angúzo”, “ekedi” é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
- Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
- Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
- Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
Hierarquia do candomblé Jeje
No Jeje-Mahi
- Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
- Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mina Casa das Minas
- Toivoduno
- Noche
No Kwé Ceja Houndé
- , cargo exclusivamente femininoGaiaku
- Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = “altar sagrado” e Gan = “senhor”. O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Hierarquia do candomblé Bantu
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
- Tata Nkisi - Zelador.
- Mametu Nkisi - Zeladora.
- Tata Ndenge - pai pequeno.
- Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
- Tata NGanga Lumbido – Ogã, guardião das chaves da casa.
- Kambondos – Ogãs.
- Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba – Ogã responsável pelas folhas.
- Tata Kivanda – Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
- Tata Muloji – Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
- Tata Mavambu – Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
- Mametu Mukamba – Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
- Mametu Ndemburo – Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
- Kota ou Maganga – Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
- Tata Nganga Muzambù – babalawo – pessoa preparada para jogar búzios.
- Kutala – Herdeiro da casa.
- Mona Nkisi – Filho de santo.
- Mona Muhatu Wá Nkisi – Filha de santo (mulher).
- Mona Diala Wá Nkisi – Filho de santo(homem).
- Tata Numbi – Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).
Sacerdotes na África
BANTU (ANGOLA-KONGO).
- Kubama………………adivinhador de 1a categoria.
- Tabi………………..adivinhador de 2a categoria.
- Nganga-a-ngombo………adivinhador de 3a categoria.
- Kimbanda…………….feiticeiro ou curandeiro.
- Nganga-a-mukixi………sacerdote do culto de possessão (Angola).
- Niganga-a-nikisi……..sacerdote do culto de possessão (Kongo).
- Mukúa-umbanda………..sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
Divisão Sacerdotais no Brasil
Angola - língua quimbundo - Kongo - língua quicongo
- Mam’etu ria mukixi……sacerdotisa no Angola.
- Tat’etu ria mukixi……sacerdote no Angola.
- Nengua-a-nkisi……….sacerdotisa no Kongo.
- Nganga-a-nkisi………sacerdote no Kongo.
- Mam’etu ndenge……….mãe pequena no Angola.
- Tat’etu ndenge……….Pai pequeno no Angola.
- Nengua ndumba………..mãe pequena no Kongo.
- Nganga ndumba………..pai pequeno no Kongo.
- Kambundo ou Kambondo….todos os homens confirmados.
- Kimbanda…………….Feiticeiro, curandeiro.
- Kisaba……………..pai das sagradas folhas.
- Tata utala…………..pai do altar.
- Kivonda……………..Sacrificador de animais (Kongo).
- Kambondo poko………..sacrificador de animais (Angola).
- Kuxika ia ngombe……..Tocador (kongo).
- Muxiki………………tocador( Angola).
- Njimbidi…………….cantador.
- Kambondo mabaia………responsável pelo barracão.
- Kota………………..todas as mulheres confirmadas.
- Kota mbakisi…………responsável pelas divindades.
- Hongolo matona……….especialista nas pinturas corporais.
- Kota ambelai…………toma conta e atende aos iniciados.
- Kota kididi…………toma conta de tudo e mantém a paz.
- Kota rifula………….responsável em preparar as comidas sagradas.
- Mosoioio…………….as (os) mais antigas.
- Kota manganza…………título alcançado após a obrigação de 7 anos.
- Manganza……………..título dado aos iniciados.
- Uandumba…………….designa a pessoa durante a fase iniciatória.
- Ndumbe………………designa a pessoa não iniciada.
O Ritual de Iniciação no Candomblé
O ritual de iniciação no Candomblé, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo será novo na vida do yàwó, ele receberá inclusive um nome pelo qual passará a ser chamado dentro da comunidade do Candomblé.
A feitura tem por início no recolhimento. São 21 (vinte e um) dias de reclusão, e neste prazo são realizados banhos, boris, oferendas, ebós, todo o aprendizado começa, as rezas, as dança, as cantigas…
É feita a raspagem dos cabelos (orô) e o abiã recebe o oxu (representa o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá) o kelê, os delogun, o mokan, o xaorô, os ikan, o ikodidé. O filho de santo terá que passar agora por um ritual, onde terá seu corpo pintado com giz, denominado efun. Ele deverá passar por este ritual de pintura por 7 (sete) dias seguidos.
O abiã terá agora que assentar seu Orixá e ofertar-lhe sacrifícios de animais de acordo com as características de cada um. Feito isso ele passa a se chamar yàwó.
A festa ritualística que marca o término deste período é denominada Saída de Yàwó, neste momento ele será apresentado à comunidade. Ele será acompanhado por uma autoridade à frente de todos para que lhe sejam rendidas homenagens.
Deitado sobre uma esteira, ele saudará com adobá e paó, que são palmas compassadas que serão dadas a cada reverência feita pelo yàwó e acompanhadas por todos presentes, como demonstração de que a partir daquele momento ele nunca mais estará sozinho na sua caminhada. Primeiramente saudará o mundo, neste momento a localização da esteira é na porta principal da casa. No seu interior, ele saudará a comunidade e por último, frente aos atabaques que representam as autoridades presentes. Neste primeiro momento o Orixá somente poderá dar o jicá. Só após a queda do kelê o Orixá poderá dar seu ilá.
O momento mais aguardado do cerimonial é o orukó. Neste momento o Orixá dirá o nome de iniciação de seu filho perante todos e também é neste momento que se abre a sua idade cronológica dentro de sua vida no santo.
Após a saída e depois dos 21 (vinte e um) dias de recolhimento o yàwó permanecerá de resguardo até a queda de kelê fora do barracão por um período de 3 (três) meses, neste período ele não poderá utilizar talheres para comer, deve continuar a sentar-se no chão sobre a esteira durante as refeições, está proibido de utilizar outra cor de roupa que não o branco da cabeça aos pés, não poderá fazer uso de bebidas alcoólicas, cigarro. .. E nem tão pouco sair à noite. E até que se complete 1 (um) ano, os seus preceitos continuarão.
Até que o yàwó complete a maior idade de santo, terá que continuar dia a dia o seu aprendizado e reforçar os seus votos por meio das obrigações.
Trecho Livro A Panela do Segredo, 283 – Pai Cido de Osun Eyin:
“Vale dizer que o transe não é imprescindível para que uma pessoa seja iniciada como adoxu, pois, independentemente de se manifestar o Orixá está em cada um de seus filhos. Isso é muito importante, porque só os adoxu podem assumir determinadas funções sacerdotais, como os cargos de ialorixá ou babalorixá. Sendo assim, uma pessoa que tem em seu odu a missão sacerdotal, incorporando ou não o Orixá, deve ser iniciada como adoxu e nunca como ogãn ou equedi, que já são ijoyé natos e jamais poderão entrar em transe de orixá”
Trecho Livro A Panela do Segredo, 284 – Pai Cido de Osun Eyin:
“Algumas pessoas não precisam ser raspadas ao se iniciarem. Esse é o caso principalmente das crianças que nasceram fadas à morte, mas que venceram o trágico destino (abiku). Existe uma graduação delas que considera as especificações de seu nascimento. Por exemplo: as crianças que nasceram pelos pés, com o cordão umbilical em volta do pescoço, depois de vários abortos, que foram abandonadas ao nascer ou cujas mães morreram ao dar à luz ____ neste último caso, se o abiku for indevidamente raspado poderá levar o seu pai-de-santo (ou seja, aquele que lhe deu a vida na religião) à morte. Evidente que todo nado morto é abiku”