Após artigos publicados em Planeta sobre o fenômeno do
desdobramento ou viagem astral, recebemos centenas de cartas de leitores
solicitando mais informações sobre o assunto.
Procurando atender aos pedidos, publicamos este artigo do Dr. Scott
Rogo, famoso parapsicólogo norte-americano.
Segundo ele, de uma coisa já se tem certeza: o desdobramento realmente
existe: o corpo que viaja se mantém consciente, o que prova a consciência não é
produto exclusivo nem parte inseparável do corpo físico e, mais ainda, que
sobrevive à morte.
POR SCOTT ROGO
O
capitão Burton, inglês, morreu de um ataque do coração. Pelo menos foi o que pensaram os
médicos. Mas ele sobreviveu ao ataque e
viveu ainda muitos anos depois de sua "morte", sobre a qual contava
uma história estranha:
"Encontrei-me de pé ao lado de minha cama, olhando para mim mesmo e
para o médico, sentindo-me muito bem, ainda que surpreso. De súbito fui violentamente puxado para a
cama, por cima da qual flutuei; a seguir veio um violento impacto. Então ouvi o médico dizendo: 'Ele está
voltando a si'. Ele me havia considerado
morto por algum tempo".
A
experiência do capitão Burton é igual à de todos que conseguiram enganar a
morte. Essa experiência enigmática,
contudo, não se restringe apenas aos que passaram pela morte, mas estende-se a
centenas de pessoas de todas as culturas.
Os parapsicólogos chamam a isso experiência fora do corpo, expressão que
substitui uma outra mais antiga, "projeção astral".
Houve
tempo em que as pessoas que passaram por essa experiência mantinham-se
reticentes sobre o assunto, temerosas do ridículo ou de serem acusadas de
loucura. Mesmo assim os parapsicólogos
conseguiram reunir centenas de casos relatados por indivíduos absolutamente
normais e tentaram estudar o fenômeno também no laboratório.
Com
o passar do tempo, centenas de pessoas comuns, homens de negócios,
donas-de-casa, artistas que passaram por essa experiência, mencionaram uma
série de observações semelhantes entre si.
Sir
Aukland Geddes, muito conhecido e respeitado médico inglês, relatou estranha
experiência desse tipo para a Royal Medical Society, de Edimburgo: "Eu
estava muito doente... Mas de repente compreendi que minha consciência se
separava de outra consciência que também era eu. O ego consciência que agora eu era parecia
fora do corpo que eu via na cama e que era meu".
Geddes
viu-se num corpo de aparição. Viu o
médico tentar reanimá-lo com uma injeção de cânfora. Sua consciência se obscureceu e de novo ele
estava em seu corpo. Mais tarde
verificou que tudo que notara enquanto estava supostamente inconsciente
realmente acontecera.
A
Sra. Carlina Larsen, uma dona de casa de Vermont (EUA), nunca tinha ouvido
falar na experiência fora do corpo até uma noite em que se deitou e adormeceu
ao som da musica de câmara que seu marido e amigos tocavam numa sala
próxima. "Um sentimento de profunda
depressão e apreensão me tomou, e forte torpor paralisou todos os meus
músculos. A seguir me vi de pé ao lado de
minha cama, olhando atentamente para meu corpo físico ali deitado.
"A
Sra. Larsen desceu a escada em seu novo corpo, que descreveu como mais radioso
do que o marido tudo que tinha observado... Coisas que não sabia antes.
Durante
anos, experiências desse gênero foram relatadas, mas nunca houve um esforço
organizado para estudá-las, até que pesquisadores psíquicos começaram a se
interessar. Alguns puseram tais casos de
lado, considerando-os como sonhos ou alucinações.
Mas
outros, principalmente os que tinham a mente alerta para a crescente ciência da
parapsicologia, acharam que as perguntas precisavam ser respondidas, e uma
delas era se a experiência fora do corpo era ou não imaginária. Por que aquelas pessoas podiam descrever
fatos ocorridas durante sua consciência e dos quais não podiam ter conhecimento
? O caso da Sra. Larsen era um
deles. E, se a experiência fosse simples
alucinação, por que tanta gente dizia ter visto um fio de prata unindo o corpo
físico ao seu "duplo" ?
ENTRE O CORPO E SEU ASTRAL, "UM
FIO DE TEIA DE ARANHA"
Esse
fio é freqüentemente mencionado por pessoas que passaram pela experiência. A. S. Wiltse, físico de Kansas (USA), depois
de sarar de grave doença, contou como havia flutuado para cima e para baixo,
até que se libertou do corpo e caiu levemente no chão. Dirigiu-se para a porta do quarto e, olhando
para trás, viu "um fio, como uma teia de aranha", unindo seu corpo
físico ao superfísico.
A
Sra. H. D. Williams, uma dona de casa inglesa, teve idêntica experiência, que relatou
a Robert Crookall, cientista inglês que passou vários anos estudando a
experiência fora do corpo. Ela contou
que olhou à sua volta durante a experiência e viu um fio brilhante, com 2 ou 3
polegadas de largura, preso à cabeça de seu corpo físico.
É
claro que esses relatos estranhos nos impelem a ir mais adiante, não apenas a
rotulá-los como ocorrências imaginárias.
Tanta
gente conta que saiu de seu corpo, e os parapsicólogos há muito tempo sabem que
certos indivíduos conseguem abandonar o corpo quase que na medida de sua
vontade.
Em
1919 o livro de Hereward Carrington "Modern Psychical Phenomena" foi
Ter às mãos de um jovem fraco e doentio que ainda não tinha vinte anos,
Muldoon, e que desde a infância tinha experiências fora do corpo. Lendo-o, Muldoon resolveu escrever ao
pesquisador contando que ele próprio podia escrever um livro sobre coisas que
as "autoridades" não conheciam.
Logo se estabeleceu correspondência entre ambos.
Em
1929 foi publicado a biografia de Muldoon em co-autoria com Carrington. O livro, A Projeção do Corpo Astral,
tornou-se um clássico do assunto.
Muldoon tinha 12 anos quando teve a primeira experiência. Acordou no meio da noite e sentiu pânico ao
ver que estava paralisado. Depois a
catalepsia mudou para a sensação de flutuar.
Quando, afinal, conseguiu ver, encontrou-se planando sobre seu
corpo. Como estava de pé, o menino
virou-se e viu um fio prateado unindo seus dois corpos.
Com
o passar dos anos, Muldoon teve centenas dessas experiências, que podia
controlar perfeitamente. Certa noite
adormeceu sentindo sede; encontrou-se desperto no estado fora do corpo tentando
abrir uma torneira no quarto pegado. Em
outra ocasião tocou casualmente num fio elétrico e imediatamente foi atirado
para fora do corpo e calmamente contemplou seu corpo se contorcendo.
Muldoon
notou que, quando sonhava estar voando, passava para o estado fora do
corpo. Essa circunstância levou muita
gente a indagar se sonhar que está voando, um sonho muito comum, teria algo a
ver com o estado fora do corpo. Muldoon
descreveu não só suas experiências mas também o método de forçá-las, os fatores
que as afetavam e o que pensava sobre o assunto. Muldoon e Carrington mais tarde reuniram
casos dessas experiências e juntos publicaram o livro "O Fenômeno da
Projeção Astral"; Muldoon publicou ainda "The Case for Astral
Projection".
À
medida que a saúde de Muldoon melhorava, sua extraordinária capacidade começou
a enfraquecer e praticamente desapareceu.
Apesar de seu nome Ter se tornado célebre na pesquisa psíquica, Muldoon
perdeu o interesse por ela e ficou dirigindo um salão de beleza até seu
falecimento, há alguns anos.
PODE SER COMUNICAÇÃO TELEPÁTICA. MAS
NEM SEMPRE.
Enquanto
Muldoon passava por suas estranhas aventuras nos Estados Unidos, um inglês descobria
que possuía poder semelhante. Oliver Fox
(um pseudônimo) descobriu que tinha um "duplo" que podia abandonar
seu corpo. Contou suas experiências em
vários artigos, depois transformou-os no livro "Projeção
Astral". Descobriu que, muitas
vezes, quando estava sonhando, compreendia que estava sonhando e, controlando
seus sonhos, podia forçar o estado fora do corpo (Método semelhante foi
descoberto por um experimentador holandês, Frederick van Eeden).
Certa
vez Fox acordou em estado de semi transe.
Compreendendo que estava passando por uma experiência fora do corpo,
apenas desejou sair da cama.
"Simultaneamente me sentia deitado na cama e de pé a meu lado. Andei devagar pelo quarto, até a porta: a
sensação de dualidade diminuía à medida que me afastava do corpo; mas, quando
ia sair do quarto, meu corpo foi puxado para trás... "
Como
Muldoon, Fox tinha uma infinidade de dados sobre a experiência.
Gabando-se
de seu poder diante de uma amiga, ela disse que ia projetar-se no quarto dele
naquela noite para mostrar que também tinha o mesmo poder. Quando estava na cama nessa noite, Fox
percebeu o vulto de Elsie no quarto. No
dia seguinte Elsie descreveu com exatidão o quarto de Fox, onde nunca tinha
estado.
Seria
possível que, estando invisível no estado fora do corpo, ocasionalmente uma
pessoa podia ser vista por outra ? Uma
série de casos indica essa possibilidade.
Várias
dessas experiências foram realizadas por S. H. Beard, amigo de Edmund Gurney,
um pioneiro na pesquisa psíquica em Londres.
Gurney ficou tão impressionado com essas experiências que as publicou,
em co-autoria com Beard, em dois volumes clássicos: "Fantasmas dos
Vivos". A primeira experiência foi
em novembro de 1881. Beard desejou
projetar-se para sua noiva e a menina irmã dela. Na noite do experimento, a noiva acordou e
viu um vulto de Beard de pé à sua frente.
Ficou tão assustada que também viu o vulto. Depois disso Beard mandava
cartões-postais para Gurney comunicando que planejava alguma experiência e
muitas vezes a noive de Beard mandava cartas datadas comprovando Ter visto sua
aparição. Uma vez a aparição checou a
acariciar seus cabelos.
TODOS CONCORDAM: O CORPO ASTRAL SAI
PELA CABEÇA
Poderiam
esses casos ser, na realidade, ao invés de experiências fora do corpo, alucinações
telepaticamente motivadas pelo pensamento intenso do experimentador ? Essa teoria foi aceita por muitos
parapsicólogos. Mas explicará todos os
casos desse tipo ? Provavelmente não, como no caso a seguir, que se tornou um
dos mais célebres de "aparição de vivos".
Uma
noite a Sra. Wilmot dormia muito inquieta porque o marido estava num vapor que
atravessava o oceano Atlântico com tempo tempestuoso. Dormindo segura em sua casa em Connecticut
(EUA), ela se viu deixando o corpo, viajando pelo mar e descendo num
navio. Encontrou o caminho para a cabine
do marido e, vendo-o, tentou se aproximar.
Viu outro homem num beliche por cima do dele. Ela hesitou, mas continuou a andar, beijou o
marido e partiu.
No
dia seguinte, Wilmot contou que tivera uma visão de sua mulher, que viera a ele
e o beijara. O que há de novo neste caso
é que o companheiro de cabine de Wilmot também viu a aparição e a tomou por uma
pessoa real; gracejou com Wilmot dizendo que ele havia recebido a visita de uma
mulher. A Sra. Wilmot anotou a
experiência, especialmente a posição da beliche do companheiro de seu
marido. Quando as anotações foram
conferidas, tudo foi confirmado. A prova
dos testemunhos foi tão forte que Eleanor Sidgwick, outra pioneira na pesquisa
psíquica, incluiu-a no seu artigo Sobre a Prova da Clarividência, publicado em
Proceedings, da Society for Psychical Research.
Até
há algum tempo, a maior parte dos dados sobre a experiência fora do corpo
resultava do relato de casos pessoais reunidos aqui e ali, com pouca análise
científica. Só em 1960 a experiência
fora do corpo começou a ser estudada cientificamente, e os dois cientistas
interessados obtiveram importantes progressos para a compreensão do fenômeno.
Um
dos cientistas era o pesquisador inglês Robert Crookall, que fez brilhante
carreira como cientista. Possuidor de
dois doutorados, esteve primeiro na faculdade da Universidade de Aberdeen e
mais tarde foi diretor de geologia no H. M. Geological Survey. Deixou esse lugar a fim de se dedicar
exclusivamente ao estudo e à análise dos casos de experiência fora do corpo.
O
Dr. Crookall ficou surpreso com as semelhanças encontradas entre as
experiências e, como Carrington e Muldoon, começou a reunir o maior número
possível de casos. Mas, ao contrário de
seus predecessores, Crookall estava interessado na análise crítica, esperando
que, através da investigação de grande número de casos, chegasse a alguma
definição sobre a experiência fora do corpo.
Reuniu perto de mil casos tirados da literatura sobre pesquisa psíquica
e de relatos obtidos em primeira mão.
Esses casos foram publicados em três volumes: The Study and Practice of
Astral Projection, More Astral Projection, Case Book of Astral Projection.
Até
agora Crookall apresentou quatro tipos diferentes de análise de seus
dados. Todos revelaram particularidades
desconhecidas.
A
primeira análise foi baseada no que é conhecido como "lei de comprovação
de Whateley", que diz, se um número suficiente de testemunhas
independentes comprova as características de uma observação - testemunhas que
comprovadamente não poderiam estar em conluio, então há muita probabilidade de
que a observação seja genuína.
Ao
analisar perto de trezentos casos, Crookall encontrou total concordância entre
os casos. As mesmas particularidades foram
encontradas em centenas de casos, contudo seis características principais
sobressaíram de sua analise:
1.
O perceptivo sente que está saindo do
corpo físico pela cabeça;
2.
Ocorre um escurecimento no momento da
separação entre a consciência e o corpo;
3.
O corpo aparição flutua sobre o corpo
físico;
4.
O corpo aparição volta ao corpo físico
antes do termino da experiência;
5.
Ocorre novo escurecimento no momento da
reintegração;
6.
A rápida reentrada causa choque ao
corpo físico.
Os
casos estudados por Crookall também mostraram que muitas vezes a pessoa que
passa pelo estado fora do corpo vê outras aparições; possui percepção extra- sensorial;
encontra-se num ambiente obscuro, nevoento ou num mundo
"paradisíaco"; e, por fim, um fio de prata muitas vezes é visto
durante a experiência.
DIFERENÇAS ENTRE AS VIAGENS ESPONTÂNEAS
E AS INDUZIDAS
A
Segunda análise de Crookall é ainda mais interessante. Apesar de todas as experiências fora do corpo seguirem um padrão geral, parecia haver
diferenças qualitativas entre os casos.
Para melhor avaliar este aspecto, o Dr. Crookall dividiu os casos em
dois grandes grupos. Um grupo era de
projeções ocorridas naturalmente, pouco antes de adormecer, ou causadas por
doença ou exaustão. O outro consistia de
experiências forçadas pelo uso de anestésicos, choque, sufocação, hipnose ou
projeção voluntária.
Comparando
os dois grupos de dados, descobriu que a experiência fora do corpo natural era
muito mais vívida e tinha características gerais diferentes das experiências
forçadas. Por exemplo, perto de 10% dos
casos naturais mencionavam o abandono do corpo pela cabeça, enquanto na
projeção forçada nem metade dessa porcentagem referiu-se a essa ocorrência.
A
Terceira análise de Crookall, consistiu na comparação dos relatórios feitos por
psíquicos com os de pessoas comuns que passaram pela experiência. Descobriu que de modo geral os psíquicos
contam experiências muito parecidas com projeções compelidas, ao passo que as
pessoas não psíquica tiveram experiências que eram como projeções naturais.
Na
Quarta analise de Crookall revela que muitas experiências fora do corpo ocorrem
em dois estágios. Ao analisar relatos de
primeira mão, Crookall, verificou que grande número de pessoas fala num estágio
inicial de confusão durante o princípio da experiência; a consciência se torna
mais clara; e no término da experiência volta certa imprecisão. Outro grande grupo de casos parece revelar a
liberação numa só etapa.
A
meticulosa pesquisa de Crookall provavelmente fez mais do que qualquer outra
para ajudar a parapsicologia a compreender a experiência fora do corpo. Baseado nessas pesquisas, Crookall criou
teorias esmeradas e cuidadosamente elaboradas sobre essa experiência, e sua
opinião básica é que esse experimento mostra que o homem possui um corpo ultra
físico que tem a capacidade de sobreviver à morte. O trabalho de Crookall mostra ainda que todos
os relatos sobre a experiência fora do corpo podem ser avaliados
cientificamente.
PROVAS, EXISTEM MUITAS. ATÉ AS DE LABORATÓRIO
Outro
pioneiro no estudo dessa experiência foi o Dr. Charles T. Tart, psicólogo
experimental. Era sua intenção descobrir
se as pessoas que afirmam passar freqüentemente por essa experiência podem
produzi-la em laboratório, onde pudesse ser controlada, da mesma forma que se
controlam os sonhos, seguindo o desenho das ondas cerebrais, o movimento rápido
dos olhos, etc.
Antes
de Charles Tart outros pesquisadores já haviam tentado estudar a EFDC em
laboratório. O pesquisador francês H. Durville afirmou haver fotografado o
"duplo" da médium mme. Lambert.
Outro francês, Charles Lancelin, pretendia haver obtido as impressões
digitais do corpo astral. Esses
experimentos, contudo, são bastantes antigos, e os métodos exatos empregados
pelos investigadores são um tanto misteriosos. Tart pode ser considerado como
realizador do primeiro trabalho experimental importante sobre a EFDC.
O
primeiro médium do Dr. Tart, foi Robert Monroe, que autorizou a publicação de
sua biografia "Journey out of the Body". Os primeiros experimentos foram levados a
efeito na Universidade de Virgínia em 1965 e 1966. Após uma semana de tentativas, Monroe
conseguiu a EFDC. Esperava-se que Monroe
saísse da sala de experiências no estado fora do corpo, fosse a uma sala
próxima e contasse o que tinha visto. Durante
todo o tempo foi controlado por um aparelho encefalográfico e por outros. Esperava-se também que lesse um número de
seis algarismos colocados numa prateleira a 2,5 metros acima do solo.
O
experimento obteve êxito parcial. Monroe
contou que o técnico estava no corredor com um homem. O que era correto. Os aparelhos de controle revelaram que Monroe
permaneceu numa espécie de estado de sono durante a EFDC. Quando os experimentos foram repetidos em
Davis, Califórnia, a leitura registrada foi semelhante, além de assinalar queda
da pressão sangüínea.
Miss
Z foi a Segunda médium talentosa de Tart.
Na Segunda noite dos experimentos, também em Davis, ela teve a
EFDC. A leitura de seu
eletroencefalograma não pôde identificar se estava dormindo ou acordada. Tart esperava que ela pudesse ler um número
escrito numa prateleira mais alta do que ela, à qual não teria acesso
fácil. Na Quarta noite ele conseguiu. O número só podia ser lido se alguém
flutuasse sobre a prateleira.
Infelizmente o Dr. Tart descobriu que o número podia refletir-se num
relógio do quarto, se fosse iluminado por luz brilhante. É pouco provável que a médium o tivesse lido
por esse meio. Aqui também foram registrados
estranhos desenhos no eletroencefalograma.
Testes semelhantes aos descritos também foram levados a
efeito pela American Society of Psychical Research, com o médium Ingo Swann.
REVELA-SE ENTÃO UM NOVO CONCEITO DE
CONSCIÊNCIA.
Finalmente
a experiência fora do corpo está emergindo da esfera da anedota para o campo
experimental. Todavia, para onde nos
levam esses estudos, tanto os anedóticos como os experimentais ?
Três
áreas da pesquisa psíquica são drasticamente afetadas pela pesquisa da
experiência fora do corpo. A primeira é
a do estudo das aparições. O pesquisador
Hornell Hart acredita que a experiência fora do corpo poderia ser a chave para
compreender as aparições, já que muitas "aparições de vivos", tanto
quanto "aparições de mortos", foram registradas. Em estudo magistral, Hart analisou as
características desses diferentes casos de aparições e viu que ambos possuíam
as mesmas peculiaridades. Deduziu que os
dois tipos tinham a mesma natureza e muito provavelmente revelaram um mecanismo
semelhante ao da experiência fora do corpo.
A
Segunda área afetada pelo estudo da EFDC é a da sobrevivência à morte. Tanto Tart como Crookall afirmaram achar que
a EFDC demonstra ser possível a vida consciente espacialmente distante e
separada do corpo físico. A consciência
não depende do corpo e poderia, assim, sobreviver à morte.
Em
Terceiro lugar a EFDC substancialmente altera nosso conceito sobre o que é
"consciência". Durante a EFDC
o perceptivo é muitas vezes atirado para novas experiências sensoriais e novos
níveis de consciência. Por exemplo,
algumas leituras dos encefalogramas tomados durante as EFDC feitas por Charles
Tart são semelhantes às leituras obtidas com praticantes do zen em
meditação. Assim como a experiência
mística traz consigo uma expansão da consciência, a EFDC pode muito bem ser uma
avenida aberta para um novo mundo da mente.
Como descreveu um perceptivo:
"Era uma noite de outubro, mais ou menos às 11 horas da noite. De repente me senti fora do corpo flutuando
sobre um pântano no Highland, num corpo tão leve ou mais leve do que o ar. Havia um bosque, e o vento não me incomodava,
como aconteceria se estivesse no meu corpo físico; eu era parte do vento. A vida no vento, as nuvens, as árvores, tudo
era parte de mim, fluindo dentro e através de mim, e eu não oferecia
resistência. Estava repleto de vida gloriosa. Durante todo o tempo, à margem da minha
consciência, eu sabia onde estava meu corpo terrestre, ao qual poderia retornar
se surgisse algum perigo. Tudo deve Ter
durado alguns minutos ou segundos, não sei dizer, porque eu estava fora do
tempo..."
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Experiências Fora do Corpo (EFC) , Experiências Extracorporais (EECs)),
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