A projeção astral continua sendo um dos fenômenos mais
intrigantes e discutidos da parapsicologia, exigindo dos pesquisadores uma
abordagem científica totalmente diferente da convencional.
A
pessoa tem um sonho no qual parece flutuar.
Ela move suas pernas como se estivesse caminhando na rua, acordada, mas
se encontra a alguns centímetros do chão.
O movimento é mais fácil e, a cada passo, é nítida a impressão de estar
percorrendo longas distâncias com um esforço mínimo. Aos poucos, ela começa a perceber que se
encontra cada vez mais distante do solo, como se estivesse voando, capaz de ir
a qualquer lugar simplesmente desejando.
A sensação de liberdade e alegria é imensa, acompanhada de um forte
desejo de permanecer naquele estado eternamente.
Para
alguns pesquisadores ligados à parapsicologia ou às diversas vertentes do
espiritualismo, esse tipo de sonho é indício do fenômeno conhecido como
projeção astral. Também pode acontecer
de alguém tomar consciência de estar num sonho e, com isso, não apenas conseguir
algum controle sobre o que está acontecendo mas também reproduzir a experiência
outras vezes. Ou da pessoa se assustar e
acordar bruscamente, sobressaltada, com a impressão de estar caindo. Tudo isso indica projeção astral e são
acontecimentos bastante comuns para a maioria das pessoas.
Segundo,
se sabe, o fenômeno pode ocorrer espontaneamente, independente da vontade, ou
como uma experiência controlada, programada.
Dependendo da linha de estudos, existem inúmeros procedimentos ou
exercícios preparatórios para se realizar uma viagem astral, mas nem todos os
pesquisadores entendem que isso seja possível.
O
conhecimento da projeção astral parece ser quase tão antigo quanto a própria
humanidade. Existem referências na Bíblia e em diversas culturas do
planeta. Os antigos egípcios falavam do
Ka, visto como uma cópia ou reflexo imaterial do corpo físico. O taoísmo entende que a energia do universo
está concentrada no corpo físico, na
forma de uma essência espiritual que, com exercícios e meditação, poderia ser
exteriorizada. Os hindus também entendem
que o corpo é constituído da parte física e outras normalmente não
visíveis. No Tibete, é bastante
difundida a idéia de que todas as coisas têm um duplo, como uma realidade
invisível junta à visível.
O
conhecimento da projeção astral se popularizou no mundo ocidental na Segunda
metade do século XX, dando origem a uma série de estudos que tinham como meta
facilitar a realização do fenômeno.
Anteriormente chamada de viagem
astral, o termo acabou substituído, em algumas linhas parapsicológicas por Projeciologia.
CORPO ASTRAL
Espécie
de cópia exata da forma física, mas que não deve ser confundido com a alma, o
corpo astral tem uma relação bem estreita com o de carne e osso. Apesar de ainda não ser possível definir sua
composição, muitos afirmam que ele também possui uma existência material só que
diferente do corpo físico. Algumas
linhas explicam que a forma astral tem freqüência vibracional bem superior a do
mundo físico, razão pela qual é difícil vê-la.
E, ao contrário da alma, tida como imortal, um dia, em determinado ponto
evolucional do indivíduo, o corpo astral também morrerá para que o espírito
ingresse em planos mais elevados de existência.
Quando
ocorre o que os médicos chamam de morte clínica, o corpo astral desliga-se do
físico, mantendo a mesma individualidade e consciência de antes. Segundo alguns pesquisadores, essa forma
astral passa a viver em uma espécie de dimensão paralela ou plano astral. Outros entendem que o corpo astral não existe
necessariamente em outra dimensão, mas que possui a capacidade de deslocar-se
através de diferentes dimensões, ultimamente têm surgido inúmeros relatos de
pessoas que estariam entrando em contato com seres extraterrestres pela
projeção astral, já que tais criaturas habitariam dimensão diferente da nossa.
Todos
os relatos de projeção astral fazem referências a um cordão de prata unindo a
forma etérea à física, podendo esticar-se a distância espantosas sem se
partir. Muitos afirmam que um rompimento
do cordão de prata implicaria na morte imediata do corpo físico, apesar de
estudos mais recentes refutarem a idéia, dizendo que o cordão não pode ser
rompido e, mesmo se pudesse, isso não acarretaria na morte física.
NOVAS ABORDAGENS
Hoje
a projeciologia se apresenta como uma nova maneira de encarar o fenômeno, com
estudos, pesquisas e experiências realizadas no
Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, com sedes
na Espanha, Argentina, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Holanda,
Itália, Uruguai e China, além de 56 unidades no Brasil. Segundo Werner
Scheinpflug, médico cardiologista e diretor técnico-científico do IIPC,
projeciologia é o estudo da projeção da consciência ou experiência fora do
corpo, que nada mais é do que um sinônimo de viagem astral. "Nós utilizamos esse termo",
explica Werner Scheinpflug, "por ser mais técnico, sem nenhuma conotação
mística ou esotérica. A projeção
consciente refere-se a uma experiência peculiar de percepção do meio (ou
ambiente), seja espontânea ou induzida, na qual o centro de consciência de
alguém situa-se em uma locação espacial separada de seu corpo físico."
Segundo
Werner Scheinpflug, para tratar desse tema é necessário um ponto de vista
científico diferente, uma vez que a ciência convencional exige provas
concretas, algo muito difícil em uma experiência não-física e subjetiva, como é
o caso da projeção consciente. "O
que estamos dispostos a fazer é propor um novo modelo científico que abarque a
complexidade do fenômeno e permita a verificação pessoal de qualquer
pesquisador realmente motivado. A
vivência pessoal é a maior comprovação que qualquer um pode ter. O problema é que os pesquisadores convencionais
exigem provas externas por insegurança pessoal de encarar os fenômenos parapsíquicos
de frente".
O
objetivo desses estudos e experiências não é convencer ninguém, uma vez que a
projeciologia adota o "paradigma consciencial" para estudar os
fenômenos, ou seja, uma visão de mundo diferente da que tem a ciência
materialista. "Essa
abordagem", diz Werner Scheinpflug, "é composta a partir da
auto-experimentação do interessado, da convergência dos relatos e da extensa
bibliografia em torno do assunto.
Atualmente, temos pesquisas individuais que se transformaram em cursos -
"maratonas" de pesquisas nas quais cada um aplica determinada técnica
no período de um mês, procurando posteriormente compilar os relatórios e
verificar os fenômenos comuns, além dos experimentos individuais realizados nos
laboratórios do Centro de Altos Estudos da Consciência
(CAEC), mantido pela Cooperativa dos Colaboradores do IIPC".
Os
relatos e experiências dos pesquisadores do IIPC estão em concordância com
outros, vindos de diferentes partes do mundo.
Esses relatos afirmam que, durante a projeção, uma pessoa pode ir a
outro continente, a outro planeta ou encontrar pessoas no mesmo estado ou que
já perderam o corpo físico. "Essas
vivências realmente ocorrem em outra dimensão da existência", diz Werner
Scheinpflug, "que nós chamamos de
dimensão extrafísica. A projeção
consciente é a chave para entrar nessa outra dimensão". Scheinpflug também entende que qualquer
pessoa pode realizar a projeção, desde que tenha motivação, persistência e
disciplina, técnicas que o IIPC garante fornecer em seus cursos. Outros pesquisadores famosos da projeção
astral, como Sylvan Muldoon e Hereward
Carrington, também afirmam que qualquer pessoa pode fazer a projeção,
ainda que alguns tenham mais facilidade do que outros.
COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA
Assim
como ocorre com outros fenômenos parapsicológicos, por se tratar de um
acontecimento subjetivo a projeção enfrenta problemas com a ciência
convencional. Apesar das dificuldades
para se obter provas, alguns cientistas dedicaram-se ao estudo da projeção,
como o inglês Robert Crookall, que publicou uma
série de livros nos anos 60 e 70; Hornel Hart,
da Universidade de Duke,
a mesma que possibilitou as pesquisas parapsicológicas de J. B. Rhine; e o psicólogo Charles
T. Tart.
Charles
T. Tart efetuou experiências na Universidade da
Virgínia e na Universidade de Davis
(Califórnia), para ver se era possível realizar e controlar a projeção
astral em laboratório. Para isso, ele
convidou Robert A Monroe, nos anos 60, que
conectado a aparelhos como um eletroencefalógrafo deveria ler uma série de
números colocados fora de seu alcance.
Foi obtido o que se chamou de "êxito parcial", uma vez que
Robert A Monroe conseguiu descrever apenas parte dos números. Durante a experiência, os aparelhos indicaram
que ele se encontrava num estado de sonho.
Para
a ciência, as declarações assombrosas de pessoas que passaram pela experiência
e afirmam Ter viajado a outros países, planetas, encontrado espíritos
desencarnados, marcado encontro com outros viajantes nessa dimensão ainda
desconhecida, são de pouca validade justamente por não serem objetivas, e
talvez, não passarem de imaginação.
Seja
como for, a maioria dos pesquisadores na área, inclusive Charles T. Tart e o
IIPC, defendem que não é possível analisar todas as experiências usando os
mesmos padrões de abordagem científica.
Os fenômenos que extrapolam a realidade física requerem métodos
distintos de investigação.
Charles
T. Tart concluiu que a projeção astral deve ocorrer em menos de um por cento da
população, mas esse numero pode estar aumentando à medida que mais pessoas
tomam conhecimento do assunto e passam a acreditar na possibilidade de ter a
experiência. Isso pode ser um indício de
que, para tornar possível determinado fenômeno paranormal, talvez seja preciso
acreditar, e o poder da fé verdadeira ainda continua sendo um grande tabu para
os estudos científicos tradicionais.
CAINDO NO SONHO
A
sensação de queda parece ocorrer principalmente durante o estágio inicial do
sono e é bastante comum. Para a
psicologia e psiquiatria, ela pode estar associada a vários tipos de temores,
expressos na forma de uma queda sem rumo e um despertar assustado. Outra linha de pensamento diz que o fato pode
Ter relação com memórias coletivas inconscientes, de uma época antiquíssima,
quando nossos ancestrais ainda viviam em cima de árvores, o único local seguro,
uma queda significaria estar à mercê dos inimigos e predadores.
Hans Holzer, famoso pesquisador dos fenômenos
psíquicos, acredita que a sensação tem a ver com o retorno do corpo astral ao
corpo físico. Nos casos em que, por uma
razão ou outra, o corpo astral se vê obrigado a voltar rapidamente, a mudança
de um ambiente onde a vibração é mais rápida para outro em que ela é mais lenta
poderia provocar um choque, semelhante à sensação de queda.