segunda-feira, 10 de novembro de 2025

O Reino das Almas e o Sagrado Povo das Almas do Mato na Quimbanda Uma Visão Ampliada sobre a Falange Guiada por Exu 7 Montanhas, Sob a Regência de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas

 O Reino das Almas e o Sagrado Povo das Almas do Mato na Quimbanda
Uma Visão Ampliada sobre a Falange Guiada por Exu 7 Montanhas, Sob a Regência de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas

O Reino das Almas e o Sagrado Povo das Almas do Mato na Quimbanda
Uma Visão Ampliada sobre a Falange Guiada por Exu 7 Montanhas, Sob a Regência de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas


Introdução: Um Reino de Mistério e Justiça

Na cosmologia da Quimbanda, o Reino das Almas é um dos sete reinos espirituais fundamentais que estruturam a hierarquia e a atuação dos Exus e Pombagiras. Esse reino é profundamente ligado às Almas em evolução, espíritos que transitam entre os planos material e espiritual, muitas vezes em busca de redenção, justiça ou proteção. Dentre as falanges mais respeitadas desse reino está o Povo das Almas do Mato, cuja liderança é exercida pelo poderoso Exu 7 Montanhas, sob a soberania de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas.

Essa falange é invocada por médiuns, pretos-velhos, caboclos e outros guardiões da esquerda espiritual quando se necessita de ações profundas de corte, proteção, desmanche de trabalhos negativos e abertura de caminhos espirituais bloqueados por energias obscuras.


Origem e Formação da Falange

O Povo das Almas do Mato surgiu na encruzilhada entre as tradições indígenas do interior do Brasil, cultos afro-brasileiros e a devoção popular às almas penadas. Essas entidades incorporam as essências dos espíritos que viveram e morreram nos matos, seja como caçadores, índios, escravizados fugidos, ou pessoas que se voltaram para a natureza após sofrerem traições, injustiças e abandono.

Esses espíritos se reuniram sob a égide de Exu 7 Montanhas, um guerreiro do plano astral nascido da sinergia entre a força telúrica das montanhas, a sabedoria das florestas e a energia vibrante das encruzilhadas. Sua missão é proteger os caminhos espirituais daqueles que caminham com coragem e verdade, especialmente aqueles que se conectam à natureza e à magia ancestral.

A falange é regida pelo Rei das Almas, uma figura de autoridade suprema, que comanda todas as almas ligadas à justiça espiritual, e por sua consorte, a Rainha das Almas, uma Pomba-Gira de forte magnetismo, sensualidade sagrada e poder de domínio sobre as paixões, desejos e segredos humanos.


Local de Atuação e Presença Espiritual

O Povo das Almas do Mato atua principalmente em regiões de mata virgem, trilhas remotas, encruzilhadas escondidas, cachoeiras isoladas e montanhas pouco acessíveis – locais onde a energia telúrica é pura e não corrompida pela influência urbana. Eles também se manifestam em cemitérios antigos, grutas e nas proximidades de ruínas rurais.

Na mediunidade, essas entidades preferem se incorporar em médiuns com forte sensibilidade à natureza, que tenham vivência com o mato ou que estejam em processo de purificação espiritual. Suas presenças são marcadas por vozes roucas, movimentos firmes, olhar penetrante e uma energia densa e protetora.


Formas de Atuação e Trabalhos Típicos

O Povo das Almas do Mato é invocado para:

  • Desmanchar feitiçarias e magias negras enraizadas na natureza;
  • Cortar demandas espirituais antigas que se perpetuam por linhagem familiar;
  • Abrir caminhos bloqueados por espíritos obsessores ligados ao passado;
  • Proteger trilheiros, guardas florestais e espiritualistas que caminham por lugares remotos;
  • Resgatar almas perdidas em zonas de trevas ou encantadas em matos;
  • Promover justiça espiritual em casos de traição, vingança ou injustiça não resolvida;
  • Fortalecer o médium contra ataques espirituais e energias densas.

Essa falange não age com leveza — suas ações são firmes, diretas e muitas vezes irreversíveis. Por isso, só deve ser chamada por quem está preparado para assumir as consequências kármicas de seus trabalhos.


Como Montar um Altar para o Povo das Almas do Mato

Montar um altar para essa falange requer respeito, simplicidade e conexão com os elementos da terra. O altar pode ser montado em ambientes fechados ou ao ar livre, preferencialmente em locais que tenham contato com a natureza.

Elementos fundamentais:

  • Imagem ou ponto riscado de Exu 7 Montanhas, Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas;
  • Cor predominante: preto, vermelho-sangue e marrom-terra;
  • Veladoras: velas pretas, vermelhas e marrom-escuras (ou feitas de cera natural);
  • Oferecimentos típicos:
    • Cachaça envelhecida ou pinga de alambique;
    • Charutos ou fumo de rolo;
    • Mel com pimenta;
    • Flores silvestres (como maria-sem-vergonha, cravina, jurema-branca);
    • Galhos secos, folhas de arruda, guiné e eucalipto;
    • Cristais como ônix, hematita e quartzo fumê;
  • Objetos de mato: chifres, penas, sementes, ossos simbólicos (nunca de animais sacrificados);
  • Recipiente com água de cachoeira ou de chuva para purificação;
  • Pano de altar em tecido rústico, como juta ou algodão cru.

Importante: Nunca ofereça sangue, nem faça rituais com intenção de prejudicar outrem. A falange das Almas do Mato age com justiça, não com maldade.


Entidades Principais do Povo das Almas do Mato

Além de Exu 7 Montanhas, regente direto da falange, outras entidades atuam sob sua égide:

  • Exu Rei das Almas – governante supremo do Reino das Almas;
  • Pomba-Gira Rainha das Almas – guardiã dos segredos e das paixões humanas;
  • Exu das Trilhas – abre e protege caminhos espirituais e físicos;
  • Maria Mulambo das Matas – Pomba-Gira que recolhe energias negativas e cura feridas espirituais;
  • Caveira do Mato – entidade ancestral que trabalha com ossos e energias de transição;
  • Exu Matador de Demandas – especialista em destruir trabalhos de magia negra;
  • Pai João das Almas – espírito de preto-velho que atua como conselheiro e curador.

Conclusão: Um Chamado para a Verdade e a Coragem

O Povo das Almas do Mato não é para os fracos de espírito. É uma falange que exige postura, respeito e fidelidade aos compromissos espirituais. Trabalhar com eles é aceitar caminhar pela floresta escura da alma, enfrentar os próprios demônios e emergir mais forte, mais sábio e mais conectado ao Divino.

Sua força está na simplicidade da natureza, na justiça imparcial e na proteção incondicional aos que vivem com integridade.


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