Exu Sete Gargalhadas: O Guardião que Ri para Libertar Almas
Uma lenda espiritual onde a alegria é arma, o riso é ritual e a liberdade nasce do coração leve
Exu Sete Gargalhadas: O Guardião que Ri para Libertar Almas
Uma lenda espiritual onde a alegria é arma, o riso é ritual e a liberdade nasce do coração leve
Capítulo I: O Menino que Nascera Rindo
Em meados do século XIX, nas margens do rio São Francisco, na Bahia do sertão, nasceu Zé Bento — e, segundo os mais velhos da vila, foi o único menino que veio ao mundo rindo.
Seus pais, Dona Quitéria, uma parteira que sabia ler as estrelas, e Seu Tonho, um tocador de viola que animava festas de roça, diziam que, na noite do parto, sete cães vira-latas uivaram ao mesmo tempo — mas, em vez de presságio ruim, foi como se sete espíritos da alegria tivessem abençoado aquela vida.
Zé Bento cresceu descalço, de chapéu rasgado e olhos sempre brilhando. Enquanto outros choravam com fome, ele inventava histórias engraçadas para fazer as crianças esquecerem a dor. Quando alguém ficava doente, ele entrava no quarto cantando modas de improviso que arrancavam risadas até dos mais tristes.
— “Riso não cura a febre — dizia ele —, mas ensina o corpo a lutar.”
Sua casa era ponto de encontro. Velhos, órfãos, viúvas, desempregados… todos iam lá não só por um prato de feijão, mas por um abraço e uma piada que fazia o coração respirar.
Capítulo II: O Amor que Dançava na Chuva
Aos 24 anos, Zé Bento conheceu Lia, uma professora recém-chegada da capital, que ensinava as crianças a ler usando músicas e jogos. Ela usava óculos redondos e ria com a cabeça jogada para trás — um som que, segundo os vizinhos, “fazia as folhas das mangueiras tremerem de alegria”.
Os dois se apaixonaram sem drama. Namoravam debaixo de árvores, escreviam bilhetes engraçados um para o outro, e, nas noites de São João, dançavam quadrilha mesmo sem música, só com o som dos grilos e do riacho.
Lia dizia:
— “Você não é só engraçado, Zé. Você é cura.”
E ele respondia:
— “E você é quem me ensinou que rir com amor não é frivolidade — é revolução.”
Juntos, sonhavam em abrir uma escola popular onde as crianças aprendessem com alegria, sem medo, sem castigo. Um lugar onde o riso fosse tão sagrado quanto a oração.
Capítulo III: A Última Gargalhada
Mas o poder tem medo de quem une as pessoas com alegria.
Um juiz local, Dr. Alcides Mourão, homem frio e autoritário, via a influência de Zé Bento como “subversão moral”. Acusou-o de “corromper a ordem social com festas e desrespeito à disciplina”. Quando Zé se recusou a parar de reunir as crianças para contar histórias, o juiz ordenou sua prisão.
Na véspera da audiência, durante uma noite de temporal, Zé foi surpreendido por capangas na beira do rio. Queriam calá-lo para sempre.
Mas, mesmo com as mãos amarradas, Zé Bento riu.
— “Vocês pensam que prendem um homem com corda? O que me prende é o riso dos outros. E isso… vocês nunca vão cortar.”
Enfurecidos, os homens o empurraram no rio. A correnteza estava forte. Zé tentou nadar, mas uma pedra o feriu na cabeça. Antes de desaparecer nas águas, gritou sete vezes, como se estivesse gargalhando — cada som ecoando em uma direção diferente.
Lia, ao saber, correu até o rio. Não chorou. Sentou-se na margem e começou a cantar a canção que Zé tinha feito para ela. E, segundo os pescadores, o rio parou de correr por sete minutos.
Capítulo IV: A Ascensão como Exu Sete Gargalhadas
No plano espiritual, os Orixás testemunharam o sacrifício. Oxum, que ama a ternura e a leveza, intercedeu por Zé. Xangô, guardião da justiça, reconheceu que ele fora condenado por espalhar união. E Ogum, que respeita quem defende seu povo sem armas, abriu-lhe as portas da falange dos Exus.
Mas não foi como guerreiro. Foi como libertador da alma.
Zé Bento tornou-se Exu Sete Gargalhadas — entidade que desmancha energias pesadas com o poder do riso sagrado, que quebra correntes do medo, da vergonha e da tristeza crônica.
Trabalha na Linha de Oxum, mas com forte ligação a Xangô (justiça emocional) e Iemanjá (acolhimento materno). Seu riso não é deboche — é purificação. Ele comanda uma falange de espíritos que usam alegria como escudo contra a opressão.
Capítulo V: Como Ele Trabalha Hoje
Exu Sete Gargalhadas atua onde há:
- Depressão disfarçada de força
- Famílias paralisadas pela dor
- Pessoas que se esqueceram de rir
- Rituais bloqueados por energia densa
Ele não resolve problemas com dor — resolve com clareza trazida pela leveza.
É invocado antes de giras difíceis, para “limpar o ar”, e também por artistas, professores, terapeutas e mães exaustas.
Nunca atende pedidos de humilhação alheia. Seu riso liberta — nunca fere.
Capítulo VI: Altar de Exu Sete Gargalhadas
Seu altar é acolhedor, colorido e vibrante — mas sempre respeitoso.
Elementos essenciais:
- 7 velas amarelas ou douradas (cor da alegria e da mente iluminada)
- 1 taça com água de coco fresca (símbolo de doçura e renovação)
- 1 copo pequeno de licor de frutas ou cachaça com mel
- 7 moedas banhadas a ouro (ou comuns, mas polidas)
- Um pequeno espelho (para refletir o que precisa ser visto com leveza)
- Flores amarelas: girassol, cravo amarelo, margarida
- Um sino ou chocalho (para “chamar o riso”)
- Ofereça às quartas-feiras, dia de Oxum
Local: pode ficar em sala de estar, consultório, ateliê — onde houver necessidade de leveza e criatividade.
Capítulo VII: Oferendas e Rituais para Libertação
1. Para quebrar tristeza crônica ou depressão espiritual
- Acenda uma vela amarela.
- Coloque ao lado um espelho e um copo com água e mel.
- Olhe-se nos olhos e diga:
“Exu Sete Gargalhadas, me devolve o riso que eu perdi. Que eu ria não por esquecer a dor, mas por saber que ainda sou livre.”
- Beba um gole da água. Guarde o resto para regar uma planta.
2. Para proteger crianças ou jovens da ansiedade
- Ofereça na encruzilhada:
- 7 balas de melancia ou coco
- 1 fita amarela amarrada em nó
- 1 vela amarela
- Peça:
“Sete Gargalhadas, envolva os pequenos com sua alegria. Que brinquem sem medo, sonhem sem culpa, riam sem vergonha.”
3. Para limpar energia pesada antes de um trabalho espiritual
- Chacoalhe um guizo (ou qualquer objeto que faça som leve) em volta do espaço.
- Diga:
“Risos sagrados, venham! Que toda tristeza fingida saia daqui. Exu Sete Gargalhadas, abre o caminho com alegria!”
Epílogo: O Riso que Salva
Exu Sete Gargalhadas não espera que você se curve.
Espera que você sorria — mesmo com os olhos cheios d’água.
Porque, na tradição afro-brasileira, rir não é negar a dor.
É dizer ao mundo:
“Você não me quebrou. E, enquanto eu puder rir, sou livre.”
E é nesse riso que ele habita.
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Este texto é uma criação devocional inspirada na rica diversidade dos Exus na Umbanda, com respeito à função e à simbologia de Exu Sete Gargalhadas como entidade de cura emocional e libertação energética. Oferecido com amor, ética e reverência.