Pomba Gira Maria Mulambo do Cruzeiro
A Rainha das Encruzilhadas Sagradas, Guardiã dos Caminhos Cruzados e Mãe dos Corações Partidos
Pomba Gira Maria Mulambo do Cruzeiro
A Rainha das Encruzilhadas Sagradas, Guardiã dos Caminhos Cruzados e Mãe dos Corações Partidos
Capítulo I: Nascida na Sombra da Cruz
Antes de ser invocada com velas acesas e vozes sussurrando promessas nas madrugadas de sexta-feira, Maria Mulambo do Cruzeiro foi Luzia Alves, nascida em 1905, em uma casa de barro e sapê às margens de uma encruzilhada antiga no interior de Goiás. Filha de Dona Rosa, benzedeira e parteira, e de Seu Tonho, um tropeiro que morreu enforcado por dívidas que não eram suas, Luzia cresceu entre cruzes de madeira, rezas de demanda e o vento que sopra nos quatro cantos do mundo.
Desde menina, sentia a presença dos espíritos nas encruzilhadas. Enquanto outros corriam, ela parava para ouvir. Aos oito anos, já sabia acender vela para alma penada. Aos doze, conversava com Exus como se fossem tios distantes. Aos quinze, entendeu que seu destino não era casar, ter filhos ou viver tranquila — era servir aos caminhos.
Seu nome “Luzia” era irônico: ela nunca foi luz fácil. Foi luz que surge depois da escuridão mais densa.
Capítulo II: O Único Amor — e a Cruz que o Levou
Seu único amor foi Daniel, um jovem ferreiro que chegou à vila com as mãos calejadas e os olhos cheios de esperança. Conheceram-se justamente na encruzilhada onde Luzia deixava oferendas. Ele riu da primeira vez que a viu falando com o vento. Mas, ao vê-la curar sua febre com um banho de arruda e mel, acreditou.
Durante um ano, viveram um amor simples e profundo. Daniel prometeu construir uma casa perto do cruzeiro — “pra você nunca ficar longe dos seus espíritos”, dizia, com carinho. Juraram-se eternidade sob a cruz de madeira rachada pelo tempo.
Mas o destino não respeita juramentos feitos por pobres.
Na véspera do casamento, Daniel foi acusado falsamente de roubo por um fazendeiro poderoso. Sem julgamento, foi levado à força e enforcado na própria cruz onde haviam trocado juras. Seu corpo ficou pendurado por três dias — como exemplo.
Luzia não chorou na frente de ninguém.
Mas, à meia-noite, foi até o cruzeiro, desceu o corpo com as próprias mãos, enterrou-o em segredo e jurou nunca mais amar um homem vivo.
A partir daquele dia, passou a vestir trapos vermelhos e pretos, e a falar com as entidades como se fossem sua única família.
Capítulo III: A Morte e o Nascimento na Encruzilhada
Anos se passaram. Luzia virou lenda: a mulher que curava com ervas, desmanchava feitiço com sal grosso e nunca sorria. Morreu em 1948, aos 43 anos, de uma febre que nenhum remédio curava — mas que todos diziam ser “chamado do além”.
Na noite de sua morte, pediu para ser levada à encruzilhada central, onde tudo começou. Deitou-se aos pés do cruzeiro, abraçando a madeira envelhecida, e sussurrou:
“Se não posso ter amor na vida… que eu tenha poder na morte.”
Morreu com os olhos abertos, fixos no céu.
Naquela madrugada, sete velas acenderam sozinhas ao redor do cruzeiro.
O vento soprou dos quatro cantos ao mesmo tempo.
E uma voz feminina, forte e doce, ecoou:
“Daqui em diante, quem guiar os perdidos nas encruzilhadas… serei eu.”
Assim nasceu Pomba Gira Maria Mulambo do Cruzeiro — entidade de força, justiça e proteção, que habita os lugares onde os caminhos se cruzam e as decisões se definem.
Capítulo IV: Sua Linha, Seu Orixá e Seu Trabalho
- Linha: Linha de Pombagira da Encruzilhada / Linha de Esquerda com toque de Almas
- Orixá de Coroação: Oxum — pela beleza ferida e pelo amor que se transforma em poder — mas com forte ligação com Exu, senhor dos caminhos.
- Exu de Guarda: Exu das Sete Encruzilhadas ou Exu do Cruzeiro, que abre e fecha destinos.
- Atua em:
- Abertura e fechamento de caminhos (amor, trabalho, justiça)
- Proteção contra inimigos ocultos e traições
- Desmanche de energias de bloqueio e inveja
- Justiça contra opressores e falsos amigos
- Auxílio em decisões difíceis (escolhas que cruzam destinos)
Ela não atrai qualquer amor — ela atrai o amor que é seu por direito.
Não fecha caminho por maldade — mas por proteção.
Não joga jogo sujo — ela revela a verdade.
Capítulo V: Como Montar seu Altar
O altar de Maria Mulambo do Cruzeiro deve ficar em local de passagem energética — perto de porta, janela ou canto que “cruze” energias.
- Toalha: Preta com bordas vermelhas (poder e paixão transformada).
- Cruz de madeira simples (não religiosa, mas simbólica — pode ser feita à mão).
- Elementos essenciais:
- Vela preta (para fechar caminhos negativos)
- Vela vermelha (para abrir caminhos de amor e justiça)
- Cachaça artesanal (para “queimar” ilusões)
- Mel puro (para adoçar decisões)
- 7 moedas antigas ou de cobre (para atrair justiça material)
- Espelho pequeno (para refletir traições)
- Lenço vermelho com 7 nós (para amarrar proteção)
Nunca use cruzes com crucifixo — ela trabalha com a cruz como símbolo cósmico, não religioso.
Capítulo VI: Oferendas e Magias para Situações Reais
🔀 Para abrir um caminho bloqueado (emprego, amor, justiça)
Ofereça em encruzilhada ao amanhecer:
- Mel, cachaça, vela vermelha
- Diga:
“Maria Mulambo do Cruzeiro, que conhece todos os caminhos, abre o meu. Que o que é meu por direito venha — sem dor, sem engano, sem demora.”
Deixe e não olhe para trás.
🚪 Para fechar caminho de inimigo ou traidor
Ofereça à meia-noite:
- Vela preta, 7 agulhas, sal grosso
- Diga com firmeza:
“Maria, que fecha o que deve ser fechado, tranca o caminho de [nome]. Que ele(a) não volte, não veja, não toque, não fale. Que o cruzeiro seja barreira.”
Enterre tudo em local isolado.
💔 Para curar coração partido por traição
Banho de descarrego:
- Folhas de alecrim, manjericão e guiné
- 7 gotas de mel
- Tome após o banho comum, do pescoço para baixo.
- Acenda vela vermelha e diga:
“Maria Mulambo, que amou e perdeu na cruz, cura meu peito. Que eu não odeie — mas que eu me levante.”
Epílogo: Ela Está Onde os Caminhos se Encontram
Pomba Gira Maria Mulambo do Cruzeiro não é para os fracos.
É para quem precisa escolher, precisa lutar, precisa renascer.
Se você está em uma encruzilhada da vida —
Se não sabe para onde ir,
Se foi traído, abandonado, usado…
Ela já está lá.
Com um lenço vermelho na mão,
Uma vela acesa no chão,
E a cruz como testemunha.
Chame-a com respeito.
Ofereça com verdade.
E saiba: todo caminho tem saída — quando ela guia.
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