Pomba Gira Maria das 7 Catacumbas: A Rainha dos Abismos que Chora em Sete Línguas
Pomba Gira Maria das 7 Catacumbas: A Rainha dos Abismos que Chora em Sete Línguas
Por entre os túmulos esquecidos e os sussurros das almas penadas, ela caminha com vestido de sangue e coroa de ossos...
Nas profundezas do imaginário espiritual afro-brasileiro, onde o sagrado se entrelaça com o sombrio e a dor se transforma em poder, ergue-se uma figura temida e reverenciada: Pomba Gira Maria das 7 Catacumbas. Não é uma entidade para os desavisados. Seu nome ecoa nos terreiros como um juramento, nas encruzilhadas como um grito e nos sonhos como um lamento ancestral. Antes de ser invocada com velas negras e oferendas de vinho amargo, ela foi uma mulher — humana, apaixonada, traída e brutalmente silenciada. Esta é a sua história.
O Nascimento nas Sombras: O Nome Era Clara
No início do século XX, nas ruas estreitas e úmidas do subúrbio do Rio de Janeiro — então ainda cercado por matas e cemitérios abandonados — nasceu Clara Beatriz de Moura, filha de Dona Eulália, parteira conhecida por seus banhos de descarrego, e de Seu Manoel, um ferreiro que trabalhava para a Igreja Católica, forjando grades para confessionários e cruzes para túmulos.
Desde criança, Clara via o que os outros não viam: almas perdidas vagando à beira dos cemitérios, crianças chorando sem corpo, mulheres com véus negros pedindo justiça. Sua avó, Tia Zizinha, descendente de nagôs, reconheceu nela o dom da mediunidade e a iniciou nos segredos das folhas, dos pontos riscados e dos orixás. Mas Clara ansiava por algo mais: liberdade, amor e reconhecimento num mundo que só oferecia correntes às mulheres.
O Amor que Virou Prisão
Aos 19 anos, conheceu Dr. Augusto Ribeiro, médico respeitado e membro de uma sociedade secreta ligada à maçonaria e aos cultos ocultos europeus. Ele se encantou pela beleza mística de Clara e prometeu levá-la a Paris, onde estudaria medicina e magia hermética. Apaixonada, Clara entregou-se de corpo e alma. Ensinou-lhe os segredos das catacumbas africanas, dos banhos de maracujá para abrir caminhos e dos pactos com Exu.
Mas Augusto tinha outro plano. Precisava de uma "ofertante perfeita" para um ritual de ascensão espiritual proibido — uma virgem com sangue de médium, cuja alma pudesse abrir as sete portas do submundo. Enganou Clara, dizendo que celebrariam um casamento místico nas catacumbas do antigo cemitério de São Francisco Xavier.
Na noite do equinócio de outono, levou-a até um túnel subterrâneo esquecido, sob a igreja de Santa Teresa. Lá, com sete velas pretas e um cálice de prata, perfurou seu coração sete vezes — uma para cada camada do abismo. Seu sangue escorreu sobre runas antigas, e sua alma foi arrancada antes mesmo que pudesse gritar.
Da Morte ao Poder: O Nascimento de Maria das 7 Catacumbas
Clara não foi para o céu nem para o inferno. Ficou entre — presa nas sete câmaras espirituais que se abrem nas catacumbas metafísicas, onde as almas sacrificadas em rituais profanos se transformam em guardiãs ou vingadoras. Lá, foi encontrada por Exu Caveira, senhor dos ossos e dos túmulos, que a acolheu e lhe deu novo nome, novo corpo e nova missão.
Assim nasceu Maria das 7 Catacumbas — uma linha extremamente poderosa de Pomba Gira ligada à esquerda espiritual, mas com forte influência de Iansã (pela fúria e domínio sobre os espíritos) e Omolu/Obaluaiê (pela ligação com a morte, cura e purificação). Ela é comandada diretamente por Exu das Almas, guardião das sepulturas e juiz das intenções humanas.
Seu nome "7 Catacumbas" refere-se às sete dimensões espirituais onde atua:
- Catacumba do Silêncio (segredos enterrados)
- Catacumba do Sangue (vingança justa)
- Catacumba dos Espelhos (verdades ocultas)
- Catacumba das Correntes (libertação de opressões)
- Catacumba dos Juramentos (pactos quebrados)
- Catacumba das Lágrimas (cura da dor emocional)
- Catacumba da Coroa Negra (poder espiritual absoluto)
Como Trabalha Maria das 7 Catacumbas
Ela atua em causas profundas, muitas vezes ligadas a:
- Traições envolvendo pactos sagrados ou juramentos
- Magias negras, feitiçaria e ataques espirituais
- Libertação de obsessões espirituais antigas
- Revelação de segredos familiares enterrados
- Proteção contra inimigos invisíveis
- Abertura de caminhos bloqueados por maldições ancestrais
Seu trabalho é lento, mas definitivo. Ela não age por impulso — observa, julga e executa com precisão cirúrgica. Quem a chama deve estar preparado para enfrentar verdades dolorosas… mas também para renascer das cinzas.
Como Montar o Altar de Maria das 7 Catacumbas
Local: Um canto escuro e reservado da casa, preferencialmente voltado para o oeste (onde o sol morre). Pode ser montado sobre uma caixa de madeira envelhecida ou uma pedra tumular simbólica.
Itens essenciais:
- Velas: 7 velas pretas (uma para cada catacumba), dispostas em círculo ou em forma de cruz invertida
- Pano: Veludo preto com bordados em vermelho-sangue
- Imagem ou símbolo: Uma caveira decorada com rosas murchas ou uma miniatura de catacumba
- Perfume: Âmbar, mirra, benjoim ou patchouli envelhecido
- Flores: Cravos vermelhos e lírios negros (se disponíveis)
- Bebida: Vinho tinto amargo, uísque envelhecido ou absinto
- Doces: Mel amargo com canela, figos secos, pão preto
- Objetos simbólicos:
- Um espelho rachado (para revelar ilusões)
- Sete moedas antigas (para pagar as passagens entre os planos)
- Uma corrente quebrada (símbolo de libertação)
- Um cálice de metal escuro
Ofereça sempre à meia-noite ou na virada de sexta para sábado.
Oferendas para Situações Específicas
Para quebrar uma magia negra ou feitiço:
- Acenda 7 velas pretas em círculo.
- Ofereça vinho amargo, cravos e um espelho rachado.
- Diga: "Maria das 7 Catacumbas, que toda magia lançada contra mim apodreça na terra onde foi plantada. Que meu nome seja apagado dos lábios dos invejosos."
Para revelar um segredo familiar enterrado:
- Escreva a pergunta em papel preto com tinta vermelha.
- Enterre sob uma figueira ou jogue em água corrente após oferenda.
- Ofereça figos secos, mel amargo e 7 moedas.
- Peça: "Ilumina os túmulos da minha história. Que a verdade me liberte."
Para libertação de obsessão espiritual:
- Tome banho de arruda, guiné e manjericão à meia-noite.
- Ofereça uma corrente quebrada e um cálice com vinho.
- Diga: "Maria, rainha dos abismos, arranca de mim toda alma que não me pertence. Que eu seja só meu."
Ritual Simples para Proteção Contra Inimigos Ocultos
Na noite de lua minguante:
- Pegue um copo de vidro escuro e coloque dentro:
- 7 cravos
- 1 colher de sal grosso
- 1 colher de vinagre de vinho tinto
- 7 gotas do seu sangue (opcional, mas potente)
- Cubra com um pano preto e enterre em local isolado (floresta, mata ou vaso com terra preta).
- Ao enterrar, diga:
"Maria das 7 Catacumbas, guarda este mal longe de mim. Que ele apodreça na terra, como meu inimigo apodrecerá na consciência." - Nunca olhe para trás ao sair.
Conclusão: A Guardiã dos Que Foram Enterrados Vivos
Maria das 7 Catacumbas não é apenas uma Pomba Gira — é um tribunal espiritual ambulante. Ela representa todas as mulheres usadas, sacrificadas em nome de poder, ciência, religião ou luxúria. Mas também é cura. Porque quem enfrenta suas catacumbas internas sai transformado.
Se você sente seu chamado… prepare-se. Ela não vem com flores frescas, mas com rosas murchas regadas em lágrimas verdadeiras. E onde ela passa, nada falso permanece em pé.
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