Muitos que me conhecem, sabe da profunda importância que eu dou para o conhecimento dentro da liturgia umbandista, acima disso, todos os filhos da casa, de onde eu sou pai pequeno, faço questão de saberem todo o contexto introdutório dentro de minha teoria, é claro, sobre os guias, orixás, liturgias, entre outras coisas.
Para quem ainda não sabe, eu sou totalmente avesso ao batimento de cabeça, se em minha casa, enfatizo a humildade e a igualdade entre irmãos, todos nós estamos nessa eterna escola de aprendizado chamado Vida, por onde, todos erramos, portanto, não acho que ninguém nesse plano, ou melhor, quase ninguém, possui atributos irrefutáveis para as pessoas se ajoelharem a ela, não gosto de ninguém batendo cabeça a mim, pois não sou digno de tal, muitos podem falar que é uma demonstração de respeito, concordo plenamente, mas podem demonstrar isso ao meu orixá, pois sou tão igual como o adepto que ali adentra.
Mas voltando ao escopo da postagem, eu sou adepto ao meu teorema que eu costumo dizer na casa, “Medium ignorante, guia ignorante”, baseando nisso, faço questão de fornecer toda a teoria litúrgica da casa, bem como as formas das quais vemos as entidades, as linhas e o axé em si.
Para entenderem mais ou menos o que quero propor, vou contar uma pequena história que ocorreu há uns dias atrás:
Chegaram duas mediuns na casa no último domingo, eram de outra casa e estavam procurando um novo centro para frequentarem.
Nós sentimos quando as pessoas são mediuns, não? Mal iniciei com os pontos de abertura para os orixás, e já começaram a se “pipocar” dentro da assistência (Algo que eu discordo totalmente, se o guia quer trabalhar, ele aguarda o momento dele), tomei a atitude de costume, muito criticada por todos por sinal, de fingir que nem vi o que estava acontecendo.
Costumo ignorar para não dar mais asas à imaginação do medium.
É interessante como isso ocorre, você começa a ignorar, o guia deixa de fazer questão de vir, mas enfim, continuando… Gira de caboclo, hora do passe, as filhas adentraram-se na corrente, antes de ao menos algum guia da corrente chamar, já incorporaram e o caboclo já pedindo charuto.
Eu, com a calma de sempre, cortei…
Disse calmamente:
– Meu pai, é contra as regras da casa fornecer qualquer material para entidades que não fazem parte da corrente. Por incrível que pareça, o caboclo todo irritado, disse que sem aquilo não trabalhava. (Tudo bem, mas quem o chamou ali? rsrsrs).
O caboclo subiu todo irritado. (Primeiro gente, guia irritado? Segundo, guia subir pq não satisfizemos às suas vontades? Vaidade?) Dando continuidade aos trabalhos, tive o azar do mentor da casa querer virar o trabalho para exú, logo pensei: “Pronto, é melhor nem incorporar porque vai dar pano pra manga”.
Começou a puxar a esquerda e a pombagira dessa filha já veio virada da assistência (Juro, era o que eu temia). O sacerdote da casa é a calma em pessoa, deixa tudo correr frouxo, ele mesmo me disse que me outorgou o título de pai pequeno, pq ele é o bom e eu o ruim, com isso a casa ficaria equilibrada.
E a pombagira veio, falou as “do fim” porque eu não dei charuto pro penudo, que ele precisava descarregar, que é uma falta de respeito e tudo mais. Que é inadmissível alguém negar algo pra um guia, que é uma falta de respeito e que o caboclo iria castigar a casa.
Eu disse: – Primeiro, falta de respeito é uma entidade vir, sem ao menos ser chamada, e já exigir fumo sem ao menos fazer parte da egrégora da corrente.
Pior ainda é vir na assistência, sem ao menos ser chamado para agregar nos trabalhos.
[É incrível como esse pessoal que vem de Umbanda traçada ou até mesmo candomblé gostam de roubar a cena e ainda querer dominar os trabalhos, já vi centro de Umbanda que quando chega um sacerdote de outra casa, principalmente candomblé, só falta bater cabeça pra ele, ali não, comigo não, rsrsrsrs.]
A pombagira começou a me ameaçar, que se eu não fizesse o que ela queria, ela tiraria a minha vida, ou meu carro ou até mesmo meu amor. Depois eu continuo a história….
Não percam o próximo capítulo da saga “A Pombagira e o pai-pequeno”.
Onde eu quero chegar com tudo isso? Primeiro, guia de luz não faz ameaça, é fato…
Segundo, que entidade teria o poder de levar a vida de alguém? Tomar meu carro?
Onde eu quero chegar, é que se o filho fosse devidamente doutrinado e instruído, fatalmente isso não aconteceria, principalmente não existiriam mediuns nômades, o que ocorre sempre, mediuns buscando casas para desafiarem e se exibirem com o que nada têm: O Conhecimento. Mediuns esses carentes de atenção e que procuram casas para serem bajulados e chamarem a atenção pelos seus guias. Vaidade, gente. Vaidade!!!
Em minha casa, prego muito mais o conhecimento, a sabedoria, a caridade à apoteose. É claro, há coisas que agradam aos nossos olhos, é muito legal ver uma entidade dançando bem, um belo grito de um boiadeiro, mas como já dizia o velho sábio: “O Essencial é invisível aos olhos”.
Então queridos mediuns, estudem, procurem, porque vocês são o princípio ativo da incorporação, o espírito amparador tem força, tem sabedoria, mas para ele atingir o consulente, ele necessita de você, cabe a você ter todas as ferramentas necessárias para auxiliar o trabalho de seu guia. Comecem com o conhecimento, com a sabedoria, é o princípio reagente para qualquer outras necessidades para se tornarem ótimos mediuns.
Paz Profunda
Neófito da Luz