O inimigo é aquele pelo qual temos um débito do pretérito ou do presente…
Se vamos analisar as circunstâncias que a inimizade ocorre, perceberemos que tudo tem seus porquês bem definidos.Se num passado distante, nesta e em
outras existências, éramos o “algoz”, e hoje, encontramos a oportunidade de reparar nossos erros.
Jesus disse:
“Reconcilia-te com teu inimigo enquanto há tempo, para que ele não te entregue ao juiz, e pelo juiz sejais condenado…”
“Amai vossos inimigos.”
Procurai transformar pedras em pérolas preciosas nos planos da alma, que resgatadas do mal, com heroísmo e bondade, afastamos a dor, seremos então, como uma árvore que cresce e produz muitos frutos, vencendo resistências e, tempestades de toda espécie.”
Vera Jacubowski
Caos e Serenidade
Chego até meus filhos com um buquê de flores do campo, exalando o perfume divino e puro que aguça os sentidos.
Sintam o aroma das flores, vejam o colorido que traz a graça da primavera.
Vejam como esta experiência chegará a cada um.
O aroma inebriante, o encanto dos olhos.
São experiências que fazem nosso computador interno apaziguar a vigilância, voltando-se para o interior angelical.
Quero que cada um grave esta sensação, esse perfume, o estado de relaxamento de cada pedacinho que compõe seu envoltório carnal.São estes momentos, filhos, que precisamos resgatar, quando o caos parece tomar conta dos nossos dias.Vejam: se já aprendemos que nosso pensamento é o criador do mundo em que estamos inseridos, o caos é obra nossa.
Se o caos é obra nossa, por que não podemos construir a serenidade para apaziguar o momento?
Precisamos entender a origem do caos em nossas vidas.
Existe um tipo de caos que é atraído pela nossa inércia, falta de vontade e disciplina.
Temos outro tipo de caos que chega para nos impulsionar para frente.
Já que não andamos por nossas próprias pernas, a vida adapta algumas rodas para facilitar a caminhada. Os giros das mesmas tem como força motriz o caos.
Criamos também o caos interno.
Este polui nossos pensamentos.
Abre as portas para influências inferiores, tirando nosso controle, acionando o piloto automático. Enquanto vivenciando a matéria, não é fácil, filhos, passar os dias terrenos sem ter a experiência do caos.
Precisamos, sim, transformá-lo em crescimento. Para isso, é imperioso desenvolver o controle e a cura sobre nossas emoções. Isso inclui aprender a usar a serenidade.
O que é serenidade?
É um estado da nossa mente, onde saímos da energia da situação apresentada para analisar o contexto de fora.
Serenidade é a sensação que experimentamos no início da minha escrita.
Jesus foi sereno, mesmo enquanto pregado na cruz.
Pilatos deixou-se levar pelo caos e ensandeceu.
Praticar a serenidade é auto amor.
Quando serenamos, estamos dizendo a nós mesmos que nos amamos. Nossa mente fica calma, nossas angústias desaparecem.
Nossos lábios se abrem em largo sorriso, emoldurando nosso rosto.
Serenidade traz a mansidão do espírito.
Lembremos o ensinamento do mestre: “Bem Aventurados os Mansos de Espírito”. Uma dose diária de serenidade é elixir da longa vida.
É controle do caos, é fazer o bem a nós mesmos para, na sequência, fazermos ao próximo.Na agitação da mente a serenidade vem através do estudo do Evangelho, filhos.Fiquem com a serenidade dos olhos de Jesus e a mansidão do amor de Maria!
Médium: Ariana (Cavile) Espírito: Irmão José (Colônia Espiritual Maria de Nazaré.) Revisão: Valena Dias (Cavile)
Retribuir o Mal com o Bem
Aprendestes que foi dito: “Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. – Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (S. MATEUS, cap. V, vv. 43 a 47.)
– “Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.”(S. MATEUS, cap. V, v. 20.)
“Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que os amam? – Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? – Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas demá vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. – Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (S. LUCAS, cap. VI, vv. 32 a 36.)
Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.
Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste passo. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam nas mesmas idéias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo.
A diversidade na maneira de sentir, nessas duas circunstâncias diferentes, resulta mesmo de uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo determina uma corrente fluídica que impressiona penosamente. O pensamento benévolo nos envolve num agradável eflúvio. Daí a diferença das sensações que se experimenta à aproximação de um amigo ou de um inimigo. Amar os inimigos não pode, pois, significar que não se deva estabelecer diferença alguma entre eles e os amigos. Se este preceito parece de difícil prática, impossível mesmo, é apenas por entender-se falsamente que ele manda se dê no coração, assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo lugar. Uma vez que a pobreza da linguagem humana obriga a que nos sirvamos do mesmo termo para exprimir matizes diversos de um sentimento, à razão cabe estabelecer as diferenças, conforme aos casos.
Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contacto de um amigo. Amar os Inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo a reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.
Amar os inimigos é, para o incrédulo, um contra-senso. Aquele para quem a vida presente é tudo, vê no seu inimigo um ser nocivo, que lhe perturba o repouso e do qual unicamente a morte. pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingar-se. Nenhum interesse tem em perdoar, senão para satisfazer o seu orgulho perante o mundo. Em certos casos, perdoar-lhe parece mesmo uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará de conservar rancor e secreto desejo de mal para o outro.
Para o crente e, sobretudo, para o espírita, muito diversa é a maneira de ver, porque suas vistas se lançam sobre o passado e sobre o futuro, entre os quais a vida atual não passa de um simples ponto. Sabe ele que, pela mesma destinação da Terra, deve esperar topar aí com homens maus e perversos; que as maldades com que se defronta fazem parte das provas que lhe cumpre suportar e o elevado ponto de vista em que se coloca lhe torna menos amargas as vicissitudes, quer advenham dos homens, quer das coisas. Se não se queixa das provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento.
Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação. Esta ideia o dispõe naturalmente ao perdão. Sente, além disso, que quanto mais generoso for, tanto mais se engrandece aos seus próprios olhos e se põe fora do alcance dos dardos do seu inimigo.
O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais nobre, mais generosa do que a desse último.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 12.
ESPERANÇA E VONTADE DE VIVER
As frustrações ou as incertezas, não podem gerar uma balança inconstante, ora fica lá em cima, ora desce ao seu ponto inicial, se a paz nos refrigera pelo nosso equilíbrio. Viver e ser feliz, e ter em nossa mente, que a eternidade abre outras possibilidades de descobertas, assim busquemos em nós essa balança que tanto nos acalma e nos dá sustentação para continuar com esperança e vontade de viver.