É com imenso prazer que apresento aos leitores do "A Alma das Coisas", o trabalho de psicografia de minha irmã de fé Thays Cristina Bedene!
Espero que gostem dessa comovente história e que possa servir, a todos nós, como boa reflexão!
Annapon
O valor do amor
Que Nosso Pai Jesus se faça presente através dessas humildes palavras que vou dizer.
Vivem em uma Era de modernidade em que tudo se tornou tão fácil, mas todos têm se esquecido do essencial para a vida, o amor!
Eu vivi em uma época que tudo era proibido, os amores, a diversão, e tínhamos de viver a modo de ser exemplo, eu fui uma pessoa de alta sociedade, tinha esposa , filhos, e naquela época mesmo, esqueci do amor e me deixei levar pela vaidade do dinheiro, das paixões fora do casamento, da jogatina, era o que me deixava feliz.
Não percebi quando minha esposa ficou doente, após seu desencarne, para mim não foi difícil colocar meus filhos sobre os cuidados de uma tutora. Mal me dei conta que ficaria velho, precisei de cuidados e fui deixado de lado, não compreendia porque aquilo acontecera comigo, pois aos meus olhos eu havia sido um marido dedicado, jamais deixara minha família passar necessidade, meus filhos tiveram tudo que foi possível lhes dar para a época em que vivíamos.
Já ao leito, doente, sem forças, sozinho, lembrava-me de minha esposa, seu sorriso sempre Radiante, sempre ao meu lado com seus vestidos impecáveis que causavam inveja àquelas outras senhoras, mas eu não soube valorizar, e noite após noite acabava nos braços de outra qualquer, nunca estava só, não percebia que as belas senhoritas que me acompanhavam eram apenas interessadas na minha riqueza e em meu nome. Certo dia uma delas chegou até mim, dizia esperar um filho meu, logo dei jeito de por fim nisso, minha esposa, minha família, jamais poderiam saber onde, com quem e como passava as noites. Minha desculpa era sempre o trabalho. Somente naquele momento, perto da morte, é que consegui enxergar todo sofrimento que havia causado a minha esposa e filhos. Assim que desencarnei fui parar num lugar que ninguém gostaria de ver, mas para um homem como fui, com Vícios e paixões só poderia mesmo estar ali.
Posso dizer que sofri. Perdi as contas de quantas décadas passei lá, e no auge do meu sofrimento, supliquei, fui atendido e levado a um hospital que vocês encarnados só verão aqui, fui muito bem tratado, todas as minhas dores foram curadas, e após minha recuperação, quis saber de minha família, queria o mais depressa possível pedir-lhes perdão. Foi então que mais uma vez fui surpreendido pela tristeza e por que não dizer solidão? Sim, apesar de todo Amparo espiritual que tinha, nenhum deles era-me familiar. Eu soube que minha família já estava em uma nova Encarnação, e eu mal sabia como funcionava essa nova vida, essa nova jornada,era tudo muito novo para mim. Com o passar do tempo, os irmãos que me socorreram iniciaram estudos comigo, passeávamos pela Colônia em que morávamos, era tudo muito lindo, às vezes me parecia sonho, irmãos vivendo sem guerras, sem dinheiro, sem vícios, tudo aquilo que conhecia e que me fez destruir minha família e a mim mesmo, não existia aqui.
Eu frequentava grupos, um de Estudo, um de ajuda aos que chegavam, e assim fui aprendendo e ficando cada vez mais envolvido com o plano Maior.
Decidi que gostaria de ajudar os encarnados que assim como eu sofriam em suas dependências de tudo aquilo que não vem do Amor. Passei a acompanhar alguns irmãos encarnados, sempre tentando comunicação, mas muitos se deixavam ainda levar pelas suas fraquezas, para mim era difícil aceitar o caminho que escolhiam, mas também aprendi que todos temos o livre arbítrio.
De tempos em tempos enviamos mensagens aos irmãos terrenos, tentando lhes fazer compreender a grandeza do Amor. Havia dito no início dessa mensagem, que vocês se deixam levar pelas facilidades da modernidade e esquecem A Essência que há em cada um. Irmãos, tenho acompanhado muitos de vocês desolados com a espiritualidade, sem compreender que seus irmãos que vos machucam, não tem ainda o conhecimento, a sabedoria que há dentro de vós, o Pai disse:
- Chore, pois a dor foi Sagrada no Jardim das Oliveiras, os anjos consoladores virão enxugar suas lágrimas.
O abraço sincero, a palavra amiga, um ombro para aquele que chora, a mão para levantar aquele que está no chão, são simples gestos que pode sim Mudar toda uma humanidade, ter compaixão pelo irmão que sofre, aquele que não precisa somente de uma moeda e sim da presença do irmão que se importa e pergunte como foi seu dia, o que precisa, como posso te ajudar? Muitos têm se deixado levar pela vaidade, querem ser comandantes, querem ser melhores em seus trabalhos que chamam de caridade, de pé no chão, quando muitos ainda vivem de ego, de animismo, se achando sempre com razão, deixando de lado a verdadeira humildade que vem do coração e do amor.
É momento de olhar ao seu redor, de ver quantos realmente ajudaste Sem interesse, quantos são os seus amigos, e estiveram ao seu lado nas horas de dor. E se perguntar:
-Será que estou no caminho que Jesus ensinou ? Será que o Pai morreu na cruz por mim e hoje estou fazendo por merecer todo aquele sofrimento? Será que as palavras que saem de mim ao voltarem ao seu ponto de partida acolheram ou irão me ferir como um punhal?
Estamos todos aqui para aprender através das dificuldades, nenhum caminho é só de flores. Não vamos deixar que o ego, a mágoa, a inveja, a fofoca, o orgulho, impulsionem as suas vidas. Vamos ser regidos por e com Amor. Com o tempo muitas das palavras, das atitudes, dos gestos, serão mais facilmente compreendidas, perdoados e levaremos dentro de nós somente aquilo que for realmente necessário para a vida no outro plano e crescimento nesse em que se encontram.
Estarei vos orientando a cada provação, mas precisam compreender que não é possível mudar o curso do Rio... assim são as atitudes que tomam, após magoarem, não esperem um abraço, tenham humildade para pedir perdão e o abraço virá através do Amor.
Chegará o dia em que os irmãos Não irão mais precisar ser denominados em diferentes Vertentes da espiritualidade e todos serão um só.
Fiquem na paz de Jesus.
Monsenhor Callevari
23/11/2016
Thays Cristina Bedene