terça-feira, 3 de julho de 2018

ELUCIDAÇÕES DE RAMATÍS SOBRE O ESTUPRO

PERGUNTA:  Que dizeis da estuprada que, em consequência, engravida e pratica o aborto por causa da revolta Justa em expulsar de si o fruto de um delito hediondo? Ela também incorre na mesma culpa atribuída às que praticam o aborto sem um motivo real?

RAMATÍS: 
 Cada existência humana, já o dissemos, é um enredo elaborado e decorrente de acontecimentos vividos no passado. Não há, jamais, um "fio de cabelo" de injustiça por parte da Lei Cármica. A criatura humana passa sobre o planeta colhendo os frutos saborosos ou insulsos da má sementeira anterior ou, então, usufruindo dos benefícios da boa sementeira do passado. Nenhum acontecimento, fato ou vicissitude ocorre sem algum fundamento cármico geratriz, em encarnações anteriores. Embora se verifique certa fatalidade nas vivências humanas, não há, propriamente, um destino implacável e insuperável, o qual é sempre decorrência de um programa previamente elaborado pelos próprios personagens do drama terrícola, sob a assistência de entidades superiores; e esses quadros aflitivos e acontecimentos trágicos ainda proporcionam a devida educação superior espiritual. Aliás, em obra anterior 2, expusemos que o próprio homicida não fica predeterminado a ser assassinado na próxima encarnação, mas, por força de sua índole inferior, é atraído para viver no seio de assassinos. Em verdade, quem mata elege-se para viver num ambiente ou coletividade afim a sua natureza criminosa, assim como o pintor, o músico e o escritor, na Terra, buscam-se, entre si, pela lei de afinidade, e passam a viver mais propriamente em grupos eletivos.
Evidentemente, a mulher que sofre o estupro, e ainda a infelicidade de ser fecundada, malgrado ser vítima de revoltante ignomínia de um indivíduo desnaturado, demonstra encontrar-se desprotegida pela própria Lei infringida por ela no passado, quando provocou desditas semelhantes. A ação corretiva ou exemplificadora da Lei da Vida não implica uma injustiça, porquanto é do conhecimento do homem que "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória" ou que "a criatura sempre recebe segundo as suas obras". Não obstante quaisquer justificativas ou revoltas íntimas contra o fato, ainda cabe à mulher infelicitada e inconformada a tarefa de dar à luz o filho do tarado sexual, para redimir-se de culpas pretéritas. Sem dúvida, foi apanhada pela Lei no momento oportuno, pelos laços expiatórios, para saldar débitos passados.

O estupro odioso é um acontecimento abominável e revoltante, ferindo profundamente o amor-próprio humano; no entanto, quer seja praticado o aborto por antipatia cármica, quer por questões sociais, financeiras ou excesso de filhos, é sempre um corpo em gestação expulso extemporaneamente do útero materno, onde se acolhia uma alma em terrível aflição psíquica.
O certo é que o aborto, em tempo algum, repara qualquer dano ou injustiça. A gravidez é uma determinação cármica e, jamais, produto acidental de um acaso, jubiloso ou triste.
2 — Vide a obra "O Evangelho a Luz do Cosmo", de Ramatís/Hercilio Maes, Editora do Conhecimento.

DO LIVRO: "SOB A LUZ DO ESPIRITISMO" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.