segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Pomba-gira Rainha das Sete Encruzilhadas: A Soberana dos Amores Quebrados – Uma Lenda Nunca Dita

 Pomba-gira Rainha das Sete Encruzilhadas: A Soberana dos Amores Quebrados – Uma Lenda Nunca Dita

Pomba-gira Rainha das Sete Encruzilhadas: A Soberana dos Amores Quebrados – Uma Lenda Nunca Dita

Antes de ser Rainha, ela foi uma mulher que ousou escolher — e por isso, foi apagada.

Nasceu em 1883, não em cortiço de cidade grande, mas numa roça isolada no interior de Goiás, perto de onde hoje é a Chapada dos Veadeiros. Seu nome de batismo foi Leonor Soares — um nome simples, comum, como milhares de mulheres que viveram, amaram e desapareceram sem deixar rastro. Seu pai, Manuel Soares, era um tropeiro que vendia gado entre Minas e o Centro-Oeste. Sua mãe, Dona Amélia, era costureira e parteira — mas, em segredo, guardava um terreiro de candomblé de Caboclo no fundo do sítio, onde rezava para Exus e Pombas-gira com farinha, fumo e fogo de lenha.

Leonor cresceu entre linha, agulha e o cheiro de fumo de rolo. Aos 12 anos, já sabia costurar vestidos de noiva — mas também costurar destinos. Acreditava que cada ponto dado na roupa carregava a intenção de quem a usava. “Costurar é rezar com as mãos”, dizia sua mãe.

Ela era bonita, sim — mas não era isso que chamava atenção. Era o olhar: fixo, sereno, como se já soubesse o fim de todas as histórias antes do começo. Os homens do povoado a evitavam. As mulheres cochichavam: “Essa menina vê demais.”

Seu único amor foi Raimundo, um forasteiro que chegou ferido à porteira de sua casa, fugindo de uma dívida de jogo e de um casamento arranjado. Ele não era rico, nem herói — era homem de palavra, e isso bastava. Por seis meses, viveram escondidos no fundo da roça, construindo um casebre de adobe e sonhando com uma vida onde ninguém os julgasse. Planejavam ir para o norte, abrir uma venda, ter filhos que nunca ouviriam “vagabunda” como ofensa.

Mas em 1899, uma carta chegou de forma anônima ao delegado da comarca: acusava Leonor de “sedição moral” e “prática de feitiçaria” por ter “desviado o noivo de uma moça de boa família”. Raimundo foi preso por “corrupção de menor” — embora Leonor tivesse 16 anos, e ele, 22. Ela foi levada à força para o convento das Irmãs de Santa Clara, em Goiás Velho, sob a acusação de “loucura erótica”.

Lá, recusou-se a negar seu amor. Recusou-se a rezar pelos “pecados” que não cometera. Recusou-se a vestir o hábito.

Na noite de 27 de outubro de 1899, após ser trancada sozinha na capela escura por desobediência, Leonor foi encontrada morta. Oficialmente, “suicídio por enforcamento”. Mas as freiras mais antigas contavam, em voz baixa, que ela foi estrangulada com o próprio véu — por ordem do vigário, para “salvar a honra da família do noivo”.

Seu corpo foi enterrado sem nome, numa vala atrás do convento. Suas roupas, queimadas. Seu nome, rasurado dos registros civis.
Apagaram tudo — menos a dor.

Naquela mesma noite, sete encruzilhadas espalhadas pelo Brasil começaram a sangrar.
Não sangue vermelho — mas vinho escuro, como lágrimas de terra.
E do centro delas, uma mulher surgiu com vestido de cetim rasgado, coroa de espinhos dourados e um espelho na mão esquerda.

Nascia ali Pomba-gira Rainha das Sete Encruzilhadas — não uma alma perdida, mas uma soberana da verdade emocional.


Sua Atuação Espiritual

Pomba-gira Rainha das Sete Encruzilhadas atua na Quimbanda de Coroa, como comandante de falanges que regem o amor, o poder feminino, a justiça emocional e as escolhas definitivas do coração. Ela responde diretamente a Exu Rei das Sete Encruzilhadas, seu par espiritual e rei consorte nos planos invisíveis, e é regida por Oxum (pelo amor verdadeiro) e Iansã (pela força indomável).

Ela não é a Pomba-gira do desejo casual — é a guardiã do amor que transforma, que liberta, que exige coragem. Seu domínio está nas sete decisões emocionais mais profundas da alma:

  1. A escolha de amar mesmo sabendo que pode doer
  2. O fim de uma relação que já virou prisão
  3. A recuperação da autoestima após humilhação
  4. A justiça contra traição com maldade
  5. A proteção da mulher que ousa dizer “não”
  6. O renascimento após o luto amoroso
  7. O direito de amar quem o coração escolhe — sem vergonha

Sua energia é majestosa, sensível, implacável com a falsidade e generosa com a vulnerabilidade sincera.


Como Montar Seu Altar

  • Local: Canto feminino da casa — perto de um espelho ou janela com cortina vermelha.
  • Cores: Vermelho-bordô, preto e dourado (nada de rosa — ela é rainha, não menina).
  • Itens essenciais:
    • Coroa de metal com sete pontas (ou diadema simbólico)
    • Espelho de mão (nunca rachado)
    • 7 velas vermelhas
    • Taça de vinho tinto seco (não doce — ela valoriza a profundidade, não a ilusão)
    • Pote de mel de engenho ou rapadura ralada
    • Flores: cravos vermelhos e hibiscos
    • Estátua ou imagem com postura real — sentada num trono ou de pé, com manto
    • Oferecimento de perfume de jasmim ou sândalo (poucas gotas em algodão)
  • Dia de força: Sexta-feira à noite, especialmente na lua cheia.
  • Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida (força feminina e proteção) ou Santa Bárbara (coragem diante da opressão).

Oferendas Poderosas

  1. Para curar um coração partido com dignidade:
    • Na sexta-feira, acenda 7 velas vermelhas em forma de círculo.
    • Coloque no centro um espelho com a frase: “Meu valor não depende de ninguém.”
    • Ofereça vinho e diga:
      “Rainha das Sete Encruzilhadas, que eu ame de novo — mas nunca mais me perca por amor.”
    • Após queimarem, lave o rosto com a água das pétalas de cravo usadas.
  2. Para afastar um amor tóxico ou obsessivo:
    • Escreva o nome da pessoa num papel.
    • Envolva com linha preta e coloque sob um pote com sal grosso.
    • Deixe no altar por 3 noites.
    • Na quarta noite, enterre cruzado (não jogue no lixo) e diga:
      “Rainha, corte este fio com tua coroa. Que ele(a) siga seu caminho, e eu, o meu.”
  3. Para atrair um amor verdadeiro e maduro:
    • Ofereça no altar:
      • 1 fruta madura (caqui ou romã)
      • 1 pano vermelho com 7 nós
      • 1 gota de perfume seu
    • Peça:
      “Rainha, traze-me um amor que me veja, me respeite e me escolha — todos os dias.”

Ritual da Coroa da Autoestima (para mulheres que se sentem apagadas)

  • Durante 7 sextas-feiras seguidas, vista algo vermelho (pode ser um lenço).
  • Acenda uma vela para a Rainha.
  • Olhe-se no espelho e diga seu nome completo, em voz alta.
  • Depois, diga:
    “Sou filha da Rainha das Sete Encruzilhadas. Meu amor tem valor. Minha escolha é lei.”
  • Finalize com uma taça de vinho (você bebe metade, oferece metade).

Por Que Ela é Rainha

Porque não se curvou.
Porque amou com liberdade — e foi punida por isso.
Porque, mesmo apagada, seu nome ecoa em sete mundos.

Ela não é vingativa — é restauradora.
Não atrai paixões passageiras — desperta almas gêmeas.
Não ilude — revela.

Se você está diante de uma escolha de coração…
… saiba que ela já está lá, segurando seu espelho.


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