segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Pai Joaquim d’Angola: O Curandeiro das Almas Partidas – Um Guia que Cura com Cachimbo e Humor

 

Pai Joaquim d’Angola: O Curandeiro das Almas Partidas – Um Guia que Cura com Cachimbo e Humor

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Pai Joaquim d’Angola: O Curandeiro das Almas Partidas – Um Guia que Cura com Cachimbo e Humor

Antes de ser Pai, foi um homem arrancado do chão onde plantava seu milho e abraçava seus filhos.

Nasceu nas cercanias de Lobito, em Angola, por volta de 1790, numa aldeia onde os rios falavam e as árvores ensinavam. Seu nome verdadeiro se perdeu no vento do Atlântico — mas em vida, entre os seus, era chamado de Mwene, que significa “aquele que cuida”. Tinha uma esposa chamada Nzinga (sim, como a rainha guerreira — homenagem de sua mãe) e três filhos pequenos que ainda mamavam no peito quando os gritos dos canhões portugueses rasgaram a paz da aldeia.

Era um homem simples. Não era chefe, nem feiticeiro real — mas sabia onde colher a folha que cura a febre, como fazer um emplastro para dor nas costas e como acalmar um coração partido com histórias contadas sob a lua cheia. Seus irmãos o respeitavam não por poder, mas por ternura e sabedoria prática.

Aos 32 anos, foi acorrentado e jogado no porão de um navio negreiro. Durante a travessia, viu morrer de sede, fome e desespero mais da metade dos seus companheiros. Mas foi lá, no escuro do porão, que ele começou a rezar em voz alta — não pra si, mas pra manter viva a esperança nos outros. “Enquanto houver um canto, há um caminho”, dizia.

Chegou ao Brasil em 1822, no porto do Rio de Janeiro, e foi vendido a uma fazenda de café em Minas Gerais. Lá, os escravizados formaram uma nova tribo — unida não pelo sangue, mas pelo sofrimento. E foi nesse caldeirão de dor que Mwene se tornou Pai Joaquim.

Os senhores o chamavam assim por ironia — “pai” era título de respeito que não concediam a negros. Mas os escravos, entre si, usavam com reverência:
— “Vai lá no terreiro, conversa com o Pai Joaquim. Ele te dá um chá e uma palavra que alivia a alma.”

Era ele quem preparava banhos de arruda com guiné para afastar o mau-olhado do feitor.
Quem fazia emplastros de jenipapo e mel para as feridas das costas.
Quem, nas noites de luar, acendia um fogo pequeno e dizia:
“Hoje a dor é grande, mas amanhã o sol vai nascer. E nós vamos estar aqui pra ver.”

Morreu velho, com os olhos cansados, mas o coração leve — porque nunca deixou que o sofrimento apagasse sua fé na bondade do mundo.

Hoje, ele volta.
Não com roupas vistosas, não com coroas ou bastões.
Vem com calça branca, sem camisa, uma guia simples no pescoço,
cachimbo na mão esquerda (símbolo da sabedoria que fuma e espera),
e pemba branca na direita (símbolo da pureza que escreve novos caminhos).

Tem um senso de humor fino, quase brincalhão — mas nunca em vão.
Seu jeito é simples, objetivo, como quem sabe que a alma cansada não suporta rodeios.
E, atenção: Pai Joaquim trabalha nas duas bandas da Umbanda.
Pode estar na Linha das Almas, consolando um filho…
e, num piscar, virar para a esquerda — cortando demanda, virando trabalho, sem que ninguém perceba.
Porque ele entende: às vezes, pra curar, é preciso também guerrear.


✝️ Ponto de Pai Joaquim d’Angola

Que preto é esse, oh Calunga
Que chegou agora, oh Calunga
É o Pai Joaquim oh Calunga
Que veio de Angola.

(repete)


🌿 Como Montar o Altar de Pai Joaquim d’Angola – Passo a Passo

1. Escolha o local
– Um canto sossegado da casa, de preferência voltado para o norte ou nordeste.
– Pode ser uma mesa simples, um armário baixo, ou até uma pedra no quintal (se for externo, proteja com uma cobertura).
Nunca no quarto ou cozinha.

2. Cor predominante
Branco (pela pureza e ligação com as Almas)
– Toques de verde (pela cura com ervas)
– Evite vermelho ou preto puro — ele é guia de cura, não de guerra.

3. Itens essenciais (dispostos com respeito)
Imagem ou estatueta de Pai Joaquim (calça branca, sem camisa, com cachimbo e pemba)
Vela branca (7 dias ou comum) – acesa às quartas ou domingos
Cachimbo de barro (mesmo que simbólico – pode ser decorativo, mas dedicado só a ele)
Pote com fumo de rolo (não precisa acender – só oferecer)
Taça com água fresca (trocada diariamente)
Pemba branca natural (não de giz – de verdade, encontrada em lojas de artigos religiosos)
Ervas secas: arruda, guiné, alfavaca, boldo
Guia simples de contas brancas (pode ficar sobre o altar ou pendurada atrás)
Foto ou símbolo da África (mapa, tecido, concha de búzios) – em homenagem às origens

4. Limpeza do altar
– Toda quarta-feira, borrife com água de cheiro neutra (água + 3 gotas de essência de alecrim ou alfavaca).
– Nunca use perfumes fortes ou álcool em gel — ele gosta do cheiro natural da terra.


🌼 Oferendas para Situações Específicas

1. Para aliviar dores físicas ou doenças crônicas
– Na quarta-feira, ofereça no altar:

  • 1 copo com água de coco fresca
  • 1 punhado de folhas de boldo e alfavaca
  • 1 velinha branca
    – Reze:
    “Pai Joaquim, curandeiro de Angola, leve essa dor do meu corpo e da minha alma. Que sua mão me abençoe com saúde e paz.”
    – Após 24h, despeje a água embaixo de uma árvore frutífera.

2. Para receber conselhos em momentos de confusão
– Acenda uma vela branca à noite.
– Pegue a pemba e escreva no chão (ou em um prato): “Pai Joaquim, me mostre o caminho certo.”
– Fume um cigarro de palha (ou acenda simbolicamente) e sente em silêncio por 10 minutos.
– As respostas virão em sonhos, intuições ou conversas inesperadas nos próximos 3 dias.

3. Para proteção espiritual suave (sem confronto)
– Faça um banho com:

  • 1 punhado de arruda
  • 1 punhado de guiné
  • 7 folhas de alfavaca
  • Cozinhe em 2 litros de água, coe e use após o banho comum, do pescoço para baixo.
    – Diga:
    “Pai Joaquim, me cubra com seu manto de sabedoria. Que só entre em minha vida o que for da luz.”

🔮 Magia Simples do Cachimbo da Clareza

(Para quando você precisa tomar uma decisão difícil)

Materiais:
– 1 vela branca
– 1 folha de papel
– Caneta azul
– Seu cachimbo (ou um copo com fumo)

Passo a passo:

  1. Escreva no papel: “Qual caminho me leva ao bem maior?”
  2. Coloque o papel sob a vela branca.
  3. Acenda a vela e o fumo (ou acenda simbolicamente).
  4. Fique em silêncio, fumando (ou fingindo fumar, com respeito), e diga:
    “Pai Joaquim d’Angola, com seu cachimbo de sabedoria, ilumine minha mente. Que eu veja claro.”
  5. Deixe a vela queimar até o fim.
  6. No dia seguinte, queime o papel e enterre as cinzas.

💬 A Lição Final de Pai Joaquim

“Filho, eu não vim pra fazer milagre.
Vim pra te lembrar que você já tem tudo dentro de si.
A dor passa.
O medo passa.
Mas a fé e a coragem — essas ficam.
Então, não desanime.
Cuide do seu corpo como templo.
Cuide da sua palavra como oferenda.
E quando cair…
eu tô aqui, com meu cachimbo aceso,
pra te ajudar a levantar —
não carregando você, mas segurando sua mão.”


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