EXU QUEBRA-OSSOS : O Senhor dos Ossos Quebrados e da Cura Profunda
Uma entidade rara, séria e misteriosa — cujo poder só se revela àqueles que caminham com responsabilidade nas sombras sagradas
EXU QUEBRA-OSSOS 🔱: O Senhor dos Ossos Quebrados e da Cura Profunda
Uma entidade rara, séria e misteriosa — cujo poder só se revela àqueles que caminham com responsabilidade nas sombras sagradas
A Lenda do Homem que Carregava os Mortos nas Costas
No final do século XIX, nas estradas poeirentas do interior de Minas Gerais, vivia Ambrósio dos Reis — um coveiro solitário da pequena cidade de Serro do Frio. Viúvo desde jovem, sem filhos, Ambrósio enterrava os mortos com as próprias mãos, sem cobrar um tostão. Enquanto outros fugiam dos corpos de varíola, febre amarela ou peste, ele os lavava, os vestia com panos limpos e os enterrava de frente para o nascente, rezando em voz baixa, mesmo sem saber ler a Bíblia.
Não era santo. Tinha olhos duros, voz rouca e mãos calejadas. Mas tinha respeito — pelo morto, pela terra, pelo silêncio que segue a última respiração.
Ambrósio não falava de si. Ninguém sabia de onde viera. Diziam que, antes de virar coveiro, fora carregador de ossos em cemitérios antigos, recolhendo restos humanos de valas comuns para dar-lhes sepultura digna. Foi nesse ofício que aprendeu: os ossos falam. Não com voz, mas com peso, com frieza, com verdade.
Certa noite, durante uma epidemia de cólera, o vigário ordenou que todos os corpos fossem queimados em vala aberta, para “evitar o contágio do demônio”. Ambrósio se recusou.
— “Ninguém vira cinza sem nome.”
Foi amarrado e jogado vivo dentro da própria fossa, sobre os corpos em decomposição. Morreu sufocado, abraçando um esqueleto infantil, como se protegesse até o fim.
Seu cadáver nunca foi enterrado. Ficou lá, apodrecendo com os outros — até que as chuvas levaram tudo para o rio.
O Nascimento de Exu Quebra-Ossos
Só após a morte seu espírito foi reconhecido. Ogum Megê, senhor das causas justas, viu nele a pureza do serviço silencioso. Mas como Ambrósio lidava com os ossos dos esquecidos, foi entregue à Falange das Almas da Calunga Grande, sob a regência de Exu Caveira e Pomba-Gira Caveira.
Após séculos de purificação nas encruzilhadas dos cemitérios abandonados, renasceu como Exu Quebra-Ossos — nome que não vem da violência, mas da capacidade de quebrar o que está endurecido: ossos doentes, corações fechados, correntes kármicas, pactos malditos.
Seu título é mistério sagrado: “Quebra-Ossos” não significa destruição, mas reconstrução. Assim como um osso quebrado, quando curado, fica mais forte no ponto da fratura, ele atua onde há rigidez espiritual, física ou emocional.
A Natureza de Exu Quebra-Ossos em Terra
Segundo relatos fiéis de seus poucos médiuns, Exu Quebra-Ossos não brinca. Ele não vem para entreter, nem para dar recados leves. Ele trabalha.
- Incorpora sério, em silêncio, muitas vezes curvado, como se carregasse o peso dos mortos nas costas.
- Seus médiuns relatam dificuldade motora no início — pernas pesadas, coluna rígida — pois ele “desce denso”, como os Caveiras da falange, cuja energia é compacta, mineral, ancestral.
- Não revela mistérios. Nem incorporado ele conta sua história por completo. Apenas diz: “Quem precisa saber, já sabe.”
- Exige disciplina, limpeza espiritual e ética rigorosa de quem o serve. “Andar na linha” não é frase feita — é condição para trabalhar com ele.
Sua falange, outrora numerosa nos primórdios da Umbanda, “se recolheu” com o tempo. Não por fraqueza, mas por seleção natural espiritual: só permanece quem suporta o peso do silêncio.
Linha, Regência e Atuação
- Linha: Exus Caveira / Exus da Calunga Grande
- Regência: Ogum (especialmente Ogum Megê e Ogum Rompe-Ossos)
- Comando direto: Exu Caveira e Exu Rei das Sete Encruzilhadas
- Cor: Preto, branco-ossário e vermelho-sangue seco
- Elemento: Terra (ossos, poeira, cemitério)
- Dia: Segunda-feira (dia das Almas)
- Horário: Meia-noite em ponto
Atua em:
- Cura de doenças ósseas, reumáticas, degenerativas
- Quebra de magias que “prendem” o corpo (amarras físicas)
- Libertação de espíritos presos em ossos ou túmulos
- Trabalhos de desmanche de pactos com ossos humanos
- Proteção a necrotomistas, coveiros, arqueólogos, médicos ortopedistas
- Reconstrução de estruturas quebradas — físicas, familiares, espirituais
“Exu Quebra-Ossos não quebra para destruir. Quebra para que o novo possa crescer no lugar do velho.”
Como Montar o Altar de Exu Quebra-Ossos
Local: Canto seco, longe de umidade. Pode ser ao ar livre, próximo a uma figueira ou gameleira, ou em local dedicado à Quimbanda.
Itens essenciais:
- Crânio de boi ou réplica de osso humano (nunca usar ossos humanos reais — é antiético e perigoso)
- Vela preta e branca (simbolizando a ligação entre os vivos e os mortos)
- Taça com cachaça envelhecida
- Punhal de ferro com cabo de osso (simbólico)
- Colar de contas: 7 pretas, 7 brancas
- Pano de linho cru (como mortalha)
- Pó de osso (comprado em lojas esotéricas, simbólico)
- Moedas antigas enferrujadas (oferecidas aos mortos)
Oferecimentos:
- Charutos, cachaça, pimenta malagueta, farofa crua, feijão preto cru.
- Nunca ofereça flores frescas — apenas flores secas ou nada. Ele prefere a austeridade da ossada.
Oferendas e Trabalhos Simples (com orientação espiritual)
1. Para cura de doenças ósseas ou articulares
- Misture pó de osso simbólico com sal grosso.
- Coloque em um pano branco, amarre com linha preta.
- Leve ao altar de Exu Quebra-Ossos por 3 noites seguidas.
- Na quarta noite, enterre em terra virgem, pedindo:
“Exu Quebra-Ossos, senhor da estrutura sagrada, recompõe o que a dor desfez. Que meus ossos voltem fortes, como os daqueles que não temem a morte.”
2. Para quebrar amarração física (doença crônica, vício no corpo)
- Escreva o nome da doença ou vício em papel branco.
- Envolva com um ossinho de madeira (ou réplica).
- Coloque sob a vela preta e branca no altar.
- Queime tudo em pote de barro à meia-noite, dizendo:
“Quebra, Exu! Quebra essa corrente que aprisiona meu corpo. Salve, Quebra-Ossos!”
3. Para proteção ao lidar com mortos ou cemitérios
- Leve consigo um pequeno osso simbólico (de madeira ou cerâmica) consagrado no altar.
- Antes de entrar no cemitério, mentalize:
“Exu Quebra-Ossos, guarda meus passos. Que eu respeite os que dormem, e que eles me respeitem.”
Aviso aos Buscadores
Exu Quebra-Ossos não é para curiosos.
Não é para quem quer “experimentar uma entidade forte”.
Ele é para quem carrega um fardo real — físico, espiritual ou kármico — e busca cura com responsabilidade.
Se você o chamar sem preparo, sentirá o peso.
Mas se o respeitar com ações, não só palavras, ele será seu mais leal guardião nas trevas.
Conclusão: O Silêncio que Sustenta o Mundo
Enquanto outros Exus dançam, riem ou abrem caminhos com fogo, Exu Quebra-Ossos permanece de pé na ossada, em silêncio.
Ele é a coluna vertebral da Quimbanda — invisível, mas essencial.
Sem ele, os corpos apodrecem sem cura.
Sem ele, os pactos maus endurecem como osso fossilizado.
Mas com ele?
Até o mais quebrado pode se levantar — mais forte no ponto da fratura.
Laroyê! Salve Exu Quebra-Ossos! 🔱
Salve a Falange das Almas da Calunga Grande!
Salve Ogum Megê, senhor da justiça que cura!
#ExuQuebraOssos
#ExuCaveira
#QuimbandaReal
#CalungaGrande
#ExuDosOssos
#CuraProfunda
#ExuSério
#FalangeQueSeRecolheu
#RespeitoÀsEntidades
#OgumMegê
#ExuQueTrabalha
#MistérioSagrado
#EspiritualidadeComResponsabilidade
#QuimbandaDasAlmas
#LaroyêExuQuebraOssos
👉 Compartilhe o respeito pelo mistério:
https://web.facebook.com/share/g/1CVKjC4Ktw/