segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros: A Dama das Encruzilhadas, do Amor e da Justiça Mágica

 Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros: A Dama das Encruzilhadas, do Amor e da Justiça Mágica

Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros: A Dama das Encruzilhadas, do Amor e da Justiça Mágica


A História Humana de Maria das Sete Encruzilhadas

Antes de se tornar uma das entidades mais respeitadas, temidas e amadas nas linhas de trabalho da esquerda, Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros caminhou pela Terra sob o nome de Maria das Sete Encruzilhadas. Nascida por volta de 1830, em uma pequena vila rural do interior de Minas Gerais, Maria era filha de Dona Amélia, uma parteira conhecida por suas rezas e sabedoria com ervas, e de Seu Raimundo, um tropeiro mestiço que percorria os caminhos do Brasil com cargas de café e sal.

Desde criança, Maria era diferente. Falava com os ventos, ouvia os sussurros das árvores e sentia as dores alheias como se fossem suas. Tinha olhos amendoados como os da lua cheia e uma risada que tanto encantava quanto arrepiava. Sua mãe, intuitiva e devota de Iemanjá, ensinou-lhe a respeitar os caminhos do sagrado — inclusive os da magia popular, dos encantados e das forças da natureza.

Quando atingiu a flor da juventude, Maria se apaixonou perdidamente por João de Ouro, um jovem ferreiro com mãos fortes e alma doce, que forjava não só ferramentas, mas também cruzes para as igrejas locais. João era justo, fiel e a via como sua eternidade. Prometera casar-se com ela, apesar das diferenças de classe — ele, filho de um escravo liberto; ela, filha de uma curandeira respeitada.

Mas o destino é cru com os corações mais puros.

A Traição e a Morte Trágica

Na véspera do casamento, Dona Inês, uma jovem rica e invejosa da região — que também desejava João —, espalhou boatos infundados de que Maria era bruxa e que havia enfeitiçado o rapaz. A vila, tomada pelo medo e pela superstição, virou-se contra ela. João, pressionado pela família e pelas fofocas, hesitou. Na noite anterior à cerimônia, foi até a cabana de Maria com uma carta: “Perdoa-me. Não tenho coragem de lutar contra o mundo por ti”.

Desolada, Maria partiu rumo à encruzilhada mais distante da vila, onde sete estradas se encontravam sob um céu carregado de raios. Lá, ela jurou que, se a vida lhe negava o amor, a justiça e o respeito, sua alma os buscaria além da morte. Em prantos, invocou os espíritos dos caminhos, os ventos do norte e do sul, e fez um pacto com as forças ocultas.

Ao amanhecer, seu corpo foi encontrado pendurado em uma árvore próxima às sete cruzes que marcavam a encruzilhada. Não por suicídio — mas assassinada por covardes que temiam sua força. Dizem que, ao ser encontrada, seu rosto ainda carregava um sorriso sutil, como se soubesse que não terminara ali.

A Ascensão como Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros

Com a morte, Maria não se apagou. Pelo contrário: nasceu uma entidade. Seu espírito foi acolhido nas fileiras de Exu, o Guardião das Encruzilhadas, e rapidamente se destacou por sua firmeza, lealdade e capacidade de mover os ventos do destino. Hoje, ela é reconhecida como Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros, uma entidade de alta hierarquia na Linha da Esquerda, atuando diretamente sob o comando de Exu Marabô — seu guia espiritual e irmão de caminho.

Ela não é Orixá, mas trabalha em sintonia com Iansã, a dona dos ventos, raios e tempestades, e com Ogum, o guerreiro da justiça. Também guarda forte ligação com Iemanjá, herança de sua mãe terrena. Sua energia é feminina, guerreira, sensual e justa — jamais faz maldade por capricho, mas jamais perdoa quem trai, mente ou oprime os fracos.

Como Ela Trabalha nos Terreiros e na Vida dos Filhos

Rainha dos Sete Cruzeiros atua em causas de justiça amorosa, vingança espiritual justa, abertura de caminhos, proteção contra traições e resgate da dignidade feminina. Ela é invocada por mulheres que sofreram abusos, homens que foram traídos, e por todos os que buscam equilíbrio entre paixão e razão.

Seu ponto de força é a encruzilhada, especialmente à meia-noite. Mas também gosta de cemitérios antigos, matas fechadas e praças desertas. Aceita oferendas com bebidas fortes, perfumes, flores vermelhas e pretas, e velas em tons de vermelho, preto e dourado.


Como Montar o Altar de Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros

Local: um canto discreto, de preferência virado para o oeste ou norte. Pode ser dentro de casa, mas nunca no mesmo espaço do Orixá — respeite a hierarquia espiritual.

Itens essenciais:

  • Sete cruzes de madeira (podem ser pequenas)
  • Estátua ou imagem da entidade (com roupas vermelhas, saia rodada, espelho na mão)
  • Espelho de mão
  • Taça de cristal com licor de cereja, uísque ou cachaça envelhecida
  • Pente, batom vermelho, perfume floral intenso (como jasmim ou gardênia)
  • Velas: 1 vermelha, 1 preta, 1 dourada
  • Flores: rosas vermelhas e lírios negros
  • Moedas antigas ou douradas
  • Um cálice com água de cheiro (água de colônia)

Evite: sal grosso (quebra energia), objetos de ferro expostos, imagens de santos católicos misturadas sem autorização espiritual.


Oferendas para Situações Específicas

1. Para Retomar um Amor Perdido

  • 7 pétalas de rosa vermelha
  • 1 taça de vinho tinto
  • 1 vela vermelha com nome dos dois gravado
  • Oferecer na encruzilhada mais próxima à meia-noite, pedindo:

    “Rainha dos Sete Cruzeiros, que os caminhos do meu amor voltem a se cruzar com os meus, em verdade, lealdade e paixão. Assim seja!”

2. Para Justiça Contra uma Traição

  • 1 copo de cachaça com 7 cravos
  • 1 vela preta com o nome do traidor
  • 1 espelho virado para baixo
  • Oferecer embaixo de uma árvore de frutas espinhosas (como laranjeira)

    “Justa Rainha, que os olhos do falso se abram para a dor que causou. Que a verdade se levante e a mentira caia. Eu não peço vingança — peço justiça divina.”

3. Para Abrir Caminhos Profissionais

  • 7 moedas douradas
  • 1 vela dourada
  • 1 ramo de arruda e alecrim
  • Oferecer na entrada de sua casa ao amanhecer

    “Rainha das Encruzilhadas, abre meus sete caminhos de sucesso, honra e prosperidade. Que minha luz não seja apagada pela inveja.”


Magias Simples com Sua Energia

Banho de Abertura de Caminhos e Proteção Amorosa

  • Ingredientes: 7 pétalas de rosa vermelha, 1 colher de mel, 1 colher de vinagre de maçã, água de rosas
  • Modo: ferver levemente, coar e tomar banho normal. Jogar a mistura do pescoço para baixo.
  • Faça às quartas ou sextas-feiras, após o pôr do sol.

Defumação para Afastar Inimigos Ocultos

  • Ervas: arruda, comigo-ninguém-pode, pimenta rosa
  • Acenda o incenso e diga:

    “Rainha dos Sete Cruzeiros, que quem veio com sombra saia com dor. Que minha estrada seja limpa, iluminada e protegida por tua mão justa.”


Conclusão: A Dama que Nunca Se Dobrou

Pomba-Gira Rainha dos Sete Cruzeiros não é apenas uma entidade — é a memória viva de toda mulher que amou demais, sofreu em silêncio e, ainda assim, levantou a cabeça. Sua história nos lembra que a dor pode gerar poder, que a traição pode ser transmutada em justiça, e que o amor verdadeiro nunca morre — ele apenas muda de plano.

Se você sente seu chamado, não tema. Ela não exige perfeição — exige coragem, lealdade e respeito. E, em troca, oferece proteção feroz, caminhos abertos e a força de sete cruzes unidas.


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