Cronos (Titã)
Cronos (em grego:
Κρόνος, por vezes confundido com Chronos, Χρόνος), era a divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega e titã, correspondente ao deus romano Saturno. Outra suposição é que poderia estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El. Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos titãs. Após a destituição e "aposentadoria" compulsória de Urano (a pedido de sua mãe Cronos acabou castrando o pai com um golpe de foice), ele passou a residir no céu e se tornou o novo "rei dos deuses".
A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro". Uniu-se a uma de suas irmãs, a titânide Réia (gr. Ῥέα), e gerou os primeiros deuses olímpicos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus. Consta que ele se uniu também à oceânide Fílira e gerou o bondoso centauro Quíron, grande amigo dos mortais, ao contrário dos demais centauros.
Réia era também chamada de mãe dos deuses, talvez porque três de seus filhos (Zeus, Poseidon e Hades) mais tarde controlariam o mundo. Divindade muito antiga, ligada à deusa-mãe, senhora dos animais, e à fertilidade, tem origem provavelmente minóica; seu epíteto é mencionado nas tabuinhas em linear B. Com o intensivo contato dos gregos com as culturas da Ásia Menor, a partir do século -VII, acabou sendo equiparada à deusa frígia Cibele.
Com o tempo, Cronos se transformou em um déspota tão maligno quanto o pai. Temeroso do poder dos Ciclopes e dos Hecatônquiros, encerrou-os de novo no Tártaro; depois que Urano e Gaia profetizaram que seria destronado por um dos filhos, passou a devorar os filhos imediatamente depois do nascimento. Mas Zeus, o mais novo, conseguiu escapar desse triste destino. Réia enganou o marido com uma pedra envolvida em panos e escondeu o filho em uma gruta do monte Ida (ou do monte Dicte), na Ilha de Creta.
Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência - filha do titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado. Então Zeus tornou-se senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os tios Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.
Iconografia e culto
Cronos não era, habitualmente, representado; foi cultuado em épocas muito remotas no sopé do Monte Cronion (Élida), perto do Altis de Olímpia. Réia, raramente representada, era cultuada desde o século -V, em vários lugares, sob a forma de Cibele. Com frequência, ao se referir a ela, dizia-se simplesmente a Mãe. Cibele era geralmente mostrada em um trono, portando uma coroa alta e címbalos, ou então dirigindo um carro puxado por leões.
O novo déspota