Cigano Baltazar - O Cigano das magias e dos punhais
Fonte Imagem: (Google)
Pelos meados do século XIX, viveu um Cigano de nome Baltasar, sétimo filho de um grupo de 10 irmãos, sendo 6 homens e 4 mulheres.
Após seu irmão primogênito abandonar o clã cigano por ter se apaixonado por uma mulher, na qual conhecera em uma das vilas em que os Ciganos de sua tribo acampavam, e sendo esse irmão primogênito o que seria o herdeiro do comando e poderio sobre o clã no qual viviam, após a morte do pai. Contudo, com o abandono desse irmão ao seu povo, foi determinado que Baltasar seria o próximo chefe e responsável pelo clã.
E a partir dai, ele foi preparado, como deveria. Passou a acompanhar os mais velhos do clã, foi lhe colocado o dom dos negócios, o valor do ouro, as magias ciganas, como manter viva as tradições de seu povo cigano.
Ele aprendia tudo com muito louvor e entusiasmo, pois não tem honra maior a um cigano que ser responsável pelo seu povo, tomar decisões, manter unido seu povo. Baltasar tinha uma grande paixão por armas brancas, tinha várias delas, entre punhais cravejados de diamantes e lâminas feitas em ouro, todas muito bem cuidadas e armazenadas na barraca na qual Baltasar residia.
Baltasar: Significa rei protegido pelo deus Baal e indica uma pessoa introvertida e até um pouco desconfiada, mas que nunca nega colaboração aqueles que recorrem a ele. Os amigos o admiram e o respeitam muito. O nome vem do Hebraico “Que o deus Baal proteja o rei”. E era assim mesmo o nosso Cigano Baltasar, introvertido, desconfiado e de coração grandioso. Baltasar não só gosta de punhais e espadas como em vida forjava estas armas com metais como: cobre, latão, ouro e prata.
Ele era descendente de tribos do deserto e andou pela Namíbia, Turquia, Marrocos, Egito, Arábia. E em todos os lugares encantava a todos com suas melodias sublimes que saíam de seu violino negro, que o acompanhava em todos os momentos, principalmente nos momentos de solidão e silêncio que ele tanto apreciava. Mas quando em meio de seu povo, nos festejos variados, a noite sobre a luz da Lua cheia, Baltasar tocava belas canções, alegrando e fazendo dançar todo seu povo.
Ao completar 19 anos, foi determinado a Baltasar que ele precisaria de uma esposa, e essa esposa já tinha sido escolhida pelo seu pai, e acertado com o pai da jovem. Como os ciganos tinham a tradição de somente conhecerem a jovem desposada no dia do casamento, assim foi feito com Baltasar. Após ele fazer jus dessa honra, teve que então pagar o dote ao pai da jovem noiva, que por tradição seria 25 moedas de ouro.
Contudo, o pai dessa jovem cigana, usando de má fé, já tinha acertado também o recebimento do dote e a entrega de sua filha para ser desposada por outro jovem cigano de outro clã. Os boatos correram rapidamente por entre os acampamentos ciganos, e foi quando que o pai de Baltasar foi ao encontro do pai da jovem para uma satisfação, pois a palavra dada dentre os ciganos tinha que ser palavra cumprida.
Ao chegarem ao acampamento do pai da futura noiva, Baltasar finalmente consegue olhar para a face de sua pretendida, era uma linda jovem no auge de seus 15 anos, de nome Nadja, que por entre olhares e pequenos sorrisos tímidos ficou demonstrado que ali estava nascendo um grande amor entre ambos.
Mas no acampamento também estava o outro jovem, um pouco mais velho que Baltasar, que estaria ali com seu pai com o mesmo objetivo, buscar a linda Nadja para desposar. Após alguns debates um tanto acalorados, o cigano um tanto espertalhão, pai de Nadja, promete devolver um dos dotes, mas para isso os dois rapazes deveriam duelar até a morte ou a desistência de um deles. E assim foi feito, mesmo a contra gosto do Cigano Baltasar, pois ele era um grande lutador da paz. O duelo começa sobre os olhares atentos dos pais dos rapazes, e de todo povo cigano dessa região.
Duelavam com punhais nas mãos, e em dado momento o jovem rival de Baltasar consegue um ataque certeiro, ferindo um dos braços do jovem cigano. Ele cai, e sem piedade o outro jovem tenta cravar o punhal em seu coração, que por meio de gritos do povo e lágrimas da linda Nadja, consegue se desviar, dando-lhe um contra golpe, fazendo o outro jovem ir ao chão, e como um felino em ataque, leva o punhal a garganta do cigano.