domingo, 26 de fevereiro de 2023

Anúbis

 

Anúbis

Anúbis (versão grega de seu nome; conhecido no Egito como Anpu ou Inpu) era o antigo deus egípcio dos mortos e o guardião do submundo. Ele é geralmente retratado como um homem com cabeça de chacal, ou um chacal negro em posição de esfinge (este último geralmente guardando algo ou alguém).

Família

Originalmente, Anúbis era pensado como sendo o filho de Ra e Hesat (identificada com Hathor), porém mitos posteriores sustentaram que ele era o filho de Osíris Néftis, ou Seth Néftis. Ele foi por vezes descrito como o filho de Bastet por causa de sua ligação com os óleos perfumados utilizados no embalsamamento. Sua esposa, Anput (seu aspecto feminino) foi referida somente em associação com o nomo XVII do Alto Egito. Acredita-se que eles eram os pais de Kebechet, a deusa da purificação.




Mitos

O mito mais famoso sobre o nascimento de Anúbis conta que ele foi fruto de uma relação extraconjugal entre Néftis e Osíris. Néftis era consorte do terrível deus Seth, e se disfarçou como Ísis (consorte de Osíris) para chamar a atenção de seu negligente marido, mas em vez disso acabou seduzindo o próprio Osíris. Temendo a vingança de Seth quando o mesmo descobrisse sobre sua gravidez, Néftis esconde o bebê Anúbis em um pântano, onde mais tarde Ísis, sua tia, o encontra e o cria longe do alcance de Seth.

Quando adulto, Anúbis adquiriu inúmeros atributos como deus da morte, do submundo e todos seus aspectos relacionados, como o julgamento dos mortos, ritos de passagem e as tarefas de embalsamamento. Mais tarde, após Osíris ser morto e esquartejado por Seth, Ísis e Néftis reuniram os pedaços de Osíris e Anúbis se voluntariou para trazê-lo de volta a vida, através de suas práticas de mumificação e de seu infinito conhecimento sobre o pós-vida, criando assim a primeira múmia do Egito e do mundo. De volta a vida, Osíris, que originalmente era um deus da agricultura, adota os aspectos de Anúbis como deus da morte e do submundo.

Arte de Andrea Tentori Montalto

Anúbis então passa a se dedicar aos outros aspectos relacionados a morte. Ele passaria a guiar as almas através do submundo, até os salões do julgamento, onde ele também pesaria o coração da alma contra a pena de Maat, a deusa da justiça, do equilíbrio e da verdade, em um tribunal presidido por Osíris, Thoth e perante 42 deuses menores, cada um incumbido de julgar uma das 42 confissões que a alma deveria fazer.

Culto

Anúbis era adorado em todo o Egito, mas o centro de seu culto estava em Cinópolis, no XVII nomo do Alto Egito. A leste de Saqqara havia um lugar conhecido como Anubeion, onde um santuário e um cemitério de cães e chacais mumificados foi descoberto. Anúbis também era adorado em centros de culto em Abt (o oitavo Nomo do Alto Egito) e Saut (Asyut, no décimo terceiro nomo do Alto Egito).


Após as invasões gregas (em 332 a.C.) e romanas (em 31 a.C.), onde apenas um ano mais tarde o Egito tornaria-se um estado vassalo de Roma, muitos de seus deuses foram "exportados", entre eles Ísis, Thoth e Anúbis, que mais tarde, formaria junto com Hermes uma divindade híbrida conhecida como Hermanúbis. Ele foi adorado em Roma até o segundo século e era popular entre os alquimistas e filósofos renascentistas.