AS PRIMEIRAS ENCARNAÇÕES
OS LEMURIANOS: A TERCEIRA RAÇA MÃE
Já vimos que a encarnação dos capelinos se deu, em sua primeira fase e mais profundamente entre os Rutas, habitantes da Lemúria e demais regiões do Oriente, povos estes que apresentavam elevada estatura, cor escura, porte simiesco e mentalidade rudimentar.
Esses detalhes, mormente a compleição física, ficaram também assinalados na Gênese.
– “Havia naqueles dias gigantes na Terra; e também depois, quando os Filhos de Deus tiveram comércio com as filhas dos homens e delas geraram filhos.” (Gênese, 6:4)
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Nada há de estranhar, porque nos tempos primitivos tudo era gigantesco: as plantas, os animais, os homens. Estes, principalmente, tinham que se adaptar ao meio agreste e hostil em que viviam e se defender das feras existentes e da inclemência da própria Natureza; por isso, deviam possuir estatura e força fora do comum.
Os Lemurianos e os Atlantes tinham estatura elevada e os homens de Cro-Magnon (…) possuíam, em média, 1,83m, ombros muito largos e braços muito curtos e fortes, bem menores que as pernas (…).
As construções pré-históricas, como os dólmens, menires, pirâmides etc. eram de dimensões e peso verdadeiramente extraordinários, e somente homens de muita desenvoltura física poderiam realizá-las e utilizá-las (…).
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(…) A experiência punitiva dos capelinos, do ponto de vista moral, malograra, porque eles, ao invés de sanear o ambiente planetário, elevando-o a níveis mais altos, de acordo com o maior entendimento espiritual que possuíam, ao contrário, correram para generalizar as paixões inferiores, saturando o mundo de maldade e com a agravante de arrastarem na corrupção os infelizes habitantes primitivos, ingênuos e ignorantes, cuja tutela e aperfeiçoamento lhes couberam como tarefa redentora.
E, então, havendo se esgotado a tolerância divina, segundo as leis universais de justiça, sobrevieram as medidas reparadoras, para que a Terra fosse purificada e os espíritos culposos recolhessem, em suas próprias consciências, os dolorosos frutos de seus desvarios.
Em consequência, o vasto continente da Lemúria, núcleo central da Terceira Raça, afundou-se nas águas, levando para o fundo dos abismos milhões de seres rudes, vingativos, egoístas e animalizados.
Este continente, chamado na literatura indiana, antiga Shalmali Dvipa, compreendia o sul da África, Madagascar, Ceilão, Sumatra, Oceano Índico, Austrália, Nova Zelândia e Polinésia, foi a primeira terra habitada pelo homem.
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Os Lemurianos da Terceira Raça-Mãe eram homens que apenas iniciavam a vida em corpo físico neste planeta; não possuíam conhecimento algum sobre a vida material, pois utilizaram corpos etéreos nos planos espirituais donde provinham, com os quais estavam familiarizados. Dessa forma, suas preocupações eram todas dirigidas para esta nova condição de vida, desconhecida e altamente objetiva.
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A maior parte da população vivia em condições primitivas, análogas às dos animais, e as formas físicas que acabavam de incorporar, facilmente degeneraram para a selvageria (…).
A Lemúria desapareceu 700 mil anos antes do alvorecer da Idade Terciária.
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Desse cataclismo, todavia, milhares de Rutas se salvaram, ganhando as partes altas das montanhas que ficaram sobre as águas e passaram, então, a formar inumeráveis ilhas no Oceano Índico e no Pacífico, as quais ainda permanecem (…).
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Nessas novas regiões os sobreviventes se estabeleceram e se reproduziram formando povos semi-selvagens que, mais tarde, com o suceder dos tempos, foram dominados pelos Árias – os homens da Quinta Raça – quando eles invadiram a Pérsia e a Índia, vindos do Ocidente.
Os descendentes desses sobreviventes Ruta, mais tarde, na Índia, no regime de castas instituído pelo Bramanismo, constituíram a classe dos “Sudras” – os nascidos dos pés de Brama – parte dos quais veio a formar a casta desprezada dos párias, ainda hoje existente.
Outra leva de sobreviventes desse cataclismo ganhou as costas norte-africanas, emergidas das águas, passando aí a constituir vários povos, negros de pele luzidia, também até hoje existentes.
Após esses tremendos e dolorosos acontecimentos, os Prepostos do Senhor ultimaram novas experiências de cruzamentos humanos no Oriente, a fim de estabelecer novos tipos de transição para a formação de raças mais aperfeiçoadas, utilizando-se de novas gerações de emigrados que continuaram a encarnar nessas regiões.
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Formaram-se, assim, no planalto do Pamir, no centro da Ásia, os núcleos desses novos tipos que, em seguida, foram sendo impelidos para o sul, descendo através da Pérsia, da Caldéia e Palestina, de onde alcançaram em seguida o Egito; e por todos esses lugares foram estabelecendo bases avançadas de novas civilizações e novas raças humanas.
(Edgard Armond, Os Exilados da Capela, 5ª edição 2011, 1ª reimpressão 2016, Editora Aliança, São Paulo/SP, p. 94/95, 97/103)
OS ATLANTES: A QUARTA RAÇA MÃE
Extinta dessa forma, em sua grande massa, a Terceira Raça habitante do Oriente, levantou-se, então, no Ocidente, o campo da nova civilização terrestre, com o incremento das encarnações dos exilados na Grande Atlântida, o “habitat” da Quarta Raça, onde prepostos do Cristo já haviam, antecipadamente, preparado o terreno para esses novos surtos de vida planetária.
Assim, pois, deslocava-se para essa nova região o progresso do mundo, enquanto os remanescentes da Terceira Raça, inclusive os tipos primitivos, continuaram a renascer nos povos retardados de todo o globo (…).
E, da mesma forma como sucedera em outras partes, na Atlântida, os exilados, a partir dessa deslocação de massas, seguiram lentamente sua rota evolutiva e, apesar de mais evoluídos e menos selvagens que os rutas do Oriente, nem por isso primavam por uma conduta mais perfeita.
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Os atlantes eram homens fortes, alentados, de pele vermelha-escura ou amarela (…), e excessivamente orgulhosos.
Desde que se estabeleceram como povos constituídos, nesse vasto continente, iniciaram a construção de um poderoso império onde, sem demora, predominaram a rivalidade intestina e as ambições mais desmedidas de poderio e de dominação.
Por outro lado, desenvolveram faculdades psíquicas notáveis para sua época, que passaram a aplicar aos serviços dessas ambições inglórias; e, de tal forma se desenvolveram suas dissensões, que foi necessário que ali descessem vários Missionários do Alto para intervir no sentido de harmonizar e dar diretrizes mais justas e construtivas às suas atividades sociais.
Segundo consta de algumas revelações mediúnicas, ali encarnou duas vezes, sob os nomes de Anfion e de Antúlio, o Cristo planetário, como já o tinha feito, anteriormente, na Lemúria, sob os nomes de Numu e Juno, e como o faria, mais tarde na Índia, como Krisna e Buda e na Palestina como Jesus.
Porém, triunfaram as forças inferiores e a tal ponto se generalizaram os desentendimentos entre os diferentes povos, que se impôs a providência da separação de grandes massas humanas, mormente entre: a) romahals; b) turanianos; c) mongóis; d) travlatis, refluindo parte deles para o norte do continente de onde uma parte passou à Ásia, pela ponte ocidental do Alasca, localizando-se principalmente na China, e outra parte alcançou o continente Hiperbóreo, situado, como já vimos, nas regiões árticas, ao norte da Europa, que nessa época apresentavam magníficas condições de vida para os seres humanos.
No seio da grande massa que permaneceu na Atlântida, formada pelas outras três sub-raças: a) toltecas; b) semitas; e c) acádios, o tempo, no seu transcurso milenário, assinalou extraordinários progressos no campo das atividades materiais, conquanto, semelhantemente ao que já sucedera no Oriente, as sociedades desses povos tinham se deixado dominar pelos instintos inferiores e pela prática de atos consideráveis, de orgulho e de violência.
Assim, então, lastimavelmente degeneraram, comprometendo sua evolução.
Lavrou entre eles tão terrível corrupção psíquica que, como consequência, ocorreu novo e tremendo cataclismo: a Atlântida também submergiu.
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Os atlantes possuíam um profundo conhecimentos das Leis da Natureza, mormente das que governam os três elementos, terra, água e ar.
Eram, também, senhores de muitos segredos da metalurgia. As suas cidades eram ricas em ouro e alguns de seus palácios eram feitos desse metal.
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Cultivavam a magia negra e utilizavam-se grandemente dos elementais e de outros seres do submundo.
O apogeu da civilização atlante teve a duração de 70 mil anos e exerceu profunda influência na história e na religião de todos os povos pré-históricos que habitaram o Mediterrâneo e o Oriente Próximo. (…) Os chineses, mongóis em geral, inclusive os javaneses, são na Ásia os remanescentes desses povos no seu período de natural decadência etnográfica.
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Por último, quanto aos habitantes sobreviventes desses dois cataclismos, resta dizer que parte se refugiou na América sobrelevada, vindo a formar os povos astecas, maias, incas e peles-vermelhas em geral, ainda hoje existentes; parte alcançou as costas norte-africanas, vindo a trazer novo contingente de progresso aos povos ali existentes, principalmente aos egípcios; e uma última parte, finalmente, a de importância mais considerável para a evolução espiritual do planeta, ganhou as costas do continente Hiperbóreo, para leste, onde já existiam colônias da mesma raça, para ali emigradas anteriormente (…).
Assim, com esses acontecimentos terríveis e dolorosos, extinguiu-se a Quarta Raça e abriu-se campo às atividades daquela que a sucedeu, que, sobre todas as demais, foi a mais importante e decisiva para a incipiente civilização do mundo.
(Edgard Armond, Os Exilados da Capela, 5ª edição 2011, 1ª reimpressão 2016, Editora Aliança, São Paulo/SP, p. 105/109, 114/117)
OS ÁRIAS: A QUINTA RAÇA MÃE
Com a chegada dos remanescentes da Atlântida, os povos Hiperbóreos ganharam forte impulso civilizador e, após várias transformações operadas no seu tipo fundamental biológico, por efeito do clima, dos costumes e dos cruzamentos com os tipos-base, já previamente selecionados pelos auxiliares do Cristo, conseguiram estabelecer os elementos etnográficos essenciais e definitivos do homem branco, de estatura elegante e magnífica, cabelos ruivos, olhos azuis, rosto de feições delicadas.
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(…) A Quinta Raça foi a última, no tempo, e a mais aperfeiçoada, que apareceu na Terra, como fruto natural de um longo processo evolutivo, superiormente orientado pelos Dirigentes Espirituais do planeta.
Ao se estabelecerem no centro da Europa os Hiperbóreos, logo a seguir e antes que pudessem definitivamente se fixar, foram defrontados pelos negros que subiam da África, sob a chefia de conquistadores violentos e aguerridos, que abrigavam suas hordas sob o estandarte do Touro, símbolo da força bruta e da violência.
Essas duas raças que assim se enfrentavam, representando civilizações diferentes e antagônicas, preparavam-se para uma guerra implacável, uma carnificina inglória e estúpida, quando os poderes espirituais do Alto, visando mais que tudo preservar aqueles valiosos espécimes brancos, portadores de uma civilização mais avançada e tão laboriosamente selecionados, polarizaram suas forças em Rama, jovem sacerdote do seu culto – o primeiro dos grandes enviados históricos do Divino Mestre – dando-lhe poderes para que debelasse uma terrível epidemia que lavrara no seu povo e adquirisse junto deste, enorme prestígio e respeito.
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(…) Rama assumiu a direção efetiva do povo, levantou o estandarte do Cordeiro – símbolo da paz e da renúncia – e, no momento julgado oportuno, conduziu-o para os lados do Oriente, atravessando a Pérsia e invadindo a Índia, desalojando os Rutas primitivos e aí estabelecendo, sob o nome de Árias, os homens da gloriosa Quinta Raça.
Esses mesmos homens (…) plantaram os fundamentos de uma civilização mais avançada que todas as precedentes.
(Edgard Armond, Os Exilados da Capela, 5ª edição 2011, 1ª reimpressão 2016, Editora Aliança, São Paulo/SP, p. 121/123)
OS POVOS PRINCIPAIS
Após essas impressionantes depurações, os remanescentes humanos agrupados, cruzados e selecionados aqui e ali, por vários processos, e em cujas veias já corria, dominadoramente, o sangue espiritual dos Exilados da Capela, passaram a formar quatro povos principais, a saber: os árias, na Europa; os hindus, na Ásia; os egípcios, na África e os israelitas, na Palestina.
Os árias, após a invasão da Índia, para onde se deslocaram, como vimos, sob a chefia de Rama, aí se estabeleceram, expulsando os habitantes primitivos, descendentes dos Rutas da Terceira Raça, e organizando uma poderosa civilização espiritual que, em seguida, se espalhou por todo o mundo.
Deles descendem todos os povos de pele branca que, um pouco mais tarde, conquistaram e dominaram a Europa até o Mediterrâneo.
Os hindus se formaram de cruzamentos sucessivos entre os primitivos habitantes da região, que fecundamente proliferaram após as arremetidas dos árias para o Ocidente e para o sul, e dos quais herdaram conhecimentos espirituais avançados e outros elementos civilizadores.
Os egípcios – os da primeira civilização – detentores da mais dinâmica sabedoria, povo que, como diz Emmanuel: “Após deixar o testemunho de sua existência gravado nos monumentos imperecíveis das pirâmides, regressou ao paraíso de Capela.”
E finalmente os israelitas, povo tenaz, orgulhoso, fanático e inamovível nas suas crenças; povo heroico no sofrimento e na fidelidade religiosa (…).
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Povo que até hoje padece, como nenhum outro dos exilados, por haver desprezado a luz, quando ela no seu seio privilegiado brilhou, segundo a Promessa, na pessoa do Divino Senhor – o Messias.
(Edgard Armond, Os Exilados da Capela, 5ª edição 2011, 1ª reimpressão 2016, Editora Aliança, São Paulo/SP, p. 135/136)
REENCARNAÇÕES
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
“Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.”
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição.
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Acreditavam que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se.
Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama de reencarnação.
Com efeito, ressurreição pressupõe o retorno à vida do corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo, novamente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.
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No Espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Felizes por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros.
A encarnação apenas os separa momentaneamente, porque, ao regressarem à erraticidade, reúnem-se novamente como amigos que voltam de uma viagem.
Muitas vezes, até, seguem juntos na mesma encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem pelo seu mútuo adiantamento.
E se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que estão livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam
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A união e afeição que existem entre parentes são um indício da simpatia anterior que os aproximou.
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Deus permite, nas famílias, (…) encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns, e de progresso para outros. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e por efeito dos cuidados que destes recebem.
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Se alguns fraquejam no caminho, retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas a esperança não está de todo perdida. Ajustados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, e, portanto, estreitamento dos laços de afeição.
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Com a pluralidade de existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.
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(…) No estado errante, isto é, no intervalo das existências corpóreas, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo a que está ligado pelo seu grau de evolução. Assim, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, conforme seja mais ou menos materializado.
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Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos. Por isso, dá a todos o mesmo ponto de partida, as mesmas aptidões, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de agir.
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Mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório; é uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros degraus da iniciação e gozam mais cedo do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam o seu progresso, podendo, pela obstinação que demonstrem, prolongar indefinidamente a necessidade de reencarnar, e é então que a encarnação se torna um castigo.
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Para o Espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência. Contudo, para o homem esclarecido, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido, e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, a encarnação é um castigo, pela necessidade que ele tem de prolongar sua estada nos mundos inferiores e infelizes. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, pode não apenas abreviar a duração da encarnação material, como também transpor de uma só vez os degraus intermediários que o separam dos mundos superiores.
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A encarnação, ademais, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem proveito para si e para outros. Deus, cujas leis são todas soberanamente sábias, nada faz de inútil.
Pela reencarnação no mesmo globo, quis Ele que os mesmos Espíritos, ao se encontrarem novamente, tivessem oportunidade de reparar seus erros recíprocos.
Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso, estabelecer os laços de família sobre base espiritual, apoiando numa Lei da Natureza os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
(Allan Kardec, tradutor Evandro N. Bezerra, O Evangelho segundo o Espiritismo, 2ª edição, 2ª reimpressão, Federação Espírita Brasileira, Brasília/DF – 2014, p. 61/71)
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
132 – Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para alguns é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação.
A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação. Para realizá-la é que, em cada mundo, ele toma um aparelho em harmonia com a matéria essencial desse mundo, cumprindo aí, daquele ponto de vista, as ordens de Deus, de tal sorte que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
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133 – Os Espíritos que, desde o princípio, seguiram o caminho do bem, têm necessidade da encarnação?
Todos foram criados simples e ignorantes; instruíram-se nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não poderia fazer a alguns felizes, sem dificuldades e sem trabalho e, por conseguinte, sem mérito.
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134 – Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso não os isenta das dificuldades da vida corporal?
Eles alcançam mais depressa o objetivo. Aliás, as dificuldades da vida, frequentemente, são consequências da imperfeição do Espírito; quanto menos tenha de imperfeições, menos tem de tormentos. Quem não é invejoso, nem ciumento, nem avarento, nem ambicioso, não terá os tormentos que nascem desses defeitos.
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167 – Qual o objetivo da reencarnação?
Expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
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168 – O número de existências corporais é limitado, ou o Espírito se reencarna perpetuamente?
A cada nova existência o Espírito dá um passo no caminho do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.
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169 – O número de encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
Não, aquele que caminha depressa se poupa das provas. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito.
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172 – Nossas diferentes existências corporais se passam todas sobre a Terra?
Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que passamos neste globo não é a primeira nem a última, e é uma das mais materiais e das mais distanciadas da perfeição.
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173 – A alma, a cada nova existência da vida corporal, passa de um mundo a outro ou pode viver várias vezes sobre o mesmo globo?
Pode reviver muitas vezes sobre o mesmo globo se não é bastante avançada para passar para um mundo superior.
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176 – Os Espíritos depois de terem encarnado em outros mundos, podem encarnar neste sem jamais terem passado por aqui?
Sim, como vós em outros mundos. Todos os mundos são solidários; o que não se faz num, pode-se fazer noutro.
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178 – Os Espíritos podem reviver corporalmente num mundo relativamente inferior àquele em que já viveram?
Sim, quando devem cumprir uma missão para ajudar o progresso, e, nesse caso, aceitam com alegria as tribulações dessa existência, visto que lhes fornecem um meio de progredir.
(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Perguntas e Respostas)
Percebam o que ocorre nas encarnações e reencarnações vivenciadas na Terra.
O renascer é a didática para que o espírito aprenda com as provações, e eleve-se pelo esquecimento que anima o perdão e incentiva a evolução. Apenas as provações não atingem seus propósitos quando aqueles que deveriam ser beneficiados entregam-se, pelo livre-arbítrio, à revolta contra a pertinência divina. E abraçar a antítese de Deus é colocar-se ao serviço das trevas, simbolicamente ao lado esquerdo de Jesus.
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O espírito é colocado em seu primeiro berço, a matéria, onde poderá ter as suas primeiras noções de limite e distância, vindo futuramente a entender sobre o que é o infinito. Da mesma maneira que sua compreensão a respeito do tempo na vida física lhe concederá no futuro o conceito do que vem a ser espaço atemporal e eternidade.
Também à medida que desenvolve seu raciocínio passa a não se contentar em ficar limitado ao campo denso, imaginando além do que é muitas vezes considerado possível, tornando-se criativo e transcendendo as fronteiras materiais, ingressando assim na esfera da mente abstrata.
Dessa forma, o espírito vai aos poucos entendendo sobre si mesmo, sobre o Universo e sobre Deus. E, gradualmente, sobre o seu próprio potencial junto à criação divina, na construção de seu microcosmo.
Portanto, a primeira encarnação é a colocação de um espírito recém-nascido em seu primeiro berço. Onde, por ser ainda imaturo, cometerá inúmeras faltas, precisando retornar a outros berços, creches e escolas pelas reencarnações até que aprenda.
O caminho natural daí em diante atravessa diversas escolas, da mesma forma como uma criança na Terra ingressa no maternal, no primário, e posteriormente na universidade. E cada plano material, através dos incontáveis planetas existentes para esse fim, constitui-se numa escola a ser frequentada.
A Terra é uma escola, Marte é outra um pouco mais avançada com vida espiritual, assim como a vida pulsa em bilhões de planetas em todo o Universo “conhecido” pelo homem, onde espíritos frequentam cursos pertinentes aos seus estágios mentais.
E cada planeta, conforme o estado evolutivo que se apresenta, possui ciclos que correspondem numa escola aos anos letivos. Tais ciclos diferem de um planeta para outro, em função das necessidades carmáticas de seus habitantes.
(Hur-Than de Shidha/Ramatis, O Astro Intruso e o novo ciclo evolutivo da Terra, Editora do Conhecimento, Limeira/SP – 2004)