[Por mãe Barbara de Iansã] Quero falar, nesse post, de uma coisa muito importante: desrespeito à natureza.
Não quero ser a chata vegana aqui, nem questionar atitudes de cada um seguindo a “pegada ecológica”. Não é isso, é mais um desabafo e uma crítica a todos nós, que falamos seguir uma religião da natureza: a Umbanda.
Fui visitar uma cachoeira fantástica um mês atrás, mais ou menos. Ponte de força maravilhoso de mamãe Oxum. Ela era tão presente naquele lugar que o fundo do lago brilhava em dourado!
Sendo um ponto de força, muitos umbandistas e candomblecistas vão até lá fazer suas oferendas e recarregar suas forças. Lindo! Mamãe Oxum fica feliz com a devoção, carinho e fé.
Porém me deparei com muita sujeira e não era sujeira comum: eram alguidares, velas quebradas, pacotes de presente, fitas, roupas e até latinhas de cerveja. Gente, os orixás não precisam de nada disso!
O alimento da entrega, as flores, tudo isso é biodegradável, será consumido pelas formigas e pássaros, virará adubo para a terra, mas as embalagens não! Oxum não quer um pacote lindo em papel dourado, papel que custou muito a natureza quando foi produzido e que o seu descarte poluirá ainda mais a terra. Isso é contraditório!
Lembram do que eu disse um tempo atrás? Mamãe Oxum não mora na cachoeira, ela É A CACHOEIRA.
Então te pergunto: se você deixa lixo na cachoeira, isso não significa que, no final das contas, você esta esfregando lixo na cara da mamãe? Como queremos que os Orixás nos guardem se nós não guardamos a eles? De que adianta gastar rios de dinheiro fazendo um amalá maravilhoso se você não consegue jogar a latinha da cerveja no lixo?
E então, durante o picnic com meus amigos, um casal fazendo uma trilha nos disse: “por favor, levem os lixos com vocês e apaguem muito bem apagado a fogueira”. Isso doeu, doeu no fundo da alma.
Não doeu porque eu levei uma bronca, mas sim porque eles sabiam que a nossa cara de “macumbeiro” era um sinal de que deixaríamos muita sujeira lá. E o que mais me doeu foi eu não poder bater no peito e dizer: “não! Somos de uma religião que vê na natureza a presença de nossos deuses e entendemos ela como força de evolução espiritual! Somos umbandistas!”, porque eu estaria mentindo. Porque nós, umbandistas, não sabemos respeitar a natureza.
Então, meus queridos, retirem seus lixos dos lugares de força e isso inclui também a encruzilhada. Ninguém tem o dever de recolher a sua entrega, isso é responsabilidade sua.
Entregou para seu Exu e sua Pombagira de fé? Recolha no dia seguinte, a energia da entrega já foi utilizada então só sobrou o lixo.
Entregou para seu Orixá no campo de força? Retire tudo que não seja biodegradável e isso inclui a vela e a cera dela. (“Ah mas eu vou ficar esperando a vela queimar?” Vai, ou então, nem acenda).
Entregou para seu Orixá no campo de força? Retire tudo que não seja biodegradável e isso inclui a vela e a cera dela. (“Ah mas eu vou ficar esperando a vela queimar?” Vai, ou então, nem acenda).
Os orixás agradecem e isso é verdadeiramente amor. Axé!