Pombo Gira Maria Quitéria
Eu tenho nome tão lindo,
mas eu só uso em tempo de guerra.
Quer saber o meu nome?
Pombo Gira Maria Quitéria
Eu tenho nome tão lindo,
mas eu só uso em tempo de guerra.
Quer saber o meu nome?
Eu sou Maria,
mas não vão se confundir por aí,
porque eu sou Maria,
Maria Quitéria
Fui convidado para um baile na calunga,
mas quando eu cheguei lá,
quem comandava era Maria Quitéria.
Quando eu bato palmas,
Saravá a encruzilhada,
Saravá Exú mulher,
quando eu bato palmas,
Saravá Maria Quitéria,
Rainha da madrugada.
A Pombo Gira Maria Quitéria é uma das mais conhecidas no reino umbandista.
Com seu jeito peculiar, forte, batalhadora, guerreira, ela
chama atenção por onde passa, deixando sempre saudades quando parte.
Maria Quitéria trabalha na mesma banda ou legião da Pombo Gira
Maria Padilha, e é normal uma médium bem preparada em seu
desenvolvimento mediúnico, que tenha dona Maria Padilha na Coroa, ter
também a bela senhora Maria Quitéria.
Dona Maria Quitéria, como já falamos acima é uma Entidade muito
forte, e sendo assim ela comanda uma enorme falange de mulheres, entre
tantas se destaca a Pombo Gira Maria Navalhada, que é sua subordinada.
Maria Quitéria em terreiros bem firmes, sem mistificação e com médium
preparado é acompanhada por sete Exús, Exús esses que formam uma
legião de trabalho e proteção onde dona Maria Quitéria for e estiver.
Essa bela Entidade se apresenta sempre sem rodeios quando bem
incorporada, porém se notar que seu médium não esteja tão preparado,
ela simplesmente se vai, por não aceitar que seu trabalho seja
prejudicado.
A história dessa linda Pombo Gira teve início na cidade de Lisboa
em Portugal, nos meados do século XIX, quando nascia uma bela menina
de olhos negros e penetrantes na casa de uma família economicamente
abastada.
Seu nascimento fora uma festa para a família, pois sua mãe, uma
jovem portuguesa, após alguns anos de matrimônio com um militar
brasileiro, não conseguia realizar seu grande sonho, que era ter um
filho de seu amado. Após as esperanças se findarem, veio a grande
surpresa, uma gravidez, gravidez essa que foi a grande felicidade de
todos.
E então chegou o tão esperado dia, o nascimento da criança que já
era tão amada e aguardada.
O primeiro choro emocionou a todos, a jovem portuguesa, em
lágrimas, abraça o esposo e mostra a bela menina de pele não muito
clara.
Uma pequena princesa, que teve como nome a tradicional Maria, para
seguir a tradição familiar, e o composto de Quitéria, pois a mãe da
menina era muito devota e extremamente agradecida a Santa Quitéria.
E sete anos se passaram, a menina Maria Quitéria era muito esperta
e falante, e assim criava muitas amizades com todos da região.
Nessa época o rei de Portugal estipulou uma lei na qual eram
tomadas a coroa terras que mesmo produtivas viraram propriedades do
poder, deixando os trabalhadores rurais sem ter onde morar e o que
comer. E assim foi nascendo grandes revoluções e invasões em torno da
região.
Em uma dessas invasões alguns malfeitores se entraram em meio dos
trabalhadores rurais, e assim aproveitando a confusão, assaltavam as
casas das pessoas que residiam na cidade, e faziam isso com extrema
covardia, chegando a assassinar moradores inocentes.
E uma dessas casas foi a da pequena Maria Quitéria, que ao ver a
invasão na casa de seus pais ficou desesperada, pois os assassinos já
tinham alcançado os mesmos.
Uma serviçal da residência ao notar o acontecido pegou a menina
pela mão e saiu escondida pela parte de trás da casa, indo se esconder
por entre as árvores que ficavam em um pomar.
Ficaram ali por horas escondidas, enquanto dentro da residência
os malfeitores roubavam tudo, agrediam os pais de Maria Quitéria e os
serviçais.
Diante de uma fúria incontrolável esses larápios atacaram a todos
que ali estavam com punhais pontiagudos, assassinando a todos, e sem o
menor arrependimento, os sanguinários atearam fogo por toda a casa
queimando os corpos, até mesmo os que ainda não tinham desencarnado,
sobre os olhos mareados de lágrimas da pequena Maria Quitéria que
observava tudo.
Os assassinos saíram apressadamente, e sem olhar para trás
deixaram aquela grande dor no coração da menina.
Sem ter onde ir, a serviçal levou a menina a um acampamento de
Ciganos, implorando ajuda e explicando o que havia acontecido. Pedia
ela que os Ciganos tomassem conta da pequena criança, pois não tinha
condições de ficar com a menina.
O Povo Cigano tinha na alma a caridade extrema, e acolheram a
menina como se fosse uma deles. E ali ela ficou por dez anos, viajando
de cidade a cidade em Portugal como uma verdadeira nômade, até que por
questões do rei, começaram perseguições implacáveis sobre os Povos
Ciganos, fazendo assim com que o grupo no qual se encontrava Maria
Quitéria, partisse para o Brasil.
E foi assim que Maria Quitéria veio para o Brasil, já uma jovem,
linda, guerreira, sabendo as magias ciganas, caridosa e extremamente
forte.
E o tempo foi passando, e de cidade em cidade, agora no Brasil,
Maria foi tendo novas experiências, até que um belo dia o chefe do clã
Cigano na qual ela fazia parte decidiu retornar a Portugal, porém a
jovem estava decidida a ficar, e assim houve a despedida dela daquele
tão generoso Povo Cigano que a acolheu com tanto carinho e dedicação.
Ela então se tornou uma nômade solitária, como uma andarilha
buscava lugares para pernoitar, e assim foi conhecendo muitas pessoas
e tendo novas experiências. Entre essas pessoas ela passou por meio de
grandes fazendeiros, de prostitutas, de malandros, pessoas do bem e do
mal, e a todos elas buscava demonstrar palavras de auxilio, de luz,
de caridade. Auxiliou diversas pessoas com que aprendera com os
Ciganos, trouxe paz aos desesperados, comida aos famintos, água aos
sedentos, luz aos que se encontravam na escuridão.
Por viver nas ruas ela aprendeu se defender e defender seus
semelhantes, e tinha nessa colocação a sua dádiva de vida.
E em um fato assim Maria Quitéria teve seu desencarne já com seus
trinta anos, pois em uma das suas andanças pelas noites e sem destino,
encontrou uma jovem prostituta desesperada a correr, e chorando muito,
e vendo esse fato logo se pôs a tentar ajudá-la.
A jovem esclarece que está sendo perseguida por covardes homens na
qual ela não aceitou ceder a proposta que lhe fizeram, e com a
negativa eles decidiram matá-la. E nesse momento chega a frente delas
um homem forte e com olhar covarde, gritando que ela deveria o
acompanhar, e a jovem em negativa se esconde atrás de Maria Quitéria,
que toma a frente da situação, tirando de sua saia um punhal afiado. O
homem avança sobre as duas, e nesse momento Maria o ataca acertando o
punhal na barriga, fazendo um grande e profundo corte. Ele cai, e as
duas correm pela escuridão.
Nesse momento chega até o homem os outros que também estavam
perseguindo a jovem prostituta, e ao vê-lo ao chão ferido e
desacordado, ficam sem entender o acontecido. Acreditando que o homem
ferido estava morto, um dos perseguidores se joga de joelhos ao chão,
e em um grito de desespero e dor grita a frase: “Meu irmão, quem fez
isso com você?”
Nesse momento Maria Quitéria vê o desespero do rapaz e diz a
jovem para fugir, pois ela iria retornar para auxiliar o ferido e
assim acalmar o coração de seu irmão.
E assim foi feito, ela retornou, e chegando junto ao homem ferido
e seu irmão, ela diz:
“Meu rapaz, tome esse frasco com essa poção Cigana, dê um bom gole
a boca de seu irmão, e depois jogue o restante no ferimento.”
O rapaz seguindo as orientações da mulher, fez o que devia fazer,
enquanto ela sumia na escuridão, sem ser notada, pois todos estavam
apáticos ao verem a reação do homem, e da ferida que fechava e
cicatrizava na frente dos olhos de todos.
E assim se passaram sete dias, o homem que antes ferido já andava
normalmente pelas vielas da cidade, e andava não a esmo, pois em seus
olhos brilhavam o sentimento de vingança.
Em certo ponto de uma viela escura, ele vê Maria Quitéria
dormindo ao relento, e se aproximando como uma serpente, decide se
vingar estocando um punhal no coração da mulher que dormia indefesa.
E assim Maria Quitéria desencarna, e em seu redor e diante dos
olhos assustados do assassino, espíritos obsessores tentavam levar o
espírito de Quitéria para a escuridão, pois viam nela uma grande
força. Porém diante desse fato foram surgindo espíritos de luz, uma
legião de sete Exús, que vieram resgatar Maria e levarem ela para o
lugar das divindades de luz, para que pudesse, com a benção de Oxalá,
se tornar uma Entidade de Luz lutadora em prol da caridade e guerreira
contra a escuridão da maldade.
Os Exús pegaram Maria Quitéria pela mão, dando-lhe o caminho a
seguir, e ela sorridente se foi formando um lindo caminho de luz
brilhante.
Sem quase acreditar o assassino se põe de joelhos, sem perceber
que os espíritos sem luz que antes tentavam desviar o caminho do
espírito de Maria Quitéria, colocavam-se em volta dele, sugando suas
energias, até o ponto de seu desencarne, e assim o levaram para o
reino da escuridão, como mais um escravo.
Hoje Maria Quitéria trabalha nos terreiros de Umbanda, sua linha é
a das Pombo Giras, e ela tem um jeito muito peculiar de falar,
parecendo um tanto radical, e bastante brava, assim como demonstrava
nas ruas e vielas que vivia, não como demonstração de prepotência,
mas sim pela sobrevivência.
Saravá as Pombos Giras !
Laroiê Dona Maria Quitéria !
Eu tenho nome tão lindo,
mas eu só uso em tempo de guerra.
Quer saber o meu nome?
Eu sou Maria,
mas não vão se confundir por aí,
porque eu sou Maria,
Maria Quitéria
Fui convidado para um baile na calunga,
mas quando eu cheguei lá,
quem comandava era Maria Quitéria.
Quando eu bato palmas,
Saravá a encruzilhada,
Saravá Exú mulher,
quando eu bato palmas,
Saravá Maria Quitéria,
Rainha da madrugada.
A Pombo Gira Maria Quitéria é uma das mais conhecidas no reino umbandista.
Com seu jeito peculiar, forte, batalhadora, guerreira, ela
chama atenção por onde passa, deixando sempre saudades quando parte.
Maria Quitéria trabalha na mesma banda ou legião da Pombo Gira
Maria Padilha, e é normal uma médium bem preparada em seu
desenvolvimento mediúnico, que tenha dona Maria Padilha na Coroa, ter
também a bela senhora Maria Quitéria.
Dona Maria Quitéria, como já falamos acima é uma Entidade muito
forte, e sendo assim ela comanda uma enorme falange de mulheres, entre
tantas se destaca a Pombo Gira Maria Navalhada, que é sua subordinada.
Maria Quitéria em terreiros bem firmes, sem mistificação e com médium
preparado é acompanhada por sete Exús, Exús esses que formam uma
legião de trabalho e proteção onde dona Maria Quitéria for e estiver.
Essa bela Entidade se apresenta sempre sem rodeios quando bem
incorporada, porém se notar que seu médium não esteja tão preparado,
ela simplesmente se vai, por não aceitar que seu trabalho seja
prejudicado.
A história dessa linda Pombo Gira teve início na cidade de Lisboa
em Portugal, nos meados do século XIX, quando nascia uma bela menina
de olhos negros e penetrantes na casa de uma família economicamente
abastada.
Seu nascimento fora uma festa para a família, pois sua mãe, uma
jovem portuguesa, após alguns anos de matrimônio com um militar
brasileiro, não conseguia realizar seu grande sonho, que era ter um
filho de seu amado. Após as esperanças se findarem, veio a grande
surpresa, uma gravidez, gravidez essa que foi a grande felicidade de
todos.
E então chegou o tão esperado dia, o nascimento da criança que já
era tão amada e aguardada.
O primeiro choro emocionou a todos, a jovem portuguesa, em
lágrimas, abraça o esposo e mostra a bela menina de pele não muito
clara.
Uma pequena princesa, que teve como nome a tradicional Maria, para
seguir a tradição familiar, e o composto de Quitéria, pois a mãe da
menina era muito devota e extremamente agradecida a Santa Quitéria.
E sete anos se passaram, a menina Maria Quitéria era muito esperta
e falante, e assim criava muitas amizades com todos da região.
Nessa época o rei de Portugal estipulou uma lei na qual eram
tomadas a coroa terras que mesmo produtivas viraram propriedades do
poder, deixando os trabalhadores rurais sem ter onde morar e o que
comer. E assim foi nascendo grandes revoluções e invasões em torno da
região.
Em uma dessas invasões alguns malfeitores se entraram em meio dos
trabalhadores rurais, e assim aproveitando a confusão, assaltavam as
casas das pessoas que residiam na cidade, e faziam isso com extrema
covardia, chegando a assassinar moradores inocentes.
E uma dessas casas foi a da pequena Maria Quitéria, que ao ver a
invasão na casa de seus pais ficou desesperada, pois os assassinos já
tinham alcançado os mesmos.
Uma serviçal da residência ao notar o acontecido pegou a menina
pela mão e saiu escondida pela parte de trás da casa, indo se esconder
por entre as árvores que ficavam em um pomar.
Ficaram ali por horas escondidas, enquanto dentro da residência
os malfeitores roubavam tudo, agrediam os pais de Maria Quitéria e os
serviçais.
Diante de uma fúria incontrolável esses larápios atacaram a todos
que ali estavam com punhais pontiagudos, assassinando a todos, e sem o
menor arrependimento, os sanguinários atearam fogo por toda a casa
queimando os corpos, até mesmo os que ainda não tinham desencarnado,
sobre os olhos mareados de lágrimas da pequena Maria Quitéria que
observava tudo.
Os assassinos saíram apressadamente, e sem olhar para trás
deixaram aquela grande dor no coração da menina.
Sem ter onde ir, a serviçal levou a menina a um acampamento de
Ciganos, implorando ajuda e explicando o que havia acontecido. Pedia
ela que os Ciganos tomassem conta da pequena criança, pois não tinha
condições de ficar com a menina.
O Povo Cigano tinha na alma a caridade extrema, e acolheram a
menina como se fosse uma deles. E ali ela ficou por dez anos, viajando
de cidade a cidade em Portugal como uma verdadeira nômade, até que por
questões do rei, começaram perseguições implacáveis sobre os Povos
Ciganos, fazendo assim com que o grupo no qual se encontrava Maria
Quitéria, partisse para o Brasil.
E foi assim que Maria Quitéria veio para o Brasil, já uma jovem,
linda, guerreira, sabendo as magias ciganas, caridosa e extremamente
forte.
E o tempo foi passando, e de cidade em cidade, agora no Brasil,
Maria foi tendo novas experiências, até que um belo dia o chefe do clã
Cigano na qual ela fazia parte decidiu retornar a Portugal, porém a
jovem estava decidida a ficar, e assim houve a despedida dela daquele
tão generoso Povo Cigano que a acolheu com tanto carinho e dedicação.
Ela então se tornou uma nômade solitária, como uma andarilha
buscava lugares para pernoitar, e assim foi conhecendo muitas pessoas
e tendo novas experiências. Entre essas pessoas ela passou por meio de
grandes fazendeiros, de prostitutas, de malandros, pessoas do bem e do
mal, e a todos elas buscava demonstrar palavras de auxilio, de luz,
de caridade. Auxiliou diversas pessoas com que aprendera com os
Ciganos, trouxe paz aos desesperados, comida aos famintos, água aos
sedentos, luz aos que se encontravam na escuridão.
Por viver nas ruas ela aprendeu se defender e defender seus
semelhantes, e tinha nessa colocação a sua dádiva de vida.
E em um fato assim Maria Quitéria teve seu desencarne já com seus
trinta anos, pois em uma das suas andanças pelas noites e sem destino,
encontrou uma jovem prostituta desesperada a correr, e chorando muito,
e vendo esse fato logo se pôs a tentar ajudá-la.
A jovem esclarece que está sendo perseguida por covardes homens na
qual ela não aceitou ceder a proposta que lhe fizeram, e com a
negativa eles decidiram matá-la. E nesse momento chega a frente delas
um homem forte e com olhar covarde, gritando que ela deveria o
acompanhar, e a jovem em negativa se esconde atrás de Maria Quitéria,
que toma a frente da situação, tirando de sua saia um punhal afiado. O
homem avança sobre as duas, e nesse momento Maria o ataca acertando o
punhal na barriga, fazendo um grande e profundo corte. Ele cai, e as
duas correm pela escuridão.
Nesse momento chega até o homem os outros que também estavam
perseguindo a jovem prostituta, e ao vê-lo ao chão ferido e
desacordado, ficam sem entender o acontecido. Acreditando que o homem
ferido estava morto, um dos perseguidores se joga de joelhos ao chão,
e em um grito de desespero e dor grita a frase: “Meu irmão, quem fez
isso com você?”
Nesse momento Maria Quitéria vê o desespero do rapaz e diz a
jovem para fugir, pois ela iria retornar para auxiliar o ferido e
assim acalmar o coração de seu irmão.
E assim foi feito, ela retornou, e chegando junto ao homem ferido
e seu irmão, ela diz:
“Meu rapaz, tome esse frasco com essa poção Cigana, dê um bom gole
a boca de seu irmão, e depois jogue o restante no ferimento.”
O rapaz seguindo as orientações da mulher, fez o que devia fazer,
enquanto ela sumia na escuridão, sem ser notada, pois todos estavam
apáticos ao verem a reação do homem, e da ferida que fechava e
cicatrizava na frente dos olhos de todos.
E assim se passaram sete dias, o homem que antes ferido já andava
normalmente pelas vielas da cidade, e andava não a esmo, pois em seus
olhos brilhavam o sentimento de vingança.
Em certo ponto de uma viela escura, ele vê Maria Quitéria
dormindo ao relento, e se aproximando como uma serpente, decide se
vingar estocando um punhal no coração da mulher que dormia indefesa.
E assim Maria Quitéria desencarna, e em seu redor e diante dos
olhos assustados do assassino, espíritos obsessores tentavam levar o
espírito de Quitéria para a escuridão, pois viam nela uma grande
força. Porém diante desse fato foram surgindo espíritos de luz, uma
legião de sete Exús, que vieram resgatar Maria e levarem ela para o
lugar das divindades de luz, para que pudesse, com a benção de Oxalá,
se tornar uma Entidade de Luz lutadora em prol da caridade e guerreira
contra a escuridão da maldade.
Os Exús pegaram Maria Quitéria pela mão, dando-lhe o caminho a
seguir, e ela sorridente se foi formando um lindo caminho de luz
brilhante.
Sem quase acreditar o assassino se põe de joelhos, sem perceber
que os espíritos sem luz que antes tentavam desviar o caminho do
espírito de Maria Quitéria, colocavam-se em volta dele, sugando suas
energias, até o ponto de seu desencarne, e assim o levaram para o
reino da escuridão, como mais um escravo.
Hoje Maria Quitéria trabalha nos terreiros de Umbanda, sua linha é
a das Pombo Giras, e ela tem um jeito muito peculiar de falar,
parecendo um tanto radical, e bastante brava, assim como demonstrava
nas ruas e vielas que vivia, não como demonstração de prepotência,
mas sim pela sobrevivência.
Saravá as Pombos Giras !
Laroiê Dona Maria Quitéria !