Desde que comecei meu caminho pelas vias da espiritualidade, sempre ouvi falar sobre os cuidados que todo médium, sem exceção, deve ter com o seu dom, sendo a vaidade, o excesso de confiança e o desprezo pelo trabalho dos outros irmãos seus de jornada, as teclas insistentemente batidas pelos espíritos amigos.
Nenhum de nós, médiuns em atividade, seja essa atividade de qual natureza for, estamos imunes à mistificação ou ao assédio de espíritos descomprometidos com o bem. Todos estamos sujeitos a esse tipo de interferência, portanto, orar e vigiar nunca será demais, nem tampouco avaliar a si próprio quanto ao trabalho que vem desempenhando junto à espiritualidade e junto às pessoas, jamais será demais, antes sim é uma necessidade.
Não existe título ou condição, aqui na Terra, capaz de isentar quem quer que seja desse tipo de assédio e interferência, sendo assim, quem tem o dom deve por ele zelar, a fim de que não venha a se transformar em marionete divertida nas mãos daqueles que ainda não assimilam a Divina Presença em si próprios, vagando pelo espaço em estado de perturbação e sempre em busca de diversão fácil.
Cuidado, disciplina e exercício do bem, nesse e em muitos casos na vida, sempre ajudam muito.
Atentem ao texto! Ele é tudo aquilo que precisamos saber para nos mantermos em paz conosco, com a espiritualidade e com todos que nos cercam.
Anna Pon
Engambelo
A mistificação mediúnica ainda é problema que requer minucioso estudo e análise isentos de qualquer premeditação pessoal, porquanto nela intervém inúmeros fatores desconhecidos aos próprios médiuns que são vítimas desse fenômeno. A Terra ainda é um planeta em fase de ajuste geológico e de consolidação física; a sua instabilidade material é profundamente correlata à própria instabilidade espiritual de sua humanidade. Em conseqüência, ainda não podeis exigir o êxito absoluto no intercâmbio mediúnico entre os "vivos" e os "mortos", pois que depende muitíssimo do melhor entendimento evangélico que se puder manter nessas relações espirituais.Só os médiuns absolutamente credenciados no serviço do Bem, e assim garantidos pela sua sintonia à faixa vibratória espiritual de Jesus, é que realmente poderão superar qualquer tentativa de mistificação partida do Além-Túmulo. Na verdade, os agentes das sombras não conseguem interferir entre aqueles que não se descuidam de sua conduta espiritual e se ligam às tarefas de socorro e libertação dos seus irmãos encarnados.
A mistificação é fruto de circunstâncias naturais criadas pelo medianeiro, ou do descuido daqueles que ainda imaginam a sessão espírita como um espetáculo para impressionar o público. O Espírito mistificador sempre aproveita o estado de alma, a ingenuidade ou a vaidade do médium para então mistificar. No entanto, podemos vos assegurar que a mistificação não acontece à revelia dos mentores do médium, embora eles não possam ou não devam intervir, tudo fazendo para que os seus intérpretes redobrem a vigilância e acuidade psíquica, a fim de se fortalecerem para o futuro.
Na verdade, a maioria das mistificações deve-se mais ao amor próprio exagerado, à preguiça mental, e também ao excesso de confiança dos médiuns no intercâmbio tão complexo e manhoso com o plano invisível, em que se abandonam displicentemente à prática de sua faculdade mediúnica.
Ramatís - do livro MEDIUNISMO.