domingo, 5 de agosto de 2018

História da Umbanda

A história não é algo abstrato, distante de nossa realidade. Ela acontece a todo o momento, sempre que nós, seres humanos, provocamos o desencadeamento de eventos alternativos à realidade existente e, quase que sempre nem percebemos as mudanças. 
Como ciência, a História tem o dever de investigar as diversas possibilidades sobre os fatos passados, mas, nunca, determinar o completo fechamento das questões estudadas, tampouco, indicar a verdade absoluta dos fatos, principalmente, porque a construção das narrativas históricas são construções humanas, e os historiadores, os pesquisadores responsáveis por "guardar" as memórias e acontecimentos.

Nossa proposta neste artigo é apresentar uma periodização da história umbandista. Para tanto, as advertências sobre  narrativas deste tipo tornam-se imprescindíveis, não fazemos apologia ao reducionismo histórico, porém, entendemos a Umbanda também como um fenômeno social, inserida em contextos próprios que transformaram realidades concretas. Por isso, as escolhas dos fatos que compõe este texto passam, exclusivamente, pela ótica particularizada deste blog, não compreendem o ponto final, tampouco, a ordem exata dos momentos. Apenas uma exposição sintetizada que cumpre a função divulgadora. Apresentarmos cronologicamente este exposto, representa apenas uma organização das ideias, a medida que nossos referenciais são algumas obras históricas produzidas para proteger a memória de nossa cultura. Porém, é nosso dever lembrar dos milhares de brasileiros anônimos que não estão nas memórias dos livros como personalidades percussoras, mas,  desenvolveram com muita fé a Umbanda por todo o país.  

LINHA DO TEMPO UMBANDISTA

 1908 - Fundação da Umbanda: Advento, anunciação ou surgimento. A adjetivação é o que menos importa. É considerado fato, por inúmeras pesquisas e depoimentos que em 15 de Novembro de 1908, na cidade de Niterói - estado do Rio de Janeiro - ocorreu o marco "fundador" da religião de Umbanda. O jovem Zélio de Moraes incorporava o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) em uma sessão de espiritismo kardecista e, após diversos protestos e reprimendas pelo teor das abordagens da entidade manifestada, anunciou que no dia seguinte à casa de seu "aparelho" fundaria um novo culto para dar voz a uma grande parcela da espiritualidade renegada nos círculos espiritualistas convencionais e então estabelecidos. No dia seguinte, o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) anunciou um conjunto de proposições que norteariam a recém chegada "Umbanda" no plano terreno, batizando aquela casa de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (TENSP). Na mesma noite manifestou-se também o preto-velho "Pai Antonio", e logo na em sua primeira manifestação incorporou elementos materiais característicos da religião: A Guia, toco ou banco e o cachimbo.
1913 - Orixá Malet: Entidade que se manifestou em Zélio de Moraes, para atuar na linha de frente ao combate a magia negra. Trouxe consigo a simbologia dos pontos riscados que identificavam as entidades manifestadas. Introduziu as oferendas aos Orixás e a utilização animais "vivos" para os trabalhos que desmanchavam magias.
       
A Expansão: É descrito por Leal de Souza no livro "O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda" publicado em 1933, que o "Chefe" - como era chamado o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) - anunciou que havia recebido a incumbência do astral superior para expandir a Umbanda com mais sete "Tendas". O historiador Diamantino Fernandes Trindade , corrobora o registro em seus livros que abordam a história da Umbanda. As novas tendas, teriam a supervisão espiritual direta do (C7E), que prepararia e autorgaria os médiuns designados à dirigência das tendas.
  1918 - Primeira Tenda: "Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição", fundada em 16 de Janeiro pela médium Gabriela Soares que incorporava o Caboclo Sapoéba, com cofundação de Leal de Souza;
   1925 - Segunda Tenda: "Tenda Espírita São Pedro", fundada em 5 de Março, com José Meirelles; 
  1927 - Terceira Tenda: "Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia", fundada em 8 de Setembro, por José Meirelles. Após seu desencarne, foi assumida por Durval de Souza;
   1933 - Quarta Tenda: "Tenda Espírita Santa Bárbara", fundada em 27 de Junho, por João Aguiar que era médium do Caboclo Corta Vento;
   1935 - Quinta Tenda: " Tenda Espírita São Jorge", fundada em 15 de Fevereiro, por João Severino médium do Caboclo Cobra Coral;
  1935 - Sexta Tenda: "Tenda Espírita São Jerônimo", fundada em 15 de Maio, com o Capitão José Alvares Pessoa que era médium do Caboclo da Lua.
  1939 - Sétima Tenda: "Tenda Espírita Oxalá", fundada em 11 de Novembro, com Paulo Lavois;    

1920 -1924- Tenda Espírita Mirim: Em 1920, Benjamim Figueiredo médium do Caboclo Mirim manifestando a entidade pela primeira vez, anunciou que os trabalhos em seu núcleo familiar voltados à doutrina de Kardec seriam à partir de então, trabalhos de Umbanda. Benjamim e o Caboclo Mirim iniciavam uma "nova" corrente umbandista, a escola Iniciática. As diversas fontes consultadas, indicam, marcos de fundação da Tenda Espírita Mirim em períodos distintos, ora em 1920, ora em 1924. O livro "Memórias da Umbanda no Brasil" de Ronaldo Linares e Diamantino Trindade discute a possibilidade dessa diferença de quatro anos, como o intervalo entre a anunciação do Caboclo Mirim e a preparação empreendida por Benjamim Figueiredo, inclusive, como membro da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade com Zélio de Moraes e o C7E.
  1952 - Primado de Umbanda:Juntos, Caboclo e médium, fundaram outras tendas, participaram ativamente de movimentos federativos, congressos e em 1952 fundaram o "Primado de Umbanda", organização federativa que baseava suas atividades em: Difundir a religião e seus ensinamentos; Promoção de Formação Sacerdotal e Iniciática aos membros de terreiros filiados, integrando-os à utilização da língua Nhêngatu hierarquizando os graus de evolução espiritual contidos em sua filosofia. O legado do trabalho de Benjamim e Cabolo Mirim continuam até os dias de hoje arregimentando umbandistas por todo o país.         

1925 - Publicação do livro - No Mundo dos Espíritos: Leal de Souza, o primeiro autor umbandista, publica o livro "No Mundo dos Espíritos" com os textos/relatos de sua coluna "Inquérito" do jornal "A Noite". Seu trabalho era relatar as visitas à tantos centros e terreiros do Rio de Janeiro, a fim de investigar o grande fenômeno, denominado "mediunismo" na capital federal. É um marco também para Umbanda, pois, é a primeira publicação literária que diretamente faz referência ao trabalho de Zélio e do C7E, conforme capítulo " O Centro Nossa Senhora da Piedade".

1933 - Publicação do livro - O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda: Se em meados da década de 1920, Leal de Souza, traz pelo seu inquérito do jornal "A Noite" os relatos das visitas à inúmeros terreiros, em 1933, já umbandista praticante frequentador da TENSP e à época, dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, publica o primeiro livro de Umbanda. Era o primeiro compendio de textos que desmistificava os conceitos e as práticas umbandistas, significava o conceito das sete linhas de Umbanda tão debatido e controverso até hoje. Um marco inovador, corajoso e transformador.   
                
1930-1941- Opressão política e organização de classe: A opressão política e discriminatória era muito intensa na década 1930 - durante o governo de Getúlio Vargas-, Diamantino Trindade em "História da Umbanda no Brasil", nos refresca as discriminações, arbitrariedades e intervenções que todas as religiões dentro do espectro de centros e terreiros (Kardecistas, Macumbeiros, Umbandistas, Candomblezeiros e afins..). Segundo Alexandre Cumino em " História da Umbanda", em 1939 Zélio de Moraes orientado pelo C7E, fundou a Federação Espírita de Umbanda do Brasil (FEUB) com o objetivo de organizar a realização do 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda em 1941. Além disso, aglutinava todos os terreiros filiados a TENSP congregando uma representação de classe reivindicatória que se ajudariam mutuamente para legitimar a prática da religião de Umbanda. Em 1940, a TENSP teve seu 
   1941 - 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda: Legitimar, organizar, oficializar e desafricanizar eram as premissas básicas do movimento que idealizara o Congresso. A Umbanda enquanto movimento ou entidade social se apresentava dentro de uma organização básica, atendendo as imposições dos contextos sociais e políticos da época que eram de extrema opressão. Assim, um conjunto de conceitos era apresentado justificando a originalidade "espírita" da Umbanda, entre eles, destacamos: Fundamentos históricos, filosóficos, científicos, culturais, doutrinários, ritualísticos. E anunciava Jesus como seu "chefe" supremo.
      1947 - FEUB para ser UEUB: A Federação Espírita de Umbanda do Brasil (FEUB), passa a ser denominada União Espírita de Umbanda do Brasil (UEUB) que mesmo com muitas dificuldades, funciona até hoje.

1950 -Umbanda Omolokô: Tancredo da Silva Pinto (Tata Ti Inkice), conhecido por Tata Tancredo foi o principal nome do movimento Omolokô sendo o responsável por coordenar toda a estrutura política pelos movimentos federativos, quanto pelos doutrinários na condução de terreiros e publicações de livros sobre a Umbanda Omolokô, em muitas fontes é tido como o "Organizador do culto Omolokô". Defendia a origem e fundamentação da Umbanda como herança de povos africanos de Angola do grupo Luanda-Quiôco, para isso é dele a seguinte afirmativa reproduzida em tantos veículos de informação que tratam da questão...“a Umbanda é  africana, é um patrimônio da raça negra”.Tata Tancredo fundou em 1950 a Confederação Umbandista do Brasil e viajou a diversos estados auxiliando e incentivando a criação de instituições que agregassem terreiros com fundamentações provenientes de cultos afro-brasileiros praticados na Umbanda - clara oposição ao 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda-, era uma verdadeira frente de resistência pelos fundamentos africanos na religião. Era também sacerdote e segundo o excelente estudo publicado no blog Uniafro teve mais de 3.566 "filhos de santo" iniciados. Outra característica importante de Tata Tancredo, foi o legado bibliográfico deixado para o movimento Omolokô e foram mais de 30(trinta) livros, alguns deles em parceria com Byron Torres de Freitas. 

1950-1954- Umbanda Esotérica: Através de W.W. da Matta e Silva, também conhecido como Mestre Yapacani, abriu-se um novo cenário doutrinário na Umbanda. Médium de Pai Guiné, porém, anteriormente, de Pai Cândido, utilizou-se da escrita para estabelecer o diálogo e chamar a atenção para o novo movimento - visto que muitos, inclusive, seus seguidores, consideram este um dos três maiores movimentos da história da Umbanda . Matta e Silva passou a escrever para jornais e custeou seu primeiro livro (Umbanda de Todos Nós). Era um crítico ferrenho do comércio religioso e de práticas que, segundo ele, não eram compatíveis com a doutrina umbandista. Publicou ainda mais oito obras, escreveu também o famoso texto " Sete Lágrimas de Pai Preto". A vertente Esotérica continua em atividade, maiores referências, podem ser encontradas no blog Mandala dos Orixás editado por Diamantino Trindade, e pela instituição de ensino Faculdade de Teologia Umbandista dirigida por Rivas Neto autor de livros importantes do segmento.

1955 - T.U.L.E.F: Fundada com o nome de "Tenda Nossa Senhora do Rosário" por conta das perseguições sofridas, a T.U.L.E.F foi importantíssima na divulgação e amplificação umbandista. Dirigida por Lilia Ribeiro, médium do Caboclo Mata Virgem e pesquisadora sobre a Umbanda. Lilia, contribuiu para pesquisas históricas em torno da história da religião, gravando depoimentos e entrevistas com Zélio de Moraes.    

1956- Colegiado Espírita do Cruzeiro do Sul: A criação do Colegiado aglutinou diversas lideranças de instituições e federações que pertenciam à "Umbandas" distintas,de diferentes estados e, em certos aspectos até rivais. A busca por legitimação e as disputas pela "doutrina verdadeira", em certo momento, foi relativizada. O potencial político dessa fusão era o principal objetivo, juntamente com a possibilidade da criação de uma unidade nacional em prol da cultura umbandista. Desta fusão, surgiram algumas iniciativas:
   1961 - 2º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu entre os dias 16 e 23 Julho na cidade do Rio de Janeiro no Estádio do Maracanãzinho. A empreitada que contou com uma participação interestadual, não atingiu os êxitos esperados em termos de uniformização doutrinária e ritualística. O ponto mais positivo foi a conscientização de uma ampla frente social e política que poderia unir e reivindicar os direitos sociais a todos, a medida que, a década de 1960 é uma das mais importantes para a propagação da religião em todo país.
Obs.: A partir destes eventos acima citados, entre 1956 e 1961, a Umbanda polarizou outros eventos de igual teor. No estado de São Paulo, por exemplo, a partir da criação Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo (SOUESP), entre as décadas de 1960 e 1980, os paulistas, promoveram com abrangência estadual congressos, seminários, publicações e tantos outros eventos que organizavam e propunham várias idealizações "normativas" para a Umbanda. Outras dezenas ou centenas de agremiações, associações e federações foram criadas destas iniciativas.
  1973 - 3º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu entre os dias 15 e 21 de Julho, também na cidade do Rio de Janeiro, no Estádio de São Januário. As tentativas seguiam em torno do debate sobre a doutrina e ritualística comum a todos, porém, o evento foi mais importante em outros dois aspectos. O consenso sobre a instituição do dia nacional da Umbanda (15 de Novembro) e a apresentação oficial do Hino da Umbanda.

1960/61- Hino da Umbanda: Letra de João Manoel Alves, a música "Refletiu a Luz Divina", foi apresentado em 1961 no segundo Congresso Nacional e, oficialmente adotado em todo o Brasil à partir do terceiro Congresso Brasileiro em 1973.  As observações sobre o hino estão bem difundidas, sobretudo, pela internet, entretanto, alguns desencontros nas informações poderão ser detectados. Em História da Umbanda no Brasil de Diamantino Trindade, encontramos capítulos distintos sobre a questão, percebe-se que o autor quando trata diretamente os aspectos históricos da música e de seu autor, aponta o segundo Congresso como marco inicial e público da obra, ao passo que, no capítulo exclusivo sobre os Congressos Nacionais, a menção faz parte no resumo sobre o evento de 1973.

Luta contra a Intolerância: Não é novidade que a hegemonia católica no Brasil desde os tempos da colonia, influenciou e muitas vezes incorporou o imaginário popular contra outras culturas religiosas, sobretudo, ameríndias, afro-brasileiras e espíritas. Além da cultura, os bastidores de grandes corporações sempre tiveram atuação nos meios políticos, assim, consolidavam ainda mais suas estratégias de consolidação. Nas primeiras décadas da história umbandista, as hostilidades e perseguições tiveram como protagonista a Igreja Católica. Hoje podemos inferir que os maiores difamadores estão em outros nichos do cristianismo, entretanto, a verdade é que em diversos setores principalmente os mais tradicionais e conservadores, ainda encontram dificuldades de pelo menos tolerar a religiosidade alheia. Aqui, com base em nossas pesquisas, listaremos as publicações que ao longo de décadas serviram para disseminar a intolerância contra a Umbanda: 
Umbanda/ Jornais e Revistas : O advento da internet e o sucesso das redes sociais foram ferramentas impulsionadoras para a democratização das informações relacionadas à Umbanda. Hoje, não há, pelo menos não vemos a possibilidade, de contabilizarmos a quantidade de jornais online e físicos, blogs, rádios, canais de vídeos e sites de cursos online elaborados por umbandistas. Todavia, se considerarmos e nos concentrarmos em estudar as produções periódicas encontraremos diversas referências. Porém, contextualizando que a abrangência era regionalizada, fruto muito das vezes, de iniciativas caseiras, das federações e associações que pouco a pouco foram se aglutinando. Aqui, não consideraremos as publicações literárias, tampouco, as publicações jornalísticas feitas por mídias de fora da umbanda, neste caso, interessa-nos listar, algumas das referências jornalísticas produzidas por iniciativas dos umbandista ligados ao seu movimento . Os volumes da "História da Umbanda no Brasil" de Diamantino Trindade e "História da Umbanda" de Alexandre Cumino, destacam algumas referências.
  • Jornal de Umbanda - 1947 
  • Boletim "A Caridade" - 1956
  • Macaia - 1965.
  • Revista "Gira de Umbanda" - 1972.
  • Umbanda em Revista - 1973.
  • Mundo de Umbanda - 1974.
  • Umbanda em Revista - 1974.
  • Aruanda - 1975
  • Tribuna Umbandista - 1976
  • Jornal de Umbanda Sagrada - 1999.
  • Jornal Aldeia de Caboclos - 2000.
  • Revista Espirita de Umbanda.  
Salve a Rainha do Mar ! - Festejos à Iemanjá. Décadas de 1970/80: Eventos não organizados institucionalmente por meios federativos abriram o caminho, ainda na década de 1950, para a estabelecimento oficial dos festejas à Iemanjá a partir de 1969 em Praia Grande - SP. É um marco na participação umbandista em eventos públicos. Jornais, revistas e depoimentos informam números impressionantes, em 1975, por exemplo, a cidade de Praia Grande recebeu trezentas mil pessoas (300.000). Apesar do ápice ter sido alcançado na década de 1970, os meados de 1980 reuniram quantidades significativas de adeptos. Até os dias de hoje a tradição permanece no estado de São Paulo, entretanto, descentralizada, com abrangência a outras cidades do litoral paulista e com números bem mais singelos.

Décadas de 80/90: Em diversas fontes, por argumentos variados,as décadas de 1980 e 1990 são apresentadas como períodos de "esvaziamento" na Umbanda. Os umbandistas eram convertidos a outros meios e deixavam seus terreiros. Alguns aspectos internos que poderiam explicar esse movimento seriam: desorganização associativa ou federativa, marginalização dos cultos (e aqui registramos as alegações dos movimentos que defendem a "normatização" litúrgica" e doutrinária da religião). Noutra ponta está o vertiginoso crescimento dos neopentecostais que, com a espetacularização midiática do discurso do ódio e da intolerância teriam, também, colaborado para desmoralização da Umbanda. A retomada da religião no fim deste período, esclarece Alexandre Cumino em - História da Umbanda um Religião Brasileira - ter sido fruto da cultura de informação através da revolução tecnológica, onde, a internet protagoniza o combate  à cultura de intolerância reorganizando e segmentando novos modelos de umbandistas.
  1990/2000 -Literatura Psicografada: A literatura de Umbanda psicografada ganha novo status e aumenta consideravelmente, ajudando, assim, esse período que muitos chamam de "reconstrução" social. Em certa medida, sobretudo, pelo senso comum, esse parece ter sido um período de inauguração da literatura de Umbanda, o que não é certo, a história de nossa literatura é extensa e data os primórdios da religião. O que temos aqui, talvez, seja a popularização do segmento psicográfico. Hoje esse tipo de publicação é cada vez mais comum, porém, podemos dizer que as maiores referências dentro da Umbanda ainda nesta fase são; Rubens Saraceni (Organizador do movimento conhecido como Umbanda Sagrada ) e Norberto Peixoto (Médium de Ramatís).

2008 - Centenário: As comemorações abrangeram vários estados, Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas eram ou são até hoje os maiores homenageados, pela imensa gratidão e respeito que todos os umbandistas nutrem pelo advento de 1908. A redemocratização do Estado brasileiro que promulgou em 1988 nossa Constituição, balizou em termos jurídicos e políticos a efetiva legitimação da Umbanda, assim, neste 2008, Ela ganhou homenagens menções honrosas em diversas cidades do país através de suas casas legislativas. Viva a Umbanda! Viva o Brasil!

Instituição do Dia Nacional da Umbanda: Em 16 de Maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff, decretou e sancionou a Lei nº 12.644 instituindo dia 15 de Novembro como data oficial da Umbanda no Brasil.


Sites consultados: 

UEUB  

Livros de referência: 

História da Umbanda uma Religião Brasileira - Alexandre Cumino.
História da Umbanda no Brasil- Diamantino Trindade (Vols. 1, 2 e 3).
Memórias da Umbanda no Brasil - Ronaldo Linares e Diamantino Trindade.
Antonio Eliezer Leal de Souza - O primeiro escritor da Umbanda- Diamantino Trindade. 
No Mundo dos Espíritos - Leal de Souza.
O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda - Leal de Souza.   
Das macumbas à Umbanda: uma análise histórica da construção de uma religiã