domingo, 27 de setembro de 2020

PODE HAVER MANIFESTAÇÃO DE ESPÍRITOS SOFREDORES NA UMBANDA?

 

 PODE HAVER MANIFESTAÇÃO DE ESPÍRITOS SOFREDORES NA UMBANDA?

Existem chefes de terreiro que são contra a manifestação de Espíritos sofredores, mesmo em sessão mediúnica específica, justificando que podem “danificar” a sutil estrutura dos chacras dos médiuns que estão vibrados para “receber” os guias e protetores da Umbanda. Alegam também serem arriscadas tais “passagens”, em razão da baixa moralidade desses “estropiados”, pois fazem de tudo para “colar” nos aparelhos, que devem ser preservados. Devemos proceder assim?

RAMATÍS: É uma ilusão querer poupar os médiuns dessas manifestações, pois o contato com Espíritos sofredores de baixa moralidade poderá ocorrer pelo desdobramento natural do sono, por afinidade e “peso” vibratório correspondente, demonstrando que as atrações estão latentes no Espírito, prontas para aflorar tão logo as condições propícias se apresentem. Portanto, o que de fato os atrai é a falta de controle do próprio sensitivo sobre o apego inconsciente aos desejos carnais.
Se a atração é sentida, mesmo que o médium não sucumba a ela, não terá ele dominado completamente o desejo pelo prazer sensório. Ao ficar isolado, e não exposto às tentações de toda a espécie pelos dedicados diretores terrenos, deixando de passar pelas provações que o exercício da mediunidade oferece no intercâmbio com os Espíritos sofredores, não sairá triunfante nem terá garantia de que não sucumbirá e será completamente dominado pelos prazeres da vida material, pois os guias e protetores, com suas vibrações superiores, não poderão estar todo o tempo com seus pupilos, como fazem as babás zelosas com os bebês em praças e parques.
Constatem que, ao serem isolados dos sofredores que enxameiam no mundo do além, não são ajudados na verdadeira libertação, embora isso seja necessário para os viciados das sensações do corpo físico nos primeiros estágios de recuperação. A manutenção da condição vibratória de seus chacras e dos corpos sutis à “altura” dos guias e protetores se efetivará pela vivência, que fortalece o discernimento que faz refulgir sua luz interna. São a razão e o bom senso, atuando na transformação incessante dos maus hábitos e apegos irracionais, que sustentam a “purificação” de seus corpos e mentes, tornando-os livres dos desejos mais grosseiros, refinando sua mediunidade, desbastando as ilusões temporárias que os fascinam diante da perenidade do Espírito, sustentando com firmeza o intercâmbio com Espíritos sublimados do outro lado, ao contrário de proibições simplórias, como desmerecer o trabalho socorrista com a mediunidade, como se assim sua pureza como instrumento fosse mantida.
É por intermédio da renúncia diária diante das oportunidades de gozos sensórios que se efetiva a destruição progressiva das ilusões e dos apegos, causa primária da escravidão dos homens ao ciclo “prazeroso” das reencarnações, que resultará na libertação da consciência dos grilhões que a prendem aos mundos inferiores.
Vocês podem se afastar dos objetos dos sentidos, distanciando-se de um boêmio, bebedor ou uma prostituta do além-túmulo, mas isso não os dará a segurança que o Cristo tinha quando andava entre eles e os socorria, pois o Divino Mestre não tinha gosto e afinidade por esse tipo de comportamento, mas d’Ele irradiava a claridade que fazia indicar o caminho reto a todos aqueles que O procuravam, indistintamente, como o Sol que diariamente ilumina suas cabeças.

- do livro A MISSÃO DA UMBANDA. Ramatís / Norberto Peixoto.

Saiba mais:
https://www.livrariadotriangulo.com.br/

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