quinta-feira, 28 de maio de 2015

PAI BENEDITO DE GUINE

eu nome foi José Benedito, nasceu na Guiné na Oceania, mas foi levado para a África por negreiros. Um dia, quando ainda era criança, perdeu-se de sua aldeia, e foi encontrado por um velho aborígine, que antes de levá-lo para o seu povoado ficou com ele por um período de 3 meses, nos quais o aborígine procurou ensinar suas crenças a ele. Mas José Benedito já possuía suas crenças, por isso não acreditou muito no que o aborígine lhe falou. Ao voltar para sua aldeia, ele deparou com vários negreiros, que o levaram juntamente com seu pai para o mercado da África. Dentro do navio ele era um dos mais jovens, contava com 10 anos. O navio, que comportava 700 pessoas, tinha mais de 1500, onde todos faziam suas necessidades fisiológicas ali mesmo, onde estavam presos. Isto ocasionava muitas doenças, além das transmitidas por ratos. Durante a viagem muitos foram morrendo, e os que estavam feridos, os negreiros jogavam água com sal sobre as feridas. Durante a noite jogavam água com sal aonde os negros ficavam, por acharem que isso desinfetava o local, e de dia abriam as portinholas para que a luz do sol entrasse, os negreiros queriam evitar as mortes, pois isso lhes causava prejuízos, seu pai contraiu uma virose e veio a falecer, sendo seu corpo jogado ao mar. Logo após a morte de seu pai, veio-lhe a primeira provação de fé. Sentia-se mal e sabia que tinha adquirido alguma doença, por causa da lavagem que lhes serviam. Surgiu-lhe então, a imagem do aborígine. Era tão real que ele chegou a ter certeza de que não era sonho, pois falava com ele. Este lhe disse para parar de beber a água e de comer a lavagem que lhes davam ao invés, ele deveria pegar a alfafa já quase apodrecida que estava forrando o chão, e lavá-la com a água do mar que jogavam lá dentro todos os dias e assim ele fez. Após uma viagem de mais de 40 dias, ele finalmente chegou no continente africano, e lá ficou por 6 anos ater ser levado ao Brasil.  Em terras africanas conheceu foi um angolano chamado Zimzumba, que era curandeiro e feiticeiro da nação nagô. Zimzumba ensinou-lhe sua magia e a ler , e disse-lhe em uma de suas visões de que nada lhe adiantaria fugir, porque seria escravo por toda a sua vida, que iria ensinar a muitos negros como ser forte e lutar por seus ideais, e que viria a não mais escutar a voz das pessoas.A princípio não entendeu, mas acreditou, lembrando-se de como o aborígine havia lhe ajudado. Após esse período de 6 anos foi levado ao Brasil Colônia, em uma viagem de mais de 30 dias. Aportou em Parati e foi vendido em um leilão ao Sr. Patrocínio e à Sra. Joaquina, que moravam em uma fazenda no interior de São Paulo. Lá chegando conheceu o único amor de sua vida, Maria Benedita, que hoje trabalha na linha da Vovó Conga.  Passou-se vários anos, e ele, insatisfeito com a vida que levava, viu novamente, em uma noite de lua cheia, o aborígine. Este pediu-lhe que entrasse em contato com a cultura daquele país. Fazendo isso, teve o primeiro contato com o que seriam os Orixás. Longe de suas crenças, e já crendo no aborígine, começou a se aprofundar nesse culto afro-brasileiro, onde acabou por casar-se com Maria Benedita, sendo ela mucama da casa grande, pois sabia ler e escrever, conseguiu junto a seus donos que ele fosse trabalhar lá. Importante notar que seus donos gostavam muito de ambos, mas sendo ele um tanto bisbilhoteiro, acabou descobrindo uma tramóia contra o Sr. Patrocínio, movida por seus filhos para tomarem posse das terras; um deles, ao descobrir que José Benedito havia descoberto tudo, mandou-o de volta para a senzala, e ordenou que lhe furassem os dois ouvidos. Foi aí que começou a sua caminhada de fé, começou a acreditar de verdade na força espiritual dos Orixás, e passou a freqüentar mais os cultos; nesse período conheceu quem seria seu maior carrasco.  Como castigo por ter tentado avisar o Sr. Patrocínio, ele facilitou minha fuga para então me matar, mas durante a fuga surgiu uma luz forte que cegou a ele e ao capitão-do-mato, não conseguindo ele seu intento. Levou-me então de volta e permaneci vários dias no tronco, sendo chicoteado diariamente, mas algo me fazia ter forças para viver, e sabia que alguém cuidava dele. Quando Maria Benedita veio lhe dar água, disse-lhe que estava grávida, após alguns meses nascia José Benedito de Angola, seu único filho; não satisfeito, o filho do Sr. José Patrocínio vendeu Maria Benedita, desagradando a Sra. Joaquina  Seu filho ficou sendo cuidado por uma outra escrava. José Benedito revoltou-se sendo novamente amarrado ao tronco. Surgiu então diante dele a figura de uma mulher, dizendo-lhe que iria conseguir trazer Maria Benedita de volta, e de que nada adiantaria ele pegar a criança e fugir, que sua missão era ali. Ela falou-me que sairia dali e traria Maria Benedita, e voltaria ao tronco por mais alguns dias. Duvidou, mas o aborígine apareceu-lhe e disse-lhe para acreditar, pois já havia tido muitas provas. Surgiu diante dele um homem em um cavalo branco e em seguida ele adormeceu; quando acordou Maria Benedita estava de volta à fazenda, o capitão-do-mato passou a temê-lo, chamando-o de feiticeiro, passou então a seguir o culto dos negros de longe, e maltratando-os menos. Passaram-se anos. Maria Benedita desencarnou antes dele, e seu filho morreu de uma doença desconhecida. José Benedito passou todos os seus conhecimentos para as gerações seguintes. Quando desencarnou encontrou-se com o aborígine, que era seu Mentor Espiritual. Uma de suas missões era fazer com que alguém que tivesse feito muito mal às pessoas, acreditasse que poderia trabalhar no astral, ajudando a muitos. Essa pessoa foi o capitão-do-mato, que após desencarnar foi ser doutrinado por Pai Benedito.