quarta-feira, 23 de maio de 2018

Pedidos Incoerentes na Umbanda e suas Consequências

Sabemos que a maioria dos consulentes que frequentam a Umbanda,
tem uma visão distorcida sobre a religião, claro que tem exceções,
porém não é difícil de ver em praticamente todas as Giras, em todas as
casas ou terreiros, um consulente com más intenções, desejando algo
fora de seu merecimento, desejando um amor amarrado, desejando fazer
oferendas para forçar algo que não está em seu caminho, enfim, são
tantas coisas e pedidos desconexos, e que devemos entender que esse
tipo de coisa não faz parte da Umbanda, mas sim de feitiçarias,
bruxarias e magias negras.

    Infelizmente além de consulentes desavisados e mal informados,
temos muitos médiuns, entre eles muitos Zeladores de Santo que induzem
à esses consulentes a acreditarem que a Umbanda possa se sujar com
esses tipos de pedidos, porém essas pessoas se utilizam do nome da
religião de Umbanda para mentirem, induzirem, enganarem, seja por
vaidade, por interesses próprios, por ignorância, por falta de
entendimento religioso, ou por qualquer razão aparente que levem essas
pessoas sem noção e bom senso, inventarem tais coisas, simplesmente
para enganar um consulente, que tem muito menos bom senso ainda, e vem
a um sagrado terreiro de Umbanda prestar o papel de um ser, que
provavelmente esteja sofrendo de idiotia, seja essa idiotia aguda ou
mesmo crônica.

    É inconcebível crer que uma pessoa inteligente, centrada e sensata
possa acreditar que uma Entidade de Luz, que já esteve um dia
encarnada nessa terra, que superou seus defeitos, que lutou contra
seus erros, que iluminou seus sentimentos, ao ponto de serem
agraciados com a benção de Deus a se tornarem uma Entidade
trabalhadora em prol da caridade, possam buscar a fazer algo contra o
livre arbítrio de outra pessoa, de atrapalhar a caminhada de um
semelhante, de tirar algo de alguém, de retirar a vida de um filho de
Deus, de obrigar um ser a ficar com outro ser através de
amarrações, simplesmente porque um consulente sem amor próprio, sem
noção, sem humildade e sem vergonha na cara deseja?


    Logicamente que não!

    Nenhuma Entidade de Luz ia prestar esse papel obscuro, nenhuma
Entidade de Luz ia se vender por charutos, marafo, materiais
orgânicos, ou qualquer tipo de coisa que esses falsos umbandistas
pregam para ser feito indo contra a caridade, o amor e o livre
arbítrio.

    Logicamente que sabemos que existem vários tipos de ritos,
variações, doutrinas, formas ou fundamentos inerentes a cada
seguimento umbandista. Porém, mesmo dentro dessas variações diversas,
existem fatos e sentimentos constantes que provocam à todos os
instantes o pensar amargo, mesquinho, vaidoso, não só entre os médiuns
de uma casa, mas também entre os Zeladores ou Sacerdotes, além de
virem também dos consulentes e assistentes, e principalmente dos
filhos da casa menos dedicados, rebeldes ou descompromissados com a
religião.

    Essas incoerências provocam verdadeiras revoluções na cabeça dos
médiuns mais dedicados, mais responsáveis e compromissados que veem
seus guias e a si mesmos sendo usados no ardil da caridade, em que os
consulentes pedem mundos e fundos, das coisas mais banais as mais
absurdas e sórdidas.

    Mas sabemos que nada ocorre por acaso, tudo tem uma razão e um
motivo de ser, e muitas vezes devemos pegar esses erros banais como
lições para nossa evolução.

    Devamos entender que essa busca e pedidos de consulentes em
Terreiros, tipos como amarrações, homens, mulheres, amor, emprego,
rivalidades no trabalho, adiantar processos diversos na justiça,
afastar o filho(a) de um amor inconveniente (aos olhos dos pais),
saber sexo de bebê, se vai engravidar, se o marido (ou mulher) está
traindo, Pombo Gira de frente atrapalhando a vida, demandas que não
existem (só na cabeça da própria pessoa, principalmente vindas de
sogra, vizinha, parente ou conhecido próximo), que a vida não anda
porque tem alguma coisa espiritual (foi em algum local e disseram), e
tantas outras que nada têm referência à religião, mas sim a um estado
de conflitos da própria pessoa.

    A maioria das pessoas que procuram um Terreiro de Umbanda, não
veem ali como um local sagrado e religioso, pois em suas mentes não
sabem definir o que seja um problema espiritual ou problema material.
Colocam tudo em termos de solicitar ao espiritual, seja lá o que for,
seja para as Entidades de Luz, seja para os Orixás. E com isso criam
um ciclo vicioso de trocas, na qual os erros desses modos de agir
caiam, uma parte sobre os consulentes, e outra parte nas casas que
assim procedem dando margem e ênfase a esses pedidos sem nexo,
construindo uma falsa imagem da Umbanda como "faz tudo", imediatismo,
magia, adivinhação ou feitiçaria, e sempre a base de alguma troca,
pois os falsos umbandistas, os mistificadores, os líderes desonestos,
fazem esses supostos trabalhos com a intenção apenas de receberem
vantagens financeiras ou barganhas para eles próprios.

    A Umbanda nada cobra pela sua caridade, os trabalhos feitos dentro da religião, para trazer a paz, saúde, harmonia, abertura de caminhos, entre outras coisas aceitáveis, não são baseados em vantagens financeiras ou barganhas, pois os verdadeiros umbandistas, os que
respeitam a religião, seus Orixás e suas Entidades de Luz, auxiliam
nos trabalhos aos consulentes, sendo esse auxilio algo que não agridam
as regras da religião, sem cobrarem nada por isso, a não ser a fé de
cada um.

    No entanto infelizmente a assistência e os consulentes tem uma
visão bastante deturpada da religião umbandista, pois por muitas vezes
quando se é explicado que a casa ou os médiuns não cobram nada pelo
auxilio oferecido, em nome de Deus, dos Orixás e das Entidades de Luz,
esses consulentes, por já terem participado de outras casas, nas quais
os Zeladores, médiuns ou Sacerdotes desonestos, se utilizam dessa
cobrança financeira, esses consulentes se tornam dependentes morais
desse tipo de colocação ou ação, e veem as Entidades de Luz ou os
médiuns como muletas que vão sempre os apoiarem, deixando assim de
terem iniciativa e saírem para buscarem seus merecimentos.

    Quando isso ocorre, quando se deixa o livre arbítrio de lado,
quando tentam conseguir tudo que acham que merecem por intermédio de
trocas, quando só vão a uma casa, mesmo as honestas, apenas para pedir
e pedir, as coisas já não são aceitas. Normalmente quando isso
acontece os consulentes, ou se decepciona com a Umbanda e acabam
procurando uma outra religião para ser pedinte, e é o que está
acontecendo extremamente hoje em dia, podendo também procurarem um
outro terreiro que possa suprir as suas necessidades e os seus vícios
de pedir tudo e qualquer coisa.

    Quando essas pessoas vão a um local que não tem uma visão de
materialidade, mas de espiritualidade, onde os médiuns, os Zeladores
dirigente estão voltados ao espiritual, sendo o material colocado em
seu devido local, oriundo da própria busca das pessoas, em que esse
espiritual pode auxiliar, mas não resolver, dar aquilo que a pessoa
vai ali pedir, existe um grande impacto.

    Algumas casas se dão ao trabalho que colocar nos quadros de aviso
ou, antes das giras, o Zelador ou um médium ali o representando, diz
as pessoas da assistência sobre a postura da casa e sua ordem de
funcionamento, e que ali não se faz trabalhos para isso ou aquilo, não
trás ninguém ou amarra alguém. Só que, mesmo com os avisos (escritos
e/ou verbais), esses assistentes que já adquiriram o vício do pedir
e/ou pagar para ter, vão as Entidades, e ali despejam suas necessidades
materiais, psicológicas e sociais diversas.

    Muitos médiuns ou pela consciência de suas incorporações, ou pelo
recado deixado aos Cambonos pelas Entidades, ficam muito decepcionados
com essas situações. Isso não só pelos pedidos, mas também pela reação
dos consulentes quando a Entidade de Luz se nega a realizar o pedido,
seja através de um simples não faço, ou aqui não se faz isso, ou de
uma bronca pelo que lhe foi solicitado dizendo que ali não é local.
Muitos consulentes saem falando mal das Entidades, e a casa: que é
fraca, que é um absurdo não prestar a caridade (que eles querem), que
em todos os locais que foram fizeram trabalhos e outras coisas das
mais absurdas possíveis, simplesmente porque ali não encontraram
terreno fértil as suas necessidades.

    O interessante disso tudo é que, mesmo não sendo tarefa principal
das Entidades de luz resolverem os problemas materiais, psicológicos
ou sociais, elas tentam orientar, mostrar caminhos, mostrar outras
perspectivas, formas e mudanças de postura, comportamento, maneira de
pensar e até de buscar uma religiosidade necessária a essas pessoas
sem noção, que acreditam que a Umbanda em um estalar de dedos ai mudar
o destino daquele que nada faz para obter o merecimento em receber uma
graça de Deus.

    Porém mesmo tendo uma orientação e uma ajuda, que não foi a que
queriam, mas a que necessitavam, muitos consulentes não ficam
satisfeitos e, alguns, até decepcionados e raivosos, falando mal da
casa, do médium, e até da própria Entidade, simplesmente porque muitos
desses consulentes só desejam ouvir coisas que lhe agradem, coisas que
só deve ser bom pra eles, independente se vai ter que prejudicar outra
pessoa, com suas mesquinharias, suas invejas, seus orgulhos, seu
falso amor.

    Para não generalizar nossos amigos consulentes, podemos afirmar
que uma grande parte deles ficam admirados em encontrar muitas vezes,
soluções simples e derradeiras para as suas vidas ou para seus
problemas, mesmo sabendo que não se trata de algo espiritual, esses
consulentes entendem que a Entidade de Luz se colocou a auxiliá-los em
outras questões, sapientes que os passos, a mudança, as ações e a
busca ou modificações de suas vidas, são unicamente responsabilidades
deles mesmos.

    Esses amigos coerentes são conscientizados que um descarrego, um
passe, um banho, ou até mesmo um trabalho (quando é necessário e
prioritário) não vai resolver seus problemas, mas vai lhes permitir
uma melhora, uma harmonia, uma melhor visão sobre as coisas e sobre
suas vidas& que não há milagres gratuitos pelo simples pedir, mas que,
se os milagres acontecem, é por algum merecimento o indivíduo
conseguiu, e isso não ocorre porque o Guia assim o quis, nem porque o
Orixá assim o quis, mas sim porque outros fatores ali se mostraram
relevantes para que aquela graça fosse alcançada. E, aí sim, a
interferência das Entidades de Luz e Orixás foi permitida na ajuda
aquela pessoa.

    Eu como Zelador de Santo, responsável por uma casa de Umbanda, e
que tenta passar o que é realmente Umbanda para todos, gostaria de
frisar algo bem importante, e que certamente vai deixar muitos
consulentes decepcionados, e muitos falsos Zeladores que usam o nome
da Umbanda para ganhos financeiros e trocas sem nexo ou noção, um
tanto rancorosos com minha colocação, porém preciso dizer algo que
iria ajudar muito aos desavisados e ignorantes, que são convencidos em
acreditar que tudo é espiritual e tudo pode ser resolvido por meio de
trocas e barganhas, financeiras ou não. Se essa informação fosse
melhor divulgada muitos saberiam que esses atos não são e nem cabem a
Umbanda, mesmo com toda a sua diversidade e pluralidade religiosa,
pois não é propósito da religião de Umbanda o lucro financeiro, a dependência/ignorância religiosa ou a resolução de qualquer problema a base de trabalhos para tudo e qualquer coisa.

    Quando realmente existe a necessidade de se fazer um trabalho numa
casa de Umbanda, sempre existe um motivo e explicação para o mesmo. O
grande propósito da Umbanda, imerso em todas as suas tradições,
variando em formas e não em essência, é contribuir e ajudar no
crescimento espiritual, moral e até material das pessoas, numa
elevação de consciência contínua, também chamada de evolução, que é a
parte principal de tudo. E uma humanização do ser humano envolto a um
divino (Deus, Orixás e Guias), em uma fé consciente e coerente, que
transporte para o meio social o respeito e a dignidade que uns devem
ter para com os outros, pois somos todos iguais perante a Deus nosso
Pai Maior.

    Devemos entender muito bem que as Entidades de Luz e os Orixás não
são nossos serviçais, e também temos que ter a compreensão de que
muitos de nossos problemas vem de origem cármica, portanto não podem
ser resolvidos rapidamente, como desejamos, pois sempre é exigido um
tempo para sua espiação.

    Portanto não adianta a ansiedade, a cobrança descabida, bater pé
ou reclamar com as Entidades de Luz desejando uma solução
imediata. Lembremos que nenhuma Entidade, Guia ou qualquer enviado dos
Orixás se apresentam em Terreiro algum para resolver nossos problemas
materiais. Tudo tem seu tempo e sua hora dentro do merecimento de cada
um. Portanto devemos pedir resignação e força para enfrentar as nossas
dificuldades e principalmente auxílio para sermos merecedores da graça
que buscamos.

    Então é fundamental que se compreenda que um terreiro de Umbanda não é uma tenda de milagres, onde chegamos e em um passe de mágica todos nossos problemas materiais serão resolvidos.

    Uma casa de Umbanda é uma das casas de Deus, e lá devemos ver a
Umbanda como uma religião, e que através de nossa fé e nossas orações,
recarregaremos as energias perdidas, e lá renovamos nossa fé em Zambi
(Deus), e através da caridade pura evoluímos como seres humanos,
alcançando a serenidade para vencermos os obstáculos de nosso dia a
dia.

    A falta de coerência de alguns consulentes é de assustar, posso
descrever aqui alguns pedidos sem noção nenhuma que algumas pessoas
tem a petulância de fazer em um Terreiro de Umbanda, aos Guias
trabalhadores, desrespeitando totalmente a religião e todos os
envolvidos seriamente com ela.

    Dentre esses "pedidos sem noção", já me deparei com pessoas
pedindo aos Exús que um suposto inimigo desse consulente fique doente,
que morra, que sofra, ou pedir a uma Pombo Gira que acabe com um
casamento apenas e tão somente para que aquela pessoa
solicitante tenha uma relação carnal ou até mesmo afetiva com um
membro do casal citado no casamento, ou mesmo quando é pedido para que
uma pessoa seja amarrada emocionalmente ao solicitante, simplesmente
porque esse solicitante acredita que deve ter aquela pessoa para si,
enfim, são tantos desatinos pedidos por consulentes mesquinhos,
invejosos, sem amor próprio que as Entidades de Luz, por muitas vezes
tentam mostrar o caminho a ser tomado, que não é dessa maneira que
receberemos nossos merecimentos,  e se o consulente não entender, se
ficar indignado, e se insistir nesses desatinos com a Entidade,
simplesmente é pedido para se retirar da casa de caridade, pois
nenhuma Entidade de Umbanda faz o mal, nenhuma Entidade vai aceitar as vontades mesquinhas e incoerentes de um consulente sem noção do que é a verdadeira Umbanda, a Umbanda de Deus, dos Orixás, das Entidades de Luz, e principalmente da caridade.

    Temos que ter em mente que desejos humanos não vogam nada para que
aconteça o mal a um semelhante, principalmente dentro de um Terreiro
de Umbanda, pois nossa religião é caridade pura!

    Lembremos que as Entidades de Umbanda, da legítima Umbanda, não
desses rituais de magia negra em que os falsos, desonestos e
enganadores tentam colocar como Umbanda; nossas Entidades da Umbanda
são incorruptíveis. Não são compradas por coisas materiais, muito
menos de repente, mudam sua moral e sua conduta apenas porque ganharam
coisas materiais ou então porque seu médium ganhou algum tipo de
agrado.

    Nós, seres humanos imperfeitos, ainda não temos as condições de
avaliar e entender totalmente se nossos pedidos são ou não são pedidos
justos ou não, pois normalmente estamos relacionados de alguma forma aos mesmos.

    Sempre temos um interesse de que aquilo aconteça. Não temos o
olhar exterior, o olhar externo, um olhar verdadeiro sem interesses
pessoais, um olhar sem mesquinharia, sem inveja, sem rancor.

    Porém as Entidades de Luz tem este olhar porque sabem de coisas que as vezes escondemos das outras pessoas, sabem de nossos reais interesses e o principal, sabem o que seria melhor para nós ou não.

    Além de terem este olhar frio, do que é realmente justo e
necessário para nossa vida, sabem avaliar com isenção o que é justo em
nossos pedidos ou não.

    Outro aspecto que é avaliado em nossos pedidos sempre é se aquilo
que pedimos é realmente necessário à nossas vidas ou se fará bem à
nós. Se nos será útil ou não. Às vezes pedimos uma coisa que não está errada, até que é um pedido justo, porém, no fundo não será uma boa opção para nossas vidas, então não acontece.Isto pela intervenção das Entidades que sempre querem o melhor para nós e nos afastam de más escolhas.

    Até este momento vimos que nosso pedido deve ser algo
correto, que não vai prejudicar outrem, que seja justo aos olhos das
Entidades e que vão nos trazer coisas boas pela avaliação dos Guias. Além disso podemos acrescentar outro fator: nosso merecimento.Podemos até estar pedindo algo correto, ético, que seja justo e até nos fará bem, mas se não tivermos o merecimento não receberemos a graça.

    Portanto, amigo consulente desinformado, não adianta se achar
merecedor de um auxílio, de uma ajuda, de uma graça ou de uma benção
por parte do plano espiritual, se esse seu pedido for de atrapalhar a
vida de um semelhante, de forçar um amor criado em uma mente doentia,
de tentar desestruturar e fechar os caminhos de um irmão, ou qualquer
tipo de coisa que seja considerado ruim para alguém, independente de
quem for.

    Aquela pessoa que vive por si e para si, buscando a
espiritualidade para seus bens próprios, e acha que o Terreiro é uma
catapulta para seus interesses sociais e materiais, estão muito
enganados, pois devemos entrar em um Terreiro para doar caridade, e
não cobrar algo que venha de nossos péssimos sentimentos de humanos
não evoluídos.

    Se caso estiver em um Terreiro de Umbanda, e um Zelador ou Médium
disser que faz isso ou aquilo conforme a vontade do consulente
mesquinho, pode ter certeza que ali não há uma Entidade de Luz, é
apenas uma pessoa não desenvolvida mediunicamente e nem
espiritualmente, que, ou está tentando arrecadar bens econômicos para
si próprio, ou está tomado pela vaidade, ou está mistificando, ou está
induzido por espíritos Zombeteiros. Nesse caso coloque os dois pés pra
fora dessa casa, pois ali, pode usar o nome Umbanda, mas certamente
não é.

    Temos sempre que refletir para entendermos que ao pedirmos algo à
uma Entidade, este pedido passa pelo crivo do que é certo ou errado,
numa visão bem mais ampla do que a moral católica vigente. Também
passa pela avaliação se é justo, aos olhos das Entidades de Luz. Temos
que entender que devemos ser merecedores desta graça, e se mesmo que
sejamos merecedores da graça aos olhos das Entidades, mesmo que o que
estivermos pedindo seja justo e correto, acima de tudo isso, das
avaliações das Entidades e do desejo delas de nos ajudar existe a
vontade de Deus, que é Inteligência suprema do Universo, causa primaria
de todas as coisas. Esta inteligência é onipotente. Está acima das
Entidades, dos Orixás, dos Santos e principalmente de nossa vontade.

    Finalizando, reflita muito bem ao levar seus pedidos à um
Terreiro de Umbanda, pois se forem maus pedidos, pedidos mesquinhos,
pedidos sem noção, certamente não serão atendidos, podendo você ainda
ao sair do Terreiro, captar pelas ruas, com seus maus pensamentos,
espíritos sem luz, como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros, fazendo com que
sua mente e sua alma se tornem piores do que já eram ao imaginarem que
poderiam se utilizar da Umbanda para seus atos mesquinhos.

    Reflitam!