Nas Umbandas, com frequência observamos os pais no santo ou o Guia Espiritual utilizarem-se da pemba para cruzamentos dos médiuns de seus Terreiros. Por que isso acontece? Observamos que o ritual se repete comumente antes de se iniciarem certos Trabalhos Espirituais que envolvam o processo de incorporação ou acoplamento áurico, por quê?
Adentramos o tema esclarecendo que alguns Trabalhos Espirituais requerem o cruzamento do médium, vejamos que antes de se iniciarem processos de incorporação, desenvolvimento mediúnico, desobsessão, puxadas, acoplamentos ou outros que envolvam o transe mediúnico, é de bom tom que o médium se submeta a este processo ritualístico facilitador, que fará com que haja a abertura espontânea de alguns canais energéticos que facilitarão demais estes processos.
A Entidade ou o Dirigente dos Trabalhos Espirituais estará com uma pemba branca na sua mão direita e com a pemba fará o sinal da cruz em alguns pontos diferentes no corpo do médium incorporador.
Toca-se com a pemba e risca-se sobre a pele o sinal da cruz na fronte ou chacra frontal, posteriormente na mão esquerda (palma da mão) e no pé direito (parte de cima), alterna-se a pemba na mão e passa-se para a mão esquerda para cruzar o médium incorporador em sua nuca, depois na mão direita (palma da mão) do incorporador e finda-se riscando a cruz no pé esquerdo (parte de cima). Feito isso, observaremos que seis foram os pontos tocados, fronte (Chacra frontal) e nuca, as palmas das mãos e a parte superior dos pés. Tais pontos quando em contato com o pó de atim (pemba) ficam abertos e aptos a captarem as energias de espíritos que se encontram desencarnados, aumentando-se a sensibilidade do incorporador ao contato com tais espíritos, nossos irmãos.
É fato que a literatura muito esparsamente fala nos pontos indutores ao transe, mas aqui neste, não caberá comentários acerca do extenso assunto. Senão esclarecer que este artigo foi escrito somente com a finalidade de mostrar que o Cruzamento do Médium se presta ao papel de abrir estes canais sensitivos de energias, sendo um facilitador ao médium incorporador e uma âncora ao mesmo.
Por que Cruzamento do Médium? Por que não outro termo que aparente uma facilidade de contato extra-sensorial? A pergunta fica fácil de ser respondida quando entendemos este cruzamento como um cruzamento das energias do médium com a egrégora dos desencarnados.
Assim, o que há é o cruzamento das duas energias, a física do médium e a paralela do plano espiritual. Há o entrelaçamento energético do visível com o invisível.
Álan Madureira