Dadá Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyo. Ele amava as crianças, a beleza, e as artes. De caráter calmo e pacífico, não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época. Dadá é o nome dado pelos yorubás às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente.
Xangô o destronou e Dadá Ajaká exilou-se em Igboho (Nigéria), durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé baáyàni (pronuncia-se Adê Baiani), ou "Coroa de Dadá". No Terreiro do Gantois na Bahia é reverenciado e cultuado como Baiani, onde realiza-se uma festa anual e no Ilê Omorodé Orixa N´la onde tem um filho iniciado nesse orixa e também realiza uma festa anual.
Depois que Xangô deixou Oyo, Dadá Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os Tapas.
História[editar | editar código-fonte]
Ajaká[1] foi 2º Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, que era muito pacifico, apático e não realizava um bom governo.
Sàngó cresceu nas terras dos Tapas (Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe. Tempos depois, com seus seguidores se estabeleceu em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso manteve seu título de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.
Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade menor, Igboho, vizinha de Oyó. Por ter sido deposto, não poderia mais usar a coroa real de Oyó, e passa então a usar neste seu outro reinado uma outra coroa (ade), que escondesse seus olhos envergonhados e jura que somente irá tirá-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni (ver fotos no site)*. Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.
Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó. Por Aulo Barretti Filho