Mariazinha da Beira da Praia: Como é que sacode a saia?
Um Canto de Alma, Saudade e Encantamento
Mariazinha da Beira da Praia: Como é que sacode a saia?
Um Canto de Alma, Saudade e Encantamento
A tchiiaaaaaaaaaa, tchiaaaaa!
Essas palavras não são só som — são magia pura, ecoando entre as ondas, os coqueiros e o vento salgado que beija a costa. É o grito de amor de uma criança encantada, meio humana, meio mito, que corre descalça pela areia com o vestidinho azul esvoaçando como as asas de uma andorinha do mar.
Essa é Mariazinha da Beira da Praia — não apenas uma menina, mas uma presença, uma luz que dança entre os mundos visível e invisível, entre o colo de Iemanjá e os segredos que o oceano guarda sob as conchas.
Quem é Mariazinha da Beira da Praia?
Mariazinha não nasceu de um berço comum. Ela surgiu da espuma, do suspiro da maré cheia, do riso que a lua deixou cair na enseada quando viu o primeiro delfim brincar com uma estrela. Ela é filha do encanto, da inocência que resiste ao tempo, da pureza que nem o sal do mar consegue corroer.
Mas não se engane: Mariazinha não é só doce. Ela tem fogo na alma — aquele que arde na curiosidade de quem esconde-se sob a varanda, ajuda o bichinho peludo a bagunçar a casa da vovó, e, ao menor barulho suspeito, sobe correndo com o coração aos pulos, rindo de si mesma: “Hihihihi!”
Ela é verdadeira. Não sabe mentir. Quando vê que oferecem um doce mas comem antes de entregar, ela nota. Ela vê tudo. Porque os olhos de Mariazinha não enxergam só o mundo — enxergam além.
Como é que sacode a saia?
Ah… essa é a pergunta que faz tremer as conchinhas no fundo do mar!
Mariazinha sacode a saia com a força da maré alta.
Com o rodopio que faz levantar areia dourada e fazer os caranguejos pararem para ver.
Ela sacode a saia não para chamar atenção, mas para lembrar.
Lembrar que a alegria existe.
Que a infância não precisa morrer só porque o mundo ficou pesado.
Que mesmo com medo, a gente pode correr — e rir depois.
Quando Mariazinha sacode a saia, as ondas respondem com espuma.
Os ventos trazem o cheiro de jasmim-do-mar.
As estrelas piscam mais rápido, como se soubessem que algo mágico está acontecendo.
Ela sacode a saia quando reza.
Quando chora com os amiguinhos na aula do Tchio Índio — aquele velho sábio de olhar severo, que não deixa brincar na hora de aprender, mas que, no fundo, está plantando sementes de sabedoria nos corações pequenos.
Ela sacode a saia quando lembra de você.
Sim — você.
Aquele que lê estas palavras com o coração apertado de saudade de algo que talvez nunca tenha tocado, mas sente como se já tivesse brincado com ela na beira da maré.
O Laço Sagrado com Iemanjá
“Tchia que mamãe Iemanjá cuide de você, tchiaa!”
Essa prece simples é um mantra de proteção. Porque Mariazinha sabe — e ensina — que não estamos sozinhos.
Mamãe Iemanjá está sempre ali, de vestido branco esvoaçando nas ondas, com seu abano de prata e seu colo infinito. Ela vela por Mariazinha… e por todos que ainda guardam no peito um pedacinho de criança, mesmo que escondido sob camadas de adultez, cansaço ou dor.
Mariazinha lembra:
“Mesmo que aqui na terra tenha muitas pessoas más, não seja igual a ela. Seu coração é bonito. Sua alma é bela.”
Ela não julga. Ela acolhe.
E quando o coraçãozinho dói, ela não foge — faz uma oração. Às vezes em silêncio. Às vezes com um grito de “Tchiaaaaaaaaa!” que ecoa até no céu de Oxalá.
O Encontro com o Tchio Índio – O Guardião da Sabedoria
O Tchio Índio é o contraponto necessário à leveza de Mariazinha.
Ele é brabo, sim — mas brabo de amor.
Porque ele sabe que o mundo não é só brincadeira de cavalinho de água com Juquinha.
O mundo também exige aprender, respeitar, ouvir, esperar.
E é por isso que Mariazinha e seus amiguinhos choram às vezes.
Não de tristeza — de transformação.
Porque crescer dói, mas é preciso.
E o Tchio Índio, com sua vara de bambu e voz de trovão suave, os guia com mão firme e alma gigante.
Mariazinha adora quando vai aprender com ele.
Porque ali, entre folhas secas e cânticos antigos, ela entende que ser criança não é ser frágil — é ser corajosa o bastante para sentir tudo.
O Doce Oferecido (e às vezes comido antes!)
Ah, esse detalhe… tão humano, tão perfeito.
Mariazinha sabe quando você oferece com o coração, mesmo que a língua ganhe da mão e você coma o doce antes de entregar. Ela sorri. Não guarda rancor.
Porque ela entende:
— Às vezes, a gente quer compartilhar, mas ainda está aprendendo a dividir.
— Às vezes, a gente ama, mas esquece de mostrar.
E por isso, ela diz:
“Se quiser que eu vá, só me chamar, tchiaa.”
Ela vem.
Sem julgamento.
Com os pés molhados, o vestidinho azul, os olhos cheios de mar e mistério.
Ela vem toda vez que você lembrar que a ternura ainda existe.
O Amor do Tamanho do Mar (ou até maior!)
“Amo muitão, do tamanho do mar, ou até maior, tchiaaaa…”
Essa frase não é exagero. É verdade cósmica.
Porque o amor de Mariazinha não cabe nas medidas humanas.
Ele é oceânico, infinito, eterno.
Ele não pede nada em troca — só que você não perca a essência de criança.
Que, mesmo crescendo, você ainda saiba:
- Correr descalço na areia
- Rir de medo
- Oferecer um doce (mesmo que coma antes!)
- Fazer oração quando o coração doer
- Acreditar que sereias existem — porque elas moram dentro da gente
Bênção Final: Mariazinha é uma Sereinha!
Sim.
Mariazinha da Beira da Praia é uma sereinha — não com cauda de escamas, mas com alma de maré.
Ela vem e vai com as luas.
Aparece nos sonhos de quem perdeu a inocência.
Sussurra nos ventos para quem precisa de coragem.
Deixa pegadas na areia que o mar apaga… mas o coração nunca esquece.
E quando você ouvir um grito distante —
“Tchiiaaaaaaaaaa!” —
Saiba: é ela.
Chamando você de volta para a pureza, para o encanto, para o amor sem máscara.
Porque Mariazinha não mora só na praia.
Ela mora em quem ainda sabe sacudir a saia — mesmo quando o mundo insiste em nos fazer andar em linha reta.
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