quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

MINHA CASA É ASSOMBRADA

 

MINHA CASA É ASSOMBRADA



Antes de iniciar a codificação da Doutrina Espírita, Kardec era cético a qualquer tipo de manifestação extra física. Chamou-lhe a atenção, contudo, o fenômeno das mesas girantes, que ocorria em determinadas reuniões onde invocava-se a presença de espíritos e, como respostas às perguntas formuladas pelos presentes, as mesas do ambiente levitavam e giravam ora para a esquerda, ora para a direita. Vez por outra, batiam com os seus pés fortemente sobre o assoalho ou, então, ouvia-se estalos na madeira como se alguém desse pancadas sobre a mesma.

Esse fenômeno chamou a atenção de Kardec que, de início, imaginou ser fraude. Com o intuito de desmascarar os mistificadores, Kardec começou a freqüentar as reuniões e percebeu que não havia fraude. Os objetos realmente se moviam como se tivessem vida própria. Notou, também, que muitas vezes, as respostas dadas pelos giros das mesas eram desconhecidas de todos os presentes, o que o fez constatar que havia uma inteligência operando por trás do fenômeno.

A partir daí, Kardec começou a catalogar as mensagens e iniciou o que mais tarde ficou conhecido como a Doutrina Espírita.

O fenômeno das mesas girantes, hoje em dia, é bastante conhecido no meio espírita. Sabe-se que os espíritos, para se comunicarem, podem atuar sobre objetos materiais, se assim a necessidade impuser. Contudo, para que tenham êxito, é necessário que esteja presente pelo menos um médium que possua a mediunidade dita “de efeitos físicos”, que é um tipo de mediunidade que tem a propriedade de fácil liberação de ectoplasma por parte do médium. O médium libera o ectoplasma, que é uma substância semi-material, os espíritos o manipulam e, através dele podem erguer objetos materiais, provocar sons de pancadas e até promover o fenômeno da materialização.

Hoje em dia, os espíritos mais evoluídos dificilmente lançam mão deste tipo de comunicação – de efeitos físicos -, pois existem outros métodos e médiuns atualmente preparados para comunicações mais dinâmicas e precisas, como psicógrafos e médiuns de incorporação. Naquela época, contudo, era necessário que fosse assim, não só para chamar a atenção através de fenômenos até então tidos como sobrenaturais, como também para que a Doutrina Espírita pudesse ser codificada por Kardec.

Contudo, o fato de tal método não ser utilizado atualmente por espíritos mais elevados, não quer dizer que não o seja por espíritos inferiores, e é essa a explicação para muitas situações que ocorrem em diversas residências terrenas. Espíritos desencarnados que ainda não entenderam sua situação espiritual, espíritos perturbadores, espíritos galhofeiros, espíritos que gostam de assustar encontram nos fenômenos dos efeitos físicos uma fartura de alternativas para a sua atuação.

Além dos efeitos físicos causados por espíritos, outros fenômenos podem ocorrer pela presença de um espírito desencarnado dentro de uma casa: aparições, pesadelos, depressões, doenças, etc. Espíritos que causam estes tipos de problemas, nem sempre são desejosos do mal. Podem até ser parentes e amigos íntimos dos moradores da casa, mas, apenas pela sua presença, podem causar problemas físicos e atrapalhar a harmonia doméstica.

Grande parte dos problemas espirituais que ocorrem dentro de uma residência têm origem na presença de espíritos desencarnados atuando sobre a mesma e sobre os seus moradores. Esses espíritos podem ser amigos, inimigos, indiferentes, espíritos que se sentem donos da casa, espíritos perturbadores, espíritos galhofeiros, espíritos que são invocados direta ou indiretamente por algum morador, etc. Contudo, há fenômenos que ocorrem sem a necessária participação de qualquer espírito desencarnado, e o mais comum deles é conhecido como POLTERGEIST.

Em Parapsicologia, o termo técnico utilizado para designar os fenômenos poltergeist é "psicocinésia recorrente espontânea" ou RSPK, do inglês recurrent spontaneous psychokinesis. Poltergeist é uma palavra de origem alemã que se popularizou na época da Reforma, sendo utilizada por Martinho Lutero para se referir à ação de um "espírito brincalhão". Assim, polter significa "barulhento, brincalhão" e geist, espírito. A tradução da palavra é "espírito barulhento" ou "espírito que bate", embora a maioria dos poltergeists ocorram sem que haja qualquer espírito desencarnado atuando.

Esse fenômeno envolve ocorrências físicas tais como chuvas de pedras, movimentação, ruídos de passos ou correria, anormalidade nas instalações elétricas ou telefônicas, abertura de portas, inclusive de armários, clarão ofuscante, vozes, sopros gelados, odores perfumados, fenômenos incendiários, estouro de lâmpadas elétricas, quebra, aparecimento e desaparecimentos de objetos, aparecimento de água, sons e luzes sem nenhuma explicação "normal" para esses eventos. Já foram vistos projéteis que chegavam à casa rapidamente diminuindo a velocidade, caindo, sem bater em nada. Também foram registrados casos de móveis pesados derrubados ou mesmo peças pequenas, como bibelôs deslocados de um móvel e pousados com delicadeza em outro lugar.

Desde o século XVII encontramos registros de algumas poucas investigações feitas sobre casos poltergeist. Porém, nessa época, a preocupação maior das pessoas era combater a bruxaria e a possessão diabólica, pois as ocorrências RSPK eram atribuídas a efeitos de bruxaria ou encantamento ou à intervenção do demônio ou de espíritos maus em nosso mundo.

Há, no entanto, registros de casos de poltergeist desde o ano 530 dC. Na França, por exemplo, são registrados oficialmente um fenômeno a cada oito meses.

A duração do poltergeist pode ser de um dia até dezoito meses. Um caso, excepcionalmente, durou doze anos. Em uma dessas ocasiões, um fotógrafo foi atingido por um objeto na testa, quando registrava o fato em uma casa.

Os parapsicólogos, estudando o fenômeno, concluíram que, normalmente, há uma pessoa considerada o “epicentro” do fenômeno, ou o agente. Na maioria dos casos essas pessoas são mulheres e na faixa de 12 a 17 anos de idade. Foi observado, também, que essas pessoas apresentavam problemas em expressar emoções, especialmente sentimentos de raiva e agressividade. Além disso, passavam por um momento de intenso stress devido a desajustes psicológicos ou de relacionamento. (Não vamos aqui entrar em questões fisiológicas.) Isto significa, portanto, que o agente vivia um momento de tensão. A questão é: se todos nós temos momentos tensos no nosso dia-a-dia, se estamos sujeitos a desentendimentos familiares ou profissionais, por que apenas algumas pessoas fazem com que isto influencie fisicamente o ambiente e outras não? A resposta talvez seja a que essas pessoas, possivelmente, devem ser médiuns de efeitos físicos com mediunidade descontrolada.

Foi observado, também, que normalmente, o objeto ou objetos envolvidos no fenômeno possuem algum tipo de relação simbólica com o agente. Para demonstrar essa relação simbólica, Roll (1995) apresenta o caso da menina Tina Resch que, aos catorze anos de idade, foi o centro das manifestações de RSPK que tiveram lugar em sua casa em Columbus, Ohio, em 1984. Roll conta que vários eventos RSPK começaram a ocorrer em um período em que Tina estava muito revoltada com seus pais e passara por várias situações desagradáveis: sua melhor amiga falecera há pouco e Tina rompera com seu primeiro namorado. Ela era filha adotiva e tinha ciúme das crianças que seus pais cuidavam como filhos de criação. Todos os fenômenos que ocorreram naquela casa se relacionavam com objetos ou locais ligados aos pais ou às crianças. Quando Tina se apercebeu de que ela era o centro das ocorrências, começou a ser atingida pelos objetos que se movimentavam. Isto ocorreu após a visita de um pastor que deveria fazer orações para livrar a casa de espíritos ruins. Vendo-se como uma pessoa má, Tina teria iniciado um tipo de auto-punição, ainda que inconscientemente.

Há inúmeros casos como o citado acima. No Brasil, há registros de casos ocorridos em São Paulo, Sorocaba e muitas outras cidades. Na Bahia, a casa de Raimundo Moreira Vaz, morador da fazenda Lagoa do Mato, a um quilômetro de Euclides da Cunha, onde há pouco mais de cem anos ocorreu a Guerra dos Canudos, ganhou fama ao ser atingida por uma chuva de pedras, combustão espontânea, aparecimento de balas de revólver, cartuchos de pólvora, redes, panelas amassadas, marretas, facões e vários tipos de artefatos que foram usados na rebelião de Canudos. Surgiram do nada. Acredita-se que o agente era o filho de Raimundo, o caçula Adelson, de treze anos.

No núcleo espiritualista CASA DO CABOCLO UBIRAJARA tivemos por um tempo um médium cuja casa era alvejada ora por pedras, ora por fezes, sem que houvesse qualquer pessoa por perto. Identificamos que o epicentro do fenômeno era esse médium que, como na maioria dos outros casos, vivia momentos de tensão e lutava contra suas emoções reprimidas.

A psicoterapia tem se mostrado muito eficaz na cessação do fenômeno. Aparentemente, se o agente resolve problemas internos e toma consciência de emoções contidas, retraídas, abafadas, as ocorrências tendem a diminuir até cessarem por completo (Bender,1969, 1976; Roll, 1972). Este foi o caso de Annemarie, considerada o agente do Caso Rosenheim, apresentado pela primeira vez ao público em 1969 por Hans Bender. Ela vivia sob forte tensão no local de trabalho, pois não gostava dali. Estranhos acontecimentos se deram no escritório de advocacia onde ela era secretária: movimentação de objetos, comprometimentos inexplicáveis das instalações elétricas e problemas com o telefone. Através de investigações, Bender detectou que Annemarie seria a "responsável" por aquelas ocorrências. Ela se surpreendeu ao saber disso. Ao tomar consciência desse fato, mudou-se de emprego e os fenômenos escassearam até cessar por completo (Bender, 1976).

CONCLUSÃO:

Para se ter uma casa saudável energeticamente, é importante que não invoquemos a presença de espíritos desencarnados de grau consciencial duvidoso, pois a própria presença deles pode ser um inconveniente para o lar. Se a casa é vítima da obsessão de algum espírito zombeteiro, perturbador ou mal intencionado, a melhor solução é a prece associada a bons pensamentos. O cultivo dos bons sentimentos, ações e pensamentos é sempre o melhor remédio contra a atuação de espíritos inferiores, uma vez que, assim, conseguimos atrair para nosso lar justamente espíritos empenhados no progresso e no amor.

Para movimentarmos positivamente as energias do ambiente, é importante que recorramos à defumações, músicas e outras coisas que tragam “alto astral”. Ambiente desanimado é porta para depressão.

Mas, como nem todos os fenômenos físicos que ocorrem na residência são causados por espíritos desencarnados, é importante verificar se os mesmos têm origem na ocorrência de Poltergeists. Se tiverem, o acompanhamento psicológico para o agente e sua família é fundamental.

Nossa casa é nosso templo. Nela devemos estar sempre prontos para a oração, cultivando boas palavras e atitudes gentis.

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