terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Um suicida pode reencarnar?

Um suicida pode reencarnar?


Não apenas pode, como certamente reencarnará, pois a Lei do Progresso é para todos os filhos de Deus. Lembremos que os Espíritos nascem simples e ignorantes, mas todos serão felizes e alcançarão a perfeição relativa, já que a absoluta só Deus a tem. Deste modo, mesmo aqueles Espíritos que cometem atos contrários à Lei de Deus, como no caso do suicídio que viola a Lei de Conservação, reencarnarão até serem perfeitos e puros.

A questão que se coloca agora é: como se dá a reencarnação de um suicida? Em que condições ela ocorre?

Para o Espiritismo, as pessoas suicidas contraem duras e doloridas consequências perante o Plano Maior da Vida, as quais permanecem também durante a próxima reencarnação, normalmente em forma de expiações.

No livro Jesus em Nós, Francisco Cândido Xavier informa que a criança excepcional, segundo conversações suas com o mentor Emmanuel, via de regra, pode vir a ser um suicida reencarnado e que, após se demorar algum tempo no plano espiritual, sendo amparada por amigos que toda criatura tem, retorna à matéria com os remanescentes do suicídio. Esclarece, também, que se uma pessoa espatifou o crânio e se o projétil atingiu o centro da fala, ela pode voltar com a mudez, mas caso tenha atingido apenas o centro da visão, poderá voltar cega, contudo, caso atinja determinadas regiões mais complexas do cérebro, a pessoa poderá apresentar as mais diversas deficiências mentais e aí os centros fisiológicos não funcionam.



Quando a alma se suicida, mergulhando em águas profundas, pode vir a retornar ao mundo físico com predisposição para o enfisema, podendo esse surgir na fase infantil, na mocidade, ou mesmo nos primeiros dias de vida. Numa situação de enforcamento pode sofrer o Espírito infantil, por exemplo, com a paraplegia depois de uma simples queda do colo da mãe, pois a vértebra que foi deslocada, em razão do enforcamento vem mais fraca, acometendo-o com a paralisia após a queda.

Em outros casos, ao reencarnarem, esses Espíritos podem se tornar crianças completamente perturbadas. Segundo Chico, na obra citada, a esquizofrenia na atual existência, por exemplo, pode ser uma consequência de suicídio ou também de homicídio em vidas anteriores. O complexo de culpa adquire dimensões tão grandes que há modificações no conjunto de combinações ou composições químicas do cérebro, vindo então a esquizofrenia, refletindo-se a culpa e o remorsos na própria vida física da criatura.

Chico Xavier lembra ter tido tempo suficiente para observar alguns casos de suicídio e, todos os suicidas que viu reencarnados, depois do atentado, traziam consigo os sinais da leviandade que haviam perpetrado. Ao referir-se a dois companheiros que se suicidaram com bala no ouvido, conta que ao revê-los reencarnados, ambos se encontravam na condição de crianças com graves deficiências.

Em outro caso, desta vez por veneno, o suicida renasceu como uma criança que já trazia o câncer na garganta, tendo desencarnado pouco tempo depois.



Destaca terem explicado os Espíritos que, muitas vezes, o suicida ao reencarnar, meio que destrói os tecidos do novo corpo, causando as mazelas físicas. A desencarnação, nestes casos, ocorre logo depois do nascimento ou algum tempo depois, estando o Espírito em condições de aprender o valor da vida, pois desejando viver, não consegue.

Quando o ser humano atenta contra o próprio corpo na Terra, fere as estruturas do corpo espiritual e, no caso de dilapidar o crânio com um tiro, destroem-se determinados recursos do cérebro espiritual.

Se há envenenamento, perturbam-se determinados centros da alma, mas se a criatura se projeta de grande altura, perturbam-se os ligamentos, as estruturas, as conexões do corpo espiritual, fazendo, muitas vezes, com que permaneçam, no mundo espiritual, com os resultados do suicídio para posteriormente, quando de uma futura reencarnação, trazer as consequências no novo corpo físico. É a lei de causa e efeito fazendo-se presente em todos os atos da vida do Espírito.

Lembremos, entretanto, que não existem regras absolutas e inflexíveis, cada caso é individualmente analisado e avaliado pela Espiritualidade misericordiosa. O sofrimento do Espírito suicida será proporcional ao seu adiantamento. Os Benfeitores avaliam toda a trama lamentável que o levaram a agir de maneira infeliz e estão sempre dispostos e auxiliar. Ninguém deve obrigatoriamente sofrer por imposição do Pai Celestial, é o próprio Espírito, com a sua consciência pesada, que se coloca em sofrimento como forma de resgate do débito adquirido, sendo esta expiação autorizada pela Espiritualidade quando o Espírito possui capacidade para vencê-la.