Para onde vai o Espírito depois de desencarne?
Dúvida muito comum na humanidade é exatamente saber o que acontece com os Espíritos após a morte do corpo físico, para onde vão, se é que seguem para algum lugar, como vivem, o que fazem, como se ocupam. Enfim, como é a vida no mundo espiritual? Exatamente por isso, trazemos as luzes da Doutrina Espírita também sobre essa temática.
Após a morte, cada Espírito seguirá para o lugar que lhe é interessante, deslocando-se para a região espiritual que está em consonância com o seu modo de ser e de viver, com os seus interesses. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz-nos Kardec: [...] Enquanto uns, não podem afastar-se do meio em que viveram, outros se elevam e percorrem o Espaço; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito.
Por essas afirmativas, podemos perceber que esses ambientes variam sobremaneira, conforme o nível evolutivo da criatura que desencarna, podendo ela se perceber em lugares felizes, revigorantes e de paz ou, também, de dores e sofrimentos. O Espírito Emmanuel ensina: "O reino da vida além da morte não é domicílio do milagre. Passa o corpo, [...] entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que se encontra. Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador. Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe. Dentro da nossa capacidade de autoprojeção, erguem-se os nossos limites. [...] A residência da alma permanece situada no manancial de seus próprios pensamentos."
Para facilitar o entendimento do leitor, podemos identificar três possíveis situações para o indivíduo após a morte do corpo físico. Uma delas, bem comum entre a humanidade terrena, é continuar a criatura vinculada à crosta física. Em decorrência do apego à vida material, ao desconhecimento sobre a imortalidade da alma e da vida espiritual, alguns Espíritos não conseguem se perceber como desencarnados, acreditando alguns, inclusive, estarem ainda vivos, de posse do mesmo corpo físico, sequer percebendo o fenômeno da desencarnação.
Esses Espíritos continuam a viver nos locais que estavam acostumados quando encarnados, chegando mesmo a manter igual ritmo de vida. Há aqueles que residem no mesmo ambiente familiar, juntamente com os seres amados, numa coabitação nada positiva para os encarnados, pois que se contaminam com as energias desequilibrantes do ente familiar desencarnado. Outros seguem trabalhando ou, ainda, vivendo nos antigos vícios, como drogas, sexo, álcool, fumo etc. “Onde estiver o teu tesouro, aí também estará o teu coração”.
Outra hipótese é seguirem os Espíritos para certas regiões de sofrimento e de dor, conhecidas como Umbral e comunidades abismais ou de sombras. Indivíduos muito viciosos ou culpados quando encarnados, em decorrência de uma atração magnética irresistível ou mesmo pela ação de Espíritos maléficos, são conduzidos para essas regiões, lá permanecendo até que verdadeiramente se arrependam e expurguem as cargas energéticas deletérias. No momento oportuno, serão de lá retirados pela espiritualidade superior, a qual constantemente promove visitas de amparo aos Espíritos do Umbral.
As comunidades espirituais do umbral, abismais ou de sombras, apresentam características marcantes. Nelas há o predomínio das paixões inferiores, onde os Espíritos que lá habitam, muito intelectualizados, mas sem moralidade, exercem influência perniciosa sobre os encarnados. São regiões envolvidas em sombras.
Os Espíritos podem, ainda, ser recolhidos em comunidades espirituais destinadas ao bem, integrando-se à nova vida em regiões mais felizes do plano espiritual. Pessoas que tiveram uma vida mais nobre, mais espiritualizada, em comunhão com Deus e procurando viver e fazer o bem, encontram-se em condições evolutivas para habitarem tais colônias. Tudo é magnetismo. Pelo modo como nos conduzirmos na Terra, seremos conduzidos no “céu”. Portanto, quanto mais puro formos, mais felizes seremos após a desencarnação. As comunidades devotadas ao bem exigem um patamar mínimo de moralidade para que nelas possamos habitar, sem o qual não teremos acesso. São colônias de trabalho intenso, com uma natureza rica e bela, nas quais os Espíritos já reconhecem Deus e procuram viver seguindo suas leis e princípios, embora os graus de evolução das colônias espirituais variem bastante. Sobre a existência do mundo espiritual, Kardec oferece importantes considerações: Existe, portanto, o mundo corporal, composto dos Espíritos encarnados, e o mundo espiritual, formado pelos Espíritos desencarnados. Os seres do mundo corporal, em consequência de seu envoltório material, estão presos à Terra, ou a um globo qualquer. O mundo espiritual está por toda parte, em redor de nós e no espaço. Nenhum limite lhe é marcado.
Como vamos examinar mais detidamente nas questões subsequentes, o mundo espiritual tem várias regiões vibratórias, segundo os níveis evolutivos dos Espíritos que nelas habitam. Essas colônias espirituais podem ser cidades de pequeno, médio ou grande porte, cada uma delas com características diferentes.
