quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Em situações de coma ou quase morte, em que condição fica o Espírito?

 

Em situações de coma ou quase morte, em que condição fica o Espírito?

Em situações de coma ou quase morte, em que condição fica o Espírito e o que ele faz neste tempo?

Isso varia de Espírito para Espírito, conforme a condição moral e mental de cada um. O termo coma origina-se do grego “μ” e significa “sono profundo”, sendo um estado de inconsciência, vegetativo, no qual a pessoa parece estar dormindo, mas sem um prazo para despertar. Enquanto em coma, o indivíduo fica incapaz de responder de maneira adequada aos estímulos externos e, em estágios mais avançados, nenhuma resposta apresenta a qualquer tentativa de despertamento.

Tem certa similaridade com o sono, pois aqui a alma também pode aproveitar para se emancipar, adquirindo parcial liberdade e vivenciando, quando em condições para tal, a vida espiritual. Diante disso, é natural questionar-se o que se passa com o Espírito neste período. Fica também em coma? Vive um estado de perturbação, similar ao observado durante o desencarne? Ou, por outro lado, fica lúcido, trabalhando, estudando e se desenvolvendo no plano espiritual? Pelo conhecimento que se tem da Doutrina Espírita podemos dizer serem todas as opções possíveis, dependendo da evolução do paciente.

Normalmente apenas o corpo fica realmente paralisado, podendo o Espírito, mantendo-se ligado à matéria física por um laço fluídico, perfeitamente emancipar-se. Acreditamos, contudo, que dependo da razão pela qual a pessoa entrou em coma, sua forma de vida, conhecimento da imortalidade da alma, evolução espiritual etc., seria possível ao Espírito ficar também numa espécie de coma, em sono profundo, não apresentando reações ou consciência dos acontecimentos. Seria esse o caso, por exemplo, dos indivíduos que retornam do coma e nada lembram, ficando até relativamente desmemoriados.

Segundo o Espírito Emmanuel, pessoas muito apegadas à matéria ou que não aceitam a condição em que se encontram, ficam praticamente presas ao corpo, dele não conseguindo se afastar, precisando do amparo da espiritualidade amiga para sair desse quadro. Outros, embora relativamente presos ao corpo físico, conseguem relativa liberdade, podendo acessar regiões da espiritualidade e se relacionar com Espíritos, enquanto seus corpos recebem tratamento. Durante sua permanência no plano espiritual, aproveitam para aprender, estudar, crescer e evoluir como Espírito imortal. Todavia, em qualquer das condições, o plano espiritual sempre se encontra amparando, não deixando as criaturas entregues à própria sorte.



Inclusive, fala-nos o mentor da importância de se manter o clima de prece e de conexão com o plano maior, auxiliando no trabalho a ser realizado. Quanto mais os familiares e amigos estiverem sintonizados com Deus, maiores as chances de ajuda, tanto ao doente quanto aos encarnados. Há mesmo situações nas quais o paciente consegue ouvir e ver os familiares, conquanto não consiga manifestar-se, sendo importante o vigiar no tocante a tudo o que é dito perto do enfermo, pois durante o estado de emancipação pode estar lúcido e participando de todas as conversações do ambiente.

Há casos em que a Espiritualidade Superior permite que o paciente, durante a emancipação, comunique-se por intermédio de médiuns e relate sua experiência, informando o que tem feito e aprendido, podendo ainda se comunicar pelo pensamento com aqueles que possam estar próximos e deterem mediunidade suficiente para captar as intuições do enfermo. A verdade é que o Espírito não deixa de evoluir durante o período de coma, nada fazendo Deus de inútil, representando a experiência de quase mor- te mais uma oportunidade sublime de subida até Deus, de correção de rumos, de reflexão.

Em outros casos, tais vivências são compartilhadas após o retorno do coma, com depoimentos de lugares visitados, como também de encontros espirituais com amigos e familiares já desencarnados. Há quem relate sensação de paz, visão de um túnel de luz, visão do próprio corpo enfermo, sensação de estar fora do corpo, a recapitulação da vida etc. Tais acontecimentos, não raro, fazem com que os indivíduos mudem seu modo de agir e de pensar, passando a ver sua estada na Terra de maneira mais construtiva e a desenvolverem sua espiritualidade.


Muito provavelmente tal situação estava prevista no planejamento reencarnatório do enfermo, sendo medida utilizada pela justiça divina para dar cumprimento à Lei de Causa e Efeito, como um processo de libertação da criatura das amarras do erro e do vício. Lembremos ter Deus inúmeros mecanismos para fazer com que seus filhos cresçam, havendo muita bondade e misericórdia onde, normalmente, o homem somente enxerga desgraça, sofri- mento e dor. Tudo há uma razão de ser. Se o Pai é justo, justa é a razão pela qual alguns de seus filhos precisam passar por situações como a de quase morte.


O tempo que o indivíduo poderá permanecer neste estado é incerto, pois o remédio varia conforme a doença e o paciente, de modo que o resgate pode ser mais rápido ou mais longo. O importante é sabermos que o Criador não deseja a dor de seus filhos, mas o seu aprendizado, de modo que, estando esse realizado, não mais razão haverá para a manutenção da condição de coma, vindo a liberdade, seja pelo retorno à vida física ou à pátria espiritual.

Um dos pioneiros no estudo de experiências de quase-morte, O Dr. Raymond A. Moody Jr., realizou estudo com mais de uma centena de pessoas que tiveram morte clínica e retornaram, trazendo depoimentos muito interessantes e similares quanto aos detalhes vivenciados pelos pacientes durante o coma, sendo também uma prova da sobrevivência da alma após a morte do corpo físico. Em “A Vida Depois da Vida”, as pesquisas do Dr. Moody representam um brilhante estudo a ampliar o conhecimento da humanidade acerca do tema. Abordando acerca dos efeitos da experiência sobre a vida dos pacientes, afirma: Os efeitos que estas experiências tiveram sobre suas vidas parecem ter assumido formas mais quietas, mais sutis. Muitos me contaram que sentiam que suas vidas tinham sido ampliadas e aprofundadas pela experiência, que por causa dela tinham se tornado mais pro- fundos e mais preocupados com as questões filosóficas fundamentais. [...]Há um notável acordo quanto às “lições”, ou o que sejam, que foram trazidas de volta desses encontros estreitos com a morte. Quase todos insistem sobre a importância de tentar cultivar o amor pelos outros, amor de uma espécie única e profunda.