segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Como o Espiritismo analisa a Anorexia?

 

Como o Espiritismo analisa a Anorexia?



A anorexia nervosa é considerada um transtorno alimentar onde a pessoa perde o senso crítico em relação à imagem corpórea, sendo que 95% dos casos ocorrem em mulheres adolescentes e adultas jovens. O estudo das causas da doença é ainda pouco conhecido, sabendo-se poder ela ser determinada por vários fatores que interagem entre si e desencadeiam a enfermidade, como fatores genéticos, psicológicos, sociais, culturais, nutricionais, neuroquímicos e hormonais.

Eventos como perdas, separações, doenças orgânicas, distúrbios da imagem corporal, insatisfação da semelhança corporal com a mãe, depressão, ansiedade, entre outros, podem contribuir para o aparecimento do distúrbio. Espiritualmente, observa-se que a causa do distúrbio pode ter sua origem nas profundezas do inconsciente, sendo um reflexo de complexos adquiridos em vidas pregressas ou, de modo concomitante, em experiências decorrentes da fase infantil da vida presente.

Os dardos magnéticos presentes no corpo espiritual refletem-se no corpo físico, desequilibrando-o e fazendo surgir doenças físicas e psicológicas, além do agravante obsessivo, hoje quase uma epidemia na Terra. Segundo Roberto Lúcio, médico mineiro, as doenças alimentares, no tocante ao aspecto espiritual, vão além de problemas psicológicos, acometendo pessoas de pouca fé e, portanto, alvos fáceis para a influência de Espíritos mal-intencionados.

Na bulimia, outro transtorno alimentar, a criatura alimenta-se de forma excessiva e, após, sente-se culpada. Aqui, como na anorexia, busca-se uma beleza estética considerada ideal, embora exista o desejo de se alimentar, vivendo um conflito existencial entre a beleza e a fome.

Existe, ainda, o transtorno compulsivo alimentar, situação na qual o indivíduo come exageradamente como se fosse a última refeição da sua existência, excluindo-se do convívio social por se sentir envergonhado pela forma como se alimenta. São normalmente obesos e com baixa autoestima, sofrendo também de depressão, situação que o faz comer mais.



Assim, podemos observar haver três aspectos a ajudar na identificação da causa espiritual da anorexia: os complexos emocionais vindos de vidas pretéritas, não só na infância; a carga muito densa armazenada no perispírito; e as influências espirituais obsessivas.

A benfeitora Joanna de Ângelis, acerca do primeiro aspecto, ensina ser o amor o alimento para a vida, pois harmoniza o homem e equilibra seu corpo perispiritual. Desta feita, elucida que quando a criatura se vê desamada, de modo inconsciente, cria um quadro regressivo e percebe não ter sido suficientemente alimentado pelo amor, expressando um sentimento de reação através da anorexia nervosa ou na falta de apetite, podendo o quadro de falta de amor decorrer tanto da atual reencarnação, quanto das anteriores, como acontece com relativa frequência.

Em relação às cargas negativas acumuladas no perispírito, sabemos que pela sua propriedade plástica, pode o corpo espiritual receber as impressões do pensamento e se moldar energeticamente, em conformidade com o teor dos eflúvios emitidos. Pois bem, tais impressões mórbidas de vidas pretéritas podem ser as responsáveis pelo aparecimento de distúrbios do ego no que se refere à imagem corporal. O indivíduo sente as vibrações deletérias do seu perispírito e desenvolve uma baixa autoestima, distorcendo a imagem de seu próprio corpo.

Referente às obsessões, elas somente se instalam porque há sintonia, consciente ou inconsciente, do indivíduo, que acolhe as influências recebidas, podendo elas ser agravantes do quadro doentio e, ainda, originarem-se de desavenças do passado ou, também, de sintonia simbiótica com Espíritos voltados para o mal. Assim como as enfermidades do corpo manifestam-se quando há alguma carência, a obsessão desloca-se da mente para o corpo físico, em decorrência de imperfeições morais que marcam profundamente o perispírito.

Em casos graves de anorexia nervosa, seguramente não se pode deixar de considerar todos os aspectos aventados acima, pois que se interligam de alguma forma. O médico Roberto Lúcio, abordando o aspecto obsessivo da anorexia, relata um caso ocorrido no Hospital André Luiz. Havia uma paciente diagnosticada com anorexia, tinha 1,60 metros de altura e pesava menos de 40 quilos e, mesmo sendo sério o grau de desnutrição, reclamava não entender o porquê de Deus tê-la feita tão gorda. Em uma das sessões de terapia de vidas passadas, descobriu-se ter ela sido, em uma vida pretérita, uma senhora de escravos, que torturava os negros colocando-os debaixo da casa, sem comida e água, para morrerem de fome ou comidos pelos animais.



Num determinado momento, um dos Espíritos desses escravos surgiu e contou que, ao estarem debaixo da casa, morrendo, diziam que ela morreria magra e deformada, demonstrando a presença de um Espírito obsessor e vingativo, que levava a paciente a perder os sentidos e o bom senso em relação à alimentação e à própria imagem.

A benfeitora Joanna de Ângelis, no livro Liberta-te do Mal, psicografia de Divaldo Pereira Franco, num texto intitulado A Ditadura Juvenil, ensina que a cultura dos dias atuais exalta a juventude em demasia, oferecendo aos jovens as mais belas contribuições para o prazer, sem que estejam maduros e preparados psicologicamente. A imaturidade dos jovens atirados à tirania do momento responde pela violência, pela exploração dos mais fracos, pela presunção ou pela perda da autoestima, por infelizes transtornos alimentares levando à anorexia e à bulimia, tudo objetivando estarem enquadrados às exigências da moda em torno da beleza física, com a perda das possibilidades de um futuro feliz e saudável.

Ressalta que se mantém jovem, em qualquer idade, aquele que cultiva os ideais de beleza e de serviço à sociedade e não apenas os que possuem um corpo físico jovem, mas essencialmente quem é capaz de amar e de sorrir, mesmo em situações de luta e de dores. Os anos da juventude são relativamente pequenos quando comparados a uma longa existência, contudo, quando armazenam nesse período valores construtivos, eles permanecem para sempre como direcionador das aspirações e mantenedores dos sentimentos profundos do ser.

Promovendo a educação do jovem, orientando-o acerca da transitoriedade das coisas da vida na matéria e ensinando quanto às belas aquisições morais, constrói-se um cidadão responsável que promove o progresso da sociedade e avança em direção à plenitude. Compete-nos, portanto, buscar o equilíbrio entre o corpo físico e o espiritual, pois o primeiro nos oportuniza a realização de atividades saudáveis e o segundo promove a nossa depuração, permitindo alcançarmos planos mais evoluídos da Criação. Sempre que violamos as Leis de Deus, lembremos, assumiremos um ônus que precisará, necessariamente, ser resgatado, sendo as enfermidades, muitas vezes, consequência de tais equívocos.