Esse texto não é só para meus irmãos de Umbanda, mas para todos.
Sejam Umbandistas, Kardecistas, Candomblecistas, Católicos,
Evangélicos ou qualquer pessoa de qualquer religião que são usados
pelos falsos líderes religiosos que usam do nome e da graça de Deus
para trocar falsas bençãos por dinheiro ou bens materiais.
Bençãos essas, dadas por Deus, por Jesus Cristo, pelos Orixás,
pelas Entidades de Luz, benção essas dadas a qualquer pessoa agraciada
pela própria fé, dada com carinho, amor e de uma forma sem cobranças.
Abaixo anexo uma das milhares psicografias do saudoso irmão Chico
Xavier, demonstrando qual é o destino do médium que usa do seu dom
para o bem próprio. Vale a pena ler e refletir:
História de um médium.
As observações interessantes sobre a doutrina dos
Espíritos sucediam-se umas às outras, quando um amigo nosso, velho
lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:
"Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do
médium..."
"Sob que prisma?" Indagou um dos circunstantes.
"Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o
meio."
"Para esclarecer a minha observação continuou o nosso
amigo contar-lhe-ei a história de um companheiro dedicado, que
desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e
dolorosa."
Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se
ainda estacionássemos num ambiente terrestre, aguçou os ouvidos,
colocando-se à escuta:
"Azarias Pacheco começou o narrador era um operário
despreocupado e humilde do meu bairro, quando as forças do Alto
chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico. Moço e inteligente,
trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos,
ganhando, honradamente, a remuneração mensal de quatrocentos mil
réis.
Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o
Espiritismo e a mediunidade lhe abriram um novo campo de estudos, a
cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.
Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas
horas de folga, atendia aos seus deveres mediúnicos com irrepreensível
dedicação. Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas,
através de suas mãos. Médicos desencarnados atendiam, por ele, a
volumoso receituário.
E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral
admiração.
Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os
seus valores mediúnicos e, em pouco tempo, a sua residência humilde
povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens. Muitos deles
diziam se espíritas confessos, outros eram crentes de meia convicção
ou curiosos do campo doutrinário.
O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoal
numerosas obrigações de família, começou a sacrificar primeiramente
os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos
filhinhos as horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade
doméstica.
Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe
apenas as horas dedicadas à conquista de seu pão cotidiano, com vistas
aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.
Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face
de sua preciosa resistência espiritual, no cumprimento de seus
deveres.
Dentro de sua relativa educação mediúnica, Azarias
encontrava facilidade para identificar a palavra de seu guia sábio e
incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de
vigilância.
Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e
os seus trabalhos.
Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de
sua vida.
Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a
dentro, em longas narrativas dispensáveis. Outros alegavam os seus
direitos às exclusivas atenções do médium. Alguns acusavam-no de
preferências injustas, manifestando o gracioso egoísmo de sua
amizade expressando o ciúme que lhes ia na alma, em palavras
carinhosas e alegres. Os grupos doutrinários disputavam-no.
Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo
diverso, mas os testemunhos de tantos afetos lhe eram sumamente
agradáveis ao coração.
Sua fama corria sempre. Cada dia era portador de novas
relações e novos conhecimentos.
Os centros importantes começaram a reclamar a sua
presença e, de vez em quando, surpreendiam-no as oportunidades das
viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos,
com grandes reuniões de homenagens, no ponto de destino.
A cada instante, um admirador o assaltava:
"Azarias, onde trabalha você?..."
"Numa oficina de consertos."
"Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"
"Quatrocentos mil réis."
"Ó! mas isso é um absurdo... Você não é criatura para
um salário como esse! Isso é uma miséria!..."
Em seguida outros ajuntavam:
"O Azarias não pode ficar nessa situação. Precisamos
arranjar-lhe coisa melhor no centro da cidade, com uma remuneração à
altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação
no serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para
dedicar-se à missão..."
O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência,
respondia:
"Ora, meus amigos, tudo está bem. Cada qual tem na vida
o que mereceu da Providência Divina e, além de tudo, precisamos
considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais,
pelos Espíritos e não pelos homens!..."
Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.
Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem
pensava no lar e começava a assinalar na sua ficha de serviços faltas
numerosas.
A princípio, algumas raras dedicações começaram a
defendê-lo na oficina, considerando que, aos olhos dos chefes, suas
falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude
do renome que o cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de
seu diretor que o despediu nestes termos:
"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo
aqui, por mais tempo. Suas faltas no trabalho atingiram o máximo e a
administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos
companheiros."
O interpelado saiu com certo desapontamento, mas
lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.
Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova
colocação, mas, em cada tentativa, encontrava sempre um dos seus
admiradores e conhecidos que obtemperava:
"Ora Azarias, você precisa ter mais calma!... Lembre-se
de que a sua mediunidade é um patrimônio de nossa doutrina...
Sossega, homem de Deus!... Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo
neste transe."
Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium
se cotizariam, entre si, de modo que ele viesse a perceber uma
contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo,
habilitado a viver tão somente para a doutrina.
Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais,
vacilava ante a medida, mas à frente de sua imaginação estavam os
quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.
Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.
Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria
interminável e sem precedentes. Dia e noite, seus consulentes
estacionavam à porta. O médium buscava atender a todos como lhe era
possível. As suas dificuldades, todavia, eram as mais prementes.
Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema
das cotas mensais.
Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros
dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu após o receituário. No seu
coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava
enfraquecido. A esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.
Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho.
Sua residência era objeto de uma perseguição tenaz e implacável. E
ele continuou recebendo.
Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.
Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o
coração, mas o médium sentia-se obrigado a aceitar as injunções de
quantos o procuravam levianamente.
Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações
e encheram-lhe o campo mediúnico de aberrações e descontroles.
Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas
dependia o pão dos seus, Azarias se sentia na obrigação de prometer
alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem. Procurado para a
felicidade no dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor
do mundo, o médium prometia sempre as melhores realizações, em troca
dos míseros mil réis da consulta.
Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode
receber o pensamento dos seus protetores espirituais mais dedicados.
Experimentando toda sorte de sofrimentos e de
humilhações, se chegava a queixar-se, de leve, havia sempre um cliente
que lhe observava:
"Que é isso, "seu" Azarias?... O senhor não é médium? Um médium não
sofre essas coisas!...
Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação
de seus caprichos:
"E a sua missão, "seu" Azarias?... Não se esqueça da caridade!..."
E o médium, na sua profunda fadiga espiritual,
concentrava-se, em vão, experimentando uma sensação de angustioso
abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.
Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos,
falando, em voz baixa, após as despedidas:
"Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..." Dizia
um deles.
"Ora, isso era esperado redargua-se desde que ele
abandonou o trabalho para viver à custa do Espiritismo, não podíamos
aguardar outra coisa."
"Além disso exclamava outro do grupo todos os vizinhos
comentam a sua indiferença para com a família, mas, de minha parte
sempre vi no Azarias um grande obsediado."
"O pobre do Azarias perverteu-se falava ainda um
companheiro mais exaltado e um médium nessas condições é um fracasso
para a própria doutrina..."
"É por essa razão que o Espiritismo é tão
incompreendido! sentenciava ainda outro. Devemos tudo isso aos maus
médiuns que envergonham os nossos princípios."
Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a
sua falta de caridade. A própria família o abandonou à sua sorte, tão
logo haviam cessado as remunerações.
Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.
Essa circunstância foi a última porta para o livre
ingresso das entidades perversas que se assenhorearam de sua vida.
O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos
noticiários, rodeado de observações ingratas e de escandalosos
apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da
morte..."
O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas
lembranças.
"Então, quer dizer, meu amigo observou um de nós que a
perseguição da polícia ou a perseguição do padre não são os maiores
inimigos da mediunidade"...
"De modo algum. Replicou ele, convicto. O Padre e a
política podem até ser os porta dores de grandes bens."
E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo,
rematou a sua história, sentenciando, gravemente:
"O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."
(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.
em 29 de abril de 1939).
Com esse maravilhoso texto do tão iluminado Francisco Cândido
Xavier, ou simplesmente, Chico Xavier, como ele mesmo gostava de ser
chamado, podemos refletir da seguinte maneira:
Para os médiuns:
Nada é tão valioso quanto a honestidade dentro da espiritualidade.
Para os consulentes, assistência ou fiéis:
Nada vai conseguir melhorar em sua caminhada, na sua vida e nas
suas necessidades, acreditando em falsos Médiuns, Padres, Pastores,
Pais e Mães de Santo que vendem falsas bençãos, vendem falsas
ilusões, vendem sua alma ao demônio para conquistarem bens próprios.
Você jamais precisará pagar por uma benção de Deus, jamais precisará comprar diversos livros, CDs, DVDs ou qualquer objeto para que Deus possa ouvir suas súplicas, jamais precisará pagar por trabalhos, limpezas espirituais, dízimos, contribuições, campanhas disso ou daquilo para que Deus, Jesus Cristo, Santos, Orixás e todas as Entidades de Luz se interessem pelo seu problema.
Irmãos, para que tudo isso possa acontecer, basta apenas uma coisa
em sua vida: FÉ.
Não alimentem as cobras, pois quando o alimento se extinguir elas vão atacar vocês de qualquer maneira.
Carlos de Ogum