quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Provas e Expiações

VISÃO ESPÍRITA

As tribulações que enfrentamos na vida constituem para , Espíritos encarnados na Terra, as inevitáveis provas e/ou expiações.
      
 O  QUE  SÃO  “PROVAS” ?

Em linguagem espírita, provas são as situações que nos servem de aprendizado ou testam nossa capacidade.

A vida corpórea nos enseja provas dos mais variados tipos e a Providência Divina nos faz passar por elas, porque são necessárias ao nosso progresso intelectual e moral.

O que nos aconteceria sem as provas:

Não atingiríamos o pleno desenvolvimento de nossas potencialidades.

- não nos conheceríamos em profundidade;

- não saberíamos como realmente somos;

- não conheceríamos o que são e o que representam   
  as coisas e os seres que nos rodeiam;

- não descobriríamos tudo que é possível ser feito 
  no mundo, tudo que somos capazes de fazer;

Não teríamos merecimento para usufruir os
benefícios da perfeição que nos fosse concedida.

Quem foi provado e conseguiu tirar da prova todo o progresso possível, é capaz de viver e agir com acerto, em relação ao que já aprendeu e desenvolveu.

Espíritos evoluídos passaram com sucesso pelas provas da vida, ao longo das encarnações, por isso agora se apresentam seguros e confiantes, onde, quando, como e com quem estiverem.

Jesus: "Quem me convence de pecado?" (Jo 8:46)

As provas pelas quais teremos de passar numa existência terrena costumam ser definidas antes da encarnação, quan­do ainda estamos na erraticidade.



É lá que fazemos uma ava­liação de nossa situação espiritual: o que acertamos ou erra­mos na existência precedente, o que precisamos corrigir, o que nos falta desenvolver, o que já podemos e queremos rea­lizar.

Uma boa escolha das provas é muito importante para que possamos ser bem-sucedidos, alcançando o maior progresso possível na nova encarnação.
a) O direito de escolha:
Se tivermos condições evolutivas para tanto, nós mesmos poderemos escolher o gênero de provas pelas quais haveremos de passar.

Os bons Espíritos podem nos ajudar a examinar as possibilidades, a fim de que tenhamos condições de acertar mais na escolha das provas, mas não decidem por nós  (Livre-arbítrio) .

Escolhemos, apenas, o gênero das provações e não os detalhes de nossa vida terrena. As particularidades correrão por conta da posição em que nos acharmos e de como enfrentarmos as situações.

Exemplo: Escolhendo nascer entre malfeitores, o Espírito sabe a que arrastamentos se vai expor e quer, justamente, superar essas dificuldades. Ignora, porém, que atos virá a praticar, pois vão depender do exercício do seu livre-arbítrio, quando encarnado.
Somente são previstos os fatos principais, os que devem concorrer para o destino que Deus nos deu, que é de evoluirmos para a perfeição.

Exemplo:  Onde, quando e em que condições nasceremos, pessoas que serão necessárias e importantes, nesse ou naquele momento de nossa trajetória, etc.

Os acontecimentos secundários, se originarão das circunstancias.
Se Deus nos permite a escolha de uma prova, é que temos possibilidade de nela triunfar.

Se formos afoitos ou pretensiosos em nossa escolha, a dificuldade de superar a prova escolhida nos ensinará que ainda não estamos suficientemente fortes para enfrentá-la com bom êxito.

Deixando-nos a liberdade de escolha, Deus nos deixa, obviamente, a inteira responsabilidade pelos nossos atos ante essas provas e as consequências que eles vierem a causar.

Quando ainda não sabemos escolher:

O Espírito que ainda não tem experiência suficiente não pode escolher com conhecimento de causa as provas pelas quais passará numa nova existência, nem ser responsável por essa escolha.

Deus, então, lhe supre a inexperiência, através dos Espíritos superiores, que lhe traçam o caminho que deve seguir, como fazemos com a criança.

Mas será sempre responsável pelo que fizer, pelo que causar, quando enfrentar essas provas. 

À medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, Deus o deixa senhor de proceder à escolha.

É então que lhe pode acontecer extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender aos conselhos dos bons Espíritos.

A isso é que se pode chamar a "queda" do homem, "queda" que acarreta para o Espírito maiores males e sofrimentos, até que ele volte a se reabilitar ante as leis divinas.

O que são as “EXPIAÇÕES” ?  

São as consequências de nossos erros e faltas, consequências de que não podemos fugir, que somos obrigados a enfrentar, pela “Lei de Causa e Efeito”, até que nos reajustemos espiritualmente.

A expiação terminará quando os últimos vestígios da falta desaparecerem.

Para que se apaguem os traços de uma falta e suas consequências, são necessários:

  • O arrependimento, a expiação e a reparação.  
  • A lei de causa e efeito, é afirmada como sendo uma "lei" em Filosofia, argumenta que todo efeito deve ter uma causa.
  • Descartes afirmou que: "Não há nenhuma coisa existente da qual não se possa perguntar qual é a causa".
O Arrependimento

Por si só não basta para a reabilitação, mas é o primeiro passo. Suaviza as angústias da expiação (porque se entende que esta é justa e necessária) e, aliado à esperança, abre o caminho para que o Espírito se recupere.

Pode se dar aqui ou no plano espiritual e em qualquer tempo. Se o culpado demora a se arrepender, sofre por mais tempo (porque continua a enfrentar
as consequências do que fez e, ainda,  não está dando início à própria recuperação).

A Expiação propriamente:

Consiste nos sofrimentos físicos e morais consequentes
à falta, seja na vida atual ou na espiritual (após a morte), ou, ainda, em nova existência corporal.

Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração da expiação, porque ela varia segundo a natureza e gravidade da falta.

A mesma falta pode acarretar expiações diversas, conforme as circunstâncias atenuantes ou agravantes, em que for cometida.

A única lei geral é que toda falta terá corrigenda, e todo ato meritório terá recompensa, segundo o seu valor.

Deus também não apressa a expiação. Mas, se o Espírito não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, Deus pode lhe impor uma existência, que, ao mesmo tempo que lhe serve de expiação, vai servir, também, para a sua purificação e progresso.

A Reparação consiste em:

-  fazer àqueles a quem se prejudicou, tanto bem quanto
    mal se lhes tenha feito;

-   realizar o que deveria ter sido feito e foi descurado.
    Ex.: Cumprir deveres desprezados, missões não cumpridas.

A reparação, enfim, é praticar o bem em compensação ao mal praticado. Tornar-se humilde se se tem sido orgulhoso; amável, se se foi severo; caridoso, se se tem sido egoísta; benigno, se se tem sido perverso; laborioso, se se tem sido ocioso; útil, se se tem sido inútil; frugal, se se tem sido intemperante.

“Quem não repara seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, terá de fazê-lo numa próxima reencarnação.”

O único destino fatal que Deus criou para todos os Espíritos é o de se aperfeiçoarem incessantemente, usufruindo cada vez mais felicidades.
Porém, ao longo das existências, cada qual construiu para si mesmo situações, necessidades e deveres particulares. Esse é o seu destino pessoal.
Precisamos enfrentar corajosamente o destino que criamos.

O que dirige o Espírito na escolha das provas que quer suportar?
(LE, livro II,cap.VI)

Ele escolhe, de acordo com a natureza de suas faltas, as que o levem à expiação destas e a progredir mais depressa.

Uns, portanto, impõem a si mesmos uma vida de misérias e privações, objetivando suportá-las com coragem; outros preferem experimentar as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pelos abusos e má aplicação a que podem dar lugar, pelas paixões inferiores que uma e outros desenvolvem; muitos, finalmente, se decidem a experimentar suas forças nas lutas que terão de sustentar em contato com o vício.

Tendo escolhido ou não as nossas provas, lancemo-nos à boa luta da evolução, em que o Espírito ordena e o corpo obedece. Enfrentemos as dificuldades, utilizemos possibilidades, evitando o mal e praticando o bem.
Ante as expiações, soframos com paciência e resignação, empenhando-nos em fazer todo o bem possível, para compensar o mal anteriormente praticado.
Assim, transformaremos o próprio destino para melhor.

“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”
 (Jesus - Mt 7:13-14)

A porta estreita é o caminho verdadeiro e que está longe das ilusões em que normalmente nos enveredamos, é o dever, a boa conduta, o amor fraternal.

Já a porta larga é o caminho da sedução, pois nela encontramos a satisfação dos desejos inferiores, como orgulho, vaidade, egoísmo, violência, sensualidade, desonestidade.


Dificuldade na Evolução: O caminho do aperfeiçoamento é difícil e é imprescindível o esforço para passar pela porta estreita e criar condições para a evolução de nosso espírito.

CONSULTA BIBLIOGRÁFICA:

Allan Kardec: O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. VII,  "Código Penal da Vida Futura", itens 16 e 17;
     
O Livro dos Espíritos, 2ª parte, cap. I, 

 "Progressão dos Espíritos", e cap. VI.

 Emmanuel (psicografia de Francisco C. Xavier):

Emmanuel, cap. XXXII, "Dos Destinos".