segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Quais os elementos gerais do Universo?

 

Quais os elementos gerais do Universo?



Quando pensamos em Universo, algumas perguntas naturalmente nos vêm à mente, como: O que se entende por Universo? Como veio a existir? Do que é feito? Quais são os seus elementos gerais? A matéria foi criada por Deus ou existe desde toda a eternidade? Qual a natureza íntima do Espírito?

Conceituando, de forma simplificada o Universo, podemos dizer que é o conjunto de tudo quanto existe, incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço. Para o Espiritismo, segundo Kardec, o Universo “compreende a infinidade de mundos que vemos e não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço e os fluidos que preenchem”.

Sabemos que o homem está sempre inquirindo sobre o princípio das coisas. Deus, porém, não permite que tudo lhe seja revelado, aqui na Terra, até que atinja adequado nível de compreensão das realidades cósmicas, pois muitos são os mistérios que para serem desvendados requerem a depuração do Espírito. Entretanto, mesmo sem podermos tudo saber, os Espíritos Superiores tiveram a permissão divina para nos auxiliar, se necessário, através da comunicação mediúnica.

O início do Universo, para os cosmologistas e astrônomos, deu-se há quinze bilhões de anos, por meio de uma enorme explosão, a partir de uma concentração de matéria extraordinariamente quente e condensada, que é o chamado Big Bang. Segundo os Espíritos Superiores, “os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no espaço.”


A Doutrina Espírita tem nos ensinado que, seja qual o fenômeno responsável pelo surgimento do Universo, sua origem está no Criador e, da mesma forma que a ciência não pode precisar o momento inicial da cosmogênese, os espíritos também não o sabem, mas afirmam que Deus jamais deixou de operar.

Adentrando objetivamente nos elementos gerais do Universo, sabemos pela revelação dos Espíritos Superiores que Deus criou dois princípios diferentes, opostos por suas qualidades essenciais, chamados elementos gerais do Universo, que são: o elemento material, bruto e inerte, e o elemento espiritual, inteligente, suscetível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, visando a formação de individualidades conscientes, possuidores de razão e de vontade. Acima de ambos os elementos existe Deus, o criador, o Pai de todas as coisas, formando a trindade universal.

Para a ciência, matéria é tudo que ocupa espaço e possui massa, sendo uma designação da substância da qual todos os objetos físicos são formados, uma energia condensada ou concentrada, limitada em sua força e dinamismo. Para a Doutrina Espírita, matéria é tudo sobre o qual o Espírito exerce a sua ação, existindo em estados que nós desconhecemos, podendo ser, por exemplo, “de tal modo etérea e sutil que não faça nenhuma impressão sobre vossos sentidos, entretanto é sempre matéria, embora para vós não o seja.”

A matéria, toda e qualquer que seja, é formada de um só elemento primitivo, o princípio material. Os corpos considerados simples são, em verdade, transformações da matéria primitiva, sendo a matéria o meio através do qual os Espíritos desenvolvem suas potencialidades e manifestam suas obras. Allan Kardec diz que a matéria “é o agente, o meio com o auxílio do qual e sobre o qual age o Espírito.”



Ao elemento material se une o fluido cósmico universal (FCU), desempenhando esse papel de intermediário entre o espírito, princípio inteligente do Universo, e a matéria propriamente dita, demais grosseira para que o Espírito exerça ação sobre ela. Assim, a formação dos diversos tipos de matéria advém de um processo metamórfico provocado pelo fluido cósmico universal, possibilitando a ação do espírito sobre ele, razão pela qual o Fluido Cósmico é considerado a matéria geratriz, surgindo dela, após infinitas modificações, os elementos fundamentais da natureza e as aglomerações de átomos. Em A Gênese, Kardec traz as afirmações do Espírito de Galileu sobre o tema, afirmando:

"Se se observa tão grande diversidade na matéria, é porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram, também as várias combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos”.

Desta feita, podendo a matéria apresentar-se em condições tão etéreas e sutis, observa-se ser a ponderabilidade – aquilo que se pode pesar - uma propriedade relativa, considerando não existir peso fora das esferas de atração dos mundos, de modo a existir matéria imponderável, sem peso, mas ainda assim matéria, mesmo não exercendo qualquer impressão sobre os sentidos humanos. A Doutrina Espírita amplia, portanto, o conceito conhecido de matéria.

O segundo elemento geral do universo é o espiritual, sendo este a origem dos Espíritos. O Espírito constitui-se como o princípio inteligente que existe no Universo, conferindo à matéria capacidades de razão e pensamento. São formas independentes da matéria, mas que podem desempenhar funções sobre esta. Nesse sentido, existe no homem algo além do corpo físico: aquilo que conhecemos por alma. A matéria corresponde ao corpo físico, e a alma corresponde ao Espírito encarnado. Nesse sentido, não seria correto dizer que temos um Espírito, mas sim que somos um.

Interessante destacar que Espírito e matéria evoluem proporcionalmente, repercutindo no princípio inteligente os ajustes e as organizações impressas na matéria e vice-versa. Logo, todo o aprendizado impresso no princípio inteligente resultará, sucessivamente, em matérias com maior nível de complexidade.