segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Como saber quando estamos em nossa última reencarnação?

 

Como saber quando estamos em nossa última reencarnação?



O Espírito, ao se tornar bem-aventurado e puro, detentor de uma tranquilidade imperturbável em sua consciência, adentra na condição de Espírito perfeito, não pre- cisando mais reencarnar em corpos materiais, passando a viver em outros mundos bem-aventurados, onde a vida é cheia de venturas, onde o amor é verdadeiramente o alimento dos Espíritos.

A reencarnação é uma oportunidade para a criatura progredir, quitando seus débitos perante a Justiça Divina, razão pela qual a alma passa por quantas reencarnações forem necessárias para encontrar a iluminação. A grande maioria da humanidade terrestre ainda é muito imperfeita, havendo por isso a necessidade de novas encarnações, sendo pouquíssimo provável haver alguém na Terra em condições de transpor todos os graus da escala do aperfeiçoamento, tornando-se Espírito puro e, portanto, sem necessidade de novas encarnações.

É o que nos diz a Espiritualidade superior, ao afirmar que aquilo que o homem julga perfeito longe está da perfeição, existindo qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis.


Pode mesmo ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, entretanto, isso ainda não seria a perfeição absoluta, dando-se com o Espírito o mesmo que ocorre, por exemplo, com a criança que, por mais precoce que seja, tem de passar pela juventude, antes de chegar à idade da madureza.



Além disso, cabe destacar que entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há um linha divisória perfeitamente demarcada, pois a diferença entre um e outro estado vai-se apagando lentamente, acabando por imperceptível. Conquanto nos seja difícil determinar, com precisão, quando se está na última reencarnação, é possível identificar características presentes na personalidade dos Espíritos que alcançaram a perfeição, dando-nos assim uma ideia do qual longe estamos de uma última reencarnação.

Os Espíritos puros, que não mais precisam reencarnar, nenhuma influência sofrem da matéria, apresentando superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos das outras ordens, tendo se despojado de todas as impurezas da matéria e, portanto, não precisando mais sofrer provas nem expiações. Esta alma, que poderia estar em sua última reencarnação, compreendeu o verdadeiro sentido da vida, não apresentando assuntos inacabados depois desta encarnação, encontrando-se perfeitamente pronta para um plano superior de existência.

Normalmente não terão filhos, pois os filhos são sempre fonte de atenção, cuidados e preocupações. A pessoa com filhos na vida atual não se sentirá plenamente livre para evoluir, sendo provável que mesmo após a desencarnação preocupe-se com seus familiares. Almas que já se encontrem em condições de entrar na ordem de Espíritos puros, têm como dedicação fundamental a evolução espiritual, o bem-estar da humanidade, não se limitando a preocupações mais egoístas e pontuais.

São almas que demonstram o desapego ao dinheiro, prezando o bem-estar acima das posses, pois compreendem perfeitamente que os bens materiais são passageiros.


Não viverão a existência apenas para o trabalho e para a remuneração, pois entendem ser o dinheiro uma parte ínfima da vida.



A dedicação à oração é constante, independente de qual religião sigam, seguindo um amor verdadeiro e de intensa conexão com a divindade, tornando-se a oração tão natural quanto respirar, tendo plena consciência do poder da oração e da sua ação benéfica para fortalecer a conexão espiritual.

Nessas almas puras, não há ego ou sentimento de superioridade, sendo um sinal claro da depuração do Espírito, colocando-se a serviço dos outros e não de si mesmos. São Espíritos que se dedicam a ações humanitárias, deixando de lado a própria segurança e bem-estar para amparar e auxiliar o próximo, tendo a firme certeza de que todos os seres vivos são merecedores de nosso amor e cuidado. As almas evoluídas sentem real prazer em atuar nessas ações humanitárias, sem outro interesse a não ser ajudar seus irmãos.

Espíritos nessa condição de superioridade são plenos, não têm crises pessoais como estamos acostumados a perceber na humanidade terrena. A plenitude dos sentimentos as acompanha, sentem-se bem com a vida, não importando a idade que apresentem. As ansiedades e preocupações naturais em outras criaturas não lhes afetam, são sábios, ainda que jovens, pois sabem no íntimo o porquê de existirem e qual a sua destinação divina.

São, ainda, almas misericordiosas, que amam e perdoam sem a menor dificuldade, reconhecem no amor o sentimento mais nobre e importante de todos, não deixando mágoa ou qualquer sentimento macular suas sublimes existências. Sabem serem todos dignos de misericórdia.