segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Umbanda, Mitos e Rituais



Vamos tentar explicar um pouquinho os diferentes rituais.

COMECEMOS POR DEFINIR O QUE SEJA RITUAL:
Ritual, é uma forma particular de se cultuar o alto do Altíssimo e cada religião possui seu ritual próprio, que se distingue de todas as outras religiões e proporciona a seus fiéis uma individualização no momento em que se colocam em contato mental com a divindade maior que rege sua religião.

O ritual identificador de uma religião tem como função envolver, estimular e congraçar num mesmo nível vibratório mental e religioso todos os seus fiéis. É quando todos os seres reunidos num mesmo espaço desarmam seus emocionais, anulam suas intolerâncias, animosidades, receios, medos e angústias e possam vibrar num mesmo sentido a fé em DEUS.

QUANDO OS UTILIZAR?
Como dissemos a pouco, temos os rituais que são utilizados no sentido de harmonização vibratória das pessoas reunidas em um mesmo espaço, e sob uma mesma Irradiação religiosa, com as mesmas práticas sub-rituais. As práticas sub-rituais são utilizadas em muitas ocasiões.

CITEMOS ALGUMAS:
Encontro de fiéis de uma mesma religião, quando recorrem a um modo particular de cumprimento e saudação.

Oferendas rituais, votivas, propiciatórias, divinatórias, consagratórias, etc., quando cada sub-ritual ainda que conserve em sua essência os fundamentos do ritual, no entanto tem seu modo e ritualística próprios para cada fim que se almeja alcançar.

ATÉ QUE PONTO RESOLVEM?
Esta é uma questão mais discutível. Se realizamos uma prática ritual com um fim específico, no entanto, fatores imponderáveis podem alterar os resultados finais. Por exemplo:

Um fiel de uma religião vai inaugurar uma loja ou casa de comércio. Ele solicita ao seu sacerdote que se realize um ritual propiciatório ao êxito e prosperidade de seu novo local, onde irá ganhar o seu pão abençoado.

O sacerdote recorre a uma prática sub-ritual e consagra e abençoa o lugar em questão, tornando-o vibratoriamente positivo ao bom êxito e prosperidade.

1ª Ocorrência: o fiel em questão, movido pela sua fé religiosa e confiança no seu trabalho e na sua capacidade profissional, inaugura sua loja e prospera rapidamente.

2ª Ocorrência: o local foi tornado positivo, mas o fiel, a despeito de sua imensa fé, não é um bom profissional no trato dos seus clientes, ou na escolha das mercadorias a serem expostas, ou na obtenção do menor custo, etc., e não prospera.

CONCLUSÃO:
“Nos rituais propiciatórios, tanto o ritual quanto o santo invocado, pouco resolvem se o beneficiário não fizer por merecer!!”

COMENTÁRIOS:
Esperamos com estas poucas linhas poder ter explanado o objetivo dos rituais para que todos comecem a entender que embora hajam diferenças entre eles, existe um mesmo objetivo, entrar em contato com sua Divindade, Orixá, Santo, Deus, e assim por diante, e o mais importante, começar a entender os diferentes rituais dentro da Umbanda e de outras religiões e pensar muito antes de começar a criticar.

Cada Templo tem seu ritual próprio, sua forma de cultuar e entrar em contato com o Divino!!

Cada indivíduo é único em sua forma, não é mesmo? Embora, às vezes, parecidos, nunca são iguais! Então, assim também são as religiões, às vezes parecidas, mas não iguais, não em seus rituais, somente iguais no objetivo de fazer os indivíduos buscarem DEUS, e cada um encontra DEUS e afinidade onde se sente bem! Feliz! Seja ele cristão ou judeu! Cada um, em sua busca, acaba encontrando DEUS em uma religião, que lhe agrade, lhe convença (lhe desperte a fé), não é mesmo? Fé é um sentimento que não se explica! Se confia e pronto! E nunca esquecermos que só recebemos o que nos é de merecimento! Temos que também fazer a nossa parte material, pois o espiritual esta ajudando! Certo?

MITOS E PRECONCEITOS
Os mitos, sempre têm um pouco de verdade e um pouco de fantasia.

Senão, vejamos:

É comum dizer-se que quem desenvolve sua mediunidade torna-se mais capaz do que quem não a desenvolve.

Isto é uma verdade se quem se desenvolveu também compreendeu os compromissos que assumiu. Mas é pura fantasia se ele nada entendeu e logo começou a enfiar os pés pelas mãos, uma vez que, se ele adquiriu um poder relativo, no entanto, começa a se chocar com um poder absoluto que é a Lei da Ação e Reação. Assim, sua suposta superioridade logo o lança em um sensível abismo consciencial.

Portanto, em se tratando de mediunidade, todo cuidado é pouco e toda precaução não é o suficiente, se não estiver presente uma forte dose de humildade e compreensão de que um médium não é um fim em si mesmo, mas sim e tão somente um meio.

COMENTÁRIOS:
Para quem não entendeu a fantasia da coisa, vou tentar falar bem claro.

Existem médiuns que infelizmente se assoberbam com o simples fato de incorporarem determinadas entidades e não se sentem iguais aos outros médiuns do corpo mediúnico, acabam por perder o respeito à entidade dos outros e começam a julgarem-se os sábios, e desconfiam da incorporação dos outros, acreditando que só e somente eles é que têm a melhor incorporação e a do melhor Guia! Quanta modéstia não?

Acreditam que a Entidade lhes pertence exclusivamente e que os poderes desta entidade lhes pertence.

Batem no peito e se gabam: – Ninguém mexe comigo, pois, eu tenho o Exú “fulano de tal” e arrebento a vida de qualquer um!

Não se contenta com um Guia que não possua um nome famoso e logo que adentra para desenvolver-se, não quer nem esperar a hora de seu guia intuir-lhe seu verdadeiro nome!

É o tal fulano (que por vaidade), entra em uma gira mediúnica e mesmo ainda não estando preparado, já quer estar graduado a incorporar e dar consultas (pois se sente inferior aos que já o fazem), quando começa a desenvolver-se já quer logo ir recebendo o Caboclo “Pode-Tudo” e o Exú “Quebra-Tudo” (nomes somente coloquiais, por favor…);

Então este mesmo fulano assoberbado, apressado, começa a dar consultas (é claro que a entidade tenta mudar-lhe o caráter), começa então, a Lei da Ação e Reação, o médium mete os pés pelas mãos e começa a prometer feitos para os consulentes em nome das Entidades e em sua cega prepotência não percebe que a Entidade não promete o que não é de merecimento do consulente pelo Alto.

Entra de cabeça em uma maré de enrolações, que dificilmente sairá e depois na maior cara-de-pau, quando os consulentes voltam para cobrar-lhe as promessas não cumpridas do médium, este ainda joga toda a culpa na Entidade e revolta-se (a maioria não chega nem a cogitar a própria falta de caráter!) e é claro, este médium acaba por abandonar o Terreiro, e começa então uma maratona, indo trabalhar de Terreiro em Terreiro até que se cansa de sua própria vaidade, e acaba abandonando a religião (vejam, como a Umbanda é generosa! Ela recebe todos, deixando que esgotem seus emocionais e quando já esgotados a abandonam). Na verdade, o médium à estas alturas já aprendeu alguma lição e se este ainda buscar outra Fé, será direcionado pelo Divino Pai, à uma religião onde qualquer contato com a mediunidade seja proibido.

Com a consciência um pouco mais desperta de seus erros, ele entrará em uma busca desesperada pela absolvição dos seus erros, preferindo acreditar-se possuído pelo demônio, quando o maior demônio era o que habitava seu coração, e não fora de si, como muitos preferem acreditar.

Muitos médiuns que enveredaram pelo caminho da Luxúria, Vaidade, Sexo, matança desenfreada de animais para Baixa Magia (Magia Negra), hoje, lotam milhares de Igrejas Evangélicas em todo o país em uma busca desenfreada pelo perdão de suas magias – negras e cumplicidade com Entidades do Baixo – Astral.

Amedrontados, pedem perdão ao Senhor Jesus e transferem vossas culpas à nossa amada Umbanda, que muitas vezes fora usada como palco de Magias Negras e rituais do mais baixo escalão!

Culpam a nossa Umbanda em público, fingindo-se incorporados de demônios! Estão incorporados é de suas consciências pesadíssimas que buscam desesperadamente livrarem-se de todo peso, de anos e anos a usar e alimentar espíritos ignorantes a seu bel – prazer!

Culpam a Umbanda e os “demônios” pela falta de caráter que possuem!

É com grande alívio que vejo estas Igrejas recolherem centenas dessa gente em seus Templos, fazendo uma verdadeira limpeza em nossa Religião.

Quando me refiro à limpeza, pois é isso mesmo que é, a Umbanda esta sendo purificada com a retirada dessa escória de Magos Negros, que tanto contribuíram para denegrir a nossa religião e que tantos prejudicaram sob o manto de cordeiro de suas vestes brancas dizendo-se umbandistas!

Desculpem-me se deixei alongar demais, temos que concluir nosso tema principal, mas acredito que ficou bem claro, onde pode acabar quem se deixa iludir por mitos (fantasias).

Nunca entrem em uma corrente mediúnica, por que te disseram que você tem guias maravilhosos, lindos, etc., todos os guias são maravilhosos mesmo, mas não é este o objetivo de se desenvolver a mediunidade, o principal objetivo tem de ser o de prestar a caridade, através do amor à todos os guias igualmente, a humildade de querer aprender e ajudar!

Não entrem por vaidade!! E se estão por ela, tratem logo de deixá-la de lado e começar a despertar o verdadeiro sentido de estarem em uma corrente mediúnica. Tenham amor por todos dentro de um Templo, respeitem por amor e não por temor!!

PRECONCEITOS
Muitos são os preconceitos quanto à educação mediúnica. Muitas pessoas temem certas inverdades divulgadas à solapa por desconhecedores de religiões espiritualistas.

VAMOS À ALGUMAS COLOCAÇÕES QUE PULULAM NO MEIO RELIGIOSO:
> > a mediunidade é uma provação

> > a mediunidade é uma punição cármica

> > a mediunidade escraviza os médiuns

> > a mediunidade limita o ser

COMECEMOS POR DESMENTIR ESTAS COLOCAÇÕES NEGATIVAS:
1º mediunidade não é uma provação, mas somente a exteriorização de um Dom que aflorou no ser, e que, se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual;

2º não é uma punição cármica, mas sim um ótimo recurso que a Lei nos facultou para nos harmonizarmos com nossas ligações ancestrais;

3º não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta em acordo com o que esperam os espíritos que através dele atuam no plano material para socorrer os encarnados necessitados tanto de amparo espiritual quanto de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimentos;

4º não limita o ser, pois é um sacerdócio. E, ou é entendida como tal, ou de nada adianta alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade.

Para concluir, podemos dizer, que a mediunidade, por ser um dom, tende ser praticada com fé, amor e caridade. Só assim nos mostramos dignos do Senhor de Todos os Dons: nosso Divino Criador!

O VERDADEIRO SENTIDO DA UMBANDA
A Umbanda, ao contrário do que muitos imaginam, não é só trabalhos magísticos ou despachos na “encruza”.

Como religião ela possui todo um fundo magístico, mas que se desdobra em recursos acessíveis a todos que dela se aproximam.

Muitos buscam na Umbanda a cura para seus espíritos enfraquecidos nas lides diárias e muitos encontram nela uma via natural onde se religam espiritualmente com seus afins no plano astral. Este religamento acelera a evolução espiritual de tal forma, que após alguns anos, o umbandista possui uma noção muito ampla do que seja o outro lado da vida.

E, porque na Umbanda direita e esquerda se manifestam dentro de um equilíbrio rígido pelo alto, mais fácil é a compreensão dos umbandistas sobre as ações e reações, causas e efeitos e sobre o carma individual.

Umbanda é religião, é conhecimento, é magia e espiritualização, animados pela fé interior de cada um que resulta no que chamamos de “religião umbandista”, onde o socorro espiritual convive com o despertar da consciência para as verdades maiores.

Por isso, temos assentado que o verdadeiro sentido da Umbanda é acelerar a evolução espiritual e o aperfeiçoamento consciencial e religioso dos seus praticantes.

SENÃO VEJAMOS:
A Umbanda não recusa fiéis de outras religiões entre os consulentes que freqüentam assiduamente suas tendas de trabalho.

A Umbanda não obriga ninguém a renegar sua religião para poder participar de suas engiras.

Todas as outras Religiões estão representadas dentro do Ritual de Umbanda Sagrada, onde linhas de ação e trabalhos cristãs, hinduístas, islâmicas, persas, egípcias, atuam ocultadas por nomes simbólicos ainda não interpretados corretamente, ou sequer apercebidas mesmo pelos médiuns que incorporam espíritos ligados a elas.

Com isso, queremos dizer que a Umbanda Sagrada é o congraçamento de todos os espíritos e a reunião do que há de melhor em todas as religiões ainda ativas ou já adormecidas na mente dos espíritos encarnados, que somos nós. Umbanda é fé, é caridade, é conhecimento, é ecumenismo religioso. Sob o teto de um templo de Umbanda manifesta-se o caboclo índio, o preto – velho, o mestre hindu, o sábio chinês, o descontraído exú e a exuberante pomba – gira.

Aí esta sintetizado o verdadeiro sentido da Umbanda; união de todas as correntes astrais e de todas as linhas de pensamento que têm norteado a humanidade e a harmonização do ser com todas as religiões.

COMENTÁRIOS:
Está bem clara a grandeza e a beleza desta religião, agora, só dependerá de todos nós não destruirmos este maravilhoso universo chamado Umbanda, com nossos egoísmos, dúvidas desrespeitosas e preconceitos para com nossos irmãos encarnados e desencarnados.

Que a Luz dos Divinos Orixás cubra à todos com seu manto protetor e que todos que ainda não conhecem esta Religião, não saiam criticando sem antes conhecê-la de verdade!

Um grande abraço destes “Eternos Aprendizes”.

Todos os textos foram baseados e tirados da obra psicografada “O Código de Umbanda”, de Rubens Saraceni.

Todos os comentários foram coordenados pela Babá do Templo “Eternos Aprendizes do Amor e da Fé em Oxalá”.

AGRADECIMENTOS:
Ao nosso querido Pai Rogério, do “Templo da Estrela Azul”, nosso abraço mais que fraternal, e nossa eterna amizade!

À Rubens Saraceni, pela maravilhosa obra que está vindo através de sua psicografia, agradecemos do fundo do nosso coração seu trabalho e sua amizade.

À todos que acessaram este site, obrigado pela atenção!!

Ao nosso querido Pai Élcio – de – Oxalá, que com suas lindas canções só tem enriquecido nossa Umbanda!

Ao amigo e editor Luiz A. L. Silva, que tem trazido com sua ajuda material, a publicação de tão maravilhoso trabalho.

Agradeço também a existência de tantos falsos mestres que se auto – intitulam mestres, pois, foi conhecendo este tipo de gente que tive a oportunidade de diferenciar os falsos – umbandistas dos verdadeiros, aprender tudo o que eu nunca deveria fazer, e graças a existência deles foi que soube separar o “joio do trigo”, reconhecendo na humildade verdadeira das pessoas, o verdadeiro caminho que me levaria de encontro ao verdadeiro aprendizado, graças a estes inimigos da Umbanda eu tive mais vontade de lutar, aprender, amar e levantar a bandeira da Umbanda.

Cada um que já leu milhares de livros como eu, que busca conhecimento em livros, tomem cuidado com os falsos mestres, tem gente boa, mas tem muita gente que em suntuosos templos contradiz a humildade que os livros pregam, no intuito de comercializar livros “Chupados” de diversas outras literaturas.

Infelizmente os maiores inimigos da Umbanda estão infiltrados nela, mas haverá o dia em que nosso Divino Pai Xangô, em seu tempo certo, irradiará sua Justiça e a Umbanda desabrochará de uma vez, como todas as outras religiões!

Até breve! Um abraço à todos amigos da Umbanda. Eternos Aprendizes do Amor e da Fé em Oxalá.

Agradecimento final: Aos meus filhos, que tanto tem me ajudado a amar esse trabalho, ao meu filho Marcos, pelo tempo, dedicação e por digitar a página e à Mãe Manoela que nos ensinou amar todos sem distinção: Baianos, boiadeiros, ciganos, marinheiros, exús, pomba – giras, pretos – velhos, crianças, encantados, etc., abençoados Mãe Manoela aqueles que te conhecem! Obrigado Pai Olorum por ter nos unido a seres tão encantadores e por ter nos dado vida em abundância para eternamente aprendermos...

Autor desconhecido