Esta entidade se apresenta como um homem de idade avançada, de pele escura, barba e olhos vermelhos, cor de brasa.
Traz a metade do seu corpo (o lado esquerdo) queimado, sendo que sua perna esquerda não funciona bem, por isto é muito comum que se apóie em um bastão.
Prefere beber whisky de boa qualidade e fumar charutos grossos, sua voz é rouca, grave e forte.
Quando está manifestado em algum médium, gosta também de farofa.
Seu olhar é insustentável e quando se fixa em alguém, parece que o atravessa, sabendo seus segredos mais íntimos.
As pessoas que o conhecem sentem certa autoridade nele e o respeitam.
Se desmancha em passagens que envia ao mundo para que transmitam suas mensagens através de seus cavalos (médiuns), sendo que isto acontece com todas as demais Entidades de Kimbanda.
Sua vestimenta quase sempre é em tons vermelho e negro, com toques brancos e às vezes dourados (quando fora da Encruzilhada da Lira), prefere a capa e a cartola.
Gosta de trabalhar com pouco público, em sessões que tenham força espiritual, onde os que nelas se encontram estejam concentrados ao máximo para dar o melhor de si.
Não é importante a quantidade, e sim a qualidade e o resultado final da cerimônia.
Em sua última encarnação foi um Tatá Nganga banto, que foi trazido como escravo ao Brasil.
Começou chegando na Umbanda, como um "exu de baixo" e foi levantado para "o alto" quando se fizeram os sacrifícios correspondentes na Kimbanda.
Quando lhe perguntamos porque se denominava "da Lira" respondeu:
"Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, de lá venho eu..."
"Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, de lá venho eu..."
Tem um caráter sério, amável e tranquilo, mas também pode ser enérgico e enojar-se quando há algo que ele não gosta.
Tem prazer em ensinar e doutrinar, por isto sempre está tirando dúvidas a todo aquele que lhe faça perguntas, desde as perguntas mais insólitas como:
"porque há estrelas..." até as mais comuns como "quero saber se meu marido me engana..."
Apesar do Exu Rei das 7 Encruzilhadas tenha sido posto em um lugar privilegiado por alguns autores (os que escreveram com muita subjetividade), ele mesmo afirma que não é o Rei absoluto da kimbanda e sim que apenas é um dos principais.
É rígido e severo quanto a seguir as tradições e que os rituais se cumpram passo a passo como deve ser, mesmo que como todo "exu" está aberto a mudanças, às movimentações e inovações, sempre e quando os mesmos sejam feitos pelos próprios Exus.