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Contava a preta velha que Ogum caminhava por todos os cantos da terra. Percorreu montanhas, cachoeiras, matas, estradas, cumprimentou seu irmão Exu nas encruzilhadas...
Mas quando a noite caía, Ogum sentia um vazio em seu peito. Era como se seu coração de guerreiro estivesse ali, mas sem bater. Não conseguia entender isso e sempre que tinha essa sensação, se refugiava em cantos escuros, onde poucos circulavam e ali ficava tentando entender sua angústia.
Até que numa noite de lua cheia, contava a preta velha, Ogum, novamente tomado por esse sentimento repentinamente, não teve tempo de se refugiar nos locais de costume. Sem opção, ficou caminhando à beira-mar, observando o reflexo da lua sobre a água enquanto sofria com seu vazio.
Foi então que Ogum ouviu algo... um som doce e ao mesmo tempo melancólico. Algo que penetrava em seus ouvidos e ia fundo em sua alma. Era um canto, mas não qualquer cantoria... Não era o lamento dos que sofrem nem a euforia dos vencedores. Era um canto de fé e amor, que seduziu a alma do guerreiro.
Como um perdigueiro que procura a presa, Ogum percorreu a orla em busca de quem cantava. Foi quando viu, à luz do luar, uma imagem que nunca mais esqueceu: uma bela mulher, de seios fartos penteando os cabelos com os dedos, sentada numa pedra ainda na água rasa da praia. Ogum se aproximou da sereia e nada disse. Apenas beijou seus lábios longamente.
A preta velha conta que toda a angústia do guerreiro foi embora junto com a sereia ela mergulhou de volta na água, e que cada vez que Ogum se sentia angustiado, a procurava para através desse ritual de amor levar sua tristeza embora. E assim é até hoje: quando estamos tristes, doentes, vitimados por sentimentos negativos, entregamos tudo isso à linda sereia, que leva todas as nossas angústias para o fundo do mar.
_Se até o maior dos guerreiros precisou da ajuda da seria para se fortalecer" - disse a preta velha enquanto pitava seu cachimbo - "quem somos nós para não acreditar na força das sereias do mar?"
Autor: Douglas Fersan
Mas quando a noite caía, Ogum sentia um vazio em seu peito. Era como se seu coração de guerreiro estivesse ali, mas sem bater. Não conseguia entender isso e sempre que tinha essa sensação, se refugiava em cantos escuros, onde poucos circulavam e ali ficava tentando entender sua angústia.
Até que numa noite de lua cheia, contava a preta velha, Ogum, novamente tomado por esse sentimento repentinamente, não teve tempo de se refugiar nos locais de costume. Sem opção, ficou caminhando à beira-mar, observando o reflexo da lua sobre a água enquanto sofria com seu vazio.
Foi então que Ogum ouviu algo... um som doce e ao mesmo tempo melancólico. Algo que penetrava em seus ouvidos e ia fundo em sua alma. Era um canto, mas não qualquer cantoria... Não era o lamento dos que sofrem nem a euforia dos vencedores. Era um canto de fé e amor, que seduziu a alma do guerreiro.
Como um perdigueiro que procura a presa, Ogum percorreu a orla em busca de quem cantava. Foi quando viu, à luz do luar, uma imagem que nunca mais esqueceu: uma bela mulher, de seios fartos penteando os cabelos com os dedos, sentada numa pedra ainda na água rasa da praia. Ogum se aproximou da sereia e nada disse. Apenas beijou seus lábios longamente.
A preta velha conta que toda a angústia do guerreiro foi embora junto com a sereia ela mergulhou de volta na água, e que cada vez que Ogum se sentia angustiado, a procurava para através desse ritual de amor levar sua tristeza embora. E assim é até hoje: quando estamos tristes, doentes, vitimados por sentimentos negativos, entregamos tudo isso à linda sereia, que leva todas as nossas angústias para o fundo do mar.
_Se até o maior dos guerreiros precisou da ajuda da seria para se fortalecer" - disse a preta velha enquanto pitava seu cachimbo - "quem somos nós para não acreditar na força das sereias do mar?"
Autor: Douglas Fersan