quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Todos os mundos são habitados?

 

Todos os mundos são habitados?


Sim. Pensar na exclusividade da Terra seria colocar em dúvida a sabedoria de Deus, que nada faz sem um fim útil. Examinando atentamente o nosso planeta, nada há na sua constituição física, no seu volume ou mesmo na sua posição que nos faça imaginar deter ela o privilégio único de ser habitada, com a exclusão de uma infinidade de mundos existentes no Universo.

Quando Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, credes também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai”, ensinava-nos sobre a pluralidade dos mundos habitados, demonstrando ser a casa do Pai o Universo, e as diferentes moradas os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo ao Espírito habitações correspondentes ao seu adiantamento. A pluralidade dos mundos habitados, inclusive, é um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. A Terra é tão somente uma das moradas da criatura, havendo muitas outras que abrigam Espíritos semelhantes aos nossos, de modo que não somos os únicos no Universo dotados de inteligência e racionalidade. A Espiritualidade, sendo questionada por Kardec se todos os globos seriam habitados, respondeu positivamente, informando estar o homem terreno bem longe de ser, como imagina, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição, derivando tal pensamento do orgulho e da vaidade existentes em nossos corações.

O Codificador, em seus comentários, elucida ter Deus povoado os mundos de seres vivos e todos concorrem para o objetivo final da Providência, não sendo lógico e racional imaginar ter o Criador feito os mundos para nos alegrar os olhos unicamente.


Em O Livro dos Espíritos2, consta a informação de que a constituição física dos diferentes globos não é a mesma, o que não os torna semelhantes em absolutamente nada e, como consequência, os seres que os habitam também apresentam organização diferente dos terráqueos, estruturando-se de forma compatível com o mundo em que habitam. Seu estilo de vida é, naturalmente, diferente do nosso. Em mundos mais distanciados do sol, a luz e o calor advêm de outras fontes, o que confere à eletricidade um papel muito mais importante, embora ainda desconhecido para nós.


Os Espíritos reencarnarão, conforme sua evolução, em mundos compatíveis com sua moralidade, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, repetindo-se este ciclo quantas vezes forem necessárias para a sua depuração, num processo migratório constante. Em função do progresso realizado, os Espíritos vão habilitando-se a viver em mundos mais adiantados, mais felizes; outros, ainda persistentes no mal e que não acompanharam o progresso moral do mundo em que viviam, acabam exilados para outros compatíveis com sua imperfeição, constituindo-se o exílio num castigo, mas também oportunidade de despertamento e renovação espiritual.

Cabe ressaltar que os mundos evoluem materialmente, assim como os seres vivos evoluem moralmente; nada permanece estacionário na natureza. Um mundo atualmente portando constituição física primitiva também se aprimorará, proporcionando vida feliz a seus habitantes.


Como sabido, a Terra está em período de transição de mundo de expiações e de provas para mundo de regeneração, quando então proporcionará, fisicamente, condições mais favoráveis ao homem, sem os violentos fenômenos naturais hoje observados.

Ensina o Espírito Joanna de Ângelis, no livro No Limiar do Infinito, no capítulo referente à Pluralidade dos mundos habitados, que: "Cálculos muito pessimistas, examinando o Sol, que é uma estrela envelhecida de quinta grandeza a sustentar hoje os planetas conhecidos, e que os mantém com a sua energia, fazem crer que nesse Universo de sóis mais poderosos, se lhes fossem dados dois planetas apenas para cada um, teríamos 200 bilhões em movimentação em nossa galáxia.

Atribuindo-se por probabilidade a hipótese de somente 1% deles ter as mesmas condições e idades correspondentes à Terra, teríamos 2 bilhões de planetas com condições que caracterizam o nosso berço de origem. Dando-se a possibilidade remotíssima de que apenas 1% deles tivesse condições de vida semelhante à nossa, defrontaríamos, aproximadamente, com cerca de 20 milhões de planetas iguais ao nosso com vida inteligente."

E finaliza a benfeitora espiritual: "Não é, portanto, temerário afirmar-se que a vida inteligente não é exclusivo patrimônio da pequenez do planeta terrestre. Tal afirmação já não repugna à inteligência nem à cultura: a da pluralidade dos mundos habitados, mundos esses departamentos da “casa do Pai”, nos quais o espírito evolui, progride, aprimora-se na busca da perfeição incessante."

Desta feita, constata-se a existência de infinitos mundos gravitando no Universo, desde aqueles que se acham ainda em estados de gases incandescentes até os mais lindos e sublimes, aguardando a humanidade purificada, como Jesus. Cabe ao homem lutar e se esforçar para progredir, auxiliando no progresso da Terra e na dissipação de suas sombras, facilitando assim sua ascensão na escala de evolução dos mundos, do estágio de expiações e de provas para mundo.