terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Os animais de estimação que perdemos, reencontraremos um dia no plano espiritual?

 

Os animais de estimação que perdemos, reencontraremos um dia no plano espiritual?


No plano espiritual é muito pouco provável, no mundo físico sim, é possível, pois o animal precisa continuar sua evolução e, quando falamos de animais, precisamos abordar aspectos como a alma dos animais, a evolução das espécies e o princípio espiritual.

O Livro dos Espíritos fala que os animais têm alma, conservando eles depois da morte sua individualidade, mas não a consciência do seu eu, pois que a vida inteligente permanece-lhes em estado latente. Demonstra que esse princípio sobrevivente é também uma alma, dependendo isto do sentido que é dado a esta palavra, sendo, porém, inferior à do homem, havendo entre a alma dos animais e a da homem distância equivalente à que medeia a alma do homem e Deus. O Espírito Miramez elucida: "[...] em se falando dos animais, a sua vida inteligente permanece em estado latente como nos informa “O Livro dos Espíritos”. Há muitas filosofias espiritualistas que ensinam de modo diferente, que as almas dos animais pertencem a um todo, que ao deixar o corpo perde a sua individualidade, penetrando na massa que corresponde ao seu viver. Essa informação é enganosa; o animal não perde a sua individualidade, ele a conserva nos planos que a vida espiritual reserva para todos, sob a guarda de Entidades que trabalham com amor para a evolução de todos, voltando em outros corpos de acordo com as suas necessidades. Não fiques pensando que o teu cão, cavalo, ou macaco se dissolveu no espaço, por informações descabidas dos invigilantes. Eles continuam a existir com mais propriedade e cada vez mais crescendo, porque a lei de Deus comanda o progresso. Tudo progride para sempre. Os animais, no amanhã, vão ter consciência de si mesmos. Esperemos. O tempo que se move pelas bênçãos de Deus vai nos mostrar, como mostrou em relação a nós outros, quando éramos animais como eles."


Conquanto os animais tenham alma, eles não têm livre-arbítrio como o entendemos, conforme afirmação da Espiritualidade em O Livro dos Espíritos, sendo, no plano espiritual, recebidos por Espíritos incumbidos desta tarefa, classificados e utilizados, quase que imediatamente, não dispondo de tempo para se pôr em relação com outras criaturas. Os animais ficam numa espécie de erraticidade, considerando não se encontrarem mais juntos ao corpo físico, mas não podem ser considerados Espíritos errantes, pois estes pensam e são dotados de livre-arbítrio, o que não se dá com os animais.

O Espírito Miramez, em consonância com a Codificação, reforça ser a consciência de si mesmo o principal atributo da alma, que não dispõem os animais. Contudo, estão os mesmos avançando para isso, não se devendo pensar que eles não têm alma, pois sobrevivem depois da morte como os homens, apenas não dispondo de idênticas faculdades dos seres humanos. Reforça serem os animais igualmente filhos de Deus e que, no futuro, deverão pensar, sentir, falar, discernir e ouvir, fazendo tudo que o homem é capaz pelos processos que o progresso lhes impõe.

Pela leitura das considerações sobreditas, observamos ficarem os animais pouco tempo no plano espiritual, precisando retomar seu processo reencarnatório, evolutivo e, dependendo do sentimento sincero de amor entre aqueles que o tinham em família, esse animalzinho pode até retornar no seio da mesma família, continuando sua evolução e favorecendo o aprendizado dos sentimentos e das emoções.

No tocante à evolução dos animais, a Doutrina Espírita mostra-nos que há dois elementos gerais do Universo, conforme já explanado na questão 27: o princípio material, que dá origem a tudo que é matéria no universo, desde a matéria mais etérea a mais densa, e o princípio espiritual que dá origem ao Espírito e, acima de tudo, Deus, formando a trindade universal. Ambos os princípios são distintos, mas precisam atuar em conjunto, para evoluir.


O princípio espiritual, que ainda não é um Espírito, individualizado e consciente de si, ao ser criado, vai estagiar nos diversos reinos da natureza para aprender e adquirir o conhecimento, extraindo de cada um deles os subsídios necessários para sua evolução. No Reino Mineral, aprende a agregação da matéria; no Reino Vegetal adquire a sensibilidade; no Reino Animal adquire o instinto e a motilidade, ficando o processo de individualização mais elaborado. Quando alcança o máximo de aprendizado neste reino, o princípio espiritual sofre um salto evolutivo, uma transformação e se torna Espírito, completamente individualizado e com consciência de si, entrando no Reino Hominal e segue sua evolução até alcançar o Reino Angélico, nossa destinação. A Espiritualidade alerta: "Já não dissemos que tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. [...] reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.""

Por isso é que os animais não podem permanecer eternamente como animais, pois precisam evoluir como tudo no Universo. Um dia o princípio espiritual que os anima estará apto a ser transformado em Espírito, quando então reencarnará no Reino Hominal. É a Lei do Progresso.