quinta-feira, 20 de junho de 2019

Montanismo

Montano fundou um movimento que, quando nasceu (cerca de 156 – 157 dC), foi chamado de “Nova Profecia”.
Montano foi supostamente um sacerdote do culto pagão de Átis e Cibele, que tinha uma tradição de comportamento dervixe (conhecido por sua extrema pobreza e austeridade, similar às ordens mendicantes dos monges cristãos). Enquanto o movimento não diferia muito das crenças da Igreja Católica da época, havia desvios significativos em relação a sua doutrina.
Por exemplo, Montano permitia que mulheres tivessem posições de destaque na seita. Suas principais companhias eram as profetisas Maximila e Priscila. Em Pepuza, na Frígia (Ásia Menor), Priscilla afirmou que Jesus apareceu para ela na forma de uma mulher enquanto ela dormia e, depois de ter se deitado a seu lado, “colocou Sua sabedoria dentro” dela, e Lhe revelou que aquele lugar era santo. Maximilla predisse que, após a sua morte, o fim viria.
Uma notícia da iminente “segunda vinda de Cristo” (ou “parusia”) se espalhou como fogo em toda a região, e logo Pepuza foi afogada em um mar de devotos. Em preparação para a parusia, Montano incentivou o ascetismo e o martírio e proibiu o casamento (depois permitindo um único casamento).
No início, a Igreja Católica aprovava a Nova Profecia. Mesmo o defensor da Igreja e inimigo da heresia Tertuliano ficou entusiasmado com a forma como o Espírito Santo estava se movendo entre a comunidade Montanista. Claro que, mais tarde, a Igreja começou a notar que as profecias da seita estavam indo acima e além das palavras de Jesus e seus apóstolos, bem como das tradições proto-ortodoxas. Isso levou o Montanismo a ser considerado uma heresia. Séculos de oposição se seguiram culminando no ano 550 dC, quando os católicos confiscaram as Igrejas Montanistas em Pepuza e queimaram os ossos de Montano, Maximila e Priscila.