segunda-feira, 27 de abril de 2015

Pomba Gira Menina Do Cruzeiro Das Almas


Pomba Gira Cigana Menina do Cruzeiro das Almas

Gosta de ser chamada de senhorita ( é adolescente, tem 15 anos); seus cabelos são claros; adora rosas amarelas; bebe água, champanhe ou sidra; trabalha com uma pedra de Pirita na mão esquerda; usa um lenço estampado com predominância da cor vermelha ( com três nós: 1 em cada ponta e o outro no centro) pendurado da nuca a testa com as pontas caídas sobre os ombros); costuma dar um nó ao lado direito da barra da saia; vem em pé e gosta de dar bastante gargalhadas. É companheira do Exu Tranca Rua das Almas; recebe oferendas no jardim de preferência durante o dia ( frutas); fuma cigarro ou cigarrilha ( mas o que ela gosta mesmo é de dar consulta… de bico seco ou molhado, com ou sem cigarro) Ela costuma ensinar aos consulentes que não se deve dizer “Obrigada (o)” a um Exu. Pois, cada um tem o que merece …
E diz que sempre que alguém precisar ou pensar nela, deve acender uma vela branca junto com uma rosa amarela e colocar no cruzeiro das almas, de preferência numa 2ª feira.
…. Existem duas estradas para você;
Uma é a de espinhos a outro é a escolher…
FONTE: TERREIRO DE YANSÃ

Menina Moça
Menina menina moça com ela não tem querer
moça alegre e bonita mas mexe com ela pra ver
cuidado com esta pomba gira seja de frente ou de costa
moça que amarga e enfeitiça o coração de quem ela não gosta(BIS)

Compositora do Ponto : (Fransciele Dias )

Menina Moça
Eu vi um clarão aqui brilharVi uma linda pomba-gira (BIS)


Pra ninguém assim duvidarEu vou pro fogo te provar (BIS)


Sou a pomba-gira meninaSou a pomba gira mulher!


Sou a pomba gira que gira e faço o que quiser (BIS)

Compositor do Ponto :
Ponto exclusivo do CD Roda de Malandro (Povo de Exú)

LENDA DE MENINA DAS ALMAS

Conta a história que no século XIII existiu em uma aldeia da Irlanda 3 irmãs donas de poderes ocultos... a qual ajudavam muitas pessoas em trocas de presentes e dinheiro. Elas eram consideradas bruxas mercenárias que se aproveitavam dos seus poderes para ter uma vida de luxo e de fama. Muitos eram os Reis e Rainhas que ao saberem dos poderes das três irmãs recorriam a elas...
Um dia a Igreja Católica soube da fama das três irmãs bruxas e também dos seus vastos bens adquiridos com suas magias... resolveram condenar as três moças a fogueira e com isto mostrar que o verdadeiro poder só vinha de Deus.
As três bruxas foram queimadas em uma sexta-feira de lua nova... onde o céu se mostrava em profunda escuridão, seus corpos carbonizados foram colocados em 3 urnas, onde foi passado correntes e cadeados e jogados em um calabouço, para mostrar ao povo que na verdade elas pertenciam ao inferno.
No mundo astral quando as três irmãs lá chegaram... foram recebidas por uma entidade muito poderosa chamada de Rainha das Almas. Esta senhora bruxa ao receber as meninas se identificou como mãe delas que havia as abandonado para fugir com um cavaleiro errante quando as meninas ainda eram muito crianças. As moças ainda se encontravam muito fracas e em estado lastimável devido as queimaduras a qual foi o real motivo do seus desencarnes, passando algum tempo as moças foram recuperando seus perispíritos e novamente se transformaram em lindas moças
O astral as batizou como as Três Giras das Almas e elas a partir daí começaram a trabalhar nos caminhos das almas trazendo, amor, dinheiro e felicidade para todos que iam até os portões de cemitérios pedir suas graças.
Estas três entidades trabalham juntas e não costumam incorporar quando estão na terra a trabalho. Elas recebem suas oferendas e pedidos no portão dos cemitérios nas sextas-feiras de lua nova e sua mãe a Pomba-gira das Almas também deve ser saudada, pois é a ela que se deve pedir a permissão para as moças trabalharem... Estas giras são muito eficientes em tudo o que a elas é pedido, tanto para atrair ou afastar amores, abertura de caminhos, trabalhos e feitiços. Tomam champanhe doce e suas velas e rosas oferecidas são brancas. Costumam ser muito rápidas na concretização dos seus trabalhos e quando estes realizados... são boas cobradoras e não admitem calotes, por isto ao fazer um pedido a estas três moças... lembre-se que o que for dado deve ser pago na mesma rapidez.

Pomba Gira Menina

Filha de Maria Padilha e de Lucifer, é uma entidade muito carismática e apreciada pelo povo de umbanda, pois adora trabalhar quando esta na terra e suas médiuns são sempre pessoas alegres e de aparência muito jovem.
Ela trabalha para amor, união, concursos e tudo o que for a respeito de progresso material!
Mais como toda moça de sua idade é muito vaidosa e esta sempre arranjando pretendentes para as suas médiuns que mesmo sendo pessoas de idade, seus pares são pessoas sempre bem mais novos.
Sua oferendas devem ser bem brilhantes e perfumadas, adora, rosas, incensos, banhos cheirosos, champanhe sem álcool e panos vermelhos...
brincos e pulseiras nunca podem falatar para quem quer fazer algum pedido a esta gira.
Ela recebe suas oferendas nos cruzeiros e praias e em noites de lua cheia gosta de recebe-los em uma campina de baixo de uma árvore frondosa.
Trabalha da linha de Iansã por isto quem não quer ficar solteira(o) apele para esta pomba-gira que fará seus trabalhos com muita alegria e firmesa.
"Em uma macieira avistei uma mulher, mais quando cheguei mais perto deparei me com uma menina, ela era alegre, bonita e cheirosa e foi quando eu dei por mim que se tratava da pomba-gira menina, moça que enfeitiça , amarga e cobiça os corações de quem ela não gosta.

LENDA DA POMBA GIRA DA PRAIA

Carrana (pomba gira menina da praia), em uma ilha do oceano pacifico, viveu Carranna, em uma aldeia de pescadores.Onde esses pescadores adoravam o grande rei maligno do mar, DAGON, por teme-lo a grande furia do mar, e o mar nao dar mais peixes e alimentos a seu povo.
O povo com medo da furia de DAGON o rei maligno do mar, faziam a cada sete anos um sacrificio para acalma-lo, levando uma menina virgem ate a beira da praia, amarrando-a em duas pedras, entregando-a a DAGON,e quando subisse a mare para leva-la.
Carranna que era uma menina que tinha os conhecimentos dos ONDINOS, que havia sido passado de sua avó para ela , sabia os rituais .Carranna revolta com tudo isso, os sacrificios oferecidos a DAGON. Entao em uma noite de lua cheia foi a beira da praia com os sagrados pergaminhos dos ONDINOS, escondida de seu pai e de sua avo.Ela foi na beira da praia invocar DAGON, pois ela era a unica menina que nunca tinha sido oferecida a DAGON, pois ela estava sendo preparada para ser a grande SACERDOTIZA de seu povo.
Carranna fazendo o ritual, invocou o temivel DAGON, nesse momento o mar se abriu e saiu DAGON em forma de um anjo,e ele perguntou para Carranna, o que vos quer de mim, o menina tao pequenina .
Carranna respondeu ao terrivel DAGON, porque vos leva a cada sete anos uma menina de minha aldeia, entao DAGON respondeu, porque busco uma rainha. Entao Carranna perguntou a DAGON , o que e preciso para libertar meu povo dessa maldicao, entao DAGON respondeu.. Somente a verdadeira sacerdotiza teria o poder de acalmar as ondas do amanhecer, e de acalmar a grande furia que ha dentro de mim.
Carranna entao falou, a DAGON, estou aqui para vos libertar meu povo desses sacrificios, me ofereco a ir junto com vos, e ser sua noiva etrenamente,e quando a primeira onda do amanhecer bater na areia da praia seremos um so.
DAGON, vendo Carranna sem medo de enfrenta-lo, lhe propos, eu liberto seu povo, mas voce ficara pressa entre a beira da praia e o mar. Pois voce foi a unica de todas as meninas que teve a coragem e a audacia de vir falar comigo, para salvar todo seu povo dos sacrificios , pois entao libertarei seu povo,mas voce ficara eternamente pressa entre a praia e o mar, e seu povo aprtir de hoje fara oferendas de frutas e perfumes e essencias a todos os seres do mar.
Desde entao Carranna ficou sendo a protetora dos pescadores e das meninas que vagam na beira da praia, por isso quando voce for a uma praia ou na beira do mar , pois voce sempre vera meninas brincando ou passendo na beira da praia, voce sempre ira ver o espirito de Carranna que ali esta, por isso que todas as oferendas que sao entregues no mar retorn am a beira da praia para a sempre CARRANNA.

EXU MANGUEIRA

Como todo exu em fase de evolução, passando de reencarnação a reencarnação, aprimorando espiritualmente nos períodos que esta em transição ajudando na evolução do ser humano, EXU MANGUEIRA tem suas particularidades, desde a maneira de vestir, falar, conduzir uma gira e principalmente orientar seus consulentes e filhos.
Me refiro a "filho "de uma maneira global, carinhosa, pois como exu não pode ser PAI de cabeça de uma pessoa, pode e É um grande, poderoso e nobre guardião executando as tarefas a ele designadas, de reorganização, equilíbrio, nos auxiliando na caminhada rumo a redenção, evolução e principalmente aprendizado.

EXU MANGUEIRA como os demais exus guardiões não podem e não deve ser confundidos com os KIUMBAS, que são espíritos não evoluídos e ainda afastados da luz, que aproveitam da invingilância dos encarnados, da falta de conhecimento e preconceitos e fazem se passar por guardiões.
É bom que observem que os guardiões em nada se parecem, com os demônios que a igreja apregoa, com rabos e chifres, resmungando, falando de maneira de difícil entendimento, chegando as raias do absurdo de terem cambonos tradutores.
Esses espíritos , os kiumbas, nada tem para nos ajudar pois observa-se sem nenhum esforço a falta de condições e a densa energia espiritual que possuem, no entanto os guardiões estão em nível bem mais elevados, podendo alguns ocupar por períodos e em determinadas situações funções dos próprios orixás, embora não se identifiquem como exus e nem como orixás mas, simplesmente executam o que é necessário.
É comum termos o EXU MANGUEIRA trabalhando e dançando como se fosse um caçador de ODÉ, já que ele faz parte da fortíssima legião que trabalham utilizando os elementos naturais desde a energia dos animais, folhas, árvores e frutos como também a magia da água.

Deixamos claro que EXU MANGUEIRA é elemento direto de ligação de ODE,  que é uma energia ligada a caça, tendo como qualidades mais conhecidas o ENRILÉ e OXOSSI.
Não quer dizer que seu EXU MANGUEIRA não execute tarefas determinadas por outro orixá.
A partir do momento que ele consegue manipular as energias que deve utilizar para ser aplicada na evolução, disciplina, correção, dos seres, não importa se a ordem vem de ODÉ, de OSSAIM de IEMANJÁ ou de OXALÁ, a tarefa tem que ser executada por entidade com capacidade para tal, aí apresenta-se a entidade que esta em condições de oferecer resultado satisfatório, o que conta ponto na sua remissão.
EXU MANGUEIRA, é um exu muito antigo e pouco cultuado e consequentemente desconhecido em muitos locais.
Seu axé energético é fantástico, com muita cabala, muito conhecimento. Exu Mangueira, identificado pelo nome cabalístico de AGALIERAPS, nome cabalístico perpetuado durante a inquisição mais direcionado a demônio que a uma entidade em evolução.
Os nomes de todos os guardiões são propagados como demônios o que não concordo embora acredite, pois é visível a baixa vibração dos kiumbas, eguns e outros que realmente existem formas demoníacas, em retrocesso evolutivo, ainda presos a grilhões de rancor e sofrimento, tal qual os seres encarnados que desviam-se de caminhos organizados e límpidos, atirando-se em perdição principalmente em uso de elementos entorpecentes, pois pior que prostituir-se ou roubar esta o uso de drogas pois aprisiona, confunde e retira o pouco de dignidade existente passando a alma ser uma paria de entidades desencarnadas que em vida também gostavam de vícios e vivem de maneira a se locupletarem, perdendo a noção do tempo, espaço e principalmente obrigações, fugindo da verdadeira estrada.
Os guardiões com suas missões especificas e no caso do seu EXU MANGUEIRA ela se torna muita forte no trato com a saúde, medicina natural, esclarecimento carmico, abertura de caminhos visando emprego, pois emprego significa renda e renda propicia alimento, elemento esse que fazem com que caçadores matem os animais especificamente para sobrevivência da família.
Apresenta-se como um perfeito cavalheiro, gosta até mesmo de usar "fraque" de preferência com rabo comprido e luvas brancas.
Vestimenta que o caracteriza por uma de suas encarnações. Embora possa ter apresentação diferente de maneira com que o seu cavalo, adepto, iniciante possa se identificar, nesse caso vale a tradição e o grau de conhecimento do encarnado.
Confundido muitas vezes pelo seu companheiro Exu Marabô por terem maneiras parecidas de se vestir e se portar. Sua única diferença é que o Exú Mangueira na incorporação exala um odor de enxofre.
Aprecia bebidas finas e principalmente vinhos finos e bons charutos.
Como diz seu nome gosta de receber seus presentes embaixo de mangueiras.
Muito mulherengo, exu de uma palavra só. Resolve ou não resolve o problema. Muito direto em suas decisões.
EXU MANGUEIRA lidera os exus que trabalham nos cruzeiros e caminhos das matas, mas não quer dizer que seu campo de atuação seja especificamente nas matas.
Não apenas é apenas das matas que ele retira as vibrações necessárias para executar suas tarefas.
Vinculado aos orixás nela existentes, delimitado pelo bom senso.
Não necessariamente seus ebós tenham que ser servidos nas matas ou embaixo de uma mangueira.
Não, pois que tem seu axés assentados pode e deve servir e vincular este nobre guardião dentro de seu ylê.
Já é mais que chegada a hora de pararem de tratar exus e pombas giras como demônios, como leprosos, como incitadores da promiscuidade e da baixaria, que tenham que estar afastados dos demais, principalmente dos orixás, pois sem exu não se faz nada e não terá um ORIXÁ que execute se os guardiões "entrarem em greve".

Serem chamados só em determinados horários e dia são tradições que já deveriam estar nas lembranças de nossos avós e ausentes de nosso cotidiano.
Tratar os guardiões como chifrudos, cachaceiros, promíscuos, é procedimento primário, de quem tem mais preconceito que falta de conhecimento.
Vamos usar o bom senso, pois como poderíamos estar depositando confiança, pedindo auxilio para quem é mais inferior, mais limitado que nós???
Como poderia alguém mais inferior que nós ter mais facilidade de contato com os orixás?
Não. Os guardiões estão em escala melhor que nós e não sofrem os limites de quem carrega grosseira roupagem carnal.

Também estão eles, na escola do outro lado, estudando e praticando, e pobre de nós se não fossem eles. Se não fosse a interferência valorosa dos exus, mesmo que em muitas das vezes nós nem tomamos conhecimento. A sua posição requintada se torna visível quando se mostra usando fraque e luvas brancas. É um apreciador de bebidas finas como whiski, vinho e champanhe.
Possui uma fala calma e poética sua visão astral e de um homem de manto com capuz possui um turbante na cabeça que representa o símbolo da magia oriental carrega uma espada numa mão e na outra possui algumas folhas de mangueira trabalha para o Lúcifer junto de seu companheiro exu Marabo sendo ambos parecidos .


LENDAS

Segundo conta a própria entidade o primeiro EXU MANGUEIRA viveu na França foi um rico criador de gado bovino e chegou a se tornar ministro da França devido a sua educação e boa lábia conquistou varias mulheres casadas e foi morto por um marido de uma delas.
Exu Mangueira em vida foi marido de uma das Maria Padilha ele amava ela e ela o traiu com outro homem desde então em vida mesmo ele tomou raiva de mulher não queria saber mais delas.



Características

GUIA > de aço ou de miçangas
CORES >tradicionalmente o vermelho,podendo em alguns casos levar azul ou verde.
BEBIDA >bons vinhos, whisky, marafo, absinto
VELA >de sebo
ARREIO DE EBÓS> ylê, cruzeiros das matas, embaixo da árvore mangueira,
ERVA >todas silvestres, inclusive com espinhos.
FUMA> charutos
ARMA >facão, lança cumprida
PLANTA >mangueira
METAL>aço
FRUTA: manga
BICHO: Galo vermelho com rabo colorido.

Pontos Riscados


EBÓS, FEITIÇOS. MAGIA


CALAR A BOCA DE FALADOR

MATERIAL:
-1 LÍNGUA BOVINA.
-SINAL DO DESAFETO.
-SETE PIMENTA FRESCA.
-TREZE AGULHA DE AÇO VIRGEM.
-9 MILHO DE GALINHA TOIRRADO NO DENDÊ.
-LINHA VERMELHA.
-VELA VERMELHA.
-1 VELA VERMELHA.
-1 VELA AZUL.
-1 VELA DE SEBO.
PREPARO:
É aconselhável executar a feitura desse axé embaixo de uma mangueira, mas se não for possível pode ser outra árvore frondosa. Se não for possível executar no tempo, faça no seu ylê ou em sua casa. Fundamental que você procure a sintonia com a entidade.
Para calar a boca de um falador, acenda a vela vermelha, pegue a língua bovina fresca e abra ao meio, ao comprido fazendo duas bandas. Coloca-se ali o nome da pessoa ou seu retrato dobrado em 9 vezes, sete pimenta, treze agulha, nove grãos de milho torrado, azeite-de-dendê. Feche como se fosse um sanduíche.
Amarrar toda a língua com linha vermelha. Se você esta fazendo no tempo acenda a vela azul e ofereça para ODÉ, após acenda a de sebo e ofereça a EXU MANGUEIRA, se você esta fazendo longe do local de despachar, acenda apenas a vela vermelha no início, e nesse momento a vela azul deixando a de sebo para o local do despacho. No local deve colocar a língua dependurada em uma árvore, se possível mangueira.
DIA:Quinta-feira.
LUA:Minguante.
HORA:Entre 18 e 21 horas.


PARA CORTAR DOENÇAS.

MATERIAL:
-FARINHA DE MANDIOCA.
-MEL.
-TRÊS BIFES DE CARNE DE PORCO, CRUS.
-TRÊS VELAS BRANCA.
-TRÊS OVOS CASCA BRANCA. CRUS.
-TRÊS MANGA MADURA.
-TRÊS VELAS DE SEBO.
-9FOLHAS DE JORNAL.

PREPARO:
Junte a farinha, o mel e faça uma farofa.Abra as mangas e retire o miolo,tenha o cuidado de deixa-la firme.Coloque um pouco dessa farofa em cada banda da fruta,com um bife por cima,feche a fruta.Após enrole em três folhas de jornal cada fruta.
Passe simbolicamente cada trouxa no corpo da pessoa doente iniciando na cabeça e indo até os pés.
Passe os ovos simbolicamente da mesma maneira que as trouxas.
Faça o mesmo com as velas brancas.
Após leve tudo até uma encruzilhada perto de um cemitério ou campina, arreie os pacotes, quebre as velas em três partes e quebre os ovos, acenda as velas de sebo pedindo ao seu EXU MANGUEIRA que afaste a doença e a peste que esta incomodando.
Não passe pelo local durante 13 dias.
DIA:Quinta-feira.
LUA:Nova.
HORA:Entre 07 e 15 horas.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

PAI GERONIMO

Trabalho na linha de pretos velhos com esta maravilhosa entidade.

Um certo dia, ele atendeu uma senhora que lhe veio consultar sobre um tumor nos seios, diagnosticado por uma mamografia.

Passes daqui, trabalhos dali, enfim, uma consulta normal…vela, erva, água…

Disse o preto:
- É mizim fia… Tá feito…mas num deixa de procurá o Homi de branco, dispois vem contá pro nego…nego vai ficá no toco esperando cunce vortá…

E saiu a consulente.

Numa próxima gira, estava lá o preto no toco e chegou a sua consulente, já na segunda parte do trabalho.

- Podi entrá mi zim fia, tava le esperano….

- É meu Velho, fui no médico sim…ele disse que o tumor sumiu, vai ver foi engano, o que a mamografia mostrou foi uma sombra de um queloide, que eu já tinha de cirurgia anterior. mas vim lhe agradecer, pois sei que o Senhor me curou..
Diga, meu Pai, o que o Senhor quer de presente, quero lhe agradecer…

Em nossa casa, as entidades as vezes ganham presentes, charutos, bebidas, mas não que peçam, porque as pessoas trazem em agradecimento mesmo, como deve ser em todo lugar.

Mas naquele dia o preto pediu…

- Me traga um bolo de chocolate, mi zi fia, suncê pode faze isso…?? Mais tem qui ser na proxima gira…eu num vô tá aqui, mas fala co caboclo chefe que ele manda mi chamá….

Todos estranharam, e eu mais ainda, passei a semana pensando naquele pedido, eu que amo bolo de chocolate, pensava comigo, Meu Velho…porque um bolo, Meu Pai…Até os filhos da casa acharam estranho e houve uma brincadeira ou outra…do tipo achando que iam comer o bolo….Alguém arriscou dizer que era a comemoração pela cura da mulher… Enfim…esperei ansiosa…Afinal…confio neles.

Em verdade torci para a mulher nem aparecer com aquele bolo…
Mas ela apareceu, e sentou na primeira fila, como tal bolo, todo confeitado de confetes coloridos.

Chegou o preto, com autorização do chefe do terreiro, que é Seu Serra Negra….

- Trouxe meu bolo, mi zim fia…
- Trouxe meu velho…

Então o preto levantou e disse que na assistencia tinha uma menina, de cor morena, que estava fazendo aniversario, 14 anos, e chamou-a.
Disse à menina:

- Mi zim fia, esse é presente que sunce pediu ao seu anjo da guarda, ele não pode vir, mandou o nego te entregar…

A criança marejou os olhos e saiu com o bolo na mão, sentar ao lado da mãe, que chorava muito na assitencia. Em 14 anos, nunca havia ganhado um bolo de chocolate….Nunca mais voltou, nunca mais vimos. E nunca esquecemos esta história.

Autor Desconhecido

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Pai Juvêncio da Bahia

– Filho meu, pé que dá fruta é o que mais leva pedrada. Nunca revide e se for falar algo, cuida para que as palavras que saírem de tua boca sejam mais proveitosas que o silêncio. Em contrário, mantenha-se calado, pois as duas orelhas que Olorum deu ao homem são para ele ouvir mais e falar menos.

* * *

QUEM É PAI JUVÊNCIO DA BAHIA?
- ORIENTADOR ESPIRITUAL DO LIVRO "ENCANTOS DE UMBANDA" - LANÇAMENTO EM ABRIL. MÉDIUM NORBERTO PEIXOTO - EDITORA TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE.

Pai Juvêncio da Bahia é um preto velho iniciado na Jurema Sagrada.
Em sua última encarnação, nasceu em Salvador. Como
seus pais eram adeptos do Candomblé, em tenra idade foi iniciado nesta religião, tendo acesso ao conhecimento das tradições da magia com os Orixás pertinentes ao complexo sistema nagô. Em idade adulta, já “feito” no culto, considerado sacerdote pronto, por discordância com os sacrifícios animais, que muito o entristeciam, resolve mudar-se para Recife, para trabalhar como “mestre” de embarcação fluvial, função que já desempenhava esporadicamente na Bahia.
Em Pernambuco, teve contato com a Jurema Sagrada, sendo tocado profundamente pela simplicidade e força da sua ciência. Em menos de 10 anos, consagrou-se Mestre Juremeiro, tendo sido “tombado” – iniciado e juremado —, conduzido diretamente pelo Astral, concomitante ao pertencimento a uma comunidade terrena.
É espírito simples, direto, alegre, respeitoso, educado, gentil e matreiro, de muito conhecimento das folhas, pois seu pai carnal era Babalosaim – sacerdote das folhas consagrado ao Orixá Ossaim —, e ele mesmo o foi posteriormente, tendo se tornado “famoso” por seu conhecimento como erveiro no mercado central de Salvador, no qual sua família tinha uma banca. Exímio pescador e marinheiro, erveiro curador, é muito prático nas demandas pesadas, nos trabalhos de desmanchos.

CABOCLO PERY

O Guia-Chefe do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade
Orientador da Trilogia Registros de Umbanda
Livro Iniciando na Umbanda Vol. 1

A entidade espiritual que se apresenta como Caboclo Pery é o Guia-chefe do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade e o espírito “dono” da minha cabeça, ou seja, é o meu guia de frente. Sinto-o como um pai verdadeiro, ao qual tenho muito respeito. Inesquecível a cena clarividente, quando estava na escola de médiuns em um centro espírita pertencente à federação do Rio Grande do Sul – o Caboclo, com um pilão à frente, macerava inúmeras folhas, pegava a “papa” resultante, com as duas mãos em cunha, colocava-a em minha cabeça e beijava-me na testa.
Foi esse Caboclo que me orientou a fundar a nossa comunidade terreiro. É ele que, no Astral, dirige todos os trabalhos e delibera sobre tudo o que é feito, pois é um espírito enfeixado na irradiação de Xangô. Por isso temos um pilão na frente do nosso congá. Caboclo Pery faz parte de uma falange de trabalhadores na Umbanda que “moram”, no Plano Astral, na colônia espiritual conhecida como Metrópole do Grande Coração, onde é localizada a sede da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Nessa imensa urbanização extrafísica universalista, Caboclo Pery coordena uma série de atividades, entre elas a de instrutor, um mestre professor que ensina, literalmente, dando aulas a uma plêiade de alunos que estudam a Umbanda e vão assistir a suas exposições desdobrados, fora do corpo físico.
Este livro, Iniciando na Umbanda, inicia e faz parte do projeto de escrevermos e deixarmos para as gerações futuras os registros etnográficos do modo de ser do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade. É a primeira “apostila” de estudo;
outras virão na sequência. Não é uma obra psicografada no sentido clássico, mas um singelo compêndio coordenado e orientado por Caboclo Pery, que, comigo em desdobramento natural durante o sono físico, me orienta sobre o que eu devo escrever com o meu punho. Obviamente há a experiência prática aliada ao estudo e à pesquisa contínua, pois o médium de que estudar sempre; são subsídios indispensáveis ao tipo de mediunidade vigente na atualidade, mais intuitiva e consciente, cada vez menos sonambúlica, fenomênica e inconsciente.
Há que se registrar que tudo o acontece dentro de uma gradação previamente planejada. Se não tivesse, há 10 anos, fundado uma comunidade terreiro, vivenciado intensamente todos os percalços de manutenção de um congá sob a égide da Lei de Umbanda em todo este tempo, certamente não teria condição de escrever o que ora me solicita o Plano Espiritual.
Mesmo assim, sem o amparo do lado de lá, nada realizaríamos, pois eles são o rumo e o direcionamento que nos mantêm firmes nos passos a serem dados. Somente assim conseguimos seguir em frente no caminho que se nos apresenta — o programa de vida delineado antes de encarnamos na presente forma física.

Saravá fraternal,

Norberto Peixoto.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

POMBAGIRA MARIA DO CAIS


As pombagiras ligadas à praia geralmente foram mulheres que trabalhavam nas cercanias dos portos exercendo a prostituição ou servindo bebidas em botecos à beira mar, onde marinheiros e malandros reuniam-se fazendo negócios ou muitas vezes comprando contrabando trazido nos navios.
As pombagiras mais conhecidas desta linha são Pombagira da Praia, Pombagira Calunguinha do Mar, Pombagira Menina da Praia, e Maria do Cais. 

Maria do cais,
ponha teus olhos no mar
Maria do cais
que seu amor vai voltar
ele foi prá longe
foi a navegar
Maria do cais
ele já está prá chegar

 São relacionadas com os amores ilícitos passageiros ou encontros esporádicos com amantes.
Têm uma sensualidade mais agressiva; são obscenas, ousadas, desbocadas, destemidas.
Gostam de rosas vermelhas, espelhos, bijuterias, cigarrilhas e perfumes de aroma forte.
Bebem cerveja, embora possa aceitar outro tipo de bebida.
Recebem suas oferendas na beira da praia, em lugar seco, sobre a areia.


Uma luz vermelha 
Me iluminando
Eu sou filha da praia
nela vou girando
Eu sou filha da areia
Filha das ondas do mar
Pombagira da Praia 
Veio prá trabalhar

Maria dos Cais

História Maria do Cais
(Pela médium Dani Brites)
Minha mãe já era prostituta nos chamados cabarés, morreu jovem de DST, deixando 3 filhos, entre eles eu, Maria.
Fui morar com uma tia que me rejeitava devido a vida que minha mãe levava, sempre dizendo a mim que “a fruta não cai longe do pé”. A tia sempre me usava como empregada e me maltratava. Fui violentada pelo filho dela aos 12 anos. Onde decidi fugir.
Fiquei vagando muito tempo nas estradas, pegando carona com caminhoneiros. Já não era mais inocente e para sobreviver segui a vida de minha mãe.
Nessas andanças me apaixonei pelo mar, na verdade me apaixonei pelo que o mar podia me trazer, homens de vários lugares e nacionalidades. Como gostava de viajar, sonhava em um dia ir para o estrangeiro com algum desses homens que conhecia, o qual nunca aconteceu!
As promessas eram muitas (ao longo dos anos aprendi que os homens eram apenas galanteadores), sempre ganhava presentes, o que mais gostava de ganhar eram sapatos, de preferencia de salto alto. Apesar de achar uma dama, sempre falava muito palavrão, besteiras sobre safadeza.
Não era de beber muito, pois só aceitava bebidas oferecidas pelos homens. Minha bebida preferida é a Vodka, mas geralmente bebia aguardente porque era isso que eles bebiam. Um ou outro satisfazia a minha ilusão do que era ser chique.
Por ter dificuldade em ter amigas mulheres, nunca fui de frequentar lugares como minha mãe. Sempre arranjava encrenca nesses lugares por falar o que pensava e muitas vezes falar de forma grosseira e certeira.
Adorava perambular pelo cais do porto, por isso meu apelido de MARIA DO CAIS. Vivia nos bares a beira da praia dos pescadores. Vivia muito a base de trocas de favores e presentes. Conheci muitos homens, que de meses em meses voltavam a me procurar como as ondas do mar, num ir e vir, eu sabia que eles sempre voltavam.
Estabeleci minha moradia ali, conheci o amor da minha vida através do mar. Se saísse dali, como ele poderia me encontrar novamente?
Conheci um comandante de navio, o qual me apaixonei! Ele me tratava diferente dos outros homens, mostrando um carinho e uma preocupação por mim que jamais tive. Sabia que era loucura porque nunca sabia quando ele retornaria a me ver. A maioria deles tinha família inclusive o meu comandante.
Ficava a espera por ele meses e meses. Era dele que ganhava boa parte dos meus sapatos. Meus sapatos tinham muito significado para mim, pois eram presentes do meu amor! Em sua ausência, eram eles que me restavam como lembrança de momentos com ele e da esperança da chegada dele.
Nunca tive filhos, era seca. Tinha muita raiva por isso, achava que através de um filho com ele, ele poderia abandonar tudo e ficar comigo.
Meu amor por ele era sofrido demais, ele demorava muito tempo pra retornar até o dia que ele não voltou mais. Fui perdendo o ânimo pela vida, não queria saber mais de outros homens, não queria saber mais de comer! Fui me tornando uma pessoa infeliz e amarga ao ponto de afastar quem chegava perto de mim com palavras. Gritava tanta besteira, rogava praga aos navegantes de tão amargurada estava. Me fechei num mundo só meu e meus sapatos!! Não via o que estava fazendo a mim mesma, me impedindo de ser feliz!
Tinha tanta raiva por ter sido abandonada, que joguei meus sapatos no mar, tentando fazer uma troca com Iemanjá!
Morri, apodreci por dentro com todos os sentimentos ruins que uma pessoa podia ter, me matei aos poucos por causa de um amor que mais tarde, depois que desencarnei, descobri que ele também tinha desencarnado por causa de doença, de tuberculose!
Simplesmente cultivei o que tem de mais nocivo ao ser humano: sentimentos de ódio, amargura, tristeza, solidão.
Todos esses sentimentos fui eu mesma que cultivei, olhei apenas pro meu egoísmo, não fui abandonada. Ele morreu! Mas não conseguia ver isso, me ceguei! Me tornei uma pessoa ruim com os outros que queriam me ajudar. Entristeci, não me arrumava mais, parecia uma mendiga no final dos tempos, só tinha osso, quando antigamente os homens ficavam loucos por causa do meu corpo. Não me banhava mais com meus perfumes do estrangeiro, joguei tudo no mar na esperança de Iemanjá me trazer o meu homem! Achava que Iemanjá queria meu homem, até isso cheguei a pensar, que absurdo!! Costume que os encarnados têm de culpar nossos orixás, a Oxalá pelas desgraças da vida.  
Temos que aprender com as nossas escolhas, eu mesma afastei várias oportunidades de ser feliz, fechando meus olhos para outros homens que queriam o meu bem.
A dor do amor é uma das piores dores que um homem pode sentir. Dói demais!! Mas dói se vc permitir que doa, a vida é como o mar, num ir e vir!! Ninguém é de ninguém, as pessoas tornam as outras pessoas como parte de si, e as coisas não são assim, nada é eterno! Quando os encarnados entenderem isso, as dores serão menores. Nem nós desencarnados somos eternos, nos tornamos encarnados e desencarnados novamente, numa propósito de evoluir.
A vida e a morte são um aprendizado constante!!

Guardião das Almas

Guardião das Almas é o nome de um exú (entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira. (Não confundir com Senhor Exú Tranca Ruas das Almas) Exú das Almas é o Guardião de todas as Almas. O Sr. das Almas é o Exú responsável pelo encaminhamento das almas (espiritos desencarnados) que vagam nos cemitérios.

Mar e todo lugar místico considerado uma Calunga!É representado por um homem elegantemente vestido de negro, carregando uma cruz (símbolo das almas) e o crânio humano.É o Exú que lembra às almas suas condições humanas.

Normalmente é associado ao cruzeiro(calunga), mas sua ação dentro do mundo das almas vai mais além. Suas manifestações mediúnicas são, na maioria das vezes, transmutadoras É uma entidade séria e de poucas palavras (indo diretamente ao assunto).

Exu das Almas pode vir através da falange do Exu Tranca Ruas das Almas,Exu Caveira, Exu Táta Caveira ou Omulú. Em cada uma delas suas manifestações são diferentes assim como sua evolução.O Senhor das Almas é um exu, ou seja, uma entidade que trabalha na Umbanda,através da incorporação de médiuns.

Antes de ser uma entidade, Senhor das Almas viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 600 D.C., e viveu até dezembro de 628, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio". Teve sua vida relacionada com 49 homens que tiveram uma morte trágica, por uma disputa amorosa, foram todos queimados vivos.Entre os exus da linha de Exu das Almas existem: Todos os Exú e Pomba Gira que carregam a nomenclatura Almas e a linha de Tatá Caveira, João Caveira, Exu Caveira, Exu mirim das Almas!Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, Sete Porteiras, Exú do Cruzeiro, Exu da Calunga pequena e Exú da Calunga Grande, entre muitos outros.

São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange. Veste-se com roupas preta e branca, carrega um manto em veludo, cartola e bengala, sua guia é na cor preta com caveiras e uma cruz no meio!

Exu das Almas escolhe cavalos valorosos na moral e na conduta pessoal pra trabalhar, não tolera a mentira é sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora misterioso, ora esclarecedor, ora calmo, ora nervoso, mas muito rígido em suas palavras. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Exu das Almas não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Exu das Almas Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.No entanto, uma vez amigo de Exu das Almas, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções. Pois como o Senhor Guardião das Almas mesmo diz....Não importa por qual caminho você caminhe, mas com certeza no mundo espiritual, caminharás pelo meu caminho, e que você não traga ao meu caminho, a dor de nenhuma Alma que por você foi ferida, pois do contrário eu serei o Executor dessa dívida! Laroyê Senhor das Almas


Marinheiro Zé do Mar

Zé do Mar, é um guia da linha dos marinheiros, que se apresenta com a mão esquerda segurando sua garrafa de rum, espírito alegre e brincalhão, risonho e falante, com seu jeito deixa uma alegria no ar quando vem a terra. 
Bebe rum e fuma cigarro (utiliza a energia desses elementos para diluir a energia pesada que fica no ar vindo dos consulentes que estão sendo assistidos espiritualmente por guias), só tem uma perna à outra foi comida por tubarão. É do povo d'água, tem a função de limpar o ambiente das energias pesadas, e deixa nos presentes uma leveza e alegria interior. Veio da França para o Brasil no período colonial e seu navio atracou na Cidade de São Luis (Maranhão). 


Ponto Cantado
 Zé do Mar

Lá vem Zezinho na beira da Praia,
Ele só deixa uma pegada,
Ele só deixa uma pegada,
Quem pensa que Zezinho é triste,
Ele da sua risada,
Ele da sua risada.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

PAI JOSÉ DE ANGOLA

Em Angola de 1640 nasceu o Pai Jose de Angola, hoje com 371 anos de “vida”. Em sua cidade natal foi escravizado por volta dos seus 30 anos de idade e trazido ao Brasil nos chamados ‘Navios Negreiros’.
Nesta longa viajem viu muitos amigos e conhecidos morrerem por doenças ou fraquezas e serem lançados ao mar, mas sua fé nos Orixás era o que o fortalecia. Ao chegar ao Brasil, percebeu que a língua falada aqui era a mesma de sua cidade, o português.
Como era um negro muito sadio e forte, com dentes brancos e bons, foi vendido como escravo para ser um ‘reprodutor’, pois naquela época pensavam que os negros não tinham amor, não tinham sentimentos. E assim foi trabalhar na colheita de café e cana de açúcar em uma fazenda.
Na senzala encontrou uma linda escrava, Maria Conga, pela qual se apaixonou. Seu romance foi complicado, pois ela trabalhava na casa principal da fazenda, acompanhante da sinhazinha, filha do coronel da fazenda.
Entre o trabalho escravo nas colheitas e ser um escravo reprodutor, teve filhos incontáveis na senzala, alguns permaneceram ao passar dos anos na mesma fazenda, outros morreram ou foram vendidos.
Como sempre foi um escravo que não se conformava com a situação da escravidão porque não se conformava em viver como um animal tentou realizar várias revoluções, mas mudar a cabeça e o pensamento das pessoas sempre foi muito difícil, não tendo sucesso em seus movimentos, ficou marcado pelos capitães do mato e pelo coronel da fazenda onde era escravo.
Os escravos que estavam fracos ou doentes e que tentavam fugir eram lhes dado melancia e leite, o que supostamente faria mal aos escravos e morreriam, mas na verdade era somente uma desculpa para serem mortos pelos capitães do mato.
Mesmo quando alguns escravos conseguiram a Carta de Alforria, Pai José com aproximadamente 70 anos ainda tentou fazer mais uma revolução com filhos e outros negros da fazenda. Desta vez os escravos conseguiram fugir, indo à direção ao tão falado Quilombo de Palmares. Porém, já com a idade avançada não tinha o mesmo pique dos seus filhos que ainda o acompanhavam e os escravos que participaram desta fuga. Em muitos momentos o carregaram para que conseguisse acompanhar a fuga.
Enquanto isso os capitães do mato os perseguiam com cachorros e a cavalo para a captura dos escravos fugitivos, já que os Coronéis para manter sua fama e “estatus” não podiam deixar que qualquer escravo fugisse e/ou escapasse vivo destes feitos.
Pai José pediu aos seus companheiros para seguirem em frente e o deixarem para trás, pois só atrasaria os outros escravos, que seriam capturados e castigados. Esconde-se no meio de algumas pedras (buraco) através de uma fenda. Seu azar foi que tinha pouco tempo e ali também estava escondido um gato. Pai José contou que os escravos naquela época costumavam enganar o faro dos cachorros colocando cinzas em sua volta para enganar o cheiro, mas devido aos fatos, os cachorros acabaram seguindo o gato e seu verdadeiro faro, capturando o escravo na fenda em meio às pedras. Pai José descobriu mais tarde que um escravo capturado havia denunciado seu trajeto de fuga, provavelmente em troca de sua vida. (Pai José não demonstrou rancor ao relatar este fato e nem citou o nome do escravo)
Na fazenda os feitores como castigo, amarraram-no em uma pedra por sete dias e sete noites ao tempo. Seu castigo pela fuga e por acharem que ele era o principal incentivador da revolução e fuga foi muito severo, cortaram pedaços de seu corpo, como dois dedos das mãos e recebeu muitas chibatadas, ficou sem nada para comer ou beber. Os feitores tinham a intenção que o escravo contasse onde estavam escondidos os outros escravos fugitivos. Mesmo com a severa punição, o Preto Velho não desistiu de sua vida nem dedurou os outros escravos, principalmente pela fé em Oxalá, na natureza e pela ajuda de Maria Conga, sua companheira, que nas madrugadas levava para seu querido preto uma ‘canja aguada’ com restos de comida que conseguia na fazenda.
Como os feitores tinham certeza que o escravo era o revolucionário que havia comandado a fuga, com a ordem do ‘sinhozinho’ Pai José foi liberto, para morrer ou com a intenção de que os outros escravos fugitivos o encontrassem, acabando com a fuga e a revolução. Naquela época os feitores precisavam capturar todos os escravos fugitivos vivos ou mortos para mostrar a sociedade e continuar com sua força, fama, liderança e com suas fazendas. Após os escravos fugitivos serem capturados e muitas vezes mortos, seus corpos eram expostos à sociedade e em seguida jogados no manto.
Pai José muito debilitado pelo massacre em seu corpo e pela franqueza, saiu por trás de uma casa muito antiga e em uma emboscada encontrou uma cumbuca cheia de bolachas (ele descreveu-as como as nossas atuais bolachas de natal), como a fome estava grande, não pensou e as comeu, e cada vez que comia mais uma bolacha queria comer mais, chegou a comer toda a cumbuca (as bolachas estavam envenenadas) e em seguida foi se sentindo muito mal, com dores fortes no peito até que sua respiração parou, findando assim a vida terrena do escravo Pai José de Angola.

PAI JOÃO DO CONGO

Existiu uma época muito distante, em que o calendário não registrou nos anais da história da terra, um povo entre as diversas raças humanas que passaram, como estrelas espalhadas no firmamento, sábio e culto, filosófico e sonhador...
Sonhavam em retornar ao seu lar sidério, situado entre as estrelas da constelação do Cocheiro...
e por isso, os mais dotados espiritualmente, insistiam em olhar o céu e suspiravam de saudade...
A lua com seu raio argênteo, espraiava-se sobre as encostas setentrionais daquela região onde hoje se encontra Madagascar, há muitos e milhares de anos...
O homem sagrado bordejava a orla do mar, e em seu caminhar contemplava a imensidão dos astros notívagos e suspirava com seu olhar marejado, as constelações como se quisesse ler no misterioso livro do céu o futuro de seu povo...
Alto e esguio, de compleição delicada, olhos brilhantes e profundos, Nalmyskar, o sacerdote do templo de Obhaluayê perscrutava as conjunções do céu para compreender os vaticínios que chegaram através de seus sonhos, com relação aos acontecimentos prestes á desabar sobre seu país...
Com seu cajado na mão direita, permanecia de pé ao som do mar e á luz dos espaços infinitos, e assim permaneceu por longas horas, em contemplação silenciosa...
Revia o sonho e cada parte triste...o povo inteiro seria colocado á prova por desprezar a grande lei de zambi! E agora os Araxás através de seus sonhos anunciavam a grande tragédia que se abateria sobre todos como remissão dos pecados...
A sabedoria milenar há muito fora deturpada por sacerdotes corrompidos, que se deixaram levar pelos ouropéis e vaidades humanas, patrocinando verdadeiras orgias, descambando para a magia negra...
Triste sina de um povo que já foi a aurora de uma civilização grandiosa!
Muitos serão banidos, degredados, irão para longe de seus lares, como escravos de uma raça que não tardaria em surgir no horizonte, em busca de conquista e ouro.
Famílias inteiras separadas, genocídio, depravação e miséria seria o castigo deste povo orgulhoso e vingativo que ousou contrariar as leis sagradas dos Araxás...a sagrada lei de zambi!
Os grandes e brilhantes olhos do sacerdote derramavam copiosas lágrimas, vertidas de seu coração sincero, pois guardava as leis sagradas e vivia de acordo com os mais altos ensinamentos de sua escola de iniciação. Sabia que voltaria para seu lar sidério, para a sua amada estrela situada na constelação do Cocheiro, mas e o seu povo? Voltaria á vê-los? Aqueles que ficavam, que atraíram para si os olhos enérgicos dos Araxás?
Enquanto assim permanecia, não percebeu sublime Entidade postada á seu lado, que lhe observava com profundo amor e carinho.
Uma brisa fresca roçou seu rosto magro e escuro como ébano, e uma voz se fez ouvir, como que vinda da distância que ele mesmo contemplava da sua saudosa estrela...
“...Nalmyskar! o grande Zambi te abençoa através dos sagrados Araxás!
Trago-te a promessa de que, tão logo seu povo sinta o braço pesado e longo do carma, você retornará para cumprir missão junto aos teus mais caros afetos!
Numa terra que ainda está por ser descoberta, muito além mar, tu irás voltar para o seio do povo que tanto amas, e assim auxiliá-lo na difícil missão de retornarem aos braços de Zambi, através da dor e do sofrimento. Os Grande Senhores da Aumbhandhã, os Mestres da Luz Primaz ouviram tuas preces, abençoado sacerdote, pois que tu guardaste a lei de Zambi em seu coração!
Retornarás  como Guia de uma futura religião que está para nascer nas terras do Cruzeiro do Sul,e inspirarás com teu exemplo de humildade os teus filhos deserdados...
Serás conhecido como Pai João do Congo por muitas gerações que te sucederão ao longo da jornada que ora se inicia em tua experiência íntima, e terás a alegria de ver voltar ao aprisco do amor de Zambi muitos de teus filhos desgarrados, que com teu amor, com tua dedicação e humildade irás inspirar aos dias melhores no futuro...
Por agora descansa, prepara teu espírito para as horas amargas que se abaterão, logo que a lua mude seu ciclo, para alertar mais uma  vez teu povo das severas lições que lhe aguardam! Paz e Luz, Nalmyskar, abençoado dos Araxás!”
Com os olhos marejados, e profundamente emocionado, o velho sacerdote retornou a passos lentos em direção de sua aldeia, enquanto a lua, em seu zênite parecia compartilhar com a tristeza do velho ancião...

PRETO VELHO REI CONGO


Rei Congo é um Preto Velho amado por toda a Umbanda, pela sua humildade e serenidade.     Ele foi escravo entre o século XVI e o século XVII, e desde sua juventude era um guerreiro, que lutava em prol de seus irmãos africanos que tanto sofriam nas mão de seus Coronéis e Feitores.     A história diz que Rei Congo, que tinha seu nome de batismo como Octácilio, era um grande rezador e curador de doenças, ficando sendo conhecido entre negros e brancos pelo seus tratamentos das moléstias como a tuberculose, que na época exterminava muitas pessoas sem escolher cor nem raça.     O negro Octácilio, certa vez após uma das filhas de um Coronel fazendeiro, chamado de "Senhor do café", ficar muito fraca com a famigerada doença assassina, a tuberculose, ficou muito conhecido em toda região pelo tratamento dado a pequena sinhá, através de seus conhecimentos de ervas utilizadas em chás e compressas, sanando assim todo mal estar sofrido por ela e curando-a de vez da tão maléfica doença. Após esse fato Octácilio começou a frequentar outras fazendas da região para, com sua sabedoria ajudar outras pessoas que sofriam além da famigerada tuberculose outros males que afligiam a tão covarde e intolerante classe branca e rica da época. Com essas viagens de fazenda em fazenda, Octácilio começou a perceber que seus irmãos negros sofriam grandes humilhações e maus tratos dos então feitores que ordenados pelos coronéis, mandavam castigar na chibata e no tronco todos os negros sem que houvesse motivo para tal covardia.     E foi assim que o jovem Octácilio tomou para si a vontade de lutar contra essas atrocidades, e dia após dia ele tomado por seu desejo de liberdade e também pela grande vontade de livrar seus irmãos das garras covarde de feitores e coronéis, ele decidiu então tentar a fuga, com o objetivo de mais tarde tentar ajudar os outros escravos a fazerem o mesmo.     Enfim chega a noite da fuga, Octácilio e mais alguns negros, após um dia cansativo na preparação da terra para um novo plantio de café, conseguem fugir do cativeiro após dominarem o feitor e seus jagunços quando já iam acorrentar as portas do senzala.     Vários negros fugiram, muitos deles foram recapturados e outros mortos, mas Octácilio conseguindo se embrenhar nas matas escuras conseguiu enfim a sua liberdade.     A partir desse dia, Octácilio com a ideia fixa em tentar libertar seus irmãos escravizados, rogou a Pai Oxalá e a todos os Orixás que lhe mostrassem o caminho para que ele conseguisse o tal feito. Após vários dias e noites fugindo pelas matas sagradas de Pai Oxossi, ele se depara com uma montanha, que na época era conhecida como "Monte dos Perdidos", essa montanha tinha centenas de caminhos que interligados chegavam a lugar algum, e apenas um caminho levava ao cume da montanha.     Octácilio por algumas vezes já ouvira falar da lenda do "Monte Perdido", e sabia que o cume dessa montanha seria o lugar ideal para se abrigar e abrigar os negros que ele desejava libertar dos açoites e dos troncos destruidores.     Em suas orações ele pediu aos Orixás Sagrados que lhe abrissem o caminho, e que ele conseguisse chegar ao cume da montanha sem se perder pelo labirinto que o levaria a morte.     Foi ai que ele começou sua caminhada rumo a tão assustadora montanha, e sem se dar conta, subia a trilha de maneira tão segura e confiante que sem esperar em poucas horas já estava diante de um grande campo florido com um grandioso lago de águas límpidas. Ele admirado por tanta beleza daquela natureza que lhe foi entregue por Oxalá, ele se ajoelha e agradece pelo presente tão belo.     E foi nesse belo e protegido lugar que Octácilio começou a sua luta de livrar da escravidão seus irmãos negros, pois ali estava nascendo o Quilombo do Congo" e também o sonho de ali ser o caminho da paz buscada pelos quilombolas.     Entrando pelas fazendas cafeeiras durante as madrugadas, Octácilio começou a resgatar os negros escravos, levando-os para o Quilombo do Congo, e ali esses negros começaram a plantar, a construir seus lares e constituir família.     Octtácilio escolhia os negros mais novos, fortes e ágeis, fazendo deles um grupo de guerreiros da mesma causa, ou seja libertar mais e mais escravos, e no primeiro grupo já preparado para ação, o negro Octácilio recebeu o nome de Rei do Quilombo do Congo, e todos a partir desse dia passaram a lhe chamar de "Rei Congo", como é conhecido até hoje nas casas de Umbanda.     Certa vez, em mais uma das centenas de vezes que Rei Congo tentava buscar a liberdade para os negros escravizados, um certo coronel muito temido dentro da região fez com que seus feitores e centenas de jagunços ficassem de tocaia por vários dias e noites com intuito de capturar o libertador de escravos. E numa noite nebulosa no qual Rei Congo e seus guerreiros estavam prontos para mais uma ação, o velho negro Malaquias, que tinha o dom da vidência, disse ao seu Rei negro que aquela noite ele não deveria levar seus guerreiros, pois muitas mortes poderiam ocorrer, ele deveria ir só, pois apesar de ser muito perigoso seria dessa oportunidade que ele traria um grande aliado nas causas que lutavam.     Rei Congo com toda sua humildade concordou com o velho Malaquias, e saiu só para essa missão, ao chegar a fazenda em questão, Rei Congo tenta chegar a senzala onde dormiam os negros escravizados. Porém a um certo momento Rei Congo se depara com um dos feitores da fazenda com dezenas de jagunços armados. O feitor o acorrenta em um tronco próximo a senzala, a espera do dia raiar e acatar as ordens do tão famigerado coronel.     Rei Congo com olhar firme porém sereno, tenta buscar forças nas palavras do velho Malaquias, tentava entender todo o fato, toda a causa do acontecimento. Sabia ele que tudo que acontecera teria uma razão, porém até então não conseguia chegar numa resposta em que aquilo tudo poderia ajudá-lo na luta contra a escravidão.     O sol raiou, e o feitor que ora tinha acorrentado Rei Congo, tinha um semblante cansado, parecia amargurado. Ele manda um dos seus jagunços levarem a notícia da captura do libertador de escravos ao coronel, que logo vem com as ordens de açoitarem o negro libertador até a morte, e que levassem o corpo dele a té ele, para junto a outros coronéis fazendeiros comemorassem a morte do tão temido Rei Congo.     E foi dada a missão ao feitor de levar a morte a Rei  Congo por meio da chibata. E ele, o feitor, já preparado para o começo da tortura daquele corpo preso ao tronco de madeira por meio de correntes de aço, quando olha nos olhos de Rei Congo e diz se ele era o tal negro curador de doenças tão conhecido dentro da região por ter curado muitas pessoas da tão medonha doença, que na época era a tuberculose. Rei Congo, ainda com olhar sereno apenas balançou a cabeça afirmativamente. Então o feitor o livra das correntes e  se jogando aos pés de Rei Congo pede a ele para salvar a sua amada que se encontrava tísica, ela estava extremamente enfraquecida e sem nenhuma chance de sobreviver. Rei Congo estendendo a mão ao feitor, lhe pergunta se ele tinha fé, ele responde que sim, então Rei Congo diz que ele ia libertar sim a doce jovem dos males da tuberculose.     O feitor, sabendo que teria que entregar o corpo de Rei Congo para os coronéis, resolveu então libertá-lo e seguir com ele e sua amada para o Quilombo do Congo. E assim foi feito, nesse mesmo dia saíram fugidos da fazenda rumo ao Monte dos Perdidos, e mesmo durante a viagem Rei Congo fazia seus chás e compressas para o tratamento da jovem Rosa, que dia após dia ia recuperando sua saúde. E ao chegarem a seu destino, com cuidados mais especiais, com o tratamento vindo das ervas e compressas sagradas do velho Congo, Rosa se recuperou totalmente, e em agradecimento o feitor, que tinha o nome de Amadeu, jurou lealdade a Rei Congo, que se transformou em um dos grandes guerreiros libertadores do Quilombo de Rei Congo.     Apenas os guerreiros de Rei Congo sabiam o caminho correto para chegar ao "Monte dos Perdidos" que já estava sendo conhecido em toda a região como "Quilombo de Rei Congo". Como a quantidade desses guerreiros ainda era baixa, não davam conta de libertarem tantos escravos como era da vontade de Rei Congo, pois as viagens de ida e volta as fazendas eram longas, cansativas e perigosas, ele decidiu então montar pequenos quilombos que servissem de esconderijo para os quilombolas próximo ao quilombo principal, tentando assim conseguir um pouco mais de tempo para aumentar as ações contra a escravidão nas fazendas. Isso infelizmente durou pouco, pois mesmo em matas fechadas esses pequenos quilombos foram descobertos pelos Feitores e seus capatazes, ou pelos Capitães do mato contratados pelos coronéis fazendeiros que estavam a busca de seus escravos.     Rei Congo então decidiu que mesmo com a demora das viagens e a dificuldade da subida ao "Monte dos Perdidos", seria melhor que os negros libertados fossem levados diretamente para um lugar seguro ao invés de acamparem nos pequenos quilombos a espera de alcançarem um número maior de quilombolas.     E assim foi feito por longos anos, Rei Congo e seus guerreiros libertavam os seus irmãos escravizados, os levavam para o Quilombo, e lá eles plantavam, criavam animais, constituíram laços, cultuavam seus Orixás, viviam em paz e em liberdade.     Muitos coronéis por anos tentaram alcançar o tão conhecido e guardado Quilombo de Rei Congo, muitos feitores, capatazes e Capitães do mato perderam suas vidas tentando decifrar o caminho correto que levava ao cume da montanha, mas nenhum desses tiveram êxito em seus objetivos, pois ali além de ter grandes guerreiros que protegiam a entrada e o caminho do quilombo, tinha um Rei, um Rei protegido pelos Orixás, principalmente por pai Oxalá no qual o velho Rei Congo agradeceu por toda sua vida a luz dada para que ele encontrasse o caminho para sua libertação e a de centenas de irmãos negros.     No final do século XVII, Rei Congo fez sua passagem para o mundo dos espíritos já com 90 anos de idade no corpo físico, e sendo agraciado por pai Oxalá a benção de poder vir a terra como Entidade de Luz para continuar libertando as pessoas da escravidão, porém com um trabalho ainda mais árduo, pois essa escravidão não são nas correntes de aço frio, mas da escravidão da inveja que consome a alma, da falta de humildade que magoa o espírito, do orgulho que destrói o perdão, da soberba que esmaga o ser, da falta de amor que escurece o caminho e principalmente da falta de fé que lhe desvia da evolução espiritual.     Rei Congo preto velho calmo e sereno, humilde mas soberano, tem sempre  a palavra certa na hora certa, tem ensinamentos certos pros momentos certos. Com sua voz mansa e seu jeito peculiar de se sentar, ele é reconhecido por toda a Umbanda, e todos que já tiveram a oportunidade de poder ouvir seus conselhos em seu tom de voz sereno,, pode se considerar um abençoado por pai Oxalá.. sistema de chat online