sábado, 9 de novembro de 2013

História de Preto Velho





Pai Joaquim da Angola sempre ama ir a beira das cachoeiras pedir mais amor a humanidade e num belo dia viu algo que o deixou espantado e logo começou a chorar.
Ele chorando viu muita sujeira como restos de lixo que o povo do Axé jogou ao oferendar a mãe Oxum na Cachoeira.
Ele então reza:
- Ora iê iê omi Oxum. Mãe perdoa fios que fizeram isso no teu aconchego.
Então aparece ao Preto Velho a bela Mãe Oxum radiante de ouro e pedras preciosas.
Pai Joaquim deita e saúda mãe Oxum na beira da cachoeira.
Ela então diz ao Preto Velho:
- Amado, peça aos filhos desse Axé no Terreiro que venham e recolham essa sujeira do meu local sagrado. Mas diga que eu recebi deles os seus pedidos e dei meu Axé a todos.
O Preto Velho beija a mão de Oxum e diz:
- Sim, mãe amada vou inté o ilê e falarei com os fios.
Oxum se despede com um beijo no Preto Velho e entra no Rio.
Na Gira de toda Semana o Pai de Santo abre a Gira e então chama os Pretos Velhos para trabalhar.
Pai Joaquim então chega e pede para todos ficarem em silêncio que ele tinha que falar algo.
O Pai de Santo então diz:
- Meus filhos vamos deixar Pai Joaquim falar o que ele quer pois ele tem um recado dos Orixás.
O Preto Velho diz:
- Mim fios quando forem oferendar num façam sujeira na beira das cachoeiras como ocêis fizeram na que eu fui hoje e mãe Oxum pediu pra eu vir e pedir ocêis pra ir tirar a sujeira da beira da água sagrada. Mais deu a ocêis muito axé.
O Pai de Santo então se prostra diante do Preto Velho e diz:
- O que seriam de nós sem os amados Servos dos Orixás nossos Pretos Velhos em todo lugar?
O Preto Velho responde:
- O que seria né mim fio, do povo carecer de ter mais zelo pelos rios sagrados dos Orixás? Pois são fios da Natureza e fruto dela. Quer oferendar oferenda mas num façam sujeira.